sábado, 31 de dezembro de 2011

Fundação Logosófica – Em Prol da Superação Humana - São Paulo - Orientações sobre a experimentação do conhecimento logosófico - A felicidade - (Carlos Bernardo González Pecotche – RAUMSOL)



Fundação Logosófica – Em Prol da Superação Humana - São Paulo - Orientações sobre a experimentação do conhecimento logosófico - A felicidade - (Carlos Bernardo González Pecotche – RAUMSOL)

Uma das razões pelas quais o conhecimento logosófico conquista o espírito humano é a de estar fundamentado em verdades inalteráveis. Além disso, ele tende sempre a aproximar o ser da realidade da existência, o que lhe oferece a oportunidade de experimentar e perceber por si mesmo o fato certo configurado em todo conhecimento proveniente da sabedoria logosófica.

Vejamos: se tomarmos, depois de muitas observações, um grande número de seres, sem considerar para nada sua posição e seu estado, veremos que a maioria não sabe ao certo o que é a felicidade nem como ela pode ser alcançada e, menos ainda, conservada. Por que acontece isto? Simplesmente porque cada um destes seres – podemos afirmar isto – vive ausente de si mesmo, quer dizer, de sua própria vida e de sua própria realidade. E é assim como os fatos e as coisas passam inadvertidos a quase todos eles, já que, se estivessem presentes em seu conhecimento, assumiriam especial significado para seu entendimento e consciência.

Quem, por acaso, leva em conta seus fugazes instantes de felicidade e de alegria? Que importância se concede a esses mesmos estados? Que marcas deixam no espírito? Que reflexões promovem na inteligência?

Pensamos que muito poucas pessoas poderiam responder ao que estas perguntas sugerem. Talvez isso se deva a que o ser humano, embora aparente realizar todos os seus atos conscientemente, faça-o sem a menor segurança consciente, e talvez esta seja a causa de ele passar a maior parte de seus dias mergulhado em pesares, agitações e amarguras de toda natureza.



O Príncipe de Ofiúco - Novela de Arlete Piedade - VI Capítulo – Decisão - VII Capítulo – Encontro



O Príncipe de Ofiúco - Novela de Arlete Piedade - VI  Capítulo – Decisão - VII Capítulo – Encontro 

Youssef fez um esforço para voltar a guardar as suas recordações naquela caixinha que existia no fundo do seu espírito, lá bem encaixada num recanto que ninguém conhecia, e mesmo ele só abria em casos extremos.

Era como se Imelda fosse ainda a sua conselheira, a doce presença que tinha sido por sete anos plenos de amor, carinho, companheirismo e muito prazer, até ao dia em que aqueles malditos homens-insectos a tinham raptado, aproveitando a sua ausência em missão de socorro urgente.

 Ele tinha descido no escaler naquele asteróide, para preparar o resgate pela Patrulha, de um pequeno grupo de humanos náufragos de um acidente espacial, e deixado Imelda a bordo, enquanto a nave orbitava o pequeno planeta lentamente.

 Ele não sabia como tinha acontecido, mas quando regressou, só o perfume dela pairava ainda no ar e uma mensagem enigmática deixada no computador:
- Malditos homens, parecem insectos! Não irei, nem que morraaaa…..

Mas aparentemente ela tinha ido com eles, vencida por algum argumento misterioso.
 E agora…como podia Kristian esperar que ele quebrasse a tal maldição da princesa Falita? Uma princesa contaminada com o sangue daquela raça maldita….só de pensar em vê-la, uma revolta interior se formava dentro dele, qual mão que lhe revolvesse o estômago….



Página de Michael Ginobili - Guerra dos Sexos; Operação Presente; Os Especialistas; Os Nomes do Amor; Sharon Stone em cinebiografia da atriz de «Garganta Profunda»



Página de Michael Ginobili - Guerra dos Sexos; Operação Presente; Os Especialistas; Os Nomes do Amor; Sharon Stone em cinebiografia da atriz de «Garganta Profunda»

Guerra dos Sexos

A proposta de multiplots temáticos é criar um panorama amplo sobre um determinado assunto. Guerra dos Sexos fala sobre as diferentes aspirações de homens e mulheres quando o assunto é sexo e amor. Em sua empreitada, o filme conta histórias clichês e outras com questões um pouco mais complexas.

Entre as tramas convencionais pode-se usar de exemplo o caso de Diego (Alessandro Preziosi), um garanhão que percebe que precisa mudar seu estilo de vida depois de ser recusado por sua vizinha Chiara (Paola Cortellesi). Já nas história com temas mais profundos, há espaço para discutir diversidade sexual e adultério.

O que a princípio parece um descompasso é que todos esses enredos são contados de forma simples e até inocente. Os diálogos e as piadas são primários e a câmera não faz movimentos ousados.

Esse aparente desequilíbrio entre forma e conteúdo pode ser considerado algo positivo. Com uma estética e narrativa simples, Guerra dos Sexos é um filme acessível ao espectador mais iniciante. Com isso, pessoas que não estão habituadas a esses temas serão expostas a questões que, de outra maneira, provavelmente não fariam parte de suas conversas.

Portanto, o filme dificilmente passará despercebido por quem assisti-lo. Os cinéfilos mais exigentes podem até torcer o nariz diante à simplicidade de Guerra dos Sexos, mas a produção fomentará discussões praticamente inéditas em espectadores mais ligados às convenções estéticas e narrativas.


 

Novo ano - Hoje é o último dia do ano 2011.



Novo ano - Hoje é o último dia do ano 2011.

Que me lembre, no cinema contemporâneo, não há nenhuma sequência tão paradigmática da festa de final de ano como em «Strange Days» de Catherine Bigelow.

Este filme foi realizado em 1995 e tornou-se rapidamente num filme de culto de ficção científica ciberpunk.
Relembro particularmente esta película porque os seus últimos três minutos centram-se na festa popular de boas vindas ao ano 2000, em plena Time Square de Nova Iorque.
Durante esta sequência é que o desenlace narrativo do filme tem lugar, com a reconciliação dos personagens interpretados por Ralph Fiennes e Angela Bassett.
A carnificina de Polanski


 O filme de Roman Polanski, «O Deus da Carnificina», baseado numa peça de teatro de Yazmina Reza, estreou ontem nas salas portuguesas.

é uma obra que remete para os fantasmas do recorrente imaginário «polanskiano»: a claustrofobia (literal e metafórica) dos espaços, o conflito latente entre personagens e a natureza maléfica das pulsões humanas.

Dois casais, aparentemente civilizados e bem formados, encontram-se num apartamento de um deles para conversarem sobre um episódio de violência ocorrido com os filhos de ambos casais.

Mas o que sucede ao longo do tempo real da discussão é uma disputa quase irracional que comprova que a comunicação entre adultos é um processo complexo, árduo e difícil.

Aos poucos, a arrogância, o cinismo e a violência verbal tomam conta da conversa dos dois homens e duas mulheres, invadindo temas que nada tinham a ver com o tópico inicial.

