sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Almodòvar que te quero Pedro - Rosa Pena



Almodòvar que te quero Pedro - Rosa Pena

Uma ótima fotografia, uma trilha sonora dramática, um cenário perfeito para contar uma história maldita de boa e ainda assim me senti encarcerada na pele de fã do Almodòvar com roteiros de sua própria autoria.

Tentei me abandonar à tensão forte (genial) que o filme impõe, porém nosso passado (meu e de Pedro), em que eu me sentia segura em qualquer trajeto que ele se entranhasse, não deixou que ela rolasse plenamente. Algo ficou me cutucando que faltavam as loucuras cotidianas (sem grandezas cinematográficas que com ele ficam imensas) tão típicas desse cineasta espanhol que só de olhá-lo tocam mil castanholas em minha cabeça.

Muita pimenta num pedaço de carne e lágrimas que não se acabam mais, algumas inesquecíveis, como a do no filme Volver em que a filha ao sentir um cheiro  estranho, chora copiosamente porque o odor é idêntico ao peido da mãe morta. Só ele é capaz de colocar muitíssimo bem essa irreverência. Saudade não se sente só pelos odores de cravos!

Assisti A Pele que Habito em duplo suspense: Pelo próprio roteiro e pelo momento em que Pedro praticaria uma dessas suas genialidades. Para me deixar mendigando de pires na mão, ele me acenou que elas surgiriam a qualquer momento. Ah! A cena em que a menina brinca distraidamente no jardim e desperta a mãe cantando os versos de «Pelo amor de amar» (música brasileira) é fabulosa (a filha é que é a sereia da mãe) ou na súbita fantasia erótica de onça-pintada de um dos personagens em plena Toledo (cidade histórica espanhola).




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