tag:blogger.com,1999:blog-43911962117215155812024-02-06T19:24:17.248-08:00JORNALO Jornal Raizonline é um jornal que trata de temas culturais e se insere no campo da língua portuguesa.JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.comBlogger909125tag:blogger.com,1999:blog-4391196211721515581.post-60326797181890808622015-08-17T14:49:00.001-07:002015-08-17T14:49:53.701-07:00Jornal Raizonline Nº 274 de 16 de Agosto de 2015 - Coluna Um - Daniel Teixeira - O despertar para a escrita<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOe6vhRFMGNdWZMG4Ddj7Nv_YPKIYH3dn9-eVZjyFKPmHjjZNeqhDbQ6RWUjZnMpjIH8wuLhhQwqgjctIrZCcHpH_LrwUmtGJby922GLjrYNcvopfkCDlURQvsgb28atIYtlLCUIR8mbw/s1600/eumini.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOe6vhRFMGNdWZMG4Ddj7Nv_YPKIYH3dn9-eVZjyFKPmHjjZNeqhDbQ6RWUjZnMpjIH8wuLhhQwqgjctIrZCcHpH_LrwUmtGJby922GLjrYNcvopfkCDlURQvsgb28atIYtlLCUIR8mbw/s1600/eumini.jpg" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Jornal Raizonline Nº 274 de 16 de Agosto de 2015 - Coluna Um - Daniel Teixeira - O despertar para a escrita</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Já tenho lido várias vezes, até em biografias de escritores ou poetas com algum relevo ou mesmo muito, que para eles tudo começou com uma redacção ou um poema feito na Escola.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>A professora (normalmente é uma professora) gostou muito do escrito, mostrou às colegas e estas por sua vez juntaram-se aos elogios e ali, desde logo, traçaram um destino, que a ser cumprido, será sempre lembrado pelo aluno.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Claro que nestas coisas, como em tantas outras, acabamos por nos lembrar até do texto, ou parte do texto, (quando é texto) que originou esta precoce atenção magesterial. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Não nos sentimos obrigados a dar continuidade àquilo que nos foi apontado em criança mas se eventualmente um outro sucesso se segue a este serôdio evento depressa surge na nossa ideia, ou na ideia de muitos, que «desde criança, etc. etc.» se teve uma queda para as letras, ou para outra arte que seja.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Daí as referências dos autores quando biografados. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Pois eu tive uma redacção, na 4ª classe (aos 9/10 anos mais ou menos), cuja professora, ainda felizmente entre nós, se encarregou de me augurar um futuro promissor nas letras. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Anos depois vim a bater numa outra professora que também gostava daquilo que eu escrevia e que chegou a encarregar-me, em conjunto com outro colega, de fazer uma elegia histórica já nem me lembro a quem ou ao quê.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Fé assim solidificada com alguns anos de intervalo achei que era mesmo na escrita que estava o meu futuro, não propriamente a título profissional, mas como hobby preferencial. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Não me tenho dado muito mal nesta actividade que aqui agora procuro demonstrar mais uma vez (entre milhares que já passaram) mas há uma curiosidade que eu gostaria de apontar.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Em desenho artístico achava que sempre fui uma nulidade. Faço pintura e desenho desde há cerca de 50 anos, recebo alguns cumprimentos e elogios de pessoas que percebem mesmo do assunto, mas sempre considerei esta actividade artística como uma actividade paralela e o complexo da nulidade sempre me perseguiu: «Este gajo diz isto, que está bom, para não me deprimir» pensei eu durante muitos anos, muitos mesmo.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Pois aqui há cerca de dois anos encontro-me com um colega de escola há muito não visto que me diz passados uns minutos de bate papo : «É pá, o que eu admirava era a tua correcção de traço no desenho e aqueles efeitos de côr que tu conseguias fazer...».</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Pensei que ele estava a gozar comigo porque não me lembrava de ter tido alguma referência doutoral nesse campo: tive uma vez uma maçã esverdeada no quadro de honra da sala, recordei para mim mesmo, mas mais nada. A média era chapa baixa, enfim...</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Mas não era engano dele não senhor, eu até não era mau de todo a desenho embora o professor não me gramasse muito sabe-se lá porquê. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>E esta minha potencialidade, durante 50 anos praticada por mim como arte menor subiu alguns degraus na minha consideração.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Assim e fazendo jus àquilo que gostaria de ter escrito na minha campa (daqui a muitos anos, claro) na minha opinião o epitáfio ideal seria este: </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>«Fartou-se de escrever pensando que era essa a sua arte e desenhou e pintou sem consciência de que o sabia fazer.»</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Daniel Teixeira</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiJBG9tL6ynYOAE4UHTpkG8AFGgO3Gickb0ngRrq4bDe3zPuKuqu2Ccv5y2RJJ9qeu-RZf29W1e7nnuAw3DdgltGxgqySDbLlz8l64PusXMlmsJNIJG-0dxrIK7ketOPuz5BXxd3DhoE4/s1600/11188493_382858611899250_7595813502759140132_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiJBG9tL6ynYOAE4UHTpkG8AFGgO3Gickb0ngRrq4bDe3zPuKuqu2Ccv5y2RJJ9qeu-RZf29W1e7nnuAw3DdgltGxgqySDbLlz8l64PusXMlmsJNIJG-0dxrIK7ketOPuz5BXxd3DhoE4/s400/11188493_382858611899250_7595813502759140132_n.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4391196211721515581.post-57880823531373949232015-08-17T13:54:00.002-07:002015-08-17T13:54:31.508-07:00O preço do brincar - por Tom Coelho<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirHNqHDD6FM4pbDi1bS8qp0Mf27y5Y8jAC50jyPo5bQHBY7yLsCki_6LoZCJtbPvzY_FN9zqh9TXD3l0Zgb4-rU9zaCTzjM_rJwtqGowHl810onV0CWd-sqv5LwFVDcDjDlswRX-4HILE/s1600/tomcoelho.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirHNqHDD6FM4pbDi1bS8qp0Mf27y5Y8jAC50jyPo5bQHBY7yLsCki_6LoZCJtbPvzY_FN9zqh9TXD3l0Zgb4-rU9zaCTzjM_rJwtqGowHl810onV0CWd-sqv5LwFVDcDjDlswRX-4HILE/s1600/tomcoelho.jpg" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>O preço do brincar</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>* por Tom Coelho</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>“A melhor maneira de formar crianças boas é fazê-las felizes.”<br />(Oscar Wilde)</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><strong>Um catálogo de produtos encartado em um jornal ou uma visita a uma loja de brinquedos podem levar pais a uma espantosa constatação: brincar nunca foi tão caro.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>É impressionante o preço médio dos produtos e como os mesmos somente se mostram acessíveis à maioria da população graças ao artifício do pagamento parcelado. Brinquedos fabricados em produção seriada, permitindo-lhe uma drástica redução dos custos, porém com valores literalmente exorbitantes e até injustificáveis.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>O pior é que as crianças são bombardeadas diariamente, em especial através da televisão, por meio dos diversos canais infantis disponíveis, com campanhas publicitárias envolventes que despertam nos pequenos dois sentimentos quase incontroláveis: o desejo, consciente e ligado ao objeto, e o impulso, inconsciente e associado a uma representação mental. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Como resultado disso, os adultos sentem-se cerceados, de modo que o máximo que conseguem é impor limites, ensinando seus filhos a fazerem escolhas, a partir do argumento de que não se pode ter tudo o que se deseja. Mas há outras lições e reflexões possíveis...</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Tive o privilégio de viver minha infância com a liberdade de frequentar as ruas. Assim, jogava futebol com os colegas, empinava pipa, brincava de esconde-esconde, bolinha de gude, queimada ou pega-pega com as demais crianças do bairro, mesmo após o pôr-do-sol. Eram tempos nos quais a violência urbana não espreitava a cada esquina, onde os veículos respeitavam limites de velocidade nas ruas residenciais, e quando vizinhos de fato dialogavam.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Hoje vivemos encastelados em edifícios ou condomínios, porém isolados, pouco compartilhando com aqueles que moram no entorno. Nossas agendas densas e o tempo cada vez mais curto, fazem-nos terceirizar o lazer. Assim, os jovens vivem aficionados a equipamentos eletrônicos, hipnotizados por seus videogames, tablets e smartphones, enquanto os mais novos são entregues a uma miríade de brinquedos temáticos que proporcionam prazer de curto prazo. O brincar, tão essencial à formação psicossocial e motora, tornou-se sinônimo de consumismo.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Mais do que rememorar brincadeiras do passado, precisamos resgatar a simplicidade imanente à natureza infantil. Crianças divertem-se com desenhos feitos com papel e lápis, com pequenas obras de arte feitas a partir de materiais recicláveis, com histórias contadas ao pé do ouvido. Em última instância, tudo o que querem é companhia, carinho, afeto e atenção. Tudo isso não nos custa nada, sendo o que efetivamente pode entreter, ensinar e edificar valores para toda a vida.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><strong>* Tom Coelho é educador, palestrante em gestão de pessoas e negócios, escritor com artigos publicados em 17 países e autor de sete livros. E-mail: </strong><a href="mailto:tomcoelho@tomcoelho.com.br"><strong>tomcoelho@tomcoelho.com.br</strong></a><strong>. Visite: </strong><a href="http://www.tomcoelho.com.br/"><strong>www.tomcoelho.com.br</strong></a><strong> e </strong><a href="http://www.setevidas.com.br/"><strong>www.setevidas.com.br</strong></a><strong>.</strong></div>
<strong></strong><br />
<strong></strong><br />
<div align="center">
<strong> </strong></div>