Definitivamente, aquele apartamento transforma-se num ringue de combate, de diatribe verbal destravada com consequências nefastas para todas as pessoas envolvidas.


 

CINECLUBE DE FARO - Quem somos, de onde vimos, para onde vamos



CINECLUBE DE FARO - Quem somos, de onde vimos, para onde vamos

QUEM SOMOS

 Um dos mais antigos cineclubes do país. Primeira sessão a 6 de Abril de 1956 e, desde aí, sem qualquer interrupção de actividade. Magnífico!
 Neste momento, dirigem o CCF Anabela Moutinho, Graça Lobo, Ana Lúcia Correia, Nuno Beja e Bruno Cortes.
Na Mesa da Assembleia Geral, Eduardo Coutinho, Cristina Firmino e Ana Soares.
No Conselho Fiscal, João Vargues, Clarisse Rebelo e Carlos Rafael Lopes.
Ana Cristina Mendes faz sobreviver todos nós e recebe-vos a todos vós, na sede.
O Sr. Hilário cola os filmes.
Nós projectamo-los, apresentamo-los, vendemos os bilhetes e recolhemo-los à entrada (nas sessões pagas, pois muitas são de entrada livre!). 

DE ONDE VIMOS

 De uma tradição iniciada nos anos 20 em França e definitivamente concretizada no nosso país em 1945 com a criação do Cineclube do Porto - uma longa e rica história de promoção da cultura cinematográfica, um pouco por todo o continente e ilhas, que sobreviveu a todas as adversidades e remou contra todas as marés.
Nos Cineclubes, por mais díspares que sejam as suas realidades e história, o ânimo e o âmbito são os mesmos: ajudar a criar a cinefilia.
Ver cinema de qualidade, pensar sobre cinema, aprender com o cinema.
Nos Cineclubes gosta-se de cinema e gosta-se de dar a gostar o cinema.



 

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O conquistador da aldeia - Conto de Virgínia Teixeira



O conquistador da aldeia - Conto de Virgínia Teixeira 

Ele tinha calças finamente cortadas na modista da aldeiazinha. A camisa, desabotoada ao nível do coração, deixava entrever um peito liso, duro e forte. O sorriso matreiro denunciava-lhe a condição, sem afastar as meninas. Tinha aquele jeito tão retratado nos livros, o jeito de homem vazio, dotado de um dom único de tornar cativa qualquer uma que o sentisse por perto. Mais do que nos livros, o seu encanto espalhava-se pelas ruas como um perfume ordinário que, apesar de tudo, todas queriam salpicar no corpo.

Era esse o pensamento que as tomava quando o viam passar. Queriam-lhe os dedos espalhados pelas suas curvas, as mãos sôfregas em todos os recantos do corpo e os lábios pousados no suor dos corpos excitados. Até a velha pensava assim. Vira o menino crescer, tornar-se homem, sabia-o de cor (só precisava adivinhar a proporção do tempo) e mesmo depois de tantos anos de cama vazia, quando o via passar ainda se lembrava do beijo atrevido que lhe dera, ainda menino, curioso com os peitos meio descobertos da viúva. Só ela sabia quanto lhe custara mandá-lo embora, ardente como nunca antes.

As moças, novas ainda, algumas quase crianças, sustinham as lágrimas ao vê-lo passar, de mala na mão. Algumas queriam-no de novo, mesmo as que tinham tido a juventude estragada por ele. Não esqueciam o seu sabor. As outras que ele, apesar do empenho em percorrer todas da terra, ainda não tinha conseguido levar para os matos, por falta de tempo ou oportunidade, amaldiçoavam a idade e continham a angústia ao vê-lo passar. Quando ele partisse os bailes e festas perderiam a cor e nenhum peito voltaria a disparar ao vê-lo entrar com o seu olhar galante e o sorriso traquina de sempre.

Ele andava, direito e altivo, despedindo-se de cada uma com sorrisos tão especiais quanto vulgares que muitas recordariam para sempre como momentos mágicos. Olhava as novitas, sedento como sempre, mas sem tempo para as acorrentar também. Outros viriam.


 

Poesia de Virgínia Teixeira - História fabulosa da minha meninice; Menina, Mulher, Mãe, Companheira



Poesia de Virgínia Teixeira - História fabulosa da minha meninice; Menina, Mulher, Mãe, Companheira        

História fabulosa da minha meninice
 
 Contaram-me em pequena uma história fabulosa
 Que guardei no peito como um presente de Natal singular.
 Carreguei-a comigo durante anos, e partilhei-a de forma generosa.
Acalentei essa história natalícia com o peito ainda incapaz de recear,

E fui menina com a história no peito e um sorriso crente.
Escrevi , desenhei e partilhei a minha fé com a ingenuidade das crianças,
 E acreditei por muito tempo no seu poder transcendente.
Mas um dia a meninice feneceu e hoje são distantes lembranças…

Menina, Mulher, Mãe, Companheira
 
 Menina despojada da sua meninice cedo demais,
Mulher desnudada da sua feminilidade
Mãe sem quem embalar com suavidade
Companheira forçada a caminhar só pelo cais

Criança que vislumbra os barcos e sonha neles embarcar
Mulher que fita os barcos e anseia pelo seu marinheiro
 Mãe que, para lá dos barcos, olha o horizonte vazio sem lastimar
Companheira que se abraça para escapar da solidão e encontra no mar o seu cheiro

Leia este tema completo a partir de 2/1/2012

domingo, 18 de dezembro de 2011

Jornal Raizonline nº 151 de 19 de Dezembro de 2011 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - Para mim é o Menino Jesus



Jornal Raizonline nº 151 de 19 de Dezembro de 2011 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - Para mim é o Menino Jesus

 Passe a simpatia do velhote, o ar que em princípio deve ser «paternal / avozal» e onde se esconde desde logo seguramente em termos de racionalidade um saber inalcançável por uma criança, mesmo que em limite se considere a presença desta com o espírito superior que lhe advirá da santidade inerente a ser filho de Deus, será sempre claro que em termos práticos a estrutura fabril do Pai Natal, com os seus gnomos que trabalham todo o ano parece ser mais sólida em termos de representação nessa tarefa enorme que é distribuir brinquedos pelos meninos bem comportados.

A parte mágico - encantatória pode colocar-se para começar nas suas também incansáveis renas, na magia que também será aquela de gerir uma fábrica mundial de prendas e de as entregar todas numa só noite, de saber tudo ou quase tudo e de ler milhares/milhões/biliões de cartas num espaço relativamente curto de tempo (2/3 meses no máximo) e de estar a par dos elementos necessários para decidir da verdade ou da inocente falsidade das informações fornecidas por escrito, isto porque razoável será pensar que o desejo imperioso do brinquedo possa ajudar também numa inocente e deficiente auto - análise da criançada e no aparecimento de algumas nuances confessionais.

