domingo, 30 de outubro de 2011

Jornal Raizonline nº 144 de 31 de Outubro de 2011 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - Regresso ao passado



Jornal Raizonline nº 144 de 31 de Outubro de 2011 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - Regresso ao passado

Desde há algum tempo para cá temos publicado com alguma regularidade trabalhos a que chamamos «dos números de arquivo». Esses trabalhos pelo facto de serem recolocados, depois de devidamente vistos (lidos) mostram aquela realidade que tem sido a constante mais presente no nosso Jornal Raizonline.

Mostram também esses trabalhos publicados de novo, com dois três anos de intervalo, que o facto de se trabalhar neste jornal com a arte, com os artistas, sejam eles poetas ou prosadores tem uma vantagem enorme: trabalhamos com a intemporalidade, quer dizer, trabalhamos com «coisas» que lidas há três anos e lidas agora mantêm a mesma frescura inicial. Na prática bastaria não fazer a referência à republicação para que só poucos se dessem conta do facto de se tratar de republicações.

E é boa essa constatação porque se aplica muito também a todo o complexo que nos envolve a todos quer no jornal quer na rádio quer nos outros elementos paralelos e / ou auxiliares que temos no nosso projecto Raizonline.

 Curioso que sou com os motores de busca reparo com frequência - e todos podem ver por exemplo nos widgets de permanência dos blogues - que temas com vários anos de publicação são lidos e relidos várias vezes.



Recordar o Raizonline - Trabalhos dos Numeros de Arquivo - Poesia de Patrícia Neme -  



Recordar o Raizonline - Trabalhos dos Numeros de Arquivo - Poesia de Patrícia Neme -
Auto-retrato ; Fiz do verde meu caminho...; Das rosas e dos Sonhos; Libertação

Auto-retrato
Me pedes das feições... Contempla os traços
das vidas, cujo lar é uma calçada.
Caminhos, onde os sonhos são escassos,
aos quais o fado oferta o nada... Nada!
Encontra-me no olhar do pequenino
privado de carinhos, de alimento;
na infância - filha de único destino:
um chão, sem sepultura, alma em tormento.
é minha a voz pungente em elegia

Fiz do verde meu caminho...

Fiz do verde meu caminho,
fiz da vida plantação;
plantei flor e passarinho,
filhos, versos e oração.
Plantei pão e plantei vinho,
com o amor da minha mão.
Caminhei por verdes mares,
fiz sorrir verdes olhares,
verde foi o meu jardim.
Verde foi minha esperança
no verdor das minhas tranças...
Hoje restam só lembranças
com as quais brinco cantares

Das rosas e dos Sonhos
«O sonho que se esvai na desventura»
do anoitecer das pétalas das rosas,
é sonho embevecido pela alvura
da mão entregue às tramas amorosas.
O sonho que se esvai... Sonho ou loucura?
No sonho habitam cores enganosas...
E na loucura habita a entrega pura
de quem sonhou venturas ardorosas.

Libertação
E certo, amei-te além do meu bom senso,
com força, com delírio... Com loucura!
Amei, tão de profundis, tão intenso...
Que me perdi... Quando à tua procura.
E achei-me em pranto largo, triste, denso,
nos campos semeados de ternura.
Amei-te... E o meu amor foi tão imenso...
E para ti, foi tudo uma aventura...

Leia este tema completo a partir de 31/10/2011

Textos poéticos de Joaquim Nogueira



Textos poéticos de Joaquim Nogueira
 
 Joaquim Nogueira

«… deixa enroscar-me nos teus braços… coloca tua mão na minha cabeça e enrola os teus dedos nos meus raros cabelos… baixa um pouco a tua fronte e beija a minha boca… deixa enroscar-me no teu colo… sentir a tua maciez e ver de baixo para cima o teu sorriso… ver-te junto a mim e saber-te ali comigo… de tal forma que quando olhas eu sou o teu olhar… de tal forma que quando sorris eu sou os teus lábios… de tal forma que quando me afagas eu sou a tua mão… de tal forma que quando me tocas eu sou o teu corpo… de tal forma que quando me olhas eu sou o teu olhar…

deixa pousar o meu cansaço na tua serenidade e sentir a tua paz na minha guerra… baixar as armas e sentir a trégua na tenda que se ergue no deserto da batalha… humedecer as mãos na brisa da água que corre no ribeiro que nos circunda… lavar a cara na frescura do vento que nos embala… sentir que nem tudo é real mas que o sonho nos preenche… sentir que, por vezes, só o desejo chega, só o querer basta, só o pensar nos satisfaz… deixa-me ser não só a realidade mas também o que não somos… deixa-me olhar para dentro de ti e ver-me inteiro… deixa-me tocar-te com o sonho e saber-me parte dele como sei que ele é uma parte do meu eu verdadeiro…»

Leia este tema completo a partir de 31/10/2011

Página de Michael Ginobili - Em colaboração com : Michael Ginobili e Autocinetrip - Instinto de Vingança; O Mágico; O Solteirão; Piranha



Página de Michael Ginobili - Em colaboração com : Michael Ginobili  e Autocinetrip - Instinto de Vingança; O Mágico; O Solteirão; Piranha

Instinto de Vingança
Depois de assistir a Instinto de Vingança (Tell-Tale) fiquei com uma dúvida na cabeça: por que esse título não foi lançado diretamente em DVD? Alguns filmes têm esse destino por não apresentarem um grau de qualidade suficiente para se promoverem na tela grande, ou não têm atores famosos em seu elenco para chamar a atenção do espectador. Pois bem, essa fita sofre dos dois problemas e mesmo assim chega ao circuito de cinema. Vai entender!

Para não dizer que o elenco é formado por totais desconhecidos, Lena Headey interpreta a médica que se envolve com o protagonista. Antes disso, a atriz inglesa tinha vivido a rainha em 300 – seu personagem aparecia em cerca de cinco cenas na adaptação da graphic novel. O nome mais expressivo entre os atores desse thriller é Brian Cox (Meu Monstro de Estimação), mas em um papel secundário.

O Mágico

A animação O Mágico é o casamento de dois grandes nomes do cinema francês, ambos capazes de contar boas histórias sem usar diálogos. O cineasta Jaques Tati (Meu Tio) fez alguns filmes em que ele mesmo atua praticamente sem ter falas, mas deixou para trás um roteiro nunca filmado. Felizmente, o animador Sylvain Chomet o adaptou e criou uma obra maravilhosa.

Nunca é demais avisar que, assim como Bicicletas de Belleville, não se trata de uma peça para o público infantil. Os adultos é que devem prestigiar, rir e se emocionar com esse filme.

O Solteirão

Comum é dizer que a vida imita a arte ou vice-versa. No caso de O Solteirão, as duas possibilidades se aplicam para o personagem defendido por Michael Douglas. Anos atrás, o ator tratou-se de seu vício em sexo e seu acordo pré-nupcial com Catherine Zeta -Jones prevê uma grande multo em caso de adultério. A arte imita a vida.

Depois de finalizadas as gravações desse longa, Douglas descobriu estar com câncer. Começou então uma luta por sua saúde. A vida imita a arte, apesar de Ben não enfrentar sua condição e usar essa dificuldade como o começo de uma filosofia de vida deturpada.