<strong><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgU4FAYmb7VdrRCp5_6v2U7KFRBP8K0srw3PSoC5H4T8popZlGeMYgSRENQ0niGcWMtJBPwWM_LFBqgxLUia_bTuBXUVfLcpkVkI__0S3fh9EznsFJyHeFxmVI7NfsmrORYBP8EnN4ZAU8/s1600/11111617_10203778936090020_536546732733064138_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="292" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgU4FAYmb7VdrRCp5_6v2U7KFRBP8K0srw3PSoC5H4T8popZlGeMYgSRENQ0niGcWMtJBPwWM_LFBqgxLUia_bTuBXUVfLcpkVkI__0S3fh9EznsFJyHeFxmVI7NfsmrORYBP8EnN4ZAU8/s400/11111617_10203778936090020_536546732733064138_n.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</strong>JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4391196211721515581.post-53595999144469868252015-08-17T13:46:00.000-07:002015-08-18T10:45:34.181-07:00Lendas - Lady Godiva<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXwL3WyiIAlG1PBVlM0Oh1KIDngP6sME-kvCQQNCqM8Gj5N1ZFk2ciIRLDSiuJN9fGhyphenhyphencAatQa5WHVkE-3aot9vBQC_Hb7MlWELlXi7PygGbBnZ5DaAil7cxsjMLChnZINQH5AMM_uRJ0/s1600/site_imagem.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXwL3WyiIAlG1PBVlM0Oh1KIDngP6sME-kvCQQNCqM8Gj5N1ZFk2ciIRLDSiuJN9fGhyphenhyphencAatQa5WHVkE-3aot9vBQC_Hb7MlWELlXi7PygGbBnZ5DaAil7cxsjMLChnZINQH5AMM_uRJ0/s1600/site_imagem.jpg" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Lendas</b></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b>Lady Godiva</b></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b>Em Coventry vivia-se um tempo difícil. O sol não aquecera os pomares, fazendo com que as azeitonas e as vinhas não produzissem o suficiente para que se fizesse com fartura o azeite e o vinho. A miséria do povo era tão latente quanto à modéstia de jóias que as mulheres da nobreza traziam sobre o corpo, ou as vestes modestas que faziam dos seus habitantes os menos abastados de toda a Inglaterra.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b>Como se não bastasse a penúria vivida, a insatisfação assolava os habitantes, cada vez mais empobrecidos pelos altos impostos cobrados pelo conde Leofric, senhor absoluto daquele feudo. Grande parte do alimento colhido naquela estação ingrata, saía da boca do povo para que se pagasse os impostos ao nobre senhor. A fome pairava afoita pelas casas, pelos campos, por Coventry.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b>O conde Leofric era casado com uma das mulheres mais belas de toda a Inglaterra. Lady Godiva era serena, cabelos sedosos, longos e dourados como os raios do sol. Seus olhos eram azuis como o mar, traziam uma expressão de infinito que seduzia ao marido e todos os súditos em volta. Lady Godiva era de uma bondade imensa. Servos e escravos eram tratados por ela com dignidade. Não se furtava da caridade e de ajudar aos desvalidos e desprovidos da grandiosidade da vida e da sua opulência secular.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b>Um dia, os servos trouxeram diante do conde um camponês que fora apanhado a roubar nabos da horta de Leofric. Levado diante do conde, o infeliz declarou que cometera aquela imprudência extrema por não ter nada para comer, que os últimos grãos que colhera foram usados para pagar os impostos devidos. Que os cinco filhos pequenos choravam de fome, atormentando-o toda a noite. Ao ouvir os relatos do infeliz, Lady Godiva comoveu-se, convenceu o marido a não punir o infeliz, fornecendo ainda, alimentos para os seus filhos. Mesmo irritado, o conde acedeu com a bondade infinita da mulher.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b>Depois dos acontecimentos, Lady Godiva andou por todos os cantos de Coventry. Montou em seu cavalo, atravessou as muralhas, rondando por toda a parte. Descobriu que a fome assolava o lugar. Que grande parte dos alimentos colhidos iriam para os impostos do conde. Compadecida com o sofrimento daquele povo, Lady Godiva prometeu a si mesma intervir e a ajudá-lo.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b>Quando retornou ao castelo, encontrou o marido no estábulo, a supervisionar a alimentação das bestas. Lady Godiva desceu do seu cavalo. A respiração arfava de cansaço. Mesmo assim, encontrou forças para contar ao marido da tristeza e miséria que se abatia sobre Coventry. Falou com tanta ênfase que as lágrimas afloraram-lhe os olhos, derramando-se sobre as faces. O conde ouviu a mulher, que lhe implorava para que abaixasse os impostos. Não se deixou comover, mas as lágrimas da esposa, a sua veemência em defender os oprimidos, fizeram com que Leofric tentasse um ardil. Usando da sua inteligência sarcástica, ele esboçou um sorriso irônico e disse à mulher:<br /> </b><br />
<b>-Muito bem, já que insistes tanto na defesa deste povo, comovendo-me com as lágrimas que destroem a cor do céu dos teus olhos, concedo-te o pedido. Mas para que se realize, imponho-te uma condição, que a próxima vez que fores cavalgar, tu o faças sem roupas, completamente nua pelas ruas de Coventry.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>-Tenho a tua palavra de que se o fizer, irás cumprir a promessa?<br />-Minha amada, se cavalgares nua pelas ruas de Coventry, não só abaixarei os impostos, como perdoarei a dívida aos mais necessitados.<br />-Que assim seja feito.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b>Leofric sorriu para a mulher. A promessa fora-lhe fácil fazer, difícil seria Lady Godiva cumprir a condição que impusera. Estava confiante de que ela desistiria e, ao sentir-se culpada, deixar-lhe-ia em paz com aquelas lamúrias.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b>Mas Lady Godiva trazia no coração uma bondade maior do que qualquer moral estabelecida pela mesquinhez dos homens. Lady Godiva mandou que os seus servos avisassem ao povo do seu sacrifício para salvá-los dos impostos e da fome. Pediu que durante a sua cavalgada penitente, todos os moradores deixassem as ruas e que se fechassem em suas casas. Comovido com a grandiosidade de Godiva, o povo de Coventry aceitou atender-lhe o pedido.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b>Assim, Lady Godiva desafiou a ironia e mesquinhez do marido. Despiu as vestes no estábulo, montou, completamente nua, o seu belo cavalo. Cavalgou por todas as ruas de Coventry de cabeça erguida, sem que ninguém ousasse observá-la. Somente Jack, o moleiro, não resistiu de contemplar tamanha beleza edênica. Contrariando a todos os moradores, abriu uma fresta da janela da sua casa, ao olhar tamanha beleza nua a desfilar pelas ruas, viu uma grande luz sobre os seus olhos, que foram cegados para sempre.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b>Ao retornar da cavalgada, Lady Godiva encontrou o conde à espera. Comovido, ele vestiu as roupas à mulher, depois se ajoelhou aos seus pés, reafirmando a palavra dada. Levantou-se e beijou a mulher.Leofric retirou os impostos altos dos ombros do seu povo. Naquele ano as colheitas foram abundantes em Coventry. </b></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b>O azeite jorrou nos lagares, o trigo transformou-se em pães quentes sobre as mesas, e o vinho abençoou as refeições. Lady Godiva passou a ser amada pelo seu povo, até mesmo por Jack, o moleiro, que depois da luz da nudez da mulher sobre o cavalo, não viu mais nada na vida.</b><br />
<br />
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRWQxRpic3Os1Fa_-Gc56rvYCZ2J4D-CIkTZXkwFI1isMSU_CJsEPZBr1kH02beCcdbW472b_XO4YK39CahZ3GN0CUzcYglzIpbc8BgppjcndWXUZsPweifwkgPxTnZyf0EN1aH3j5meQ/s1600/Claxton_-_Lady_Godiva_1850.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRWQxRpic3Os1Fa_-Gc56rvYCZ2J4D-CIkTZXkwFI1isMSU_CJsEPZBr1kH02beCcdbW472b_XO4YK39CahZ3GN0CUzcYglzIpbc8BgppjcndWXUZsPweifwkgPxTnZyf0EN1aH3j5meQ/s400/Claxton_-_Lady_Godiva_1850.jpg" width="325" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4391196211721515581.post-78509727690934263832015-08-17T13:31:00.004-07:002015-08-17T13:31:55.475-07:00Poesia de Pedro Du Bois - SILÊNCIO - LADOS<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiX0PBaoLmN89XohfZTxLJt6fxQ-3UmfvEa1i7f6vJl-SWuqS_XU1WyzaQ4Hm8Dqrls_-t3aEQjBXwh2ZbAfZkLdCo_I75ayC-a_mLzYaNugISdKaoxBBoej98qz88Gs785ecO0nKljzE/s1600/pedrodubois.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiX0PBaoLmN89XohfZTxLJt6fxQ-3UmfvEa1i7f6vJl-SWuqS_XU1WyzaQ4Hm8Dqrls_-t3aEQjBXwh2ZbAfZkLdCo_I75ayC-a_mLzYaNugISdKaoxBBoej98qz88Gs785ecO0nKljzE/s1600/pedrodubois.JPG" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Poesia de Pedro Du Bois</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>SILÊNCIO<br /><br /><br /><br />A reafirmação do ocaso<br /><br />sucessivo ao decorrido. Tempos<br /><br />eleitos em esquecimentos. Torpor<br /><br /> e formato.<br /><br /><br /><br />A recondução do corpo ao silêncio<br /><br />originário. O primeiro sinal de vida<br /><br />escrito no todo universal.<br /><br /><br /><br /> A solidão se completa<br /><br /> em esquecimento<br /><br /> e silêncio.