Mas e o Menino Jesus? Aquele que por aqui conhecemos desde crianças, aquele cuja existência ensinámos aos nossos filhos e netos? Alguns destes escapuliram-se para a claque do pai natal, é um facto, mudaram de campo, mas criança tem direito a isso tudo e muito mais. Se se entende bem uma adoração religiosamente cuidada ao Menino Jesus não se entende mesmo uma adoração ao Pai Natal: a imagem que temos dele é aquele que nos é fornecida por exemplo pelas grandes superfícies, onde, pasme-se (!) ele nos coloca ao colo e tira uma foto connosco...francamente acho excesso de familiaridade aqui...afinal trata-se do pai natal, valha-nos até o Santo(a) Claus.


Caso pessoal de Tookie Williams: o homem considerado responsável pelo nascimento da cultura de gangs - Por Virgínia Teixeira



Caso pessoal de Tookie Williams: o homem considerado responsável pelo nascimento da cultura de gangs - Por Virgínia Teixeira

Stanley Williams III, conhecido como Tookie, nasceu em 1953 em Nova Orleães, tendo crescido num bairro problemático em Los Angeles. Tem sido, não consensualmente, denominado de criador do famoso gang Crips, o primeiro gang com a estrutura hierárquica que seria propagada por diversos locais da América, criando um dos fenómenos mais graves a nível da segurança, que até hoje se mantém como uma problemática actual e demasiado frequente, infelizmente já não só nos Estados Unidos da América, mas também noutros países, nomeadamente em França, onde o fenómeno tem vindo a aumentar progressivamente.

Em 1979, «Tookie» é preso e acusado de matar a tiro quatro pessoas: Albert Owensm, num assalto a uma loja de conveniência, e os proprietários de um motel, também num assalto; e em 1981 é condenado à morte.

Durante vinte e quatro anos viveu na prisão de San Quentin, e a sua vida nunca mais foi a mesma. Admitiu remorsos em relação à criação dos Crips, mas nunca admitiu os crimes de que foi acusado. E de certa forma foi isso que o matou.

 Na prisão passou os primeiros quase sete anos em solitária devido a múltiplas agressões em guardas e outros prisioneiros, incluindo ataques com produtos químicos. A sua violência, a raiva que o movia, eram evidentes. Depois de ser libertado da prisão solitária, Tookie começou a manifestar a sua mudança e a chamar a atenção mundial pelo seu trabalho.

Distanciou-se das actividades do gang (ainda que se tenha sempre recusado a auxiliar investigações judiciais contra membros do gang), e escreveu vários livros para crianças onde defendeu a não-violência e alternativas aos gangs. Desde 1996, lançou uma série de livros dirigidos aos jovens do ensino básico, onde denunciou a violência dos «gangs».

Em 1998, foi editado «Life in Prison» (Vida na prisão), onde descreve a angústia de um condenado à morte. Seguiu-se um projecto na Internet «para a paz nas ruas» com jovens de diferentes países. Por tudo isto, Williams foi nomeado para Nobel da Paz, e também para o Nobel da Literatura.


Um poema e um texto de Arlete Deretti Fernandes. - Prenúncio de verão .(Poema) - Onde estão as cigarras, os vagalumes e as borboletas?. (Texto)



Um poema e um texto de Arlete Deretti Fernandes. - Prenúncio de verão .(Poema) - Onde estão as cigarras, os vagalumes e as borboletas?. (Texto)
Prenúncio de verão.
«Que esta vontade danada
 De mandar flores ao delegado
 De bater na porta do vizinho
 E desejar bom dia
 De beijar o português
 Da padaria dure todos os dias »

...(Zeca Baleiro)

 Nasce a manhã, calma e amena,
 Após uma noite escura;
 Pássaros voam alegres em
 Barulhenta cantilena,
 Cedo iniciam seus gorgeios.

Onde estão as cigarras, os vagalumes e as borboletas?
Há momentos de nossas vidas que ficam gravados em nossos corações, como doces lembranças. Recordamos um perfume, um sabor, uma música. Marcel Proust, que muitos não gostam por considerá-lo muito minucioso, em sua Recherche descreve o efeito que lhe trouxe à lembrança, o cheiro das madeleines com chá, que tomava na casa da tia, quando criança. Considero-a uma descrição muito bela.

Fellini, em seu filme Amarcord, oferece lembranças muito saudosas e belas do seu tempo de criança.
São inúmeros os autores brasileiros que escrevem as recordações da infância, desde José Lins do Rego no Menino de Engenho, passando por muitos outros, até chegar em Drummond, na sua querida Itabira.



 

Poesia de Albertino Galvão - A cantiga do golfinho - (In cantigas para os netos)



Poesia de Albertino Galvão - A cantiga do golfinho - (In cantigas para os netos)
 
A cantiga do golfinho

Porque estamos em vésperas de Natal e como vejo no olhar de cada criança essa palavra mágica Natal, aqui deixo mais um dos poemas que escrevi para os netos
 
 Muito a jeito de prefácio
 Sobre o golfinho eu direi
 Ser um versátil cetáceo
 E mamífero, que eu bem sei!

Tem o focinho alongado
 Formando um bico perfeito
 Ar de menino levado
 Quando sorri satisfeito

 O golfinho é muito afável
 Das crianças amigão
 Amoroso e adorável
 Bem disposto e brincalhão

Nada, nada, meu golfinho
 Sulcando as ondas do mar
 Traz de volta o meu barquinho
 Não o deixes naufragar

Leia este tema completo a partir de 19/12/2011

TRISTE FADO - Conto de VIRGINIA TEIXEIRA



TRISTE FADO - Conto de VIRGINIA TEIXEIRA
  
 Arvores frondosas despontando do chão de terra batida, pelo meio rápidos roedores correndo num frenesim, buscando por entre as folhagens alimento e abrigo. Ao longe, plantas carregadas de séculos de existência, apontavam com as ramagens, ao ritmo da brisa suave, prenúncio de um Inverno ainda longínquo, uma cabana, casinha miúda e imperceptível, confundida pelos que ali sobrevoavam, com os troncos bastos da floresta.

 Ali há muito que não passava ninguém. Há séculos, o caçador que deixara a cabana como recordação da devastação que deixara, até ter sido atingido pelas suas próprias balas... Deixara penduradas no alpendre peles ainda a secar, para que todos os animais que por ali passassem lembrassem o seu nome, mesmo muitos anos depois, quando a sua presença se tornara lenda no mundo animal.

Há anos, talvez mais de meio século, tinha passado um rapazote, perdido da aldeia, que servira de pasto aos lobos escondidos, ansiando o anoitecer e a surpresa cruel, e que deixara por ali apenas um trilho de restos decompostos pelo tempo, e pelos pássaros que ali foçavam buscando um pouco de carne.

 E depois a velha, há pouco mais de duas décadas. A velha que chegara ali para enfrentá-los a todos. Aprendera a afastar os lobos e todos os que a observavam como uma presa fácil. Gritou pela floresta adentro que não tinha medo e convenceu.