Piranha

Um filme de terror em que o perigo está em peixes sanguinários, com Richard Dreyfuss no elenco. O leitor pode pensar que se trata de Tubarão (1975), mas na verdade é o remake do menos conhecido – e menos conceituado – Piranha (1978). A referência não é acidental, já que o ator até cantarola a mesma música que estava na cena do clássico dirigido por Spielberg. Dreyfuss resolveu usar a situação para o bem e doou seu cachê de US$ 50.000 para caridade.

Não é apenas em Tubarão que Piranha apoia-se para atrair fãs de outras franquias. Christopher Loyd interpreta um papel que é claramente baseado em Doc de De Volta para o Futuro (1985). Ele vive um especialista em peixes que aparece do nada para explicar a periculosidade das piranhas pré-históricas que causam o terror no Lago Vitória.

Leia este tema completo a partir de 31/10/2011

Poesia de Rose Arouck - O Poeta; Leia-me; Sou Tua Sombra 



Poesia de Rose Arouck - O Poeta; Leia-me; Sou Tua Sombra

O Poeta

O poeta é
fonte aberta
jorrando na imensidão;
mata a sede de aventuras
consola as criaturas
e ameniza a solidão.
Poeta é ser divino
que Deus um dia criou;
deu-lhe o dom da ternura
fez-lhe semeador da cultura
a brotar pelo amor.
Ele orienta a paz,
è Força pura e capaz;
de dominar um açoite
mudar o dia em noite
e tudo em amor transformar...

Leia-me
Está escrito em meus olhos cor do mar,
Sublinhado pelas ondas em maresias,
A escolha de ter-te,
e sonhando-te guardar
dentro dessas linhas que antes eram tão vazias.
Decifra-me com tua risada de cristal,
Espalha que não consigo me entender.
Soberana é tua casta, Rei tão real,
Enriquece-me com teu majestoso viver!

Sou Tua Sombra
Sou tua sombra e não das conta, quando chego
Infeliz, atravessando a luz da aurora;
é como a sombra no teu olhar que ainda eu vejo,
uma estranha promessa que feliz ora te torna.
Persigo tua pegada vacilante,
viril, decidida e inconstante;
rastros que tento intensamente alcançar.
Vejo a certeza postada à minha mesa
e uma esperança voltando na luz acesa
que me permite novamente te enxergar.

Leia este tema completo a partir de 31/10/2011

Recordar o Raizonline - Trabalhos de Números de Arquivo - Poesia de Pequenina - Gotas Salgadas; Caminhante Errante; Já não sou mais eu



Recordar o Raizonline - Trabalhos de Números de Arquivo - Poesia de Pequenina - Gotas Salgadas; Caminhante Errante; Já não sou mais eu

Gotas Salgadas

A noite chora
Num lamento de dor
Mistura-se ao ruído do mar
Lágrimas caem…
Sobre a areia branca num apelo
Pés atados…
Sentimentos afundados
Mente estafada, alma acorrentada
Sinto-me só, presa ao nada
Solidão da madrugada
Inserida no meu pensamento
Que como o vento, ruge
Absorvendo-me a cada dia
Gargalhando com ironia
A fé perecida, a desesperança…

Caminhante Errante
Mãos rudes, embrutecidas
Pés descalços, nas calçadas da vida
Pernas rígidas e endurecidas…
Trôpegas, mal resolvidas
Passadas curtas…
Inflexíveis, constrangidas
Cansado e humilhado, vai
Um vulto que declina, mas não cai…
Caminhante errante…
Vindo de um remoto passado
Já bem distante
Nasceu, sofreu e morreu…
Morreu em vida…
Limitado dos seus gestos
Sem protestos…
Com a lucidez corrompida

Já não sou mais eu
Já não sei onde ando
Se bem na terra ou no céu
No espaço, vivo ao léu
Contando as horas do tempo
Acampada por sobre as nuvens
Perdida no infinito
Não sou nada, sou o grito.
Trago a alma cravada
Carente e desamparada
Que aos poucos se declina
Sufocada pela neblina
Foi-se de mim, à menina
Já não mais me reconheço
À vida cobra o seu preço.
Deixem-me dormir


Leia este tema completo a partir de 31/10/2011

Recordar o Raizonline - Trabalhos de Numeros de Arquivo - JORNADA CREPUSCULAR - A tradição das Tertúlias nos Cafés - Por Mário Matta e Silva



Recordar o Raizonline - Trabalhos de Numeros de Arquivo - JORNADA CREPUSCULAR -  A tradição das Tertúlias nos Cafés - Por Mário Matta e Silva

GOETHE deixou escrito que os cafés «são uma espécie de clube democrático (…) onde se pode ficar sentado durante horas a discutir, a escrever…»

Em Veneza, o Florian, guarda memórias de Byron, Dickens, Proust, Yourcenar, e muitos outros que mantinham ali os seus grupos. Em Paris, o Procope, não só guarda memórias revolucionárias, como as de carismáticos visitantes que lá tertuliaram, como, Diderot, Montesquieu, Baudelaire, Verlaine…

Balzac resumiu assim tudo o que se podia, ao tempo, considerar sobre cada um dos cafés que frequentavam: «O café é o parlamento do povo.»

Esta frase não exclui a vivacidade dos grupos, formando elites, estilos, gostos, à volta das mesas onde o café arábico era alvo da degustação e do prazer, numa cumplicidade com o ambiente respirado e partilhado, de Arte Nova, entre espelhos, o ferro trabalhado, colunas, estátuas, mesas de mármore ou de madeira, cadeiras de boa madeira ou de couro.

Os cafés, a partir do último quartel do Sec. XVIII, (talvez por influência mais directa dos intelectuais estrangeirados) tornaram-se por certo no primeiro fórum socialmente plural. Muita poesia ou prosa, manifestos, tratados e abaixo-assinados foram construídos, lidos e discutidos pelas mesas dos cafés em várias épocas, nos mais dispares locais.

Porto, Coimbra, Lisboa, têm a sua tradição feita de boémios, de estudantes, de poetas, sustentando em suas mesas conversas acaloradas, piadas, anedotas tertúlias animadas…



 

Monge arrisca cinco anos de prisão por quebrar lei anti-tabagista - António Cambeta - Macau /Tailândia



Monge arrisca cinco anos de prisão por quebrar lei anti-tabagista - António Cambeta - Macau /Tailândia

O monge budista foi o primeiro apanhado a quebrar a estrita lei anti-tabagista do Butão e enfrenta agora uma pena de cinco anos de prisão. Este foi o primeiro caso detectado no país, desde que a lei que entrou em vigor. O Butão situado nos Himalaias, entre a China e a India, pretende tornar-se na primeira nação sem tabaco.

O monge budista foi o primeiro apanhado a quebrar a estrita lei anti-tabagista do Butão e enfrenta agora uma pena de cinco anos de prisão. Este foi o primeiro caso detectado no país, desde que a lei que entrou em vigor.

O monge budista é acusado de consumo e contrabando de tabaco, após terem sido encontrados 72 pacotes de tabaco de mascar, dos quais não tinha recibo. De acordo com a lei do Butão, os fumadores só podem importar 200 cigarros ou 150 gramas de outros produtos de tabaco por mês, dos quais têm que apresentar recibo, quando abordados pela polícia.

O jovem, de 24 anos, alega que adquiriu na fronteira da India para uso pessoal, mas que desconhecia a nova lei, de acordo com a Reuters.

Aos olhos dos butaneses, o acto de fumar é considerado mau karma e, como tal, não existe tabaco à venda desde 2005.



sábado, 29 de outubro de 2011

Dia 31 de Outubro - Dia do Saci-Pererê - Marcelo Torca



Dia 31 de Outubro - Dia do Saci-Pererê - Marcelo Torca
 
 O Saci.

