domingo, 22 de janeiro de 2012

Jornal Raizonline nº 155 de 23 de Janeiro de 2012 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - Coluna um sobre todas as colunas um



Jornal Raizonline nº 155 de 23 de Janeiro de 2012 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - Coluna um sobre todas as colunas um

Fazer uma crónica semanal não é muito fácil, já aqui foi dito, por algumas vezes logo aqui no jornal, outras vezes durante o meu programa semanal às terças feiras. O meu sistema de trabalho neste aspecto não é muito diferente do trabalho de um artista (passe a possível ofensa aos artistas) naquele sentido em que se requer sempre um pouco de inspiração ou o tal clique que por vezes falta nas horas em que faz falta.

Os jornalistas, habituados a horas de termo, conhecem bem a frustrante sensação de se ter a ... sensação de que se não vai lá, que se não consegue fazer, que o tempo passa e que a frustração aumenta numa progressão directa superior ao correr do calendário ou do relógio.

A preocupação com a qualidade do trabalho cresce também num género semelhante à falta de tempo: se fizer sai mal, eu não posso fazer o trabalho mal, não fico bem comigo mesmo e devo o respeito aos leitores: todos conhecem esta sensação desagradável de se trabalhar em contas de relógio e contra o relógio.

Por isso, hoje que estamos na crónica nº 155, um número giro para já, é uma altura tão boa como outra qualquer para trazer este tema aqui. Durante as 154,5 crónicas que escrevi até agora confrontei-me por várias vezes com esta situação acima descrita. Inversamente confrontei-me também com momentos de fluidez de ideias e de escrita mas esses, os bons momentos, raramente ficam registados na nossa memória. O normal é fazer bem e a tempo e o normal não conta.

Ora, para quem tem a possibilidade de falar sobre estes temas com outras pessoas na mesma situação ou numa situação similar, sabe, por comparação, que pode muito bem ser interiorizada na altura da conversa ou pode já existir em nós sob a forma de conhecimento arquivado, que, de uma forma geral, o facto de se ter dificuldade em realizar algo deste tipo uma ou várias vezes é sentido em todas elas como se fosse um ameaçador e definitivo cair do pano sobre essa nossa potencialidade e sobre o seu exercício no futuro.


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