Recordar o Raizonline - Trabalhos de Números de Arquivo - Artigo/Resenha Crítica - ROMANCE «A mulher, o Homem e o Cão» de Nicodemos Sena por Silas Correia Leite - Uma «Neverland» na Hiléia Amazónica
Para falar do novo livro do escritor paraense radicado em Taubaté -SP, Nicodemos Sena, «A Mulher, o Homem e o Cão» (Ed. LetraSelvagem, 2009, Coleção Gente Pobre, 152 pág.) não teria como não me reportar ao sucesso que foi a portentosa obra «A Espera do Nunca Mais» (Ed. Cejup, 1999), um caudaloso romance elogiado pela crítica, «que faz meio-termo entre ficção e realidade (...); alto estilo, demonstrando vigor e consciência estética(...)», segundo Ronaldo Cagiano (in Opção Cultural).
A amazônica como um todo, resgatada e retratada, do rural-agreste e ermo aos «anos de chumbo» da ditadura militar (o escritor é um retratista de seu tempo e das amarguras de seu tempo?), no letral, literal, e lítero-culturamente sob todos os aspectos. «Uma aula de Amazônia (...)», diz Oscar D’Ambrosio (in Caderno de Sábado, Jornal da Tarde).
Coloco pra mim, entre os dez melhores romances brasileiros, não necessariamente numa ordem linear, «Dom Casmurro» ( Machado de Assis), «Grande Sertão: Veredas» (Guimarães Rosa), «Vidas Secas» (Graciliano Ramos), «Incidente em Antares» (Erico Veríssimo), «Crônica de Uma Casa Assassinada» (Lúcio Cardoso), «Macunaíma» (Mário de Andrade), «O Cortiço» (Aluisio de Azevedo), «Dona Flor e seus Dois Maridos» (Jorge Amado), «O Cais da Sagração» (Josué Montello), e, entre todos os do Autran Dourado (que é ótimo em tudo o que escreve), o recente romance «A Mulher, o Homem e o Cão», de Nicodemos Sena, certamente o maior romancista brasileiro contemporâneo, pouco pop e naturalmente muito cult, diga-se de passagem.
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