Jornal Raizonline nº 152 de 2 de Janeiro de 2012 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - Ano Novo, Vida Nova?
Sem querer colocar em causa a sinceridade das pessoas que fazem esta afirmação acima em titulo com uma intenção séria e honesta, diferente daquele tipo de afirmação que sai quase espontaneamente, normalmente vazia de significado, assim género balão solto ao vento para ocupar uns segundos da conversa ocasional, parece-me um facto que tanto uns como outros (os sérios e convictos e os outros do verbo sem conteúdo) não vão mesmo ter vida nova embora tenham seguramente ano novo e isto porque o calendário a isso obriga, senão se calhar nem isso...
Pode parecer uma entrada na crónica um pouco pesada ou depressiva, cortando expectativas, mas temos sim que ver as coisas pela positiva, sempre: para que queremos nós um ano novo e uma vida nova se não demos conta daquele que passou, não o dominámos e, no fundo, mesmo que tenhamos feito algumas coisas novas no ano transacto seguramente não fizemos o suficiente para receber aplausos.
Não vou falar das desgraças constantes a que assistimos durante o ano passado e não vou falar das desgraças constantes e que vamos assistir este ano que agora entra mas teremos de reconhecer, com seriedade aprofundada, que neste capitulo da vida nova andamos com milhares de quilómetros de atraso em relação ao comboio dessa mesma vida nova.
Gostava (?) - aqui é só retórica para alindar o texto - de ter uma mensagem de esperança, de ser como os políticos, de ter a lata deles talvez, uma vez que fosse, para, pelo menos tentar convencer-me a mim mesmo que vou ter uma vida nova, uma vida melhor, acreditar que o tal paraíso na terra é possível, enfim, cobrir-me, agasalhar-me, mergulhar num leito farto de fofos mantos diáfanos de fantasia e por lá ficar.
Sem comentários:
Enviar um comentário