Poética de Ilona Bastos - NEVOEIRO; O POEMA QUE SE SEGUE; Como Soa o Poema
NEVOEIRO
Lembrando uma paisagem escandinava
Desenham-se, além dos vidros da janela,
Os traços suaves dos ramos de pinheiro,
Esbatidas manchas de quadro em aguarela,
Por entre o esbranquiçado frio do nevoeiro.
Também, mais próxima, desmaiada, a relva
Se distancia, neutra, na densa neblina,
E o fundo baço, que esconde o arvoredo,
Envolve o céu e a vida, em leve musselina.
O POEMA QUE SE SEGUE
Não há que temer a Poesia,
Nem estas ideias bizarras
Que em certas horas me assaltam.
Vivo e raciocino por tentativas,
Aproximações e intuições.
Pensamentos fugazes,
Velozes, acutilantes,
Perpassam-me a mente,
De rompante, e logo
Seguem seus caminhos.
Como Soa o Poema
Não soa o poema ao criador.
Irrompe do fundo de nenhures,
Pensamento luminoso, súbito
Na brancura do papel a derramar.
Não soa em alta voz a poesia.
Pois é ideia ágil, forte e clara,
É passo vivo ou mesmo galopante,
Que o braço move e leva pelo ar.
Não soa como som, já que é mais luz,
Corrente descendente até à mão,
Vaivém audaz do lápis no papel
Furor intenso e débil a criar.
Leia este tema completo a partir de 28/11/2011
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