Franklin Cascaes por correspondência - De Arlete Deretti Fernandes - Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Letras – Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa para obtenção do título de Bacharel em Letras - Franklin Cascaes por correspondência
Franklin Cascaes por correspondência
Franklin Joaquim Cascaes nasceu em Itaguaçu, antigo município de São José, a 16 de outubro de 1908. Professor do Ensino Industrial Básico desempenhou em 1963, a função de Coordenador de Ensino. Quanto à atuação artística, é significativa a exposição de Cascaes em 1959, que a convite do Museu de Arte Moderna de Florianópolis, expôs um conjunto de motivos folclóricos da Ilha. Igualmente é reconhecido em 1978 no circuito artístico nacional, ao representar a arte catarinense na Bienal Latino-Americana de Artes, realizada no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Em 1983 Franklin Cascaes falece em conseqüência de uma cirurgia de cálculo renal.
CAPITULO I
1.1. AUTOR E OBRA
1.1. AUTOR E OBRA
Franklin Joaquim Cascaes trabalhou o universo cultural e econômico dos colonizadores da Ilha do Desterro na genuinidade deste povo, na sua oralidade, no seu modo singelo e natural de viver. Escreveu sobre os assuntos do dia-a-dia, as crendices e costumes, as festividades religiosas, os brinquedos, as atividades do povo para o próprio sustento, o artesanato, a arquitetura, as ferramentas de trabalho, as benzeduras, as receitas medicinais e culinárias. Cascaes como pesquisador registrou as tradições da Ilha como herdeiro dessa cultura. Escreveu sobre o imaginário popular e o fantástico recriado através dos personagens mitológicos dos ilhéus, vindos das assombrações e superstições e deu-lhes vida e animação, nos interessantes «causos» contados e nas valiosas figuras esculpidas ou desenhadas. Entre os temas de Cascaes encontram-se questões da vida diária na sobrevivência das pequenas comunidades, como as farinhadas, as receitas culinárias, as pescarias e as questões mitológicas e religiosas.
Cristina Castellano, Diretora da Divisão de Museologia do Museu Universitário da UFSC diz o seguinte a respeito do autor:
Sobre Franklin Cascaes muito se tem falado sem no entanto, existir um consenso. Ora o chamam de artista, ora de pesquisador ou de cientista, ou de organizador de nossa cultura popular. Alguns o tratam como mito, um bruxo ou um folclorista. Para nós, o adequado é tratá-lo como sintetizador de uma cultura, que vivenciou e registrou de uma maneira ímpar.
Cascaes preferiu sempre denominar a Capital do Estado de Santa Catarina de Nossa Senhora do Desterro e nunca de Florianópolis, em razão dos crimes bárbaros do Marechal Floriano Peixoto, não considerando justo nossa Ilha ter recebido este nome em homenagem ao grande tirano.
Os registros de Cascaes fazem parte da memória de nosso povo. Para Marilena Chauí (1995, p.125), «a memória é uma evocação do passado. é a capacidade humana para reter e guardar o tempo que se foi, salvando-o da perda total. A lembrança conserva aquilo que se foi e não retornará jamais.»
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