 De Marcelo Torca.

Apareceu
 O Saci
 Da mata ele saiu
 Veio para o centro da cidade
 Não tinha morada
 Foi morar num cortiço
 Não tinha o que comer
 Foi roubar para viver
 A polícia correu atrás
 Muito esperto se escondeu

Quem é o saci

O Saci-Pererê é um dos personagens mais conhecidos do folclore brasileiro. Possuí até um dia em sua homenagem: 31 de outubro. Provavelmente, surgiu entre povos indígenas da região Sul do Brasil, ainda durante o período colonial (possivelmente no final do século XVIII). Nesta época, era representado por um menino indígena de cor morena e com um rabo, que vivia aprontando travessuras na floresta.

Porém, ao migrar para o norte do país, o mito e o personagem sofreram modificações ao receberem influências da cultura africana. O Saci transformou-se num jovem negro com apenas uma perna, pois, de acordo com o mito, havia perdido a outra numa luta de capoeira. Passou a ser representado usando um gorro vermelho e um cachimbo, típico da cultura africana. Até os dias atuais ele é representado desta forma.





Bullying e Ciberbullying - Bullying e Ciberbullying e a realidade Portuguesa: Uma reflexão sobre o sistema Educacional Português - Por Virgínia Teixeira



Bullying e Ciberbullying - Bullying e Ciberbullying e a realidade Portuguesa: Uma reflexão sobre o sistema Educacional Português - Por Virgínia Teixeira

Nos últimos anos têm-se multiplicado os estudos científicos que focam as experiências de Bullying e Ciberbullying, o que representa sem dúvida uma forte contribuição para a melhor compreensão do fenómeno e consequente desenvolvimento de programas de prevenção e intervenção cada vez mais eficazes.

Sabe-se que as experiências de Bullying não são um fenómeno recente, nem apresentam mudanças significativas da forma como há já décadas atrás, as crianças se agrediam no recreio, ostracizavam e lançavam rumores maldosos umas sobre as outras.

Mas a atenção científica dada a estas experiências permitiu ter uma noção mais concreta da sua severidade, que Juvonen e Gross (2008) colocam nos 70% de indivíduos que afirmam ter tido experiências de bullying em algum momento da sua escolaridade. Este valor é, se não surpreendente, pelo menos desanimador, e indicativo do grande trabalho que há ainda a realizar.

Com o desenvolvimento das TIC surgiu ainda o Ciberbullying, que pode ser compreendido como as experiências de bullying que ocorrem com recurso a métodos de comunicação electrónica como o email, telemóvel, Messenger ou pela Internet.

E deste modo, os jovens que antes tinham somente o ambiente escolar como contexto de agressão ou vitimização, encontraram através destes meios de comunicação electrónica uma possibilidade de continuação da agressão/vitimização; ou mesmo o único meio em que a agressão parece possível.

Neste ultimo caso interessa remeter a uma das características fundamentais do bullying, definida por Olweus (1993) que ressaltou a importância da existência de um desequilíbrio de poder entre os intervenientes (agressor e vitima), o que justifica o facto de indivíduos que, não sendo superiores fisicamente, recorrem a meios de comunicação electrónica para realizar a agressão, quer em resposta às experiências de bullying que vivencia no contexto escolar; quer como meio único de agressão, visto que se têm verificado que a Internet permite desenvolver uma personalidade mais agressiva (Ybarra & Mitchell, 2004), possivelmente devido ao carácter de anonimato que apresenta, ou «online disinhibition effect».




Poesia de Edvaldo Rosa - Não tenho medo de amar...; A Bailarina



Poesia de Edvaldo Rosa - Não tenho medo de amar...; A Bailarina

 Não tenho medo de amar...
 
Não tenho medo de amar,
abrir meu coração, minh'alma
tornar-me todo carinho e atenção,
dar meu coração pra aconchegar!
Não tenho medo das armadilhas do amor,
pois amor não se deve negar,
não regateio amor,
pois amor não se deve regatear!
Como é bom um aconchego,
um chamego,
braços pra abraçar,
bocas, línguas, lábios pros beijos...
e outros pedaços nos corpos,

A Bailarina

 Danças sob luzes lusco fusco
 como se fosses um sonho...
 Danças sob nuvens de fumaça
 como se estivesses envoltas em mistérios...
 Danças sobre o tablado,
 como se seus pés conhecessem todas as pedras do caminho...
 Danças como se tivesses asas
 e como a própria musica
 faz piruetas em pleno ar!
 Com cada movimento tão calculado,
 danças com os passos inscritos a fogo
-xilogravura, em teu celebro entalhada!


Leia este tema completo a partir de 31/10/2011

Poesia de Denise Severgnini - RABISCO LETRAS; Amo



Poesia de Denise Severgnini - RABISCO LETRAS; Amo
 
 
 RABISCO LETRAS
 
 Não brinco com os dizeres da alma
 Sou mera rabiscadora de letras
 Poeta é quem tece versos com calma
 Só, eu embalo-me em retretas.

Deito sentimentos na poesia,
 Meu intento desfaz-se em brumas
 Coração pensa ser artífice da magia
 Em letras falsas que se vão como espumas.

Amo
 
 Amo em in_versos da alegria
 Teço letras desamparadas
 Estridente clamor por ti!

Amo as palavras que não digo
 Em silentes anseios a ti concedidos
 In_versos: contrários poemas contigo
 Da outrora que fomos e hoje, tão perdidos
 Alegria foi porto de partida... A chegada, eu não bendigo!

Leia este tema completo a partir de 31/10/2011

POESIA DE ARLETE PIEDADE - Saudade na noite; Loja de Poesia



POESIA DE ARLETE PIEDADE - Saudade na noite; Loja de Poesia


Saudade na noite

Na noite recordo envolta em música
as emoções e os sonhos partilhados...
fico aqui em silêncio te desejando
olhos humedecidos de saudades
coração apertado dentro do peito...
cada vez mais distante no tempo
e apenas guardado na memória
esse amor que não sei se foi sonho
ou realidade, ainda que só virtual!
Só ilusão? - pergunto ás estrelas
Só imaginação? - Pergunto á brisa
Amei e sonhei, sózinha? Não sei...

Loja de Poesia
As luzes enevoadas na bruma nocturna avistei
Então com enorme alegria, me fui abeirar
Curiosa, gelada e sequiosa me aproximei
Da porta da loja que eu queria encontrar...
Andei perdida, doente, errante e esgotada
Pelos caminhos, tortuosos e sofridos da vida
Agora que me sinto solitária e abandonada
Pode ser que aqui ache companhia querida...

Leia este tema completo a partir de 31/10/2011

COLUNA DE TOM COELHO - O novo profissional de contabilidade



COLUNA DE TOM COELHO - O novo profissional de contabilidade
«O que o contador deve se preocupar é em oferecer
 modelos de prosperidade às empresas. Este é seu dever ético.»
 (Antônio Lopes de Sá)

Embora o fantasma da inflação esteja sempre rondando o cenário econômico, a estabilidade de nossa moeda conquistada em um já distante 1994, com o advento do Plano Real, fez-nos esquecer da dramática superinflação, período no qual a variação nos preços chegou a espantosos 3% ao dia.

Naqueles tempos, não se falava em eficiência, pois os ganhos obtidos no mercado financeiro, com aplicações no overnight, eram suficientes para pagar com sobra a folha de salários de qualquer empresa, mascarando uma gestão perdulária.

