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sábado, 7 de fevereiro de 2015

PASOLINI, de Abel Ferrara

PASOLINI, de Abel Ferrara  

Retirado de Cineclube de Faro





PASOLINI
Abel Ferrara, França, 2013, 86’, M/18


FICHA TÉCNICA
Título Original: Pasolini
Realização: Abel Ferrara 
Argumento: Maurizio Braucci e Abel Ferrara uma ideia de Nicola Tranquillino e Abel Ferrara 
Montagem: Fabio Nunziata
Fotografia: Stefano Falivene
Interpretação: Willem Dafoe, Riccardo Scamarcio, Ninetto Davoli, Maria de Medeiros
Ano: 2013
Origem: França
Duração : 86´



Um dia, uma vida. Roma, na noite de 2 de Novembro de 1975... O grande poeta e cineasta italiano Pier Paolo Pasolini é assassinado. Pasolini é um símbolo de uma arte que batalha contra o poder. Os seus escritos são escandalosos, os seus filmes são perseguidos pelos censores, muita gente o ama e muitos o odeiam. 

No dia da sua morte, Pasolini passa as últimas horas com a sua amada mãe e mais tarde com os amigos mais próximos, e finalmente sai para a noite no seu Alfa Romeo em busca de aventura na cidade eterna. Pela aurora, Pasolini é encontrado morto numa praia em Ostia nos arredores da cidade. Num filme flutuante e visionário, uma mistura de realidade e imaginação, Abel Ferrara reconstrói o ultimo dia do grande poeta.


CRÍTICA

Figura essencial na história do moderno cinema italiano, Pier Paolo Pasolini (1922-1975) surge, agora, como personagem central de um filme assinado pelo americano Abel Ferrara — um retrato notável, centrado numa magnífica interpretação de Willem Dafoe.

Escusado será dizer que nunca seria simples revisitar, em filme, a vida de uma personalidade tão fascinante, e também tão cheia de contrastes, como Pier Paolo Pasolini.

O autor de filmes como "O Evangelho Segundo São Mateus" (1964), "Decameron" (1971) ou "Salò ou os 120 Dias de Sodoma" (1975) foi, afinal, um criador tão ousado no plano temático como inventivo no domínio das linguagens — e, convém não esquecer, como cineasta, mas também enquanto escritor.

Ao abordar a figura de Pasolini, o americano Abel Ferrara resiste a qualquer caracterização banalmente biográfica, muito menos determinista. Aliás, o seu "Pasolini" começa por se distinguir pelo arco temporal que escolhe — trata-se de revisitar apenas o derradeiro dia de vida do cineasta (2 de Novembro de 1975), quando foi assassinado numa praia de Ostia, nos arredores de Roma.



Não estamos, assim, perante uma "evocação" tradicional. Por um lado, o filme mostra-nos um Pasolini empenhado no lançamento daquele que seria o seu derradeiro filme ("Salò"), ao mesmo tempo que se mantém uma voz activa na discussão da situação política em Itália; por outro lado, através da contaminação de diversos elementos (em particular a escrita de um argumento que deixaria inacabado), deparamos com um criador reflectido no espelho dos seus fantasmas, afinal discutindo sempre os sentidos da sua intervenção pública.

Para a vibração emocional dos resultados, é obviamente essencial a composição de Willem Dafoe. Ferrara dirige-o muito para além de qualquer lógica "ilustrativa", pedindo-lhe antes a definição de uma personagem envolvida num turbilhão de desejos e ideias que, em última instância, nos conduzem à discussão do próprio lugar social do artista. Nesta perspectiva, para além da sua visão dialéctica de Pasolini, o filme "Pasolini" pode ser também uma sugestiva porta de entrada no seu universo literário e cinematográfico.

João Lopes, rtp.pt/cinemax




sábado, 24 de janeiro de 2015

Dias de cinema - Por Carlos Guerreiro


Dias de cinema

Por Carlos Guerreiro

Retirado do Blogue Aterrem em Portugal


A memória dos 70 anos do final da II Guerra Mundial traz até Lisboa um conjunto de documentários e filmes que vão passar até aos primeiros dias de Fevereiro. No Cinema Ideal, na Rua do Loreto, passam diariamente até 4 de Fevereiro - três documentários de forma sequencial.

Assim, a partir das 16 horas, passa “O último dos injustos”, seguido às 20 horas de “O homem decente” e, por fim, às 21.45 horas, de “A noite cairá”. Aos fins de semana, às 11 horas, é tempo de rever, na mesma sala, “O grande ditador” de Charles Chaplin.

“O último dos injustos” é uma viagem a dois tempos ao Gueto de Theresienstadt, conduzida por Claude Lanzmann. Em 1975 ele entrevistou o último dos sobreviventes daquele que os nazis venderam como um gueto modelo.




No Cinema Ideal podem ver-se documentários sobre a II Guerra Mundial até ao dia 4 de Fevereiro.

Em 2012 ele regressou para recordar esse tempo. “O homem decente” é o retrato da vida e da mente do “Arquitecto da Solução Final”, Heinrich Himmler, feita através de de cartas, fotografias e diários encontrados na casa de família dos Himmler em 1945.

Em “A noite cairá” recupera as imagens filmadas pelos britânicos nos campos de concentração em 1945. O objectivo passava por editar um filme que servisse para mostrar aos alemães os horrores em que tinham participado.

Questões diversas adiaram a montagem da película que, com o surgimento da guerra fria, ficou esquecida em prateleiras. Também há cinema relacionado com a temática da II Guerra Mundial no Cinema S. Jorge. Trata-se de uma iniciativa do Goethe Institut, que preparou num ciclo temático com algumas das produções mais conhecidas da DEFA sobre o nacional-socialismo produzidas pós 1945.


No Cinema S. Jorge começa no dia 26 um ciclo com filmes Alemães sobre o Nacional-Socialismo pós 1945.

Tratam-se de cinco filmes, realizados nos anos 50 e 70, que vão passar a partir dos dia 26 naquela sala às 21 horas. O primeiro filme é “Estrelas”. Segue-se, no dia 27, “Nu entre Lobos”, a 28, “Jacob, o Mentiroso”, a 29, “Eu tinha dezanove” e a 30 “Os assassinos estão entre nós.

Para obter mais informações pode consultar a nossa Agenda ou ligar-se ao site do Goethe Institut  na iniciativa.

Bons filmes e bom fim de semana…

Carlos Guerreiro