domingo, 1 de janeiro de 2012

A Viola Cabocla - Crónica / divulgação de António Carlos Affonso dos Santos - Acas - ANATOMIA DA VIOLA

A Viola Cabocla - Crónica / divulgação de António Carlos Affonso dos Santos - Acas - ANATOMIA DA VIOLA

A viola compõe-se das seguintes partes: caixa de ressonância, boca, braço e palheta.

CAIXA DE RESSONANCIA

 A caixa de ressonância é conhecida pelas seguintes designações: caixa, bojo, ou corpo.
 A caixa é composta de um aro e duas tampas. O aro pode ser inteiriço, ou em dois pedaços, sendo coladas as suas extremidades quando na forma, ficando a emenda embutida no taco de segurança do cavalete. Usam cola vegetal de sumbaré. O aro é que tem as curvas. Para execução dessas curvas, uns fabricantes usam formas, outros fazem a «olho». Aliás o «olhômetro» é o grande aparelho de precisão com patente nacional brasileira.

Na tampa da frente, ou «peito da viola», ficam o cavalete e a boca, isto é, uma abertura, que põe em comunicação a caixa de ressonância com o exterior. Paralelamente ao cavalete fica o rastilho, peça não fixa de taquara. A tampa posterior ou «costa» é inteiriça, uma tábua só sem emenda.

Na construção da caixa de ressonância entram as seguintes peças: 3 travessas para sustento da tampa posterior, 2 travessas para sustento da tampa anterior, taco de segurança do cavalete, armação para o braço (ficando para o lado de fora o gastalho). O aro, onde internamente são grudadas as viras de filete, para resistência, ou contra-fortes, onde serão coladas as tampas.

Empregam-se as seguintes madeiras no aro: guaiuvira (preferivelmente), jacarandá, canela saçafrás. A espessura do aro é de 2 mm. Nunca é mais grosso porque a madeira tem que entrar na forma fazendo as curvas, quanto mais fina, mais flexível. As tampas são feitas preferivelmente de pinho, porque dá maior sonoridade. O tampa das costas às vezes pode ser feita de cedro ou canela, mas a da frente sempre é de pinho.


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