Neste contexto, os profissionais de contabilidade tinham atribuições meramente operacionais tais como processar a escrituração fiscal, cuidar das obrigações legais e acompanhar a esquizofrenia tributária, sempre tencionando evitar multas e sanções.

Com a inflação sob controle, as receitas financeiras tiveram que ser substituídas por aumento de produtividade. E o ingresso de produtos importados decorrentes da abertura da economia brasileira ao comércio exterior elevou a competitividade e reduziu as margens de lucro.

Apesar de ainda ser comum encontrarmos uma legião de contabilistas discípulos de Luca Pacioli, preocupados exclusivamente com questões de caráter burocrático, a conjunção da estrutura tributária insana de nosso país, com margens reduzidas e competição crescente, sugerem uma oportunidade ímpar para um novo profissional de contabilidade, dotado de visão estratégica.



Coluna de Marizete Furbino - Excelência em Gestão! - Por Adm. Marizete Furbino



Coluna de Marizete Furbino - Excelência em Gestão! - Por Adm. Marizete Furbino

«Se você ainda quer que as coisas permaneçam como estão, já está na hora de você mudar de opinião!». (Giuseppe di Lampedusa)

A empresa que se preocupa com a excelência em sua gestão «não dorme com os olhos dos outros», pois possui uma visão que norteia e direciona todo o processo organizacional, que é a visão de futuro.
Assim, além de pensar e um repensar de toda a gestão, enxerga oportunidades, são pró-ativas, se antevendo aos fatos, traçando estratégias, se envolvendo e comprometendo com a gestão de forma a vislumbrar e a atuar em prol de um futuro melhor, garantindo desta forma não somente sua perpetuação, mas sua solidez no mercado.

Conceber a empresa com uma visão sistêmica, de forma a implementar parceria, cooperação e colaboração junto ao ambiente interno e externo, contribui bastante para que a empresa alcance a excelência e faça seu diferencial no mercado; assim, torna-se imprescindível enxergar a empresa como um ser humano, que além de viva e atuante, funcione de forma integrada, interagida e interligada, de modo que todos os envolvidos realizem de fato parcerias, cooperação e colaboração. é através de um verdadeiro trabalho em equipe e da soma, que existirá maior interação, cooperação, colaboração, e como resultado do trabalho coletivo, a excelência será naturalmente alcançada.

Neste sentido, conceber a idéia de que as pessoas são os pilares ou esteios que sustentam uma organização é de suma importância quando se fala em excelência em gestão. Assim, enxergar o colaborador como o maior patrimônio da empresa é fator sine qua non para alcançar a excelência na gestão; assim, a gestão deverá se basear em compartilhamento de poder, confiança, negociação, reciprocidade, compromisso e envolvimento. é preciso que a empresa «aposte todas as fichas» em seus colaboradores, reconhecendo-os como sendo um patrimônio intangível valioso, e que somente através da participação efetiva dos mesmos é que conseguirá alcançar a tão almejada excelência.


No tempo do Inverno - Crónica de Arlete Piedade



No tempo do Inverno - Crónica de Arlete Piedade

Com esta primeira semana de chuva e frio que marca o início efetivo do Outono em tempo real, uma vez que pelo calendário já começou há mês e meio, recordo-me de outros invernos e recuo de novo, até ao tempo da minha infância.

Uma das primeiras recordações que tenho do Inverno, foi de um dia de queda intensa de granizo, tão forte e em tanta quantidade, que tapou todo o peitoril da janela, da sala de nossa casa na aldeia, de onde eu espreitava do lado de dentro, muito surpreendida e também desejosa de abrir a janela e brincar com aquelas bolinhas brancas e frias.

Claro que a minha mãe não deixou, e imagino que me terá tentado explicar que podia constipar-me. Mas essa parte já não me lembro, só imagino, pela comparação com o que os pais costumam fazer com os filhos.

Recordo também quando ia para a escola, atravessando os campos pelas estradas rurais, com as outras crianças, dos campos cobertos de geada, todos brancos e do encanto que sentia com toda aquela brancura e da luz do sol nascente, cujos raios incidiam nos cristais, fazendo brilhar esplendorosamente toda a paisagem.

Mas era muito frio e as nossas mães, para nos aquecerem as mãos e os sapatos antes de sairmos de casa, na falta de luvas e outros agasalhos, colocavam pedras redondas entre as brasas da lareira, para aquecerem, as quais depois enrolavam em papeis de jornal, para levarmos nas mãos e nos aquecerem.

O pior aconteceu, quando uma das pedras estava quente demais e pegou fogo ao papel, provocando apenas um susto, pois de imediato a criança a jogou fora.



sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Histórias...mais que histórias - Por Karolina Felipe - A escolha é sua!



Histórias...mais que histórias - Por Karolina Felipe - A escolha é sua!
Você já ouviu alguma vez falar de livre-arbítrio?
Livre-arbítrio quer dizer livre escolha, livre opção.
Em todas as situações da vida, sempre temos duas ou mais possibilidades para escolher.
E a cada momento a vida nos exige decisão. Sempre temos que optar entre uma ou outra atitude.

Desde que abrimos os olhos, pela manhã, estamos optando entre uma atitude ou outra. Ao ouvir o despertador, podemos escolher entre abrir a boca para lamentar por não ser nosso dia de folga ou para agradecer a Deus por mais um dia de oportunidades, no corpo físico.
Ao encontrarmos o nosso familiar que acaba de se levantar, podemos resmungar qualquer coisa, ficar calado, ou desejar, do fundo da alma, um bom dia.
Quando chegamos ao local de trabalho, podemos optar entre ficar de bem com todos ou buscar o isolamento, ou, ainda, contaminar o ambiente com mau humor.
Conta um médico, que trata de pacientes com câncer, que as atitudes das pessoas variam muito, mesmo em situações parecidas.
Diz ele que duas de suas pacientes, quase da mesma idade, tiveram que extirpar um seio por causa da doença. Uma delas ficou feliz por continuar viva e poder brincar com os netos, a outra optou por lamentar pelo seio que havia perdido, embora também tivesse os netos para se distrair.

Leia este tema completo a partir de 31/10/2011

Minha Primeira Mestra - Texto de Arlete Deretti Fernandes



Minha Primeira Mestra - Texto de Arlete Deretti Fernandes              

«Aos velhos e jovens professores, aos mestres de todos os tempos que foram agraciados pelos céus por essa missão tão digna e feliz. Ser professor é um privilégio. Ser professor é semear em terreno sempre fértil e se encantar com a colheita. Ser professor é ser condutor de almas e de sonhos, é lapidar diamantes» Gabriel Chalita

Lembro-me com carinho de sua mão firme segurando minha mãozinha de criança e conduzindo-me pelo caminho das primeiras letras. Fazia-o com muito afeto, o que me fez despertar o gosto pela profissão.
Despertou em mim muito cedo o prazer pela leitura. Tive contato precoce com dois autores, livros estes que guardo comigo até hoje:
 Emília no País da Gramática, de Monteiro Lobato.
 Aventuras No Mundo da Saúde, de Erico Veríssimo.

Matriculada na escola, fui admitida no segundo ano primário, pois já sabia ler, escrever e fazer as operações aritméticas.
 Minha primeira professora, quando ainda ensinava em sua escola, o que fez durante muitos anos, fazia-o por amar a profissão e ao ser humano.

