Coluna de Manuel Fragata de Morais - O FANTASTICO NA PROSA ANGOLANA - MANUEL RUI - ALICE NO PAIS DELA!
Alice tinha regressado do país das maravilhas.
Regressara num avião boeing. Chegara à sua terra «senhores passageiros».
E contava à família tudo de maravilhoso que ela vivera no país das maravilhas. E Alice era, agora, a pessoa mais importante da família. Todos a rodeavam para lhe ouvir as maravilhosas estórias que ela vivera no país das maravilhas.
Os mais velhos, então esses, pasmavam de olhar na Alice e seu pai e a sua mãe era só orgulho mimado a desbaratar-se de rosto babado. Que filha exemplar!
Que deixou o país das maravilhas nesse voltar o coração para ao pé dos seus. Pobres. Quase sem rumo. Sempre na espera de qualquer coisa nova. E Alice era uma novidade.
E, por isso, quando se começou a fazer da terra de Alice um país e se arranjou um rei, insígnias e bandeira, logo alguém pensou que aquele país estava dotado para ser das maravilhas. Porque era muito rico, falavam. E as pessoas tinham muita esperança.
Daí que o rei convidasse logo Alice para ocupar a pasta da economia, o que Alice aceitou e tomou posse.
Mas Alice não se deu com essa pasta e, em menos de três meses, quase arruinou o ministério.
O rei, que era muito discreto, decidiu afastar Alice por conveniência de serviço, quer dizer, Alice convinha a outro serviço, quer dizer, Alice convinha a outro serviço diferente, era por ele solicitada.
E o rei falou:
«Alice. Você foi fadada para fazer carreira. Esse é o seu destino e temos pouca gente com experiência do país das maravilhas. Por isso vou colocá-la no ministério da agricultura.»
«Rei. Desculpa tratar-te por tu. Mas tu sabes, pá, que eu só aceitei porque desejo fazer carreira, pá. Estou ou não estou nomenclaturizada?»
Alice tinha regressado do país das maravilhas.
Regressara num avião boeing. Chegara à sua terra «senhores passageiros».
E contava à família tudo de maravilhoso que ela vivera no país das maravilhas. E Alice era, agora, a pessoa mais importante da família. Todos a rodeavam para lhe ouvir as maravilhosas estórias que ela vivera no país das maravilhas.
Os mais velhos, então esses, pasmavam de olhar na Alice e seu pai e a sua mãe era só orgulho mimado a desbaratar-se de rosto babado. Que filha exemplar!
Que deixou o país das maravilhas nesse voltar o coração para ao pé dos seus. Pobres. Quase sem rumo. Sempre na espera de qualquer coisa nova. E Alice era uma novidade.
E, por isso, quando se começou a fazer da terra de Alice um país e se arranjou um rei, insígnias e bandeira, logo alguém pensou que aquele país estava dotado para ser das maravilhas. Porque era muito rico, falavam. E as pessoas tinham muita esperança.
Daí que o rei convidasse logo Alice para ocupar a pasta da economia, o que Alice aceitou e tomou posse.
Mas Alice não se deu com essa pasta e, em menos de três meses, quase arruinou o ministério.
O rei, que era muito discreto, decidiu afastar Alice por conveniência de serviço, quer dizer, Alice convinha a outro serviço, quer dizer, Alice convinha a outro serviço diferente, era por ele solicitada.
E o rei falou:
«Alice. Você foi fadada para fazer carreira. Esse é o seu destino e temos pouca gente com experiência do país das maravilhas. Por isso vou colocá-la no ministério da agricultura.»
«Rei. Desculpa tratar-te por tu. Mas tu sabes, pá, que eu só aceitei porque desejo fazer carreira, pá. Estou ou não estou nomenclaturizada?»
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