<br /> <br />(Pedro Du Bois, inédito)<br /><br /><br />LADOS<br /><br /><br /><br />Na peça dos fundos </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>deposito o que não quero<br /><br />que me acompanhe<br /><br /><br /><br />no fundo do quarto </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>depósito as jóias<br /><br /><br /><br />aos interesses maiores<br /><br />deposito flores plastificadas<br /><br />nas memórias arquivadas<br /><br />dos inoxidáveis seres<br /><br />desprovidos de passado<br /><br /><br /><br />nos desinteresses<br /><br />reverbero cânticos<br /><br />e desprezo no rito<br /><br />a sensação vazia<br /><br />do conflito: entre<br /><br />orações descubro<br /><br />o texto analisado<br /><br />no espúrio tempo<br /><br />desconexo da vaidade<br /><br /><br /><br />Faço o que me é pedido<br /><br />perdido em estrelas<br /><br />vistas em céus<br /><br />anilados: anilhado<br /><br />o pássaro se descobre<br /><br />em céus abandonados<br /><br /><br /><br />do que faço a pedido<br /><br />relembro a ensolarada<br /><br />tarde das tradições:<br /><br /> antes do poente<br /><br /> na desorientação<br /><br /> do corpo<br /><br /><br /><br />Quando é hora<br /><br />acordo em sonhos<br /><br />e me desfaço do corpo<br /><br />ao relento: na afirmação da gratidão </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>sou descrente emotivo<br /><br /><br /><br />sendo hora do quando<br /><br />me encontrar no bastante<br /><br />faço do enjôo o sábado<br /><br />aferido em descanso<br /><br /><br /><br />Irrealizado termo </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>usado no subterfúgio<br /><br />dos automóveis </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>em estreitas estradas:<br /><br />o cotovelo do lado de fora<br /><br />na sequência quilométrica<br /><br /><br /><br />o termo correto na irrealização<br /><br />do esteta no conforto da história:<br /><br />habito a vida anterior do trajeto<br /><br />e me recuso em novidades<br /><br /><br /><br />ao morrerem malvadezas<br /><br />se estendem sob o solo </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>no aguardo do perdão<br /><br /><br /><br />malvadezas morrem<br /><br />em perdões e se reabilitam<br /><br />nas bondades contrariadas<br /><br /><br /><br />Busco a fotografia publicada<br /><br />na revista há tantos anos:<br /><br />testemunho no aguardo<br /><br />do desvelo com que notícias<br /><br />praticam vaidades<br /><br /><br /><br />a fotografia busca<br /><br />representar em ânsia<br /><br />a permanência: desbota<br /><br />e envelhece personagens<br /><br /><br /><br />Arrasto o tronco caído<br /><br />sobre ao leito: não posso<br /><br />estragar a rodovia no permitir </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>a interrupção da viagem<br /><br /><br /><br />o tronco arrastado<br /><br />permanece: leito desdobrado </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>na fluidez do trânsito<br /><br />concatenado das saídas.<br /><br /><br /><br /><br /><br />(Pedro Du Bois, inédito)<br /><br /><br /> </strong><a href="http://pedrodubois.blogspot.com/"><strong>http://pedrodubois.blogspot.com</strong></a><strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRkAMzjzSdxB-Q6HY3wlTV2yRXs1mhjpS-V4_3LU8fGZmV7s7nxR80-32d2_iibz5mw_R2sEIe-6WCHUPNbitTd_2yCpjsE-UR46NOBGvOS-Tn8f5LiL93Rd6FbHsy1i7uZZQtCoxUqO4/s1600/iperosa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRkAMzjzSdxB-Q6HY3wlTV2yRXs1mhjpS-V4_3LU8fGZmV7s7nxR80-32d2_iibz5mw_R2sEIe-6WCHUPNbitTd_2yCpjsE-UR46NOBGvOS-Tn8f5LiL93Rd6FbHsy1i7uZZQtCoxUqO4/s400/iperosa.jpg" width="300" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
</div>
JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4391196211721515581.post-53089486920703432972015-08-17T13:25:00.002-07:002015-08-17T13:25:30.994-07:00Poesia de Virgínia Teixeira - Vidas passadas - Caminho forjado - Sonhei que morrias <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHipuZm6AI1yzkZF2RfPuG9DAH2iJudgShUl_qbdjeuv32yU-UtctvH0ZLX8Xgngg2oTuXC1scm0mMdEBy2xFX1-YfLsRN8YjBV8KWYSMmAAfVE6hD7hBBi8p1JMM1dtR9bZxgaEOJvcU/s1600/virginia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHipuZm6AI1yzkZF2RfPuG9DAH2iJudgShUl_qbdjeuv32yU-UtctvH0ZLX8Xgngg2oTuXC1scm0mMdEBy2xFX1-YfLsRN8YjBV8KWYSMmAAfVE6hD7hBBi8p1JMM1dtR9bZxgaEOJvcU/s1600/virginia.jpg" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Poesia de Virgínia Teixeira</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Vidas passadas</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>A minha alma deambula neste caminho agreste <br />Como tantas outras vezes deambulou noutras vidas <br />A minha alma procurou-te sem saber até que vieste <br />E a sede e a fome amansaram, por ti ávidas</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Milhares de vidas percorri sem te encontrar <br />Milhares de vidas percorri apenas para te perder <br />Milhares de vidas roguei por ti sem me aperceber <br />Milhares de vidas gastas só para te procurar </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>E quando nos encontrámos, em cada vida passada<br />E me amaste por apenas um momento, ferozmente <br />A minha alma encontrou o seu porto e acreditou ter nele pousada</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>E quando nos perdemos, em cada vida passada <br />E nos despedimos com o olhar marejado e a alma pesada<br />Proferi mais uma vez a promessa de te procurar eternamente... </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><strong>Caminho forjado </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>A amazona forja o seu próprio caminho,<br />Com uma espada de ferro incandescente<br />De um lado ao outro como um remoinho,<br />Cortando o mato bravio compassadamente </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Desbrava o seu próprio caminho a guerreira<br />Com golpes desferidos com aparente bravura <br />De um lado ao outro, numa apaixonada cegueira<br />Abatendo as ervas daninhas e roseiras sem censura </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>A amazona assim desvenda o caminho da sua sina<br />Com golpes desferidos à falta de um caminho desimpedido<br />Cegamente, sem saber o que está para lá de cada colina </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Marcando cada passo com uma grossa lágrima em pérola transformada<br />Sem hesitar, avança, com o seu peito de mulher aberto ao desconhecido<br />Não crente, não esperançosa, mas incapaz de se admitir derrotada!</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Sonhei que morrias </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Esta noite sonhei que morrias... <br />Encontrei-te deitado num caixão com aroma a eternidade<br />As mãos repousadas no peito que já não movias<br />E as pálpebras cerradas a esconder o teu olhar de tempestade...</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>As lágrimas corriam pelo meu rosto contorcido <br />E a minha voz transformada num grito alucinado<br />Som de besta selvagem, de espirito perdido... <br />Abracei o teu cadáver jurando manter-te acorrentado </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Prometi-te o meu coração estraçalhado no peito<br />O meu corpo e a minha alma abandonadas à sua sorte<br />Deitei-me devagar junto a ti no teu eterno leito</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>E beijei-te como uma menina bravia que saboreia a morte<br />Envolvi-te com o desespero de mulher endoidecida <br />E ali restei, ao teu lado, eternamente adormecida... </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4EvMpH1cQc2fz8r8Kqu46MQLEPiyiYs9qlS_99eIIknL0BO7y7ZIVZxBj-tPA76j0HCPORr0MGSbWgtj9y2FMtXvSoRJBKVH5fndsCce64o7-Fl_w2Zyh1vdZHjI7zpuoC7U1jld49RY/s1600/normal_Paris-nocturne-photographie-depuis-le-Pont-au-Double.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4EvMpH1cQc2fz8r8Kqu46MQLEPiyiYs9qlS_99eIIknL0BO7y7ZIVZxBj-tPA76j0HCPORr0MGSbWgtj9y2FMtXvSoRJBKVH5fndsCce64o7-Fl_w2Zyh1vdZHjI7zpuoC7U1jld49RY/s400/normal_Paris-nocturne-photographie-depuis-le-Pont-au-Double.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4391196211721515581.post-30330329747711248882015-08-17T07:04:00.005-07:002015-08-18T10:50:04.001-07:00A FAMÍLIA TECO-TECO - Conto Infanto-Juvenil de Avómi (Cremilde Vieira da Cruz)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOXavwkX6papQbnzOfQG0_xd_thTUAEHiMx51KNXtRrhhtv9Hf6HaGettDmcv4dCfnrD6NZ5IbuDh1b3ktTOTHwpmP0z96BR5oXXyolpmpq6xna1r7vM_bbMeflT6UfDvBZ7Hh4rtqxYM/s1600/cremildecruz.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOXavwkX6papQbnzOfQG0_xd_thTUAEHiMx51KNXtRrhhtv9Hf6HaGettDmcv4dCfnrD6NZ5IbuDh1b3ktTOTHwpmP0z96BR5oXXyolpmpq6xna1r7vM_bbMeflT6UfDvBZ7Hh4rtqxYM/s1600/cremildecruz.gif" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>A FAMÍLIA TECO-TECO</b></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b>Conto Infanto-Juvenil de Avómi (Cremilde Vieira da Cruz)</b><br />
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Ia eu muito contente apanhando pedrinha aqui, florinha ali, olhando as árvores, sorrindo às ervinhas, quando ouvi uma vozinha muito fininha que pedia socorro. Corri para o local donde vinha a voz e deparei-me com um coelhinho que chorava.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b>- Que te aconteceu, coelhinho?- perguntei-lhe.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>- Tive um acidente - respondeu o coelhinho - Parti uma patinha quando fugia dum caçador maroto que queria matar-me, para fazer uma boa almoçarada. O mais grave é que, depois de tanto fugir, não sei onde estou, e não consigo orientar-me para voltar para casa. Os meus pais e irmãos devem estar desesperados.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b>- Deixa-me ver a tua patinha!... Ah, isto está feio! De certo terás que ir ao veterinário para te tratar e é melhor fazê-lo quanto antes, porque se o não fizeres, podes ficar com a patinha aleijada.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>- Terei que ir ao veterinário?! O que é isso?<br />- O veterinário é um Senhor que trata os animais; é o médico dos animais.<br />- Ah, nunca tinha ouvido falar!<br />- Mas o que eu mais queria, era encontrar a minha casa e a minha família. Longe dos meus familiares, sinto-me muito triste.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b>- Vais dizer-me onde vivem os teus pais e depois de teres a patinha tratada pelo veterinário, levar-te-ei a casa. - disse eu.<br />- O meu pai é o Senhor Teco-Teco e a minha mãe a Senhora Teco-Teco. A nossa casa é na quinta do Senhor Conde de... Ai que me esqueci do nome do Senhor Conde!... - disse o coelhinho.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>- E como se chama a quinta? Se me disseres o nome da quinta e onde fica...<br />- A quinta fica num Monte e chama-se Quinta da Corticeira.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b>A nossa toca é muito espaçosa e gostamos muito de lá viver, porque temos sempre ervinhas frescas e aguinha muito limpa, sem precisarmos de ir para longe da toca. A água corre num riacho ali ao pé e faz um barulho tão bonito, que até parece que canta.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>- Não te preocupes, que não será difícil encontrarmos os teus pais, pois pelas indicações que me dás, havemos de lá ir ter.<br /> </b><br />