Contava-me fatos ocorridos com seus alunos, alguns emocionantes e outros cômicos.
 Havia naquele tempo o Inspetor Escolar, profissional que passava de surpresa nas escolas para «examinar» os alunos em todas as disciplinas e com muito rigor .


Emília Marcelino Daniel Marques Leitão - Biografia, Bibliografia e Entrevista conduzida por Arlete Piedade



Emília Marcelino Daniel Marques Leitão - Biografia, Bibliografia e Entrevista conduzida por Arlete Piedade

Conheci Emília Daniel, como poetisa, ao participarmos juntas na antologia de poemas, Poetas de Santarém, há cerca de cinco anos e deste aí temos mantido contatos que se renovaram este ano por ocasião do Dia Mundial da Poesia e do evento promovido pela Biblioteca Municipal de Santarém, no qual participámos de novo em conjunto com outras pessoas ligadas á poesia e cultura.
Já este mês voltámos a encontrar-nos no I Evento Poético-Literário do Seixal, para o qual nos deslocámos juntas, devido a residirmos na mesma cidade.

Sendo esta senhora, uma pessoa que teve um percurso de vida multifacetado e brilhante, ligado á floresta e ambiente, primeiro em Moçambique onde se formou, trabalhou e viveu 30 anos, em seguida lecionando nos Açores e também com um estágio em França, num instituto de investigação ligado á agronomia, não podemos deixar de começar esta entrevista, falando desta parte tão essencial á economia de um país e que tão deixado de lado tem sido em Portugal nas últimas décadas.



Carta a um velho amigo metalúrgico - Crónica de António Carlos Affonso dos Santos - Acas


Carta a um velho amigo metalúrgico - Crónica de António Carlos Affonso dos Santos - Acas

Caro amigo,
Estamos ficando mais velhos! Os anos se sucedem. As lembranças da Cobrasma, em Osasco; no distante ano de 1971, ainda estão em nossas lembranças. éramos também pouco mais que adolescentes à época.

As crianças, que ainda há pouco choramingavam em nossos colos, hoje são mães e pais. Os netos correm pelos corredores, pelos jardins. Nós testemunhamos «par e passo» o quanto nosso país mudou nos últimos anos. Avançamos na tecnologia e regredimos nos costumes. Ficou o respeito entre os mais antigos.

Temos que nos adaptar a conviver com os desiguais; coisas do modernismo! Nossas companheiras; legado vivo de nossa existência e nós mesmos, já começamos a nos queixar das dores que a idade provoca. Quando somos jovens, projetamos muitos sonhos. E muitos deles não se tornaram realidade; alguns sonhos nós conseguimos realizar, ainda que, muitas vezes, não os realizamos da forma como os idealizamos. A idade tem um ingrediente ótimo; que é a temperança. Nós somos mais calmos para tomarmos decisões, que, via de regra, tornam-se cada vez mais sábias.

- Meu amigo. Estamos ficando mais velhos! Os anos se sucedem. Aos poucos, ficamos sabendo de um ou outro ex-colega de trabalho ou escola que já partiram desta vida levando alguma história, onde nós também fazíamos parte. Vimos muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento.



Ivone Boechat - A filosofia popular sobre a morte



Ivone Boechat - A filosofia popular sobre a morte

Quando eu era criança, o velório era um acontecimento.
A cidade era pequenina, então tudo se divulgava rápido. Em pouco tempo, o alto falante da igreja onde o falecido frequentava comunicava, em alto e bom som, o passamento desta para uma vida melhor, ou se usava um carro anunciando detalhes: quem morreu, onde, idade, motivo do óbito.

A morte pairava nas piadas! Antes de acontecer o pior, até o doente bem humorado brincava: fiquei tão mal que por mais um pouco comia capim pela raiz; pensei que ia vestir um pijama de madeira, etc...Depois, se porventura o sujeito morresse, aí, sim, a coisa era levada a sério e o sepultamento era um fato social marcante.

Naquele tempo, não se fechava uma tampa de caixão sem jogar perfume e pétalas de flores sobre o defunto. Já fui encarregada de comprar muito perfume ruth para pulverizar por cima do morto. Nunca me esqueci do cheiro. O perfume, claro, perdia a personalidade, por causa do odor muito forte de cravo, cravina, brinco de princesa, de rosas miúdas de cores variadas.

Não havia casa de venda de flores, as crianças saiam pedindo nas portas da casa. Já ouvi muita coisa.
 - Esse defunto morava em cima da pedra?
 - Vou dar, mas não sei nem se merece.
 - Vá em paz.
 Houve negação:
 - Pra aquele cara ? Bata em outra porta.
 A caravana de crianças saía em mutirão solidário e não respondia a nenhuma provocação, nada. Quem deu, tudo bem.



Coluna de Manuel Fragata de Morais - MEMORIAS DA ILHA - CRONICAS - DE HOMENS, PORCOS E OVELHAS



Coluna de Manuel Fragata de Morais - MEMORIAS DA ILHA - CRONICAS  - DE HOMENS, PORCOS E OVELHAS
Não deixei de sorrir ao ler nas «Curiosidades» do Jornal de Angola, sobre a prisão de um homem por ter tido relações sexuais com um porco.
 Imaginem!
 
Tantas foram as questões que se me colocaram e a tal velocidade, que por fim já não sabia como chegar a uma conclusão.
Tentei ver os direitos do cidadão suinófilo, e verifiquei que cada um come do que gosta, ainda por cima se for carne de porco.
Tentei ser magnânimo e defender a honra violada do porco, pôr na balança o peso do seu predestino, indagando-me se não viria a sofrer muito mais no facão, chegada a altura.

Achei, portanto, que o porco, se tivesse visão, deveria ter mantido aquele relacionamento na clandestinidade e não ter nada de que se ter posto para ali aos gritos, sem o mínimo de pudor. Todos conhecemos quanto grita um suíno, ainda por cima norte-americano, bem alimentado, 56 quilos de alta e vitaminada ração, cientificamente preparada, e de fazer inveja, em termos de proteínas, à alimentação de muita criança mundo afora.

Se decidiu bater com a língua nos dentes e desatar a gritar exactamente no momento em que a mana do pacato Austin Gullette passava, dando a conhecer ao mundo aquele amor incompreendido e viril, o que esperava?



Coluna de Manuel Fragata de Morais - O FANTASTICO NA PROSA ANGOLANA - O CABELO E A FOME de António Fonseca



Coluna de Manuel Fragata de Morais - O FANTASTICO NA PROSA ANGOLANA - O CABELO E A FOME de António Fonseca
O cabelo e a fome eram irmãos e viviam na mesma aldeia.
 Um dia foram às partes do leste fazer negócios para, de seguida, irem comprar escravos e bois. Foram ao leste e trocaram borracha com fardos de mantas e panos. Estavam já de regresso, quando, a meio do caminho, o céu ficou carregado ameaçando chuva.

A fome começou logo a cortar ramos de árvores, a arrancar capim e construiu uma cubata e meteu-se lá com o seu fardo. Quando o cabelo ia também meter lá o seu fardo, a fome disse-lhe:
 – Aqui não entras.
 O cabelo disse à fome:
 – Irmã, embora eu possa suportar as chuvas ficando fora, deixa-me guardar o meu fardo na tua cubata.
 Todavia, a fome não ligou ao pedido.

