domingo, 27 de novembro de 2011

Coluna de Manuel Fragata de Morais - MEMORIAS DA ILHA - CRONICAS - CONSELHOS E CONSELHEIROS



Coluna de Manuel Fragata de Morais - MEMORIAS DA ILHA - CRONICAS - CONSELHOS E CONSELHEIROS
A sabedoria popular é abundante tanto quanto a conselhos quanto a conselheiros, já que sem uns e nem os outros se viveria.

Pessoalmente, sou muito dado a aconselhar, talvez por ter atingido aquela idade em que um homem torna-se membro do nobre grupo de sekulus que envolve a sabedoria, aquele grupo de gente de idade que se alegra em fornecer alvitres porque já não consegue ou pode dar maus exemplos.
Em geral o conselho vem do coração, quando não da alma, a não ser o conselho que visa o mal, a malandrice, o lixanço do próximo, embora os cínicos afirmem que os melhores conselhos vêm dos piores homens.

Sobre os conselhos, há os pedidos e há os oferecidos e sobre isso, gostaria de vos contar uma pequena história, creio que das «Mil e Uma Noites» aquela peça maravilhosa e imorredoura da literatura universal que muitos de nós tiveram a felicidade de ouvir lida ou de ter lido.

Havia um camponês que era dono de um burro e de um boi, que ele muito acarinhava. Todavia o burro, que repousava muito mais da lavoura do campo, engordara, enquanto o boi, pela razão inversa, começava a ter um ar abatido, sofredor. Preocupado, como qualquer um de nós o faria, o bovino foi buscar conselho junto ao amigo:

«Diz-me lá ó irmão, o que devo fazer para me livrar um pouco deste trabalho pesado?»

Desejando ser solícito, também vaidoso pela consulta que o colocava um pouco acima, o burro não se fez rogado e aconselhou:



Sem comentários:

Enviar um comentário