Presente de Natal - Conto de Arlete Piedade
Era uma noite chuvosa e fria e o vento uivava lá fora açoitando os altos muros e insinuando-se furioso pelas ameias e seteiras do velho castelo.
Sozinha, na antiga e atarracada casa de pedra encostada á face exterior da muralha voltada a norte, onde continuava a viver, a filha do falecido caseiro, estremecia de medo.
Esperava ansiosamente a chegada do filho que tinha saído em viagem, para vender aos ricos castelões a norte, alguns dos arcos por si fabricados.
Eram arcos robustos, fabricados com a madeira dos teixos centenários que rodeavam o castelo e que constava terem sido plantados pelo seu fundador.
Sozinha, na antiga e atarracada casa de pedra encostada á face exterior da muralha voltada a norte, onde continuava a viver, a filha do falecido caseiro, estremecia de medo.
Esperava ansiosamente a chegada do filho que tinha saído em viagem, para vender aos ricos castelões a norte, alguns dos arcos por si fabricados.
Eram arcos robustos, fabricados com a madeira dos teixos centenários que rodeavam o castelo e que constava terem sido plantados pelo seu fundador.
Ela não acreditava nisso contudo, pois que o castelo devia ter milhares de anos e mesmo sendo as árvores centenárias, como podia tal história ser verdadeira? Lendas e ditos de gente antiga sem dúvida.
Enquanto espevitava a pequena chama alimentada a azeite, na candeia de ferro que tinha colocado na beira larga e alta da janela estreita do seu casebre, para assinalar ao filho o caminho do lar, ia recordando.
Como tinham sido alegres outros Natais passados na companhia do falecido esposo quando o seu filho era um menino que gostava de trepar aos teixos e de se esconder nas altas ramadas para ela o procurar desesperada e aflita, pensando que tinha sido raptado pelos caminhantes da noite.
Agora que o menino estava um homem feito, temia o dia em que ele voltasse com uma esposa das suas muitas viagens, alguma filha de um rico castelão que lhe roubaria o seu rapaz e a deixaria sozinha.
Agora que o menino estava um homem feito, temia o dia em que ele voltasse com uma esposa das suas muitas viagens, alguma filha de um rico castelão que lhe roubaria o seu rapaz e a deixaria sozinha.
No entanto era assim a vida! – Pensava ela conformada com o seu destino, enquanto olhava a mesa posta com as parcas iguarias de que dispunha ali naquele fim do mundo.
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