domingo, 9 de outubro de 2011

O Dia das Crianças e a Nossa Responsabilidade. - Texto de Arlete Deretti Fernandes



O Dia das Crianças e a Nossa Responsabilidade. - Texto de Arlete Deretti Fernandes

Antes de tecer algumas considerações, gostaria de aqui deixar um poema de Djalma de Andrade, com o título: MEU FILHO

O meu filho, que é doce, que é inocente,
Quando comigo sai, luz que fascina,
Põe seus claros pezinhos, brandamente
Nas marcas dos meus pés na areia fina.
Ele segue-me os passos inconsciente,
Mas uma estranha angústia me domina,
E calcando os meus pés mais firmemente
Meu coração aos poucos se ilumina.
Sem saber, tu me obrigas, filho amado
A procurar a rota mais segura
A ter firmeza em cada passo dado.
Nunca dirá – que horror n’alma me vai!
Que te perdeste numa estrada escura
Por seguires os passos de teu pai.
Na década de 1920, o Deputado Federal Galdino do Valle Filho teve a idéia de instituir o Dia das Crianças. Os demais deputados aprovaram o projeto e o dia 12 de outubro foi oficializado como Dia da Criança pelo presidente Arthur Bernardes, em 5 de novembro de 1924.

Trinta e seis anos após este decreto, em 1960, quando a Fábrica de Brinquedos Estrela fez uma promoção conjunta com a Johnson & Johnson para lançar a «Semana do Bebê Robusto» e aumentar suas vendas, é que a data passou a ser comemorada. A estratégia deu certo, pois desde então o Dia da Criança é comemorado com muitos presentes!
Seguindo a «idéia genial», outras empresas decidiram criar a Semana da Criança, para aumentar as vendas!. No ano seguinte, os fabricantes de brinquedos decidiram escolher um único dia para a promoção e fizeram ressurgir o antigo decreto.
A partir daí, o dia 12 de outubro se tornou uma data importante para o setor de brinquedos.
Lamentável que as datas comemorativas sejam associadas somente ao comércio e à compra de presentes.
Crianças são anjos
Quando observamos a ternura que transparece num olhar de criança, sentimos o que ali há de anjo, de pureza e de inocência.
A nós, adultos, pais, padrinhos, professores, tios e amigos, cabe-nos uma responsabilidade ética na condução destes pequenos seres. Na transmissão de valores e de conceitos.
Se observamos que há desamor, intolerância e outras atitudes que nos descontentam, precisamos perguntar «O que estamos fazendo para mudar»?
Vemos nos noticiários, diariamente, na sociedade mundial, adultos, jovens e crianças apelando para a violência mais cruel.
Pecotche ensina que «a mente da criança é terra virgem e fértil». Até a idade de 7 anos, tudo é assimilado, as sementes que aí caem florescem e crescem. A criança também não é uma folha em branco, como dizia Rousseau. Ela traz em si uma herança gravada.
Na formação que nós adultos oferecemos à criança, certas atitudes firmes são essenciais. Enquanto os pais saem de casa para o trabalho, mentes inocentes ficam a ver todo o tipo de filmes e jogos com cenas de violência e impróprios para a idade.
As crianças tem uma esperteza muito maior do que imaginamos. Desde muito cedo elas captam e compreendem muito do que escutam e do que se passa à sua volta.
Tenho um amigo que levou um grande susto. Chegou em casa do trabalho e ficou a ver um filme na TV., com o filhote de 2 anos ao seu lado brincando. Quando no filme surgiram tiroteios com mortes, o pequeno ficou de pé e disse:
-«traz um revolver, pai, que eu também quero matar».
Naquele momento o pai saiu dali e passou a agir diferente.



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