sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O Dedé - Por Marcelo Sguassábia



O Dedé - Por Marcelo Sguassábia
Humor, nonsense e sátira. Junte a isso algumas incursões no universo onírico e um tiquinho de prosa poética. Este é mais ou menos o meu estilo: o não - estilo definido. Sou redator publicitário, pianista diletante, beatlemaníaco desde sempre e amante de filmes e livros que tratem de viagens no tempo.
 Blogs: www.consoantesreticentes.blogspot.com  (contos e crônicas)
 www.letraemeredacaocriativa.blogspot.com  (portfólio)
 Email: msguassabia@yahoo.com.br

O Dedé
Foi revendo «Forrest Gump» que lembrei do Dedé, o sumido porém inesquecível Dedé. Estava ao seu lado no cinema, na época do lançamento do filme, quando num rompante inspiradíssimo ele lavrou a versão tupiniquim da filosofia do anti-herói americano: «A vida é como uma empadinha de rodoviária: a gente nunca sabe o que vai encontrar».

Nada do que o Dedé dissesse era levado a sério. Por mais sérios que fossem seus enunciados e máximas.
 
Consta que foi por volta de 1978 que o Dedé cismou que o tempo estava passando mais rápido.
Alardeava aos quatro ventos a singular constatação, dispunha-se a chamar a comunidade científica pra comprovar por A+B a sua tese. Tinha toda uma teoria, amparada por equações complicadíssimas, cálculos quânticos e dízimas periódicas. Porém, mais rápido ou não, o tempo passou e a coisa ficou por isso mesmo.

 Uma figura, o Dedé. Pelo seu jeitão aloprado, muitos o chamavam de Lelé. Que maldade.
 
Líder nato, amava palavras de ordem e gritos de guerra. Adivinha, no colégio, quem era o presidente do grêmio, o chefe da fanfarra, o representante de classe, o orador da turma?
Lógico, o Dedé. Na faculdade, estampava e vendia nos intervalos das aulas camisetas do Che, da plantinha de Cannabis e contra o imperialismo ianque.



1 comentário:

  1. Amigos do raizonline, muito grato pela publicação. Que seja este o início de uma parceria proveitosa e duradoura. Meu abraço.

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