Choveu muito e o cabelo ficou ele molhado. Depois meteram-se a caminhar e, tendo andado bastante, dormiram. Quando nasceu o novo dia, o cabelo disse:
 – Irmã, fiquemos hoje aqui para eu estender e secar o meu fardo que se molhou com as chuvas de ontem.
 Mas a sua irmã fome não ligou novamente ao seu pedido.



Conto de Cremilde Vieira da Cruz - Avómi - A BRUXA MALUCA



Conto de Cremilde Vieira da Cruz - Avómi - A BRUXA MALUCA

Era uma bruxa tão maluca, tão maluca que ficou apelidada de Bruxa Maluca. Ela era muito rica e tinha uma vassoura de ouro, linda e valiosa. Como era muito desastrada, de vez em quando perdia a vassoura. Como era bruxa, fazia as suas poções para adivinhar onde estava a vassoura e também para fazer mal a quem a tivesse encontrado e não a quisesse devolver.

Certo dia, estava a Bruxa Maluca a fazer uma das suas poções, começou a ouvir um barulho muito esquisito e a ver sair um fumo muito azul do recipiente onde fazia a poção. Ela achava que era a melhor bruxa do mundo e ficou admirada com o que estava a acontecer, mas não se alarmou. Correu para o outro extremo da sala onde fazia as bruxarias, pegou noutro frasco e começou a fazer outra poção, desta vez para adivinhar o que estava a acontecer com a outra poção que fizera antes e originara aquele barulho e fumo azul.

Aí é que foram elas...! Mal ela deitou para dentro do frasco, um líquido branco, o frasco começou a deslocar-se da mesa e a subir, subir, até que bateu com toda a força no teto e se estilhaçou em mil pedaços. A bruxa ficou desesperada e desatou aos berros, porque tudo lhe corria mal e não conseguia localizar a vassoura, para sair dali por algum tempo. Então resolveu disfarçar-se.

Foi a um baú onde tinha muitas roupas e vestiu um lindo vestido de noite, calçou sapatos elegantes, pôs um chapéu e foi para a rua. Na rua ninguém a conhecia, porque o chapéu tinha um véu que lhe cobria a cara. Porém, como estava vestida de maneira não apropriada para aquela hora da manhã, quando passava, as pessoas olhavam e riam-se dela, o que a deixava cada vez mais furiosa, mas, por mais que desse voltas à imaginação, não arranjava solução para o que lhe estava a acontecer.

Voltou a casa, desfez todas as poções que antes havia iniciado, no entanto continuava sem a sua preciosa vassoura e tinha necessidade de a encontrar. Mas como? Pensou, pensou... Estava muito distraída ao canto da sala, ouviu uma porta a abrir-se e assustou-se. Então pensou:





 

Poesia de Carlos Camões Galhardas - Matias José - Homenagem ao Poeta Fernando Pessoa; PELA NAO VIOLENCIA



Poesia de Carlos Camões Galhardas - Matias José - Homenagem ao Poeta Fernando Pessoa; PELA NAO VIOLENCIA

Homenagem ao Poeta Fernando Pessoa

O VALOR DAS COISAS

Está em tudo o que pomos
E como o fazemos...
Tudo quanto somos,
Ou tanto as queremos!

TEMPO QUE DURAM
Mais importante que o tempo
Que duram sem ter medida,
é o instante... o momento,
Fazendo parte dessa vida!

PELA NAO VIOLENCIA
«CAOS»
Instala-se o caos dos condenados,
Ouvem-se gritos isolados
Na antemanhã dos mutilados.
Os seres mais fragilizados
Fecham-se a mil cuidados
Com medo de ser interrogados.
Noutro mundo exilados
Permanecem d’ olhos fechados
Escondendo tempos passados…
Tristes, sós e abandonados!
Os diabos, esses são aclamados,
Como senhores idolatrados;
Passeiam-se engalanados
Depois dos crimes executados…

Leia este tema completo a partir de 31/10/2011

Crónicas e ficções soltas - Alcoutim - Recordações XVI - Por Daniel Teixeira - Figos de pita, medicina caseira e bruxaria


Crónicas e ficções soltas - Alcoutim - Recordações XVI - Por Daniel Teixeira - Figos de pita, medicina caseira e bruxaria

Ultimamente tenho lido no Blogue Alcoutim Livre algumas coisas sobre figos de pita. Fiz até um aprofundamento sobre a questão e fui encontrar também num outro blogue um concurso - festival realizado em Martim Longo sobre sabores da serra e sobre o figo de pita. Para quem não conhece, por não ser de região onde exista este tipo de vegetação, figueira de pita ou figueira da índia é um cacto que como se liga logo será próprio de regiões desérticas e pouco irrigadas.

Não vou fazer um estudo sobre esta planta nem sobre os seus frutos mas sei que ultimamente esta planta anda quase pelas mesmas ruas do aloé vera realçando-se as suas qualidades curativas e as vantagens na sua utilização, mais vitamina C e capacidades cicatrizantes por exemplo e vantagens na diminuição e combate ao colesterol e possibilidade de ter capacidades que desconheço de que forma actuariam no tratamento da diabetes tipo II.

Ora este cacto existe um pouco pelo menos no nordeste algarvio e no Alentejo e até no Brasil sob outro nome mas o que me admira nesta história toda, sem colocar em causa os estudos, é que na grande parte dos casos são as populações locais que fazem nascer as mezinhas que depois se generalizam. Ou seja, e para ser mais claro, primeiro a mezinha caseira depois a descoberta / reconhecimento científico baseada num desenvolvimento dessa mesma mezinha caseira, isto quando a raiz do remédio não é obtida em laboratório ou de forma sintética.



domingo, 23 de outubro de 2011

Jornal Raizonline nº 143 de 24 de Outubro de 2011 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - Cronicando



Jornal Raizonline nº 143 de 24 de Outubro de 2011 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - Cronicando

Ao longo destes «oficiais» 143 números do Jornal Raizonline, e antes disso durante os não numerados de «experiência», semanalmente, e todas as semanas menos uma que eu me lembre, tenho «cronicado» sempre, algumas vezes de uma forma demasiado apressada e pressionado também pelo tempo.

Temos feito ponto de honra em fornecer atempadamente todas as semanas o respectivo número do nosso jornal, por isso fechamos a «loja» quase sempre pelo início da madrugada aqui em Portugal.

Atrasos tem havido mas na sua grande parte e ultimamente (há mais de um ano pelo menos) se não houverem razões de ordem informática ou netística a empatar temos o nosso trabalho feito a horas e pronto a sair na pontualidade que se requer.

 Trabalhamos também de forma benévola (termo que não gosto muito) e por amor à arte. Nada nos obriga senão a nossa consciência a fazer aquilo que fazemos e gostamos de fazer. Somos amadores naquele sentido mais puro da ideia grega e temos muito orgulho nisso.

Não porque o facto de ser amador seja maior que não o ser mas é uma questão de opção e de ideia sobre os conteúdos da opção. Teríamos sempre algum rebuço em cobrar pelo nosso serviço e se um dia isso vier a acontecer será sempre para satisfazer necessidades de organização e / ou amplificar a nossa intervenção.

Na verdade por vezes sentimos que as coisas poderiam correr melhor se houvesse da nossa parte um investimento diferente daquele que resulta do nosso esforço. Infelizmente hoje pouco se pode fazer sem a tal moeda (mesmo estando ela em crise) que deixa comprar não propriamente melões mas aquelas coisas que poderiam acrescentar efeitos diferentes e resultados diferentes ao nosso trabalho.



