Poemas de Jorge Simões - Poema do Desamor Apátrida; Direitos Liberais; Ruído do Antes e Depois
Poema do Desamor Apátrida
Flirtando ausências sólidas no fundo
No poço cá do espelho, feito um destroço
Estatelado contra as costas corcundas
De um velho magro, de ideias fundas
«Tenho oitocentos anos», diz
E quem te quer descrer? Bon... Well...
E crescem-lhe verrugas no nariz
Quando inventa Adamastores de papel
Direitos Liberais
Liberal carne, esparramada sobre a estrada social!
Conduzia à direita a 130 e vi, desfeita no meio da via,
A carcaça estarrecida de um cão já verde e de indefinida raça
Com o focinho meio perdido num charco ressequido cor de vinho.
No retrovisor foi-se perdendo aquele horrendo uivador
Não mais luzidio nem abandonado ao frio de direitos iguais
Do patrão, do recibo, da factura, da existência dura de qualquer cão
Ruído do Antes e Depois
Rac-rac, o bicho da madeira
No silêncio-grito destas salas
Vai ritmando escritas na cadeira
Feito um Bach insólito, uma Callas
Não sei se é porque o outro, tão cantante
Com os seus contratos e a sua revolução
Já se foi, lembrando os tempos de estudante
Que o rac-rac parece uma canção
Leia este tema completo a partir de 23/1/2012
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