 Não querendo atiçar a raiva dos animais, cultivava numa pequena horta, nascida miraculosamente naquela terra infértil, legumes e ervas mágicas para os chás que acompanhavam as suas tardes, em que a velha, que ainda não era muito velha quando ali chegou, se sentava no alpendre, baloiçando a sua cadeira, e escrevia.

 Escrevia sem parar. Escrevia com a sofreguidão de quem tem muito para deixar e pouco tempo para o fazer.

Leia este tema completo a partir de 19/12/2011

Poesia de Natal de Rose Arouck - No Seu Natal; O NATAL



Poesia de Natal de Rose Arouck - No Seu Natal; O NATAL
 
 No Seu Natal
 
 Que a alegria do Natal seja perene
 no seio da sua família com muita saúde
 e o Amor unifique seus corações
 tornando a paz precursora
 de muita prosperidade.
 As dádivas fortificadas pela Fé
 resplandeçam em luzes e em esperanças
 para um Mundo Melhor.
 Na mesa farta não falte a fraternidade
 o respeito e a caridade.

O NATAL
 
 Que o Natal seja pra nós mais que uma festa
 seja aquela mensagem certa
 Que o coração possa entender.
 Fiquemos sempre com nossa porta entre-aberta,
 para entrar a alegria,
 a certeza de um novo dia
 brilhando sob o sol que vai nascer.
 Que o Natal, nas ondas aneladas de ternura,
 Traga o som feliz de todas as criaturas
 que a Terra há muito tempo esqueceu.

Leia este tema completo a partir de 19/12/2011

Poesias de Natal - Vários Autores - Jorge Manuel Brites Pereira - Natal é encontro; Joel Lira - Natal não se esquece.; Cremilde Vieira da Cruz - ALEGRIA DE NATAL

Poesias de Natal - Vários Autores - Jorge Manuel Brites Pereira - Natal é encontro; Joel Lira - Natal não se esquece.; Cremilde Vieira da Cruz - ALEGRIA DE NATAL

 Natal é encontro
 
 Se tens amigos, busca-os. !
 O NATAL é ENCONTRO!
 Se tens inimigos, reconcilia-te!
O NATAL é PAZ!
 Se tens pecado, arrependa-se!
O NATAL é PERDÃO!
 Se tens soberba, sepulta-a!
O NATAL é HUMILDADE!

Natal não se esquece.
 
- Não ponho o sapato na chaminé…
Roubaram-mos todos, os do governo.
 Ando descalço, quase nu, sem fé:
- Diz o pobre, às portas do inferno!
 Até o pão que comia sem dentes,
 já mal o vê chegar à sua mesa.
 No seu lar os confortos estão ausentes.
 Vê à sua volta farta pobreza!

ALEGRIA DE NATAL

 Aqui,
 Onde amanhã será Natal,
 Há qualquer coisa
 Que me faz entristecer:
 é quando o céu fica negro
 Aos olhos de quantos sofrem.
 Eu queria que todos os dias fosse Natal,
 Que toda a gente gritasse de alegria!...
 Eu queria ver uma chama de ventura
 nos olhos de toda a gente,
 Ver presépios,
 Arvores de Natal...!

Leia este tema completo a partir de 19/12/2011

Poesias de Natal - Vários autores - Arlete Piedade - Prece de Natal; Maria Custódia Pereira - DIA DE NATAL FRIO E CHUVOSO; João P. C. Furtado - SANTO NATAL

Poesias de Natal - Vários autores - Arlete Piedade - Prece de Natal; Maria Custódia Pereira - DIA DE NATAL FRIO E CHUVOSO; João P. C. Furtado - SANTO NATAL

 Prece de Natal
 
 Neste Natal peço-te meu doce Jesus
 que me ensines a graça do perdão
 tu que enfrentaste a morte na Cruz
 e sofreste tão humilhante expiação
 Ensina-me oh meu Jesus de Nazaré
 e acreditar em mim e no semelhante
 peço-te como presente, ter mais Fé
 e secar as lágrimas do meu semblante

DIA DE NATAL FRIO E CHUVOSO
 
 Não quero o dia de natal a chover
 Quero sol, muito sol p'ra me aquecer,
 Só vos digo; se fosse eu a mandar
 Punha um sol no céu a escaldar.
 Quero o Natal muito mais luminoso
 Até mesmo para quem hoje viajou,
 Não é bom ter um dia assim chuvoso
 Eu... com frio, nem à rua vou.

SANTO NATAL

 N Nestes dias até se torna bastante benevolente
 A A caridade parece em todos, muitíssimo evidente
 T Tem-se a concórdia e a Paz e a festa na mente
 A Até esquecemos algumas graves desavenças
 L Lembramos e tentamos curar as nossas doenças…

S Sinceramente continuo pessimista com os humanos
 A Andamos a destruir este belo e único Planeta


Leia este tema completo a partir de 19/12/2011

Lançamento do livro Cantar Africa da autoria de Lili Laranjo



Lançamento do livro Cantar Africa da autoria de Lili Laranjo

Lili Laranjo é uma professora, poetisa, pintora e artesã, residente em Aveiro, mas com duas paixões, aliás direi três, no coração - isto além da sua família é claro. E essas paixões, são Angola, o Sporting e os seus amigos.

Paixões essas que ela transpõe para os seus livros, onde em poesia canta a terra africana perdida, a província de Negage no norte de Angola, onde cresceu e se fez mulher, e que teve que abandonar como milhares de portugueses, que continuam a ter em comum as recordações, as memórias e as saudades dessa terra, e da maneira de viver, livre e com um sentido de entreajuda mútua que ainda perdura entre os antigos residentes, que em Portugal continuam ligados por laços de fraternidade, passados mais de trinta anos.

Assim, logo que me conheceu no Seixal, no mês de Outubro, no 1º Evento Poético do Seixal, acolheu-me carinhosamente no seu grupo de amigos e onde me senti como se já conhecesse todos há muitos anos e fosse também angolana.

Por isso fui com ela e seu marido e amigos, participar do seu almoço de Natal e apresentação do seu livro (o 11º), no Restaurante «O Areias» em Talaíde, perto de Oeiras - Lisboa.

Estavam presentes vários amigos e familiares, com os quais tive o prazer de trocar algumas palavras, não só sobre o livro, e a Lili, mas também sobre Angola, e a vida atual em Luanda e noutras zonas daquele país africano.



faleceu cesária évora



faleceu cesária évora

 Cesária Evora faleceu, este sábado, aos 70 anos. «A diva dos pés descalços» estava doente há já vários meses e tinha já terminado a carreira, a 23 de Setembro de 2011. «Eu preciso de quando em vez da minha terra, do povo que sou e desse marulhar das ondas», confidenciou Cesária Evora.

Cesária deu entrada no hospital Baptista de Sousa, em São Vicente, Cabo Verde, na sexta-feira, onde esteve internada nos serviços de cuidados intensivos «com um quadro muito complexo».

«Durante este período, ela alternou momentos de lucidez com momentos de inconsciência e esteve sempre acompanhada do seu empresário José da Silva», disse o director do hospital, Alcides Gonçalves.