POESIA DE : Jorge Manuel Brites Pereira - NUNCA ME VOU CANSAR; NUNCA TE DETENHAS; NENHUMA DATA ESPECIAL



POESIA DE : Jorge Manuel Brites Pereira -  NUNCA ME VOU CANSAR; NUNCA TE DETENHAS; NENHUMA DATA ESPECIAL
 
 NUNCA ME VOU CANSAR
 
 Meu amor...
 Nunca me vou cansar
 De exprimir o que sinto por ti !
 Arriscar-me-ei a tornar repetitivo.
 Não me importo de ser reprovado
 Por gritar bem alto,
 A intensidade da minha paixão !
 Posso repetir gestos, palavras,
 Loucuras do nosso amor !

NUNCA TE DETENHAS
 
 Tem sempre presente, que a pele se enruga,
 que o cabelo se torna branco, que os dias se
 convertem em anos, mas o mais importante não muda !
 Tua força interior e tuas convicções não têm idade.
 Teu espírito é o espanador de qualquer teia de aranha !
 Atrás de cada linha de chegada, há uma de partida.
 Atrás de cada trunfo, há outro desafio !

NENHUMA DATA ESPECIAL
 
 Meu amor...
 Não é Natal, nem fim de ano,
 Não é nenhuma data especial !
 Nada de mais, nada de mau,
 é só um dia sem te ver !
 Estou só com a solidão.
 Só te chamei porque te amo !
 Quero-te ver, quero-te amar.
 Só chamei...
 Porque é grande a minha paixão
 Lá bem no fundo do meu coração !
 Dentro dele,
 Ternos impulsos animam meus sentidos !

Leia este tema completo a partir de 24/10/2011

Poemas de Ivone Boechat - Caos; Destruição, não! ; Educador



Poemas de Ivone Boechat - Caos; Destruição, não! ; Educador

Caos

Há um momento na vida
de terror definitivo,
de fracasso tremendo,
de sangrar a ferida.
Nada rende,
não há remendo,
nem consolo,

Destruição, não!
Não impeça que os pássaros voem
na direção que quiserem,
não interrompa seu canto,
não destrua seus ninhos
que se escondem pelos ares.
Não faça muralhas impedindo
que os rios desfilem tranqüilos
na direção dos mares,
eles são os primeiros habitantes
do Planeta.

Educador
Educador,
por favor, vença,
você não deve permitir
que alguém saia de sua presença
sem se sentir melhor e mais feliz.
Educador,
oferece a flor
de sua vida
ao que sofre
na despedida,
chorando por fracassar.
Tente de novo,
ajude a levantar o cansado,

Leia este tema completo a partir de 24/10/2011

Festival Nacional de Gastronomia de Santarém, começou esta sexta-feira 21 de Outubro.



Festival Nacional de Gastronomia de Santarém, começou esta sexta-feira 21 de Outubro.

Santarém recebe a 31ª edição do Festival Nacional de Gastronomia entre os dias 21 de Outubro e 6 de Novembro, na Casa do Campino.

Organizado há três décadas, o festival tem como objectivo apresentar e promover a cozinha regional portuguesa. Sob o lema «O País à Sua Mesa», a programação deste ano dedica cada dia a uma região diferente. Os almoços serão, assim, temáticos, associados a produtos típicos da gastronomia nacional.

O dia 22, por exemplo, é dedicado à caça, representada por Lisboa e Vale do Tejo. Seguem-se, nos restantes dias, o pão, o bacalhau e leitão, o peixe e marisco, as carnes, o sabor das ilhas, o borrego da raça bordalesa, o peixe e o cabrito. O dia 29 é dedicado às tapas espanholas. Há espaço ainda para a realização do 3º Concurso do Petisco e espectáculos ao vivo. No primeiro dia, a entrada é grátis e nos restantes custa 2,5 euros.

O ano é de crise e a organização do Festival Nacional de Gastronomia partiu para a edição deste ano com um orçamento reduzido em 20%.. Segundo os responsáveis, a expectativa é de que aconteça também uma redução nas receitas oriundas das entradas no festival. Por isso, a edição deste ano do Festival apostou em diversificar a oferta de animação apresentado uma cartaz musical de luxo com nomes grandes do panorama nacional português como os casos da fadista Joana Amendoeira, André Sardet, João Pedro Pais, Herman José, entre outros.


 

Fundação Logosófica – Em Prol da Superação Humana - São Paulo - O poder dos estímulos - (Carlos Bernardo González Pecotche – RAUMSOL)


Fundação Logosófica – Em Prol da Superação Humana - São Paulo - O poder dos estímulos - (Carlos Bernardo González Pecotche – RAUMSOL)

Nada gravita mais sobre a vida do ser do que o estímulo, e nada se mostra mais esquivo às pretensões humanas.

O homem anda, por assim dizer, às tontas pelo mundo, como a nave que sulca os mares sem direção, como as nuvens que vagam pelo espaço. Salvo raras exceções, passa seus dias imerso na maior desorientação. é visto constantemente a se queixar de sua sorte, deprimido e até enfastiado com as diversões.

Poderíamos dizer que ele não encontra na vida justificativa para sua existência. E se por momentos algo satisfaz seu espírito, saturando-o de felicidade, isso é só um instante em relação à distância que medeia entre o princípio e o fim de sua vida.

O desconhecido o atrai, uma vez que tudo é mistério para ele. Seu conhecimento é ínfimo, se comparado com toda a Sabedoria que o rodeia e que, por sua limitação, não percebe; inconscientemente, porém, experimenta uma necessidade íntima de penetrar e descobrir, para tranqüilidade própria, tudo aquilo que seu entendimento não discerne, que nem sua razão nem sua inteligência podem julgar, e que por um desígnio natural excita e fustiga constantemente sua natureza, convidando-a a participar da vida universal que flui de toda a Criação; a essa vida o homem permanece alheio, desconhecendo-a e até menosprezando-a em sua total intemperança, como uma prova cabal e irrefutável de sua inconsciência.



COLUNA DE ABILIO LIMA - Noticias da Semana e Agenda da Semana



COLUNA DE ABILIO LIMA - Noticias da Semana e Agenda da Semana

Pena de morte: UE quer a abolição universal
O dia 10 de Outubro foi assinalado como o Dia mundial e europeu contra a pena de morte, cuja abolição em todo o mundo é um dos principais objectivos da política da UE em matéria de direitos humanos. A UE considera que a pena de morte é desumana e constitui uma violação da dignidade humana. Além disso, não produz qualquer efeito dissuasor sobre os crimes violentos. A pena de morte aplicada na sequência de um erro judiciário, a que não está imune qualquer sistema judicial, representa a perda irreversível de uma vida humana. Desenvolvimento em IP/11/1160, MEMO/11/669.
Reformas fiscais: os desafios da política fiscal para os Estados-Membros
As consequências da crise económica e financeira fazem-se duramente sentir nas receitas públicas. Após a aplicação de uma vasta gama de medidas de relançamento fiscal entre 2008 e 2010, a política fiscal está agora claramente orientada para um saneamento muito necessário das finanças públicas dos países membros, que se impõe tanto mais quanto alguns deles enfrentam dificuldades no financiamento da sua dívida soberana. O relatório de 2011 intitulado «Tax reforms in EU Member States: Tax policy challenges for economic growth and fiscal sustainability» examina as últimas tendências no que diz respeito às receitas e reformas fiscais nos países membros. Desenvolvimento em IP/11/1166.

