José Varzeano - Um crime em Alcoutim nos finais do século XVII
Maria d`Orta, do termo de Alcoutim, em seu nome e de seus filhos, se me queixou de Bruno Gomes de Brito lhe matou seu marido e pai André Fernandes com um tiro de espingarda, para que se não queixasse da força e violência com que Francisco da Silva, Gregório Esteves, Balthasar Muxe Carvalho, e outros, furtaram uma donzella, sobrinha do morto André Fernandes, de mandado dos quaes o dito Bruno Gomes fez a dita morte.
– E porque tenho mandado ordenar ao Corregedor da Comarca de Tavira tire devassa deste delicto, pronuncie e prenda os culpados – hei por bem se não concedam cartas de seguro aos culpados nelle, sem ordem especial minha, visto a gravidade delle pedir toda a demonstração.
– E porque tenho mandado ordenar ao Corregedor da Comarca de Tavira tire devassa deste delicto, pronuncie e prenda os culpados – hei por bem se não concedam cartas de seguro aos culpados nelle, sem ordem especial minha, visto a gravidade delle pedir toda a demonstração.
O Conde Regedor, do meu Conselho d´Estado, o tenha intendido, e ordene aos Corregedores do Crime da Corte o executem nesta conformidade.
Em Lisboa, a 20 de Maio de 1689 = Rei. (*)
(*) Collecção chronologica da legislação portugueza, Vol. 10, pág. 190.
Pequena nota
Este é o despacho que fui encontrar nas minhas pesquisas e que imediatamente relacionei com a estória que me contaram, Francisco Rodrigues e Manuel António Pinto, ambos naturais do monte do Zambujal, freguesia de Vaqueiros mas que se fixaram e faleceram na vila de Alcoutim.
Recentemente, outros originários daquela zona igualmente conheciam a estória, com menos pormenores do que os dois primeiros, o que é natural.
A ligação que faço a este despacho é a referência que Francisco Rodrigues fazia ao Bruno Gomes, dizendo que era o Conde de Brunhos e que tinha mandado matar a donzela, estória / lenda que refiro na minha «postagem» de 20 de Fevereiro de 2010, com o título de «A lenda do Cerro da Mortalha».
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