Poesia de Cremilde Vieira da Cruz - NA PEDRA OU NA AREIA
NA PEDRA OU NA AREIA
A indiferença,
Obriga-me a pensar solidão.
A inveja,
Obriga-me a pensar desilusão.
Por isso,
Escrevo na pedra
A amizade pura.
Por isso,
Escrevo na areia
Tudo que se me afigura fútil;
Tudo que julgo não ter conteúdo.
Por isso,
Deixo muitas vezes
De manifestar minha opinião
E escrevo, escrevo...
Quando nasci,
Morreu minha inteligência,
Porém,
Não morreu meu coração!
Por isso,
Penso dizer tudo que meu coração sente;
Por isso,
às vezes me excedo;
Por isso,
Clamo por uma mão que me conduza;
Por uma mão que me dê a mão.
Ah,
Pobre coração que fazes tremer meu chão;
Este chão que piso, cheia de medo!
Ponho um pé,
Ponho outro pé...
Dói-me um pé,
Dói-me outro pé...
A distância entre o ontem e o hoje é abismal.
é incomensurável a diferença,
O desajuste,
O tremelicar das pedras...
As vozes dos pássaros deixaram de existir,
Ou partiram para lugar incerto.
Estou aqui abraçada à solidão,
Mas corre-me nas veias
O sangue das horas de ontem.
Leia este tema completo a partir de 24/10/2011
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