sábado, 26 de novembro de 2011

Poética de Ilona Bastos - NEVOEIRO; O POEMA QUE SE SEGUE; Como Soa o Poema



Poética de Ilona Bastos - NEVOEIRO; O POEMA QUE SE SEGUE; Como Soa o Poema

 NEVOEIRO

 Lembrando uma paisagem escandinava
 Desenham-se, além dos vidros da janela,
 Os traços suaves dos ramos de pinheiro,
 Esbatidas manchas de quadro em aguarela,
 Por entre o esbranquiçado frio do nevoeiro.
 Também, mais próxima, desmaiada, a relva
 Se distancia, neutra, na densa neblina,
 E o fundo baço, que esconde o arvoredo,
Envolve o céu e a vida, em leve musselina.

O POEMA QUE SE SEGUE
 
 Não há que temer a Poesia,
 Nem estas ideias bizarras
 Que em certas horas me assaltam.
 Vivo e raciocino por tentativas,
 Aproximações e intuições.
 Pensamentos fugazes,
 Velozes, acutilantes,
 Perpassam-me a mente,
 De rompante, e logo
Seguem seus caminhos.

Como Soa o Poema
 
 Não soa o poema ao criador.
 Irrompe do fundo de nenhures,
 Pensamento luminoso, súbito
 Na brancura do papel a derramar.
 Não soa em alta voz a poesia.
 Pois é ideia ágil, forte e clara,
 É passo vivo ou mesmo galopante,
 Que o braço move e leva pelo ar.
 Não soa como som, já que é mais luz,
 Corrente descendente até à mão,
 Vaivém audaz do lápis no papel
 Furor intenso e débil a criar.


Leia este tema completo a partir de 28/11/2011

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