sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O Barão - Novo filme de Edgar Pêra



O Barão - Novo filme de Edgar Pêra

O novo filme de Edgar Pêra adapta Branquinho da Fonseca em tom de falso filme de terror expressionista. História de um «filme extraordinário» assinado por um cineasta que não consegue deixar de brincar com a forma mesmo quando conta uma história.

«Há uma frase do Slavoj Zizek em que ele diz que, com o «Eles Vivem!» do John Carpenter, aprendemos a ver a ditadura na democracia, com aqueles óculos escuros. «O Barão» é um bocado ver até onde é que vão esses limites. Só que sem óculos. é um filme 2D.»

Esclarecidos? Não? Nós ajudamos. «O Barão» é um filme 2D de Edgar Pêra; é a «remake» de um clássico proibido pela ditadura fascista rodado entre nós pela produtora Valerie Lewton; é uma adaptação da novela de Branquinho da Fonseca, a preto e branco expressionista, sobre um inspector das escolas (Marcos Barbosa) que viaja até um ermo recôndito que vive sob o jugo do Barão (Nuno Melo).

Uma destas afirmações não é verídica. (E não ganham mais por adivinhar a alegoria salazarista por trás da trama.)

Se continuam confusos, é normal que assim seja; é mesmo obrigatório com Edgar Pêra, cineasta «desalinhado». «O Barão», apesar de tudo, é o seu filme mais aberto. E é apenas a sua quarta longa de ficção «tradicional», a seguir a «A Janela (Maryalva Mix)» (2001), ao telefilme «Oito Oito» (2002) e a «Rio Turvo» (2007), já baseado em Branquinho de Fonseca (e até hoje inédito em sala por vicissitudes várias). E é a sua terceira estreia em sala, depois de «A Janela» e do documentário sobre Carlos Paredes «Movimentos Perpétuos» (2006).


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