A cantora regressou a S. Vicente, sua ilha natal, a 22 de Outubro após ter posto fim à sua carreira musical devido a problemas de saúde.

 Biografia - Cesária Evora

Cesária Evora (Mindelo, 27 de agosto de 1941), também conhecida como «a diva dos pés descalços», foi a cantora cabo-verdiana de maior reconhecimento internacional de toda história da música popular. O gênero musical com o qual ela é majoritariamente relacionada é a «morna», por isso também recebe o apelido de «Rainha da morna» (mesmo tendo sido bastante sucedida com diversos outros gêneros musicais).



sábado, 17 de dezembro de 2011

Chuvas de Verão - Texto de Arlete Deretti Fernandes



Chuvas de Verão - Texto de Arlete Deretti Fernandes               

Após um inverno rigoroso, há que se louvar e bendizer os belos dias de sol com que a Natureza tem nos brindado. O astro rei amanhece com seus faróis altos estimulando-nos com sua luz e calor.
 De maneira atípica, na semana passada geou na Serra Catarinense. Quando isto ocorre, esfria também por aqui.

La niña, vez por outra aparece fazendo um grande estardalhaço, mas é passageiro. Até parece «coisas de mulher», como consequência de mudanças hormonais ou TPM!!!

«O fenômeno La Niña, que é oposto ao El Niño, corresponde ao resfriamento anômalo das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial Central e Oriental formando uma «piscina de águas frias» nesse oceano.
A semelhança do El Niño, porém apresentando uma maior variabilidade do que este, trata-se de um fenômeno natural que produz fortes mudanças na dinâmica geral da atmosfera, alterando o comportamento climático. Nele, os ventos alísios mostram-se mais intensos que o habitual (média climatológica) e as águas mais frias, que caracterizam o fenômeno, estendem-se numa faixa de largura de cerca de 10 graus de latitude ao longo do Equador desde a costa peruana até aproximadamente 180 graus de longitude no Pacífico Central.» (Wikipédia).

Houve dias em que «ela», La niña, chegou com toda a força, com pancadas de chuvas, geralmente noturnas. Considero estas chuvas uma maravilha, uma vez que regam generosamente minhas plantas, e estas vicejam sempre mais.

O vento que se segue refresca a torreira solar que está intensa. Também é uma delícia sentir o cheirinho de terra molhada.
As cinco horas da manhã a passarada começa seus trinados. Divido com eles minhas acerolas.


NATAL! - Por Manuel Coelho - (in TALENTOS A SOLTA - Facebook)



NATAL! - Por Manuel Coelho - (in TALENTOS A SOLTA - Facebook) 
é Natal!
 Por mim já passaram oitenta. Melhor 79, pois vi a luz do dia no dia 26. Como é evidente não me lembro, mas segundo me contaram todos ficaram muito felizes.

Fui como uma prenda chegada no dia seguinte, ainda as filhoses estavam a embelezar a mesa. Não me disseram se havia Bolo-rei, mas creio que não. As filhoses eram a Rainha da festa, uma velha receita de filhós com abóbora que ainda hoje, escritas pela mão de meu Pai, se guarda cá em casa.

 Só me apercebi, aí pelos meus 5 ou seis anos de que havia o NATAL, sem saber ao certo qual o seu significado.

Recordo que púnhamos, eu e minha irmã, o sapatinho na chaminé, nada de meias na lareira, coisa que não tínhamos e que não era hábito na nossa humilde casa. Penso mesmo que essa, das meias na lareira, é de importação e copiada das fitas de cinema.

Na manhã do dia 25 de Dezembro, muito cedinho, corríamos de pés descalços direitinhos à cozinha!
 E… lá estavam as prendas. Invariavelmente, um carrinho de folha ou um «tin-tin» (Roda com uma haste que quando rodava tocava um campainha, por isso o nome). Era sempre uma alegria.

Não esqueço a grande superfície em que os brinquedos eram comprados. O Largo de Camões. Era o Toys R Us da época. Vivíamos mal, mas não havia crises. Pois só gastávamos o que podíamos.

Por esta época os ambulantes instalavam-se lá com pequenas barraquinhas, onde eu deliciava o olhar ao passar com a minha Mãe a caminho da Calçado do Combro.


POESIA DE NATAL - Natal Divino - Miguel Torga; OS PASTORES - Gomes Leal

POESIA DE NATAL - Natal Divino - Miguel Torga; OS PASTORES - Gomes Leal



Natal Divino
 
 Natal divino ao rés-do-chão humano,
 Sem um anjo a cantar a cada ouvido.
 Encolhido
 à lareira,
 Ao que pergunto
 Respondo
 Com as achas que vou pondo
 Na fogueira.
 O mito apenas velado
 Como um cadáver



OS PASTORES
 
 Guardavam certos pastores
 seus rebanhos, ao relento,
 sobre os céus consoladores
 pondo a vista e o pensamento.
 Quando viram que descia,
 cheio de glória fulgente,
 um anjo do céu do Oriente,
 que era mais claro que o dia.
 Jamais os cegara assim
 luz do meio-dia ou manhã.
 Dir-se-ia o audaz Serafim,
 que um dia venceu Satã.

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Poesia de Natal - NATAL - Manuel Alegre; Natal - Manuel Maria Barbosa du Bocage; NATAL CHIQUE - Vitorino Nemésio

Poesia de Natal - NATAL - Manuel Alegre; Natal - Manuel Maria Barbosa du Bocage; NATAL CHIQUE - Vitorino Nemésio



NATAL
 
 Acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia.
 Era gente a correr pela música acima.
 Uma onda uma festa. Palavras a saltar.
 Eram carpas ou mãos. Um soluço uma rima.
 Guitarras guitarras. Ou talvez mar.
 E acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia.
 Na tua boca. No teu rosto. No teu corpo acontecia.
 No teu ritmo nos teus ritos.
 No teu sono nos teus gestos. (Liturgia liturgia).
 Nos teus gritos. Nos teus olhos quase aflitos.
 E nos silêncios infinitos. Na tua noite e no teu dia.
 No teu sol acontecia.



Natal

 Se considero o triste abatimento
 Em que me faz jazer minha desgraça,
 A desesperação me despedaça,
 No mesmo instante, o frágil sofrimento.
 Mas súbito me diz o pensamento,
 Para aplacar-me a dor que me traspassa,
 Que Este que trouxe ao mundo a Lei da Graça,
 Teve num vil presepe o nascimento.



NATAL CHIQUE
 
 Percorro o dia, que esmorece
 Nas ruas cheias de rumor;
 Minha alma vã desaparece
 Na muita pressa e pouco amor.
 Hoje é Natal. Comprei um anjo,
 Dos que anunciam no jornal;
 Mas houve um etéreo desarranjo
 E o efeito em casa saiu mal.