<b>- Que bom! Estou tão desejoso de chegar a minha casa e tão preocupado com os meus pais! Eles devem estar aflitíssimos e muito tristes.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>- Então vamos lá visitar o Senhor Dr. Pereira que é um veterinário meu amigo, e ele tratar-te-á cuidadosamente. A tua patinha ficará boa num instante. Vem cá para o meu colo, não quero que te esforces a andar. A tua patinha não deve estar partida, mas sim muito magoada, pois se estivesse partida não poderias andar.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b>Fomos ao consultório do Dr. Pereira que vive numa aldeia ali perto e ele observou logo a patinha do coelhinho Teco-Teco.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>- Isto não é nada de grave. A tua patinha está apenas magoada. Vou pôr-te uma pomadinha e daqui a pouco estarás pronto para uma corrida.<br /> </b><br />
<b>- Obrigado, Senhor Dr. - disse o coelhinho - O Senhor é muito simpático e bom. Se soubesse o susto que apanhei, quando vi aquele caçador a apontar-me a arma!... Nunca tinha corrido tanto na minha vida. A minha sorte foi ter-me magoado quando já estava bastante longe dele, senão... </b></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Esta amiga socorreu-me e trouxe-me aqui para o Senhor Dr. tratar a minha patinha, pois se assim não fosse estaria ainda no meio do mato, perdido e cheio de dores.<br />- Onde moras? - perguntou o veterinário.<br />- Moro na Quinta da Corticeira.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b>- Essa quinta é muito perto daqui! Estás a ver aquele Monte? É ali a Quinta da Corticeira. </b></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Como estás muito cansado e a nossa amiga também deve estar, levá-los-ei no meu carro, para evitar que subam o monte a pé.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>- Obrigado, Senhor Dr. Pereira! Estou tão contente por o ter conhecido! </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b>Quando chegar a casa vou dizer aos meus pais que o Senhor é o melhor médico do mundo e, tenho a certeza que a partir de agora, a Família Teco-Teco há-de vir ao seu consultório sempre que houver qualquer problema de saúde.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b>Avómi</b></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b>(Cremilde Vieira da Cruz)</b><br />
<br />
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZec0kHxwzQB-A9NZJZ8OBzhjvR6xR1ti3W4td5c8Taq_S6cWxa1alI-OdTtgsMCzsBdmia-XWRPPyO3dGRQyaz24n5_8eueoMEef6Gxw_W6ZGPqyHyQCqyuJ77KgZSqQO7JG7R2vA_XQ/s1600/planta%25C3%25A7%25C3%25A3osanio.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZec0kHxwzQB-A9NZJZ8OBzhjvR6xR1ti3W4td5c8Taq_S6cWxa1alI-OdTtgsMCzsBdmia-XWRPPyO3dGRQyaz24n5_8eueoMEef6Gxw_W6ZGPqyHyQCqyuJ77KgZSqQO7JG7R2vA_XQ/s400/planta%25C3%25A7%25C3%25A3osanio.png" width="400" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4391196211721515581.post-736073980555528142015-08-16T15:30:00.002-07:002015-08-16T15:30:41.158-07:00Anedotas - Recolhidas na Net - (Facebook sobretudo)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7q31wgfkvozyv07Ygq7-xs9mhJ8_JF2rl2O2mNpaJ8ZAGSqVsuAhbKi0svq1cubNDXeHkZHLBQoqCkKCMGwSFbRnrvMnQt42pgEZJM-fmvQFEN_N6IbhEKSIbqccGd_kzF8LT2rHm1w4/s1600/internetimagem.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7q31wgfkvozyv07Ygq7-xs9mhJ8_JF2rl2O2mNpaJ8ZAGSqVsuAhbKi0svq1cubNDXeHkZHLBQoqCkKCMGwSFbRnrvMnQt42pgEZJM-fmvQFEN_N6IbhEKSIbqccGd_kzF8LT2rHm1w4/s1600/internetimagem.jpg" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Anedotas - Recolhidas na Net - (Facebook sobretudo)</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>O Maridão<br />.<br />Um grupo de homens está na sauna, quando eis que um telemóvel começa a tocar:<br />- Alô<br />- Querido<br />- Sim querida<br />- Está na sauna<br />- Sim estou<br />- Sabe o que é, estou em frente a uma loja de roupa que tem um casaco de vison magnifico, posso compra-lo?<br />- Quanto custa<br />- Só 3.000 €<br />- Bem está bem compra</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>- Ah que bom, outra coisa, acabei de passar no concessionário da mercedes e vi o ultimo modelo, é fantástico, falei com o vendedor que faz um ótimo preço.<br />- Qual é o preço<br />- Meu amor são só 150.000 €<br />- Bom ok mas por esse preço tem de ter todas as opções.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>- Pode deixar eu trato brigado queridão. Olha outra coisa só<br />- O quê<br />- Hoje passei em frente á imobiliária e reparei que aquela casa que vimos o ano passado está a venda, lembras-te dela? Aquela que tem jardim, churrasqueira completamente isolada naquela praia magnífica lembras?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>- Lembro sim quanto custa?<br />- Meu querido somente 650.000€ agora </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>- Bom pode comprar mas pague no máximo somente 620.000 €<br />- Está bom amor, obrigado és um maridão até logo beijos<br />- Até logo</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Ele desliga o telemóvel e pergunta aos outros...<br />...<br />...<br />...<br />- ALGUEM SABE DE QUEM É ESTE TELEMOVEL?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Correndo à chuva</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><strong>Uma mulher tinha um caso amoroso enquanto o marido estava a trabalhar. Um dia de chuva estava na cama com o amante quando, para seu horror, ouviu o carro do marido a estacionar à porta de casa. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>"Meu Deus!...Rápido! Agarra as tuas roupas e salta pela janela!...O meu marido chegou mais cedo!"<br />"Não posso saltar lá pra fora, está a chover muito!"</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>"Se o meu marido te apanha aqui, mata-nos aos dois!Ele tem mau feitio e uma arma, a chuva é o menor dos teus problemas!"</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Então ele agarra as roupas e salta pela janela.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Enquanto corre pela rua fora, à chuva, vê-se no meio duma maratona, organizada pela Câmara Municipal.<br />Estando nú, com as roupas debaixo do braço, tenta correr bem no meio da multidão. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Passado um bocado, um pequeno grupo começa a olhá-lo com curiosidade.<br />"Corres sempre nú?"<br />"Oh, sim!Dá-me uma grande sensação de liberdade!" -responde já ofegante.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Outro corredor aproxima-se dele:" Corres sempre a carregar a tua roupa debaixo do braço?"<br />"Oh, sim!Desta maneira posso vestir-me logo no fim da corrida e meter-me no carro para ir para casa!"</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Então um terceiro corredor olha um bocadinho mais para baixo e pergunta:<br />"Corres sempre utilizando um preservativo?"</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>"Não...Não" -gagueja ele- "Só quando chove!"</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>GESTÃO POR OBJETIVOS</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Era uma vez uma aldeia onde viviam dois homens que tinham o mesmo nome: Joaquim Gonçalves.<br />Um era sacerdote e o outro taxista.<br />Quis o destino que morressem no mesmo dia.<br />Quando chegaram ao céu, São Pedro esperava-os.<br />- O teu nome?<br />- Joaquim Gonçalves.<br />- És o sacerdote?<br />- Não, o taxista.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>São Pedro consulta as suas notas e diz:<br />- Bom, ganhaste o paraíso. Levas esta túnica com fios de ouro e este ceptro de platina com incrustações de rubis. <br />- Podes entrar.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>- O teu nome?<br />- Joaquim Gonçalves.<br />- És o sacerdote?<br />- Sim, sou eu mesmo.<br />- Muito bem, meu filho, ganhaste o paraíso. <br />- Levas esta bata de linho e este ceptro de ferro.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>O sacerdote diz:<br />- Desculpe, mas deve haver engano. <br />- Eu sou o Joaquim Gonçalves, o sacerdote!<br />- Sim, meu filho, ganhaste o paraíso. <br />- Levas esta bata de linho e...</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>- Não pode ser! Eu conheço o outro senhor. <br />- Era taxista, vivia na minha aldeia e era um desastre! Subia os passeios, batia com o carro todos os dias, conduzia pessimamente e assustava as pessoas. <br />Nunca mudou, apesar das multas e repreensões policiais. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>E quanto a mim, passei 75 anos pregando todos os domingos na paróquia. <br />Como é que ele recebe a túnica com fios de ouro e eu... Isto?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>- Não é nenhum engano - diz São Pedro. <br />- Aqui no céu, estamos a fazer uma gestão mais profissional, como a que vocês fazem lá na Terra.<br />- Não entendo!</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>- Eu explico. Agora orientamo-nos por objectivos. É assim: durante os últimos anos, cada vez que tu pregavas, as pessoas dormiam.<br />- E cada vez que ele conduzia o táxi, as pessoas começavam a rezar. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>- Resultados! Percebeste? Gestão por Objectivos! O que interessa são os resultados, a forma de lá chegar é completamente secundária...</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Um padre estava a distribuir bíblias</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Um padre estava a distribuir bíblias para as pessoas venderem e ajudarem as obras da igreja. De repente, chega um gago a oferecer os seus serviços.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>-Pa...pa..dre, eu ga..go...gosta...taria de aju...ju...dar a ve...ve..nder bi...bi...bíblias:</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Comovido com a tentativa de colaborar, o padre deu umas poucas bíblias ao gago.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>No final da tarde, durante o acerto de contas, o padre ia perguntando aos colaboradores.<br />-Você quantas vendeu?<br />-Vendi duas.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>-E você?<br />-Vendi uma.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>-E você, quantas vendeu? - Perguntou ao gago.