domingo, 2 de outubro de 2011

Neymar e as duas lágrimas - Crónica de António Carlos Affonso dos Santos - Acas



Neymar e as duas lágrimas - Crónica de António Carlos Affonso dos Santos - Acas

Na última quarta feira à noite assisti ao jogo entre as seleções de futebol do Brasil e da Argentina. Os cartolas das duas seleções, num momento de rara felicidade, reeditaram a antiga Copa Roca, que tanto furor e mitos criaram por duas décadas, após as quais cessaram, posto que os melhores jogadores dos dois países revoassem para a Europa, Asia e Leste europeu.

Bateu uma saudade de quando eu tinha dezenove anos de idade; e isso faz muito tempo, quando em partidas memoráveis, a seleção brasileira se apresentava e nosso prognóstico era apenas saber de quanto íamos ganhar.
Lá, na cancha, Pelé, Garrincha, Nilton e Djalma Santos (nem eram irmãos, nem eram da mesma etnia, mas eram craques); davam o show que os franceses batizaram em 1958 de «os reis do futebol».
Verdade que o Brasil, até 1958 era considerado pelos europeus e americanos do norte, um país pobre, ignorante, sem nenhum prestígio. Que bom que o futebol tenha conseguido dar um pouco de patriotismo par ao povo, cujo comportamento indolente, relapso e preguiçoso eram creditados à herança étnica dos índios brasucas.
Mas, na quarta feira o povo de Belém do Pará deu mostras de que a alegria e o patriotismo do «país de chuteiras», como disse o Nelson Rodrigues certa vez. Como é praxe nas atividades esportivas, em jogos internacionais, tocam-se os hinos dos dois países e por tradição, primeiro é a vez do visitante, depois o do time da casa.
E quando a gravação do Hino Nacional Brasileiro terminou, ainda sem completar a primeira parte de Nosso Hino, a torcida paraense, continuou entoando o Hino, num coral de quarenta e cinco mil vozes. Notei que os jogadores da Argentina mostraram-se surpresos e os nossos jogadores ficaram embargados de emoção. A TV Globo mostrou na tela o jogador Neymar chorando!



1 comentário:

  1. Gostaria que alguém, de qualquer país do mundo comentasse em qualquer idioma meu texto. Há mais de um ano ninguém comenta meus textos. Vale a pena escrever?

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