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POESIA DE NATAL - Fernando Pessoa - Chove. é dia de Natal.;Mário de Sá - Carneiro - A NOITE DE NATAL; Pedro Tamen - Poema de Natal

POESIA DE NATAL - Fernando Pessoa - Chove. é dia de Natal.;Mário de Sá - Carneiro - A NOITE DE NATAL; Pedro Tamen - Poema de Natal



Fernando Pessoa
 
 Chove. é dia de Natal.
 
 Chove. é dia de Natal.
 Lá para o Norte é melhor:
 Há a neve que faz mal,
 E o frio que ainda é pior.
 E toda a gente é contente
 Porque é dia de o ficar.
 Chove no Natal presente.
 Antes isso que nevar.



Mário de Sá - Carneiro
 
 A NOITE DE NATAL

 Em a noite de Natal
 Alegram-se os pequenitos;
 Pois sabem que o bom Jesus
 Costuma dar-lhes bonitos.
 Vão se deitar os lindinhos
 Mas nem dormem de contentes
 E somente às dez horas
 Adormecem inocentes.


Pedro Tamen

 
 Poema de Natal
 
 Não digo do Natal – digo da nata
 do tempo que se coalha com o frio
 e nos fica branquíssima e exacta
 nas mãos que não sabem de que cio
 nasceu esta semente; mas que invade
 esses tempos relíquidos e pardos
 e faz assim que o coração se agrade
 de terrenos de pedras e de cardos

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POESIA DE NATAL - Vinícius de Moraes e Camilo Pessanha - Poema de Natal (Vinícius de Moraes) e ROSAS DE INVERNO (Camilo Pessanha)

POESIA DE NATAL - Vinícius de Moraes e Camilo Pessanha - Poema de Natal (Vinícius de Moraes) e ROSAS DE INVERNO (Camilo Pessanha)
 


Poema de Natal

 Para isso fomos feitos:
 Para lembrar e ser lembrados
 Para chorar e fazer chorar
 Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
 Mãos para colher o que foi dado
 Dedos para cavar a terra.
 Assim será nossa vida:
 Uma tarde sempre a esquecer
 Uma estrela a se apagar na treva
 Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
 Falar baixo, pisar leve, ver
 A noite dormir em silêncio.


ROSAS DE INVERNO
 
 Corolas, que floristes
 Ao sol do inverno, avaro,
 Tão glácido e tão claro
 Por estas manhãs tristes.
 Gloriosa floração,
 Surdida, por engano,
 No agonizar do ano,
 Tão fora da estação!
 Sorrindo-vos amigas,
 Nos ásperos caminhos,
 Aos olhos dos velhinhos,
 ás almas das mendigas!

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Poesia de Natal - Carlos Queirós - PRECE DO NATAL



Poesia de Natal - Carlos Queirós - PRECE DO NATAL

 PRECE DO NATAL
 
 Menino Jesus
 De novo nascido,
 Baixai o sentido
 Para a nossa cruz!
 Vede que os humanos
 Erros e cuidados
 Nos são tão pesados
 Como há dois mil anos.
 A nossa ignorância
 é um fardo que arde.
 Como se faz tarde
 Para a nossa ânsia!
 Nós somos da Terra,
 Coisa fria e dura.
 Olhai a amargura
 Que esse olhar encerra.
 Colai o ouvido
 à alma que sofre;
 Abri esse cofre
 Do sonho escondido.

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Poesia de Natal - António Gedeão - Dia de Natal



Poesia de Natal - António Gedeão - Dia de Natal
 
 Dia de Natal
 
 Hoje é dia de ser bom.
 é dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
 de falar e de ouvir com mavioso tom,
 de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.
 é dia de pensar nos outros — coitadinhos — nos que padecem,
 de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
 de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
 de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.
 Comove tanta fraternidade universal.
 é só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
 como se de anjos fosse,
 numa toada doce,
 de violas e banjos,
 Entoa gravemente um hino ao Criador.
 E mal se extinguem os clamores plangentes,
 a voz do locutor
 anuncia o melhor dos detergentes.
 De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
 e as vozes crescem num fervor patético.
 (Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
 Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)

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POESIA DE NATAL - João Coelho dos Santos - NATAL DE QUEM?



POESIA DE NATAL - João Coelho dos Santos - NATAL DE QUEM?

NATAL DE QUEM?

Mulheres atarefadas
Tratam do bacalhau,
 Do perú , das rabanadas.
-- Não esqueças o colorau,
 O azeite e o bolo-rei!
- Está bem, eu sei!
- E as garrafas de vinho?
- Já vão a caminho!
- Oh mãe, estou pr'a ver
Que prendas vou ter.
 Que prendas terei?
- Não sei, não sei...
 Num qualquer lado,
 Esquecido, abandonado,
 O Deus - Menino
 Murmura baixinho:
- Então e Eu,
 Toda a gente Me esqueceu?
 Senta-se a família
 à volta da mesa.

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Poesia de Natal - David Mourão Ferreira - Natal, e não Dezembro ; Prelúdio de Natal



Poesia de Natal - David Mourão Ferreira - Natal, e não Dezembro ; Prelúdio de Natal
 
 Natal, e não Dezembro
 
 Entremos, apressados, friorentos,
 numa gruta, no bojo de um navio,
 num presépio, num prédio, num presídio
 no prédio que amanhã for demolido...
 Entremos, inseguros, mas entremos.
 Entremos e depressa, em qualquer sítio,
 porque esta noite chama-se Dezembro,
 porque sofremos, porque temos frio.
 Entremos, dois a dois: somos duzentos,
 duzentos mil, doze milhões de nada.
 Procuremos o rastro de uma casa,

Prelúdio de Natal
 
 Tudo principiava
 pela cúmplice neblina
 que vinha perfumada
 de lenha e tangerinas
 Só depois se rasgava
 a primeira cortina
 E dispersa e dourada
 no palco das vitrinas
 a festa começava
 entre odor a resina
 e gosto a noz-moscada
 e vozes femininas

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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Poemas de Natal - O Natal de Cristo - Almeida Garrett



Poemas de Natal - O Natal de Cristo - Almeida Garrett

 

Verbe incréé, source féconde
 De justice et de liberté!
 Parole qui guéris le monde,
 Rayon vivant de vérité!

Delamartine, Harm.



I.

O César disse do alto do seu trono:
 «Pereça a liberdade!
 Quero contar os homens que há na terra,
 Que é a minha humanidade.»
 E, cabeça a cabeça, como reses,
 As gentes são contadas.
 Pro-cônsules e reis fazem resenha
 Das escravas manadas,
 Para mandar a seu senhor de todos
 Que, um pé na águia romana,
 Com o outro oprime o mundo. A isto chegará
 A vil progénie humana.

II.

E era noite em Belém, cidade ilustre
 Da vencida Judeia
 Que a domada cabeça já não cinge
 Com a palma idumeia:
 Dois aflitos e pobres peregrinos
 Cansados vêm chegando
 Aos tristes muros, a cumprir do César
 O imperioso bando...
 Tarde chegaram; já não há poisadas.
 Que importa que eles venham
 Da estirpe de Jessé, e o sangue régio
 Em suas veias tenham?
 Na geral servidão só uma avulta
 Distinção - a riqueza;


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Carros Antigos Japoneses – Onde estão eles?



