sábado, 22 de outubro de 2011

Crônica de 12 de Outubro – Steve Jobs (Resquiçat In Pace) - Por Se Gyn



Crônica de 12 de Outubro – Steve Jobs (Resquiçat In Pace) - Por Se Gyn
Continuam as manifestações sobre o passamento de Steve Jobs. E como era de se esperar, é bem mais que pesar. O homem era constantemente incensado. Se brincar, virar santo.

Jobs era um nerd, mas não tolerou os estudos da faculdade. E aí, resolveu se mandar para o oriente para ajustar a cabeça, do que decorre a intensa sugestão das notas e matérias publicadas na Internet de que ela teria se constituído numa espécie de iluminação da qual resultou o sucesso da Apple e seu sistema operacional, embarcados em unicamente em computadores da própria Apple.

Não é bem assim: a criação da revolucionária interface gráfica amigável, baseada no uso de ícones e janelas foi do especialista Jef Raskin, especialista no relacionamento homem-máquina, que, acabou levando uma rasteira de Jobs no fim (afastamento sumário e supressão de créditos intelectuais) do processo de criação do McIntosh. O que Jobs fez foi lançar no mercado o tal computador, que se converteu numa espécie de big bang a partir do qual se estabeleceu a mais incrível revolução tecnológica da humanidade – o que é, de qualquer forma, admirável.

Mas, claro, a Apple dos anos iniciais se tornou rapidamente um ícone pop. E a Apple da terceira fase tornou Jobs uma personalidade pop. Dizem que o homem inventou um monte de traquitanas revolucionárias. Menos: das supostas invenções citadas, só uma merece o status: o Ipod. O resto foi macaqueado de invenções precedentes – o Itunes não foi a primeira sacada comercial decorrente de simples desdobramento da prática da chamada pirataria virtual, o Iphone era um produto já previsível, e foi mais ou xerocado de aparelhos precedentes (Motorolla Moto King e LG KG 800, por exemplo). E o Ipad é mera evolução do Kindle (com adição de uma suíte de aplicativos saída do Iphone), da americana Amazon.

Onde estava a diferença dos produtos físicos e virtuais da empresa capitaneada por Steve ? Do seu apurado sendo de elegância e beleza – funcional e estética, que, ao par de sua mão de ferro administrativa, conseguia estabelecer para os seus produtos – verdadeiro estado de arte, que, por isto mesmo, eram recebidos com intensa admiração e festa no mundo fashion e que era replicada no mundo dos geeks, nerds e descolados.



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