Mercados da energia: novas regras para o comércio grossista de gás e electricidade




Três textos de Varenka de Fátima Araújo - O rapaz do sapato grande; De olho na literatura; O menino Africano



Três textos de Varenka de Fátima Araújo - O rapaz do sapato grande; De olho na literatura; O menino Africano

O rapaz do sapato grande

Lili estava esperando um senhor cego que vende vassouras, ele desce a rua Carlos Gomes com vassouras fabricadas por ele, aprendeu este ofício antes de ficar cego, numa noite de sexta-feira, foi a pressão do olho que subira repentinamente, não falou mais sobre a perda da visão, com suas mãos e as pontas dos dedos passou a ver o mundo. Para sustentar sua família, vende suas vassouras na rua ,desce por uma e sobe a Avenida Sete.

De olho na literatura

Tudo começou nesta terrinha. Tem gente que respeita o trabalho, a cama é sagrada para fazer amor. Teve em cada época sua revolta. Passeatas, passeatas, passeatas.
Hoje,14 de novembro um novo marco. Uma passeata da literatura, crianças das escolas da periferia acenando com as mãos, portando cartazes com poesias, com retratos dos poetas: Castro Alves, Jorge Amado e outros ilustres poetas contemporâneos declamando, outros radiantes dando entrevistas.

O menino Africano

No chão batido da rua. Imagens multicoloridas, de homens e mulheres de cor, vestidos de vermelho e verde, amarelo e azul, lilás e verde, vinho, magente e verde sua pele negra serve de fundo de tela, todas as cores combinam com negro. Repetidamente um redemoinho, quando passa a poeira, tudo normal.
A feira tem verduras e frutas, carne, e o prato do dia é o que oferecem os africanos de uma certa cidade.


sábado, 22 de outubro de 2011

COLUNA do Prof. Menegatti - Baixo custo, alto índice de satisfação do cliente...; Passos para vencer conflitos no trabalho...



COLUNA do Prof. Menegatti - Baixo custo, alto índice de satisfação do cliente...; Passos para vencer conflitos no trabalho...

Baixo custo, alto índice de satisfação do cliente...

Embora a prática das boas maneiras seja fundamental para um bom serviço, todos nós já tivemos experiências em que isso não aconteceu. Quem já não teve de enfrentar funcionários mal-educados, desinteressados ou rudes.
Para que isso não aconteça, veja alguns exemplos de cordialidade:
* Dar passagem e abrir portas para os outros.
* Usar as palavras: bom dia, boa tarde, por favor, obrigado, licença,
como vai.
* Ligar de volta como prometido.
* Oferecer-se para carregar o embrulho de alguém.
* Fazer elogios sempre que possível.

Passos para vencer conflitos no trabalho...

Não revele informações confidenciais: quando estamos no meio de uma discussão ou conflito, é natural citarmos as opiniões, impressões e afirmações de outras pessoas para fortalecer nossos argumentos. Revelar, durante uma discussão, coisas que nos foram ditas em segredo significa trair essa confiança. Trair a confiança de outra pessoa, durante uma discussão, causa prejuízos duradouros à sua própria reputação e a dos seus relacionamentos.

Não responda com a mesma moeda: muitas discussões e conflitos são causados por imaturidade e não levam a nada. Se alguém insultar você ou colocar em dúvida seu caráter, não responda da mesma forma. Se você responder a um tolo, se tornará também um tolo. Desmascare os argumentos sem ofender. Se não for receptivo, simplesmente vá embora. Deixe que a outra pessoa sofra as consequências da própria tolice.



Recordar o Raizonline - Trabalhos de Números de Arquivo - Laudelina - Por: Cecílio Elias Netto - (Por especial gentileza do autor)

Recordar o Raizonline - Trabalhos de Números de Arquivo - Laudelina - Por: Cecílio Elias Netto - (Por especial gentileza do autor)

Sempre estiveram abertas e viçosas as flores de Laudelina. Quem passasse pela antiga casa, na esquina da 15 com José Pinto de Almeida, poderia vê-las, ainda que protegidas por grades, pedindo para serem roubadas. Pois as flores de dona Laudelina Cotrim de Castro surgiram para ser roubadas por moços enamorados.

Eramos uma cidade sem grades, num tempo sem prisões morais e sustos. Em noites de serestas, as flores de Laudelina ficavam assanhadas à espera de quem as roubasse para levar às janelas das namoradas, noites de serestas sob céus enluarados.

Pulava-se a mureta do jardim num fingimento comum: ela fingia não ouvir passos mansos no jardim, nós fingíamos que a estávamos enganando.

Quando passo por lá, não consigo deixar de pensar nas flores de Laudelina. E, talvez por essa tristeza que surge não se sabe de onde ou porquê, dá-me uma vontade danada de pular o muro, roubar rosas em plena tarde chuvosa, sair caminhando em busca de um violão e, então, sentar na sarjeta e chamar os amigos para cantar modinha de coisas de amor.

Pois estão muito feios os nossos tempos e parece que vão enfeiando até mesmo o amor.
E, na tristeza repentina de uma tarde chuvosa, as flores de Laudelina pareceram aqueles «psius» que ela sabia dar quando se deparava com tolices das pessoas.
é um «psiu» que permanece no ar, diante das tolices que vimos fazendo nesse ir sem saber para onde, nesse vir sem ter para o quê voltar.

A casa que foi de Laudelina fizeram bater uma saudade danada dentro do peito, saudade ou nostalgia não consigo definir, mas sei que melancolia doída como garoa fina caindo em folha seca.
Não sei se foram as rosas, se a ausência de Laudelina Cotrim de Castro o que começa a machucar e a doer, pois essa sensação de ausência dói e machuca.

Laudelina preenchia todos os espaços vazios de Piracicaba e sabia afastar qualquer tristeza.
Ela não suportaria viver em tempos tão amargos, mas não fugiria deles. Laudelina mudaria os tempos, pois ela era mulher de mudar, de transformar, de mexer.

E se o jardim da casa dela ficou é porque ela permanece viva em algum lugar e não a estamos vendo. O «psiu», agora, entra pelo coração. E fica incomodando.

CORONEL FABRICIANO - 098 - Os Grandes - BENEDITO FRANCO



CORONEL FABRICIANO - 098 - Os Grandes - BENEDITO FRANCO 
* Morando no Rio, tinha bastante oportunidade de ver os grandes do mundo passando por lá.

Residia no bairro do Catete, Rua Santo Amaro, em frente à Beneficência Portuguesa. Bastava descer um pouco e estava nos jardins ao lado do Monumento dos Pracinhas. Logo após a esquina da rua, está a Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro. Os grandes passavam ou iam até lá.

Em frente à Cúria havia uma banca de jornal, onde, às 5h 30m recebia um sorriso, um cumprimento e, às vezes, algumas palavras do extraordinário Don Helder Câmara - como eu, comprava o jornal constantemente.

· Eisenhower vi bem de perto, não mais que cinco metros, recebendo um aceno de mão do general - presidente dos Estados Unidos.
Para a visita, numerosos seguranças dos Estados Unidos e uma banda de música de uma de suas forças armadas.

Hoje o aeroporto internacional do Rio de Janeiro é o Galeão. Na época usava-se mais o Aeroporto Santos Dumont, no centro, em frente ao Pão de Açúcar.

A banda dos soldados americanos, partindo do Rio em um avião de mais de cem passageiros, assim que decolou, bateu de frente no Pão de Açúcar, falecendo todos.