Carros Antigos Japoneses – Onde estão eles?

Pouco se sabe no Brasil sobre os pequenos e simpáticos carros antigos japoneses.
Mesmo os mais fanáticos e assíduos antigomobilistas que freqüentam exposições em todos os pontos do Pais poucas vezes tiveram o prazer de se surpreenderam com estes maravilhosos carrinhos.

Desde 2009 o Clube do Carro Antigo do Brasil vem cadastrando dados destes veículos, para que um dia possamos reuní-los em uma única exposição.

Portanto se você é proprietário de um veículo com estas características ou tem alguma informação sobre algum exemplar, entre em contato através do e-mail: japoneses@clubedocarroantigo.com.br  .
Veja uma amostra do que pode ser visto, por enquanto, apenas em museus no Japão.



Associação de Pesquisa e Estudo da Oralidade



Associação de Pesquisa e Estudo da Oralidade

O que é ?

A Associação de Pesquisa e Estudo da Oralidade (APEOralidade), com origem em Paderne e sede em Albufeira - Algarve, centra a sua atividade na investigação e publicação bibliográfica e fonográfica da Literatura Oral Popular Tradicional: provérbios, linquintinas (lengalengas e travalínguas), adivinhas, quadras, despiques, cantigas de baile de roda, contos, romances...

Promove a sensibilização e a divulgação do Património Oral com intervenção lúdica, recreativa, pedagógica, cultural, junto das instituições e da comunidade local, regional, nacional. Integra o grupo de cantares populares tradicionais «Moças Nagragadas», que desta forma tornam visível e audível o outro lado do texto fixado pelo investigador; ao mesmo tempo que são dadoras do saber comunitário das nossas raízes culturais, estas são agentes dinâmicos de pesquisa ao lado do investigador.

Criada em 2002, a APEOralidade aparece na sequência de uma larga ação de pesquisa, inicialmente centrada em dois microcampos – Paderne e Boliqueime - e levada a efeito por uma equipa de professores.

Desde 2004, beneficia de protocolo com o Município de Albufeira que protege, decididamente, o Património da Oralidade.
O que faz?
ATIVIDADES DA APEORALIDADE
Pesquisa, reflexão e difusão do Património Imaterial de Albufeira, expresso na Oralidade Popular Tradicional;
Edição bibliográfica e fonográfica dos dados;
Atividade cultural, lúdica e pedagógica, com apoio nos próprios informantes constituídos em Grupo de Cantares e tendo como destinatários a escola e o grande público;
Difusão do Património da Oralidade Concelhia e Regional por via de: Espetáculos Musicais em que são intérpretes «Moças Nagragadas»;
Palestras levadas a efeito na comunidade local, regional e nacional; Comunicações em Congressos Internacionais.



domingo, 11 de dezembro de 2011

Jornal Raizonline nº 150 de 12 de Dezembro de 2011 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - Vendo Mapas e a nossa amplitude



Jornal Raizonline nº 150 de 12 de Dezembro de 2011 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - Vendo Mapas e a nossa amplitude

 Se olharmos ao Mapa colocado logo aqui à nossa esquerda veremos que contando desde o dia 7 de Março deste ano por países que temos cerca de 7.500 leitores brasileiros, cerca de 7.000 portugueses e logo a seguir cerca de 2.500 originários dos Estados Unidos.

Antes de mais compete dizer que estes Mapas da Flag Counter contam IP's (os «números de telefone» dos computadores) e que não os repetem, quer dizer que, grosso modo, cada um dos números ao lado representa um computador. Ressalva-se os casos em que os IP's são flutuantes (ou seja, não são fixos) onde existe a possibilidade de um dado computador adquirir ao entrar na rede Net números de identificação diferentes contando assim como dois ou mais computadores neste mapa.

Ora, por princípio essa flutuação só acontece em casos relativamente raros que não vale a pena estar aqui e enumerar: uma mudança de modem, por exemplo e só como exemplo gera em principio um novo número.

Ao contrário do que se pensa os computadores não são inteligentes e em certo sentido seguem sempre o mesmo caminho de rede a menos que encontrem obstáculo ou diferença. Mas o que interessa aqui é que por exemplo o Brasil tem cerca de 200 milhões de habitantes e Portugal tem 20 vezes menos e que apesar dessa diferença abissal de população os números que o Mapa apresenta não estão assim tão longe.

Se neste caso se pode fazer este tipo de reparo, o mesmo já não acontece com o Estados Unidos, povoado por falantes de língua portuguesa seguramente em menor número que 5 milhões por exemplo. A seguir vêm a Holanda e a Bélgica com números bem mais pequenos.


Crônica de Abílio Pacheco - Brincar é criar vínculo



Crônica de Abílio Pacheco - Brincar é criar vínculo 

Em Belém (do Pará), o Natal tem uma data para chegar: logo após o Re-círio. Duas semanas após o círio, é o dia em que se faz algo muito semelhante ao dia de reis. Todo e qualquer elemento decorativo referente ao Círio, principalmente o cartaz de Nossa Senhora colocado na porta de casa, é retirado.

Eu fiz isso este ano e fui zanzar numa importadora pertinho de onde moro. Saí carregando comigo uma palestra que havia assistido em DVD. Perca tempo com seu filho, de Pe. Léo – Canção Nova.

Carregando comigo na memória e junto com ela uma cena que havia visto no condomínio há poucos dias. Sabe esses carros de brinquedo que cabem a criança dentro? Pois bem, vi um desses a controle remoto. A minha hipótese de que os pais compram brinquedos para si depois que os filhos nascem já havia encontrado respaldo ao ver pai e mãe brincando com um helicóptero de modelismo junto com o filho de 14 meses.

Ouvindo as lições de Padre Leo sempre vindas com boas narrativas ou interpretações de narrativas, bíblicas ou não (no DVD citado, a história da chapeuzinho vermelho interpretada sob a ótica das relações familiares é digna de nota), fez-me – mais tarde – lembrar-me de um episódio quando eu lecionava numa escola particular em Marabá.

Eu lecionava redação e a proposta de atividade do livro era para ser feita junto com os pais, aliás com o pai. Os pais desses meus alunos eram muito ocupados e não tinham tempo a perder com baboseiras de escola ou de ficar de conversa com os filhos. A atividade, portanto, tinha tudo para não dar certo.

Só o autor do material didático não havia percebido isso. Alguns alunos nitidamente haviam falseado a entrevista (eles mesmo me confessaram depois), poucos realmente haviam feito a atividade com o pai, mas tinha uma menininha tristezinha que não fizera. Professor, papai é muito ocupado.