<br />-Eu va..ve..ndi tu..tudo.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>-Tudo? - Espantou-se o padre - mas como?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>-É sa..simples: Eu cha..chegava pa..pra pe...pessoa e pa..pe..perguntava: o se..senhor va..vai ca...comprar a bi..bíblia ou quer que...que eu leia?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Visitas domiciliares</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>MEDECINA NO MEIO RURAL</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Um velho doutor que sempre trabalhara no meio rural, achou que tinha chegado a hora de se aposentar depois de ter exercido medecina mais de 50 anos !<br />Ele encontrou um jovem médico para o lugar dele e sugeriu ao novo diplomado que o acompanhasse nas visitas domiciliares, para que as pessoas se habituassem a ele progressivamente.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Na primeira casa uma mulher queixou-se que lhe doía muito o estômago. O velho doutor respondeu-lhe:<br />- Sabe, a causa provável e que você abusou nas frutas frescas... Por que não reduz a quantidade que consome ?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Quando sairam da casa o jovem disse:<br />- O senhor nem sequer examinou aquela mulher... Como conseguiu chegar ao diagnóstico assim tao rápido ?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>- Oh, nem valia a pena examina-la... Você notou que eu deixei cair o estetoscópio no chão ? Quando me abaixei para apanha-lo, notei que havia meia duzia de cascas de mangas, um pouco verdes, no balde do lixo. É provável que isso lhe deu as dores. Na próxima visita você se encarrega do exame.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>- Humm ! Que esperteza ! Eu penso que vou tentar empregar essa técnica. Na casa seguinte, eles passam vários minutos a falar com uma mulher ainda jovem.<br />Ela queixava-se de uma grande fadiga:<br />- Eu sinto-me completamente sem forças...</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>O jovem doutor disse-lhe então:<br />- Você deu provavelmente muito de si para a igreja... Se reduzir essa actividade, talvez recupere um pouco da sua energia.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Assim que deixaram aquela casa, o velho doutor disse para novo:<br />- O seu diagnóstico surpreendeu-me... Como é que chegou a conclusão que aquela mulher se dava de corpo e alma aos trabalhos religiosos ?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>- Eu apliquei a mesma técnica que o senhor me indicou:<br />Deixei cair o meu estetoscópio e, quando me abaixei para o apanhar, vi o padre debaixo da cama...!!!</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivKcW9D2_Zeumia_6mXVNXcr3A-Nk2j5-AGLCeDXUOoXd22AOnxImT_tYickHzboORrFwbTFA4ud0d5BHO-oG2gVufldKXYXk_2hZPMVOnIKL7VYoc6AQjp9C30CJfpFqdKKBn-BEpzXc/s1600/penico2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="255" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivKcW9D2_Zeumia_6mXVNXcr3A-Nk2j5-AGLCeDXUOoXd22AOnxImT_tYickHzboORrFwbTFA4ud0d5BHO-oG2gVufldKXYXk_2hZPMVOnIKL7VYoc6AQjp9C30CJfpFqdKKBn-BEpzXc/s400/penico2.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4391196211721515581.post-75931165665349544822015-08-16T15:10:00.001-07:002015-08-16T15:10:54.440-07:00Poesia de Adelina Velho da Palma - A NOVA VELHA - ANULAÇÃO - ÓDIO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-_L_sS_n1a8Y83B9MJcjCOu4m4tTDgFHznSBKTzL4KxVXoiTLE737PaTAsKqU3o-IwAWM6hhJg2udx0nV94H2j-s8Pq2UolBLgy6rlB3zLdjvmEdUUYZbkhW0uuSwDVT9JGu7X10Etj0/s1600/adelinmavelhodapalma.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-_L_sS_n1a8Y83B9MJcjCOu4m4tTDgFHznSBKTzL4KxVXoiTLE737PaTAsKqU3o-IwAWM6hhJg2udx0nV94H2j-s8Pq2UolBLgy6rlB3zLdjvmEdUUYZbkhW0uuSwDVT9JGu7X10Etj0/s320/adelinmavelhodapalma.jpg" width="320" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Poesia de Adelina Velho da Palma</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>A NOVA VELHA</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>De longe faz lembrar uma menina<br />empoleirada nos saltos da mãe,<br />embora de estatura muito aquém<br />duma ideal figura feminina…</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>A cabeleira ruiva estilo crina<br />aderna num ridículo vaivém,<br />o traje é colorido, vê-se bem,<br />demasiado até, pra gente fina…</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Mas eis que tal visão se aproxima<br />e nos permite enfim grato prazer<br />de lhe colocar bem a vista em cima…</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Só então nos é dado perceber<br />verrugas, flacidez e pantomina<br />de velha que não soube envelhecer…</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Adelina Velho da Palma</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><strong>ANULAÇÃO</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Ao pé de ti eu não sou como sou<br />visto a pele de alguém bem diferente<br />pois se fosse como sou realmente<br />não podias ficar aonde eu estou...</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Não me opondo a que estejas onde estou<br />consinto em comportar-me como ausente<br />de vontade e opinião dormente<br />imune à enormidade que te dou...</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Se tivesses alma suficiente<br />eu não abdicaria do que sou<br />e tu encarnarias outra gente...</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Mas não consegues ir aonde eu vou<br />por isso quem avança para a frente<br />sou eu – não sendo aquilo que sou!...</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Adelina Velho da Palma</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><strong>AVISO</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>O soneto que se segue contem ideias e/ou palavras que podem chocar o </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>leitor mais sensível</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>ÓDIO</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Quero-te exangue, tolhido com dores,<br />a súplica e o medo em teu olhar,<br />a boca desfigurada num esgar<br />e o corpo carcomido por tumores...</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Quero-te esmagado por dissabores,<br />atormentado, contrito, alvar,<br />sem nada que te possa aliviar<br />nem arrependimento nem licores...</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Quero-te humilhado sem esperança,<br />castrado, sem recurso nem vingança,<br />presa de patético frenesi...</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Quero-te reduzido à nulidade,<br />cuspir-te na cara à minha vontade<br />e esquecer que um dia te conheci!...</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Adelina Velho da Palma</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5g7giCiEXpn4THzVVtMMgGflBDYR_iAQm13yoA0E8C1npYOKJxMLXY8Si3ehfTeSzFjhYczGsu7T3mXCKdGzrK5a9j2WZ8HyOdb6BuPhtY1b_YYbUoRIOQEFaw2q_TLlIy1xOLm5-pwQ/s1600/11892214_915290288556544_7836782859990803403_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="215" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5g7giCiEXpn4THzVVtMMgGflBDYR_iAQm13yoA0E8C1npYOKJxMLXY8Si3ehfTeSzFjhYczGsu7T3mXCKdGzrK5a9j2WZ8HyOdb6BuPhtY1b_YYbUoRIOQEFaw2q_TLlIy1xOLm5-pwQ/s400/11892214_915290288556544_7836782859990803403_n.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4391196211721515581.post-81358120940097474982015-08-16T13:43:00.002-07:002015-08-16T13:43:37.567-07:00Os saltimbancos - Conto de Maria Petronilho <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6AdzuOCcldhr-9A0BS92h1Uh7-wyG_OrL2EdnYVD2sUrOzwIp7rIsgM9Dz7nfKQYh8QCl1Zr6nHLmvCeIKaIpeCKvOi_ff2Eqiq0TIcqYtueERGM-eG2Xoken5dnMigE-IsPClQTFuMY/s1600/mariapetronilho.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6AdzuOCcldhr-9A0BS92h1Uh7-wyG_OrL2EdnYVD2sUrOzwIp7rIsgM9Dz7nfKQYh8QCl1Zr6nHLmvCeIKaIpeCKvOi_ff2Eqiq0TIcqYtueERGM-eG2Xoken5dnMigE-IsPClQTFuMY/s320/mariapetronilho.jpg" width="274" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Os saltimbancos</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Conto de Maria Petronilho </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong><br />Chegaram em carroças. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Os miúdos da aldeia medieval onde estive entregue ao abandono, corriam atrás, rindo muito dos velhos chapéus de palha que os burros levavam enfiados nas cabeças, as orelhas felpudas surgindo por entre dois buracos, disfarçados com flores de papel desbotado. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>E à noite, lá fomos: eu, a minha avó e a Henriqueta, juntar-nos à roda de povo no pequenino largo. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>As pessoas, de escuro no escuro, ficaram de pé. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Os aparelhos eram cadeiras, mesas e duas estacas espetadas no chão de terra batida, uma corda esticada entre elas. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Os artistas vestiam farrapos, velhos e rotos. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Na roda dos pobres, aquela miséria extrema provocou comentários. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Sobretudo a magreza da menina que atravessou de braços no ar, a corda. Levezinha como uma borboleta, ameaçando partir a voar. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>A contorcionista vestia um maillôt e estava tão grávida que as mulheres cochichavam entre si: </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>- Coitados, já começam a trabalhar na barriga da mãe. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Na meia-luz dos lampiões, pouco mais vi que a lástima. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Escutava o que se dizia à volta, e no fim um menino pequeno e sério passou por entre todos o chapéu do pai, que apresentara o espectáculo, sem fausto. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Os homens remexeram as moedas raras no fundo dos bolsos das calças surradas, as mulheres remexeram as bolsas de feltro que ainda se usavam por baixo dos aventais. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>E os tostões, pequeninos e negros, iam caindo um a um, dois a dois... com esforço, num mudo entendimento da fome compartilhada. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Só as crianças sorriram e bateram palmas. Os artistas aplaudiram no fim a plateia improvisada. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Nunca, nunca na minha vida gostei de circo! </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Nem no Coliseu, por detrás da praça dos Restauradores, onde ofereciam bilhetes no Natal aos filhos dos funcionários, nem na TV do Circo do Mónaco, nem do magnífico circo de Moscovo. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Aquele primeiro que vi e ainda vejo por detrás das lágrimas que sinto bastou-me para toda a vida! </strong></div>
