sábado, 22 de outubro de 2011

Um milho sobre a mesa. - Crónica de Haroldo P. Barboza



Um milho sobre a mesa. - Crónica de Haroldo P. Barboza

Prezados colegas que eventualmente assistem ao programa «Um milhão sobre a mesa» do SBT! Eu deixei de assisti-lo depois da 3ª apresentação.

Após breve troca de considerações através de e-mails e ainda sem uma explicação lógica dos Matemáticos da Nestlé ou do SBT (que já receberam esta nota) chegamos a estas breves conclusões (comparando com o programa «Um contra cem») sobre o modelo de programa que alardeia a concessão de tal prêmio à dupla que participa da gincana:

Em qualquer dos programas, para se obter o prêmio máximo é preciso mesclar 97% de conhecimento + memória, 2% de lógica e 1% de sorte. Numa população composta por 99% de desconhecedores da língua portuguesa, quantos saberão a terminologia em Latim de uma espécie de legumes ou verduras (como foi colocado na estréia do «Um milhão sobre a mesa»)? Típica pergunta (que não é sorteada pelo participante – simplesmente «aparece» no telão) para derrubar até mesmo um agricultor experiente!

No programa «Um contra cem» o candidato tinha algumas chances de avançar (e elevar a premiação) contando com algumas opções de auxílio a cada pergunta. E tinha a possibilidade de desistir em determinado ponto e levar consigo o que merecidamente havia conquistado. Muitos chegaram a ganhar R$ 300.000,00 em média.

No programa «Um milhão sobre a mesa» não existem chances de ELEVAR a premiação conforme o candidato (mesmo com ajuda do par) ultrapasse etapas. Na melhor das hipóteses mantém o valor inicial se tiver alto conhecimento sobre literatura, latim, música, cinema, alimentos, política, esportes diversos, transportes e outras dezenas de aplicações que nos cercam. Basta uma pergunta de algo que ocorreu há mais de 50 anos para obriga-lo a fatiar seu montante.

Ainda mais tendo um curto espaço de tempo para manejar com dificuldade gordos pacotes representando R$ 10.000,00. Em notas de R$ 100,00 o tamanho real do pacote chega a menos da metade do que é usado para complicar a vida do participante nervoso. Ainda por cima SEM nenhuma chance de desistir no meio da competição. Uma pressão psicológica elevada para o prêmio que se pretende oferecer.



 

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