POESIA DE RACHEL OMENA - Bilingue - Português e Castelhano - TERRA PROMETIDA; TIERRA PROMETIDA



POESIA DE RACHEL OMENA - Bilingue - Português e Castelhano - TERRA PROMETIDA; TIERRA PROMETIDA

 TERRA PROMETIDA

 Minha luz resplandece teus desejos
 desejos ocultos de tua alma frágil e serena
 Como fogo meu corpo é úmido em tua boca
 que tem sede de meu cheiro doce
Tu passeia entre meus seios que ao tocá-los
a ti entrego totalmente a essência da loucura
 e minha carne geme na proporção
que tua língua me consome
 Sou tua carne tua mulher e teus sentidos
 a gaivota que em noites claras roubadas de sol
 desvia a consciência para dentro de teu coração
 lavando a saudade como toque de liberdade e vida imortal
 para que seja aberto o portal onde chegarei ao mar de teu amor

TIERRA PROMETIDA
Mi luz resplandece tus deseos
 deseos ocultos de tu alma frágil y serena
 Como fuego mi cuerpo es humedecido en tu boca
 que tiene sed de mi olor dulce
Tu paseas entre mis senos que al tocarlos
 a ti te entrego totalmente la esencia de la locura
 y mi carne gime en la proporción
que tu lengua me consume
 Soy tu carne, tu mujer y tus sentidos
 la gaviota que en las noches claras robadas del sol
 desvía la conciencia para dentro de tu corazón
 limpiando la nostalgia como un toque de libertad e inmortalidad
 para que sea abierto el portal donde llegaré al mar de tu amor

Leia este tema completo a partir de 12/12/2011

POESIA DE PATRICIA NEME - Amei!; Dia da Criança?



POESIA DE PATRICIA NEME - Amei!; Dia da Criança?
 
 
 Amei!
 
 Por quem tu és, rasguei minh’alma, abri meu peito,
 me desnudei ante quem sou, em verso e prosa...
 Rompi amarras, desfiz leis, abri meu leito
 para acolher-te em cetim, renda e flor de rosa.
 Por quem eu sou, por quem te cri... Mal insuspeito...
 Me debati por senda fria e dolorosa.
 Foste um engano, nada mais... Vão, imperfeito...
 Sopro perdido em céu de vida nebulosa.

Dia da Criança?
 
 Sai o homem para o seu trabalho
 e para a sua labuta até o anoitecer
 (Salmo 104)
 Assim é Teu mandamento:
 deve o adulto trabalhar;
 porém há tanto lamento,
 tanta lágrima a rolar...
 ... do olhar profundo, tristonho,
 rosto sujo, pé no chão...
 Um menino tão sem sonho,
 carvoeiro do sertão.
 ... na face triste, assustada,
 da menina sem mãozinha...
 Foi magoada, trucidada,
 numa casa de farinha.

Leia este tema completo a partir de 12/12/2011

POESIAS DE VALDO SANTOS - suave tentação; enquanto no meu coração; No nosso interior



POESIAS DE VALDO SANTOS - suave tentação; enquanto no meu coração; No nosso interior

 suave tentação
 deixada pelo teu olhar
 que em mim despertou
este desejo de te amar
 eu sou como o sol e tu como a lua
 por vezes nos encontramos no mar
 por vezes me cruzo contigo no céu
 e me apaixono pelo teu luar
 doce perdição que me levas a sonhar
 nos meus sonhos eu te tenho

enquanto no meu coração ouver vida e ele bater..
 havera sempre um motivo
 para eu fazer nascer
 a minha vontade de plantar
 as sementes de amar
 e nele cultivar
 todos os sentimentos
 que me fazem continuar a sonhar
 e me fazem acreditar
 que neste mundo
ainda existe um cantinho
 para o amor criar
 e deste germinar
que a felicidade á alegria

No nosso interior para alem do sonho
 existe um universo de fantasia..
 um mundo á parte da realidade
ao qual designamos de ilusão..
 ... mas é nesse pequeno espaço
maior que a verdade
que na ausência de nós ,
 por vezes em breves momentos
 encontramos por lá
 temporariamente a felicidade...

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Poesia de Cremilde Vieira da Cruz - TUDO QUE VI; SONHOS DESNUDOS; SONHO NUMA NOITE DE INVERNO



Poesia de Cremilde Vieira da Cruz - TUDO QUE VI; SONHOS DESNUDOS; SONHO NUMA NOITE DE INVERNO


TUDO QUE VI


Vi rios
 Vi correntes
 Vi cascatas descendentes
 Vi o sol escorrendo em fios
 Vi o anoitecer
 Vi as estrelas cadentes

SONHOS DESNUDOS
Desnudam-se meus sonhos,
 Desnudam-se meus pensamentos,
 Desnudam-se meus sentimentos,
 E logo surge a imagem
 De quem tu és.
 E a sonhar,
 A sombra dos meus sonhos
 Desperta-me os pensamentos,

SONHO NUMA NOITE DE INVERNO
Deixava-te...
 Subia numa nave ao céu,
 Engolida no espaço,
 Por nuvens escuras de breu.
 Deixava-te...
 Sal amargo de minha dor,
 Derramado em lágrimas,
 Destruído nosso amor.
 Eu era um ser repelente,
 Que viera ter aqui,
 Arrastado pelo vento.
 Tu eras uma ilha ao sol,
 Pérola a brotar do Atlântico
 Enleada em cachecol,
 Das ondas do mar o cântico.

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José Carlos Moutinho - Poesia - Mudança de emoções; Deixo-me levar...; A chuva ao som de Adágio


 
José Carlos Moutinho - Poesia - Mudança de emoções;  Deixo-me levar...; A chuva ao som de Adágio



Mudança de emoções

Emudeceram as palavras murmuradas,
 Em pétalas de melodias;
 Apagaram-se os sorrisos,
 De malmequeres iluminados;
 Os abraços foram trocados pelo vazio,
 Das ausências perdidas na distância,
 Do tempo que se vai escoando;
 Os beijos que sufocavam a razão,
 São hoje imagens presentes,
Obscurecidas por nuvens de mágoas;
 O vulcão do seu corpo, lava incandescente,

Deixo-me levar...
Sufoco neste vazio que me estrangula,
 Sinto-me soçobrar no silêncio que me ecoa,
 Este nada que me tortura os sentidos,
 Coíbe-me os pensamentos
 E grita-me alertas de desalento!

Quando os sons se despertam,
 Acordam-me a vontade,
 De me libertar do espaço que me contém;

Amotino-me e levo-me sem destino,
 Em emoções inventadas,
 Por outros vazios de silêncios cantados,
 De mágicas melodias silenciosas!

A chuva ao som de Adágio
Hoje o dia tem a tristeza do cinzento;
 Chove lágrimas de dores sofridas,
 Nos pingos de amarguras sentidas;
 O soprar do vento ecoa bem fundo
Nas almas adormecidas,
 Que se afogam na chuva intempestiva,
 Em choros de razões desconhecidas!
 E caem fortes bátegas diluvianas,
 De emoções desencontradas,
 Na penumbra deste tempo
 Que se escurece,
Na ausência da luz escondida;
 O bater das gotas fortes da chuva,