<strong></strong><br />
<strong></strong><br />
<div align="center">
<strong> </strong></div>
<strong><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhR1vIesSFJQ6DtSiaYsHIz5BxHyUddQIQcauuPqYKxwFbcgFm7hU0tSFsnVtn-z5cAZIUnT4wxyOR4nW5CHuSV5grvucyafdSfKfZcSajRu8HJ1s3A-7fcbVLi7_3n-2tuTIR4dQKuFn4/s1600/11070190_672482402880021_6748732602628534806_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhR1vIesSFJQ6DtSiaYsHIz5BxHyUddQIQcauuPqYKxwFbcgFm7hU0tSFsnVtn-z5cAZIUnT4wxyOR4nW5CHuSV5grvucyafdSfKfZcSajRu8HJ1s3A-7fcbVLi7_3n-2tuTIR4dQKuFn4/s400/11070190_672482402880021_6748732602628534806_n.jpg" width="300" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</strong>JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4391196211721515581.post-83780607022974284032015-08-16T13:34:00.001-07:002015-08-16T13:34:10.788-07:00Poesia de Arlete Deretti Fernandes - A Quem muito amei; Bolinhas de sabão; Sementes de Amor; Sonho <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilCFv13zhHwA84PUSn06nBfM19u32lmB2GCx1_Os0EMI15idj4Ku4P9COeahqNoXjDj13BAxsnqHr7DTuc9oCMcLEiGqaWht3UJcHNp6J1HDCncIopE-kA2GhSQZz7EH1Y8wwIm8F5HUI/s1600/arletederetti.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilCFv13zhHwA84PUSn06nBfM19u32lmB2GCx1_Os0EMI15idj4Ku4P9COeahqNoXjDj13BAxsnqHr7DTuc9oCMcLEiGqaWht3UJcHNp6J1HDCncIopE-kA2GhSQZz7EH1Y8wwIm8F5HUI/s1600/arletederetti.JPG" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Poesia de Arlete Deretti Fernandes</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><strong>A Quem muito amei; Bolinhas de sabão; Sementes de Amor; Sonho </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong><br />A Quem muito amei</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> <br /> Queria ser uma flor, a rosa.<br /> De todas a mais delicada.<br /> Queria ser pedra preciosa<br /> que cintila ao sol, na madrugada.<br /><br />Ao surgir de seus primeiros raios,<br /> a iluminar a natureza inteira,<br /> eu saio a vagar, a procurar-te,<br /> até chegar a lua branca e faceira.<br /><br />Meu destino será amar-te para sempre,<br /> a plainar pela imensidão do Universo,<br /> qual ave a chamar a companheira.<br /><br />Esta cicatriz jamais se fechará,<br /> espero encontrar-te em outra vida,<br /> minha saudade só assim se aplacará.<br /><br />Arlete Deretti Fernandes</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> <br />Bolinhas de sabão</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> <br />A menina de vestido bonito,<br /> lá do topo da escada,<br /> solta bolinhas de sabão<br /> e as observa admirada!<br /> Multicoloridas bolhinhas !!!<br /> que voam nas asas do vento.<br /><br />Vestido de bolinhas esvoaçante,<br /> Lá no topo da escada!<br /> a menina embevecida e deslumbrante,<br /> sonha que as bolinhas seguem sua estrada,<br /> sem saber que se acorda na vida num instante,<br /> E as bolinhas explodem no ar, espatifadas!.<br /><br />Arlete Deretti Fernandes</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> <br />Sementes de Amor</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> <br />Se eu for um plantador de esperanças,<br /> jogarei lindas sementes pelos caminhos que passar.<br /> Sementes de amor aos carentes, <br />sementes de paz aos sofridos,<br /> sementes de alegria aos tristonhos.<br /><br />E quando voltar da jornada,<br /> pularei, cantarei versos de esperança<br /> a todos que dela precisarem.<br /> Verei ao longe o arco íris depois da chuva,<br /> as estrelas, o capim e o cheiro de terra molhada.<br /><br />E sorrirei, porque muitas sementes<br /> brotaram na minha volta, e de seus brotos<br /> saíram pétalas multicoloridas,<br /> e as crianças têm boas escolas,<br /> os doentes são tratados em bons hospitais,<br /> os idosos recebem carinho.<br /> E as sementes de amor proliferam cada vez mais...<br /><br />Arlete Deretti Fernandes</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> <br />Sonho</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> <br />Quero chegar bem devagarinho.<br /> Pé antepé, e com carinho,<br /> Recordar aquela meiga criança<br /> Que um dia esperou o coelhinho.<br /><br />Passar a mão em seus lindos cabelos,<br /> Beijar seu rosto inocente,<br /> Olhar com alegria seus olhos,<br /> Que amarei para sempre.<br /><br />Quando chegam estas datas<br /> Meu coração sente mais saudades<br /> De um tempo que foi ontem.<br /><br />Caminho pelos gramados<br /> E no meio das plantas revejo<br /> Um cinema inesquecível.<br /><br />Arlete Deretti Fernandes</strong></div>
<strong></strong><br />
<strong></strong><br />
<div align="center">
<strong> </strong></div>
<strong><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXe_ScORlmDG50RliTd1UVCpUK_CkBn30dpR0i0dliaJqkYp8euFZXcA-Z9mVJ3xSbowf7QfDoTw2IzdcPbFhb4Gnk5pSpXet6N_-WDwi-kR8Y08MMR9dBkWJfDweTamMTAeUAF7qjpGQ/s1600/jorgesim%25C3%25B5es.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXe_ScORlmDG50RliTd1UVCpUK_CkBn30dpR0i0dliaJqkYp8euFZXcA-Z9mVJ3xSbowf7QfDoTw2IzdcPbFhb4Gnk5pSpXet6N_-WDwi-kR8Y08MMR9dBkWJfDweTamMTAeUAF7qjpGQ/s400/jorgesim%25C3%25B5es.gif" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</strong>JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4391196211721515581.post-54015836531239202532015-08-16T13:26:00.001-07:002015-08-16T13:26:14.318-07:00Poesia de António Cambeta - VENDAVAL; SAUDADES NO CAIS DEIXEI <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimUGreDaj4xuUQGiYafp5KAUCDR6UtkS-q5ugQg4L0vBsJh7PUZp6fBkQEoveZeVoNrOQP80Qqnc-ZS94ObI1irMzNBiHsbNGlTMVyoUCWxz6pUcDOO2b2vZG_fdWmD9LWAXW_N-sZMY8/s1600/cambetareal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimUGreDaj4xuUQGiYafp5KAUCDR6UtkS-q5ugQg4L0vBsJh7PUZp6fBkQEoveZeVoNrOQP80Qqnc-ZS94ObI1irMzNBiHsbNGlTMVyoUCWxz6pUcDOO2b2vZG_fdWmD9LWAXW_N-sZMY8/s1600/cambetareal.jpg" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Poesia de António Cambeta</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>VENDAVAL; SAUDADES NO CAIS DEIXEI </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> VENDAVAL</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> No meu pequeno, mas belo jardim<br /> entrou a tristeza<br /> o vendaval que assolou a região<br /> levou-me as belas flores<br /> as rosas negras, os crisântemos amarelos<br /> as orquídeas de âncora<br /> que eu tinha bem estimadas<br /> como um tesouro que Deus nos dá.<br /><br />As plantei e tratei<br /> com paciência de bonzo<br /> numa tarde serena e luminosa<br /> de Maio<br /><br />Diariamente <br />vigiava meu tesouro<br /> de orquídeas de âncora<br /> de Fá Mui e de tulipas<br /><br />Visionava distante com se de um sonho<br /> se tratasse.<br /> De um sonho pleno de amor.<br /><br />Viver o sonho que sonhei<br /> entre as orquídeas de âncora de meu jardim<br /> embriaga-me<br /> no seu perfume oriental<br /> das orquídeas de âncora.<br /><br />Uma noite<br /> a tristeza<br /> entrou em meu pequeno mas belo jardim<br /> e com o vendaval da noite<br /> minhas orquídeas de âncora<br /> minhas rosas negras<br /> meus crisântemos amarelos<br /> foram levadas pelo vento.<br /><br />Na manhã seguinte<br /> ao encontrar todo o meu tesouro<br /> desfeito, chorei lágrimas de sangue.<br /> no chão ainda pude ver uma orquídea de âncora<br /> tentar sobreviver foi só o que restou<br /><br />De novo, com paciência de chinês<br /> tentarei fazer florir meu tesouro<br /> e o protegendo das intempéries<br /> irei fazer para que minhas orquídeas de ancora<br /> fiquem bem amarradas ao fundo da terra<br /> para que jamais as possa perder</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> SAUDADES NO CAIS DEIXEI</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> Saudades no cais deixei<br /> ficando assim aliviado,<br /> esqueci quem tanto amei jamais serei atraiçoado.<br /><br />O mar, esse sei que é traiçoeiro,<br /> mas a ele estou habituado,<br /> o tenho por amigo e companheiro,<br /> sei que dele sou sempre amado.<br /><br />Suas águas vou percorrendo,<br /> as marés as vou contando,<br /> e aos poucos envelhecendo<br /> mas dele sempre gostando.<br /><br />Neste mar imenso e salgado<br /> suas águas vou sulcando,<br /> tendo o leme bem calibrado<br /> minhas mágoas vou soltando.<br /><br />Tenho o mar e o céu por companhia,<br /> à noite as estrelas vou contemplando,<br /> e o sol que raia de dia,<br /> esses me vão acompanhando<br /><br />Vivo um pouco na solidão<br /> não tendo com quem falar,<br /> fortalece meu coração,<br /> Tenho Deus para me ajudar.<br /><br />O rumo nunca perdi,<br /> com o norte sempre atinei,<br /> foi nele que sempre vivi<br /> e nele sempre estarei.<br /><br />é sempre bom conselheiro,<br /> para quem com ele souber falar,<br /> ele é bom é fiel companheiro<br /> que sempre nos sabe amar.<br /><br />Meu rumo está destinado,<br /> ao longe, o cais já avisto,<br /> a ele ficarei amarrado<br /> nesta viagem tudo está já está previsto.<br /><br />O mar, este, agora de berço me serve,<br /> depois será minha sepultura,<br /> minhas cinzas ele conserve <br />quando chegar à altura.<br /><br />Depois, para sempre nele repousarei,<br /> findarão as minhas mágoas,<br /> e eternamente navegarei<br /> em suas serenas águas.<br /><br />Outras marés outros oceanos,<br /> irei então encontrar,<br /> findam assim os desenganos<br /> a quem na vida tanto soube amar.</strong></div>
<strong></strong><br />
<strong></strong><br />
<div align="center">
<strong> </strong></div>
<strong><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0rXUq3wQL6iRxLqW6G_wAuMmlpMlnsE-SjSbtDkZ5zkAWRSAhLj9WlANmP-OH5-PtJ1bPouQBbKN1n0Q5mpZPMX8wgY7KIbpCuNzNH4WGpua7QSpJNTX-qi-VHJZ-ezAaiYONJDweltc/s1600/1625529_913836575321956_6164508073790918072_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0rXUq3wQL6iRxLqW6G_wAuMmlpMlnsE-SjSbtDkZ5zkAWRSAhLj9WlANmP-OH5-PtJ1bPouQBbKN1n0Q5mpZPMX8wgY7KIbpCuNzNH4WGpua7QSpJNTX-qi-VHJZ-ezAaiYONJDweltc/s400/1625529_913836575321956_6164508073790918072_n.jpg" width="318" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</strong>JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4391196211721515581.post-45781754876552837132015-08-16T11:09:00.000-07:002015-08-16T11:09:16.277-07:00A Lenda da Senhora Matilde e da «San Líjà Bote» - Conto de João Furtado<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg85VPF020x-Aqn5Ru2dvdpyz3_VYE_LJobcQJRxWZCaR_m2jlLnEOKf0fXWXYLDQhHkVu4JJ9Z_WO-LAL-p_Vyr-FMoTav2-w0lRYE__SIioCK5e6IGgPpmjEu_0yxnMLROMsuX6wRhwM/s1600/JOAO+FURTADO.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg85VPF020x-Aqn5Ru2dvdpyz3_VYE_LJobcQJRxWZCaR_m2jlLnEOKf0fXWXYLDQhHkVu4JJ9Z_WO-LAL-p_Vyr-FMoTav2-w0lRYE__SIioCK5e6IGgPpmjEu_0yxnMLROMsuX6wRhwM/s1600/JOAO+FURTADO.JPG" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>A Lenda da Senhora Matilde e da «San Líjà Bote»</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Conto de João Furtado</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> Vestida imaculadamente de branco, a senhora Matilde, sim era este o nome da velha que diariamente sentava-se a berma do rio Papagaio.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Usava saias longas e de pregas e uma blusa de mangas folhadas. Esperava alguém, alguém que deveria voltar e nunca mais voltaria. Aquela zona era denominada de «San Lijà Bote», em português, senhora Luísa Bote. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Que esperava a senhora Matilde? Alias quem esperava ela?O João diariamente passava por ela e tornava a passar. Passava para ir a escola e passava de novo quando voltava para a casa. A senhora Matilde lá estava. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Ia bem cedinho e só regressava a noite. Há anos que ela passava o dia sentada. Alimentava de cola e agua. Graças a Deus a cola era uma semente milagrosa. Bastava uma semente para não se sentir a fome durante longo período do dia e era fácil de se conseguir.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> O fazia ela sentada ali e quem esperava ela?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> A agua cristalina e transparente descia rio abaixo até o mar alheio a tudo e a todos e a Senhora Matilde, alheia a tudo que passava a sua volta fixava os olhos no rio e via a agua correr na sua trajectória milenar, enquanto respondia a todos que por ela passassem o «Passô» com outro «passô».</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Ninguém mais se importava com ela. O hábito de ficar sentada a beira do rio já se havia transformado em normal, natural. </strong><strong>Um tão estranho hábito tornou-se habitual e quando o estranho se transforma em normal, ninguém mais liga. A Senhora Matilde já tinha se tornado em parte integrante do ambiente. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Um dia ela não pode ir, ela tinha apanhado uma ligeira gripe, ai sim todos acharam anormal e correram para a casa dela, para saberem o que havia acontecido com ela.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>O João sabia o caminho que devia seguir de cor e salteado. Nunca deveria encurta-la. Devia ir tomar sempre a ponte e atravessar o rio, seja porque razão ou motivo for. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Mas naquele dia estava com pressa e o rio parecia tão calmo… podia saltar a casa ficava a poucos metros da margem do outro lado do rio. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Já estava a entrar na água quando ouviu a Senhora Matilda a chama lhe:<br />- Mino, minooooooooo, vem cá!</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> Voltou, veio responder, na Ilha era assim, todos se conheciam e se respeitavam, uma Ilha pequena e uma cidade ainda mais pequena. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Tornou a dizer «passo» era o costume. Se encontrassem mil vezes, mil «passo» era dado.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>-Sabes porque estou cá sentada? Não, não sabes! Tenho uma única filha, a Maitê, devia ter tua idade quando entrou na água, precisamente onde ias entrar. Nunca mais voltou e eu estou cá a espera dela, um dia haverá de voltar. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>-Para onde foi ela?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>-A «San Lijá Bote» levou-a para o seu mundo. Todos dizem que ela nunca mais voltará, mas eu sei que um dia a Maitê voltará. Um dia a “San Líjá Bote» deverá dormir e ela fugirá e regressará.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>-Há quantos anos ela desapareceu?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>-Há mais de trinta anos, mas vou esperar, vou esperar até o dia que ela regressar, irá voltar um dia! Era um dia de sol como hoje. A água estava cristalina e transparente. Ela vinha em grupo da escola. Entrou na agua e as colegas ficaram a vê-la, de repente fez um remoinho no meio do rio e ela foi puxada. As outras crianças viu-a a ser puxada e nada podiam fazer, até que ela se perdeu para sempre.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>-A senhora vai ficar aqui mais quanto tempo? Porque não entra no rio e vai procurar a sua filha?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>A senhora Matilde não respondeu. Caiu de novo no seu silencio e na sua resposta ao «passo» que os habitantes da Ilha lhe desejava… </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Por muito tempo o João e os habitantes da ilha continuaram a ver a senhora Matilde imaculadamente vestida de branco sentada esperando a filha Maitê. Até que um dia ela deixou de ser vista. Procuraram-na por toda a Ilha, mas ninguém a encontrou. Ninguém soube ao certo o que aconteceu com a Senhora Matilde.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>O João tinha uma certeza, a Matilde havia entrado no rio, havia ido procurar a Maitê e a «San Lijá Bote» ficou com ela também. Disse para toda a Ilha, afirmou que foi ele que a aconselhou a fazer tamanho disparate, mas ninguém acreditou nele. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Ainda hoje fala-se na «San Lijá Bote» na sua fome insaciável de povoar o seu reino encantado e também fala-se do desaparecimento misterioso da Matilde. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Mas nunca ninguém ligou os dois casos. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Ninguém não, o João os ligou sempre.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg34t7rIF8LF-1XEQbnbCTUmDieAfqT8qIqxrN6aYhGl5REHiS7o3-XdrfpG1RlHGKNQ3UeXA3-ggfr15ZjAbqs_9saUlderr_H7KQWIA3BtD5SWS4MeUMrWEtx9v4mCuZfyRJxg7XXxX4/s1600/seasonal-pictures-for-desktop-wallpaper-best-free-seasonal-pictures-for-desktop-wallpaper.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg34t7rIF8LF-1XEQbnbCTUmDieAfqT8qIqxrN6aYhGl5REHiS7o3-XdrfpG1RlHGKNQ3UeXA3-ggfr15ZjAbqs_9saUlderr_H7KQWIA3BtD5SWS4MeUMrWEtx9v4mCuZfyRJxg7XXxX4/s400/seasonal-pictures-for-desktop-wallpaper-best-free-seasonal-pictures-for-desktop-wallpaper.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4391196211721515581.post-85061580618167685702015-08-16T11:00:00.002-07:002015-08-16T11:00:18.560-07:00Laudelina - Por: Cecílio Elias Netto <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNzRIr4oFERVrS0YxtZ66kTW3jEvS_jNkYA2kJB9YmMo_Gl1pQTinmQTzAK6pEiXWUCo5vP0ALY-6e9AWYhLXLVGS65LrIep5twzjox91Eim4WBrmQth1MqbnURz7y_N7Y58KDPOrGXx4/s1600/cecilioeliasneto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNzRIr4oFERVrS0YxtZ66kTW3jEvS_jNkYA2kJB9YmMo_Gl1pQTinmQTzAK6pEiXWUCo5vP0ALY-6e9AWYhLXLVGS65LrIep5twzjox91Eim4WBrmQth1MqbnURz7y_N7Y58KDPOrGXx4/s1600/cecilioeliasneto.jpg" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Laudelina </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Por: Cecílio Elias Netto </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> Sempre estiveram abertas e viçosas as flores de Laudelina. Quem passasse pela antiga casa, na esquina da 15 com José Pinto de Almeida, poderia vê-las, ainda que protegidas por grades, pedindo para serem roubadas. Pois as flores de dona Laudelina Cotrim de Castro surgiram para ser roubadas por moços enamorados. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Eramos uma cidade sem grades, num tempo sem prisões morais e sustos. Em noites de serestas, as flores de Laudelina ficavam assanhadas à espera de quem as roubasse para levar às janelas das namoradas, noites de serestas sob céus enluarados. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Pulava-se a mureta do jardim num fingimento comum: ela fingia não ouvir passos mansos no jardim, nós fingíamos que a estávamos enganando.<br /><br />Quando passo por lá, não consigo deixar de pensar nas flores de Laudelina. E, talvez por essa tristeza que surge não se sabe de onde ou porquê, dá-me uma vontade danada de pular o muro, roubar rosas em plena tarde chuvosa, sair caminhando em busca de um violão e, então, sentar na sarjeta e chamar os amigos para cantar modinha de coisas de amor. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Pois estão muito feios os nossos tempos e parece que vão enfeiando até mesmo o amor. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>E, na tristeza repentina de uma tarde chuvosa, as flores de Laudelina pareceram aqueles «psius» que ela sabia dar quando se deparava com tolices das pessoas.<br /><br />Um «psiu» que permanece no ar, diante das tolices que vimos fazendo nesse ir sem saber para onde, nesse vir sem ter para o quê voltar.<br /><br />A casa que foi de Laudelina fizeram bater uma saudade danada dentro do peito, saudade ou nostalgia não consigo definir, mas sei que melancolia doída como garoa fina caindo em folha seca. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Não sei se foram as rosas, se a ausência de Laudelina Cotrim de Castro o que começa a machucar e a doer, pois essa sensação de ausência dói e machuca. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Laudelina preenchia todos os espaços vazios de Piracicaba e sabia afastar qualquer tristeza. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Ela não suportaria viver em tempos tão amargos, mas não fugiria deles. Laudelina mudaria os tempos, pois ela era mulher de mudar, de transformar, de mexer. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>E se o jardim da casa dela ficou é porque ela permanece viva em algum lugar e não a estamos vendo. O «psiu», agora, entra pelo coração. E fica incomodando.<br /><br />Temos que mudar, é preciso mudar. Mas não sei o quê, nem como. E, talvez, estejamos cometendo equívocos terríveis pensando que as mudanças venham apenas pela política. Não virão. Há certezas enraigadas demais e, portanto, obstáculos a quaisquer mudanças. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Talvez, os tempos estejam pedindo que, no lugar de tantas certezas, passemos a ter mais dúvidas. Princípios é que precisam de raízes, certezas, não. Como as plantas de Laudelina que, enraízadas, se renovavam em cada florada.<br /><br />Aquela notável mulher sabia viver a experiência do novo sem precisar da novidade, Laudelina tinha a sabedoria de manter vivo o eterno sem deixá-lo envelhecer. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>São abençoadas as pessoas que vêem a presença do infinito em cada instante da vida.<br /><br />A casa de Laudelina era como que um marco de confiança para os estudantes que, indo e voltando – sabendo para onde ir, tendo para onde voltar – subiam e desciam a rua 15, uma passarinhada garrulando em direção às nossas escolas.<br /><br />De dia, as flores de Laudelina encantavam, perfumavam. De noite, davam piscadelas para ser roubadas. Eram tempos, sim, de saber que as rosas não falam, que as rosas trescalam. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Bate uma saudade danada no coração ao ver que não há mais jovens ladrões das rosas de Laudelina, pobres rosas solitárias à passagem da multidão. Sei lá. Ouvi um «psiu» no coração. E deu saudade de Laudelina. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Bom dia</strong></div>
<strong></strong><br />
<strong></strong><br />
<div align="center">
<strong> </strong></div>
<strong><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicnCjSFw2AlcSqXh1d9K2OO-uB_OEQIsYLegvGhC-ECMwgx-xrYKBFli3JMp4HnPgkMAQ4dvMUM16ZJ_tKjLOG_YmWWyyV-eLsaHb999CU7MjCm_FmP_PigvkXQqKR-xVp4CzHEZ6sL1M/s1600/11011118_10203704059498152_4051065262804448063_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicnCjSFw2AlcSqXh1d9K2OO-uB_OEQIsYLegvGhC-ECMwgx-xrYKBFli3JMp4HnPgkMAQ4dvMUM16ZJ_tKjLOG_YmWWyyV-eLsaHb999CU7MjCm_FmP_PigvkXQqKR-xVp4CzHEZ6sL1M/s400/11011118_10203704059498152_4051065262804448063_n.jpg" width="321" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</strong>JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4391196211721515581.post-74714545312374112422015-08-16T10:41:00.000-07:002015-08-16T10:41:07.872-07:00Fiel companheiro - Texto de Joaquim Nogueira<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIEMRG5CGbk5uHOoeY0nLkFacjRLlN6m5aZLOj1eaaJYUiTkMTXIq3vrr46QYfSVc6h6aSFH6BW7wFrO1GH46FVFAsRWyIyYc_Bnx9AA5DzpmumnmI9wPiBavBoiHoJiMP9oOrPY09eHU/s1600/qruimnogueira.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIEMRG5CGbk5uHOoeY0nLkFacjRLlN6m5aZLOj1eaaJYUiTkMTXIq3vrr46QYfSVc6h6aSFH6BW7wFrO1GH46FVFAsRWyIyYc_Bnx9AA5DzpmumnmI9wPiBavBoiHoJiMP9oOrPY09eHU/s320/qruimnogueira.jpg" width="320" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Fiel companheiro</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> Texto de Joaquim Nogueira</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> «… chamava-se Ben-Hur… não tinha raça certa e era preto… hoje o meu Black faz-me lembrar um pouco esse meu primeiro cão… eu tinha na altura os meus 5 anos e me lembro muito bem dele… </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>tinha a sua casota ao fundo do quintal junto aos galinheiros e ao pombal… (já naquele tempo o meu pai era columbófilo e de muito cedo a minha paixão pelos pombos se revelou que mais tarde, vim também a interessar-me pela modalidade)… servia de guarda mas de dia andava solto pelo quintal… </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>já contei no meu antigo blogue algumas histórias do meu actual Black mas sobre este meu primeiro companheiro ainda não havia escrito algo sobre ele… quando os meus pais saíam de casa e eu tinha de ficar, ele o Ben Hur ficava comigo dentro de casa… </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>então, inocentemente, brincava com ele e recordo que o seu corpo era maior que o meu… recordo que um dia a brincadeira me cansou e eu adormeci deitado no chão do corredor… ao meu lado o Ben Hur tinha-se deitado com a pata debaixo do meu pescoço e naquela posição ficara até os meus pais chegarem… </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>acordei com o rosnar do bicho… meus pais queriam pegar em mim mas o cão não o permitia… talvez dentro dele se travasse uma batalha: a quem obedecer?… Ao dono, meu pai, ou defender a posição do seu fiel companheiro que era eu?… </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Recordo de me ter levantado e ao mesmo tempo ele se levantou também e se sacudiu, como é costume deles quando saem da água, como para desentorpecer os músculos que deveriam estar exaustos da posição ora assumida… </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>não tenho uma recordação muito fiel do olhar dele mas lembro-me do meu, dez anos depois quando ele morreu após prolongada doença e já cego não deixou de olhar para onde eu estava a ver os seus últimos momentos… não me via mas sentia-me…<br /><br />quando tombou o focinho preto no cimento do chão, os meus olhos não contiveram as lágrimas… e, sinceramente, não sei porque me lembrei hoje dele, aqui e agora… </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>talvez porque o latido lá fora do meu actual Black me tenha feito recuar 50 anos no tempo e lembrar-me do meu primeiro cão…» </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgU4FAYmb7VdrRCp5_6v2U7KFRBP8K0srw3PSoC5H4T8popZlGeMYgSRENQ0niGcWMtJBPwWM_LFBqgxLUia_bTuBXUVfLcpkVkI__0S3fh9EznsFJyHeFxmVI7NfsmrORYBP8EnN4ZAU8/s1600/11111617_10203778936090020_536546732733064138_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="292" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgU4FAYmb7VdrRCp5_6v2U7KFRBP8K0srw3PSoC5H4T8popZlGeMYgSRENQ0niGcWMtJBPwWM_LFBqgxLUia_bTuBXUVfLcpkVkI__0S3fh9EznsFJyHeFxmVI7NfsmrORYBP8EnN4ZAU8/s400/11111617_10203778936090020_536546732733064138_n.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
</div>
<strong></strong><br />
<strong> </strong><br />
<strong><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</strong>JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4391196211721515581.post-38452292705302979272015-08-16T10:33:00.001-07:002015-08-16T10:33:56.941-07:00Ternura... - Conto de Irene Fernandes Abreu in Blogue Valium 50<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizAfhE34tfso6-aImglZZtcc2TuxLYtD3oKPYIoB69wdwvcQ9dlCqm4qnzO8VOMyhHD7KODb4jNoXjCrJV8yWejXKRgrvLH-Fxm6mgqikqo2uEMU5VZYLWX5_QYV7w0LFVarwiPbELiJs/s1600/irenefernandesabreu.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizAfhE34tfso6-aImglZZtcc2TuxLYtD3oKPYIoB69wdwvcQ9dlCqm4qnzO8VOMyhHD7KODb4jNoXjCrJV8yWejXKRgrvLH-Fxm6mgqikqo2uEMU5VZYLWX5_QYV7w0LFVarwiPbELiJs/s1600/irenefernandesabreu.JPG" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Ternura...</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://valium50.blogspot.pt/2011/06/ternura.html" target="_blank"><strong>Conto de Irene Fernandes Abreu in Blogue Valium 50</strong></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> <br /><br /> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> Marisa deu uma corrida e ainda conseguiu apanhar o comboio, que fechou logo as portas mal ela entrou. A carruagem nem estava muito cheia.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Olhou indecisa para o banco que estava logo à entrada da porta para se sentar, mas desistiu da ideia, porque a mulher que lia uma revista, estava sentada de tal forma, que não sobrava muito espaço para ela. Foi então que reparou na velhinha num dos bancos a meio da carruagem, que lhe lançou um sorriso convidativo:<br />- «Ah menina, ainda bem que se sentou aqui, estava com medo que fosse aquele sujeito que tem ar de ladrão...»</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Ela sorriu e acenou com a cabeça, num gesto cúmplice.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> Sentada à janela do comboio, a velhinha confidenciou que já tinha tirado os «ouros», ou seja, os fios e pulseiras que habitualmente usava e que vinham já da sua avó. Filigranas raras, deviam valer bom dinheiro, se a roubassem... nem queria pensar no desgosto. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Tinha medo andar com eles assim à vista, pois o caminho da estação até a casa, a pé, era escuro e longo e agora andava por aí tanta malandragem, que todo o cuidado era pouco.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>A «menina» olhou a idosa e enterneceu-se, lembrava-lhe a mãe, já falecida. A velhinha continuou a tagarelar, falando da filha, dos netos, da vida cara, do tempo cheio de humidade, que lhe atacava o reumático...</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> Saíram na mesma estação e foi cada uma para seu lado, enquanto a jovem se metia no carro, estacionado mesmo ali, a velha senhora seguia devagar junto à linha. Ela olhou-a e, lembrando-lhe mais uma vez a figura da mãe, sentiu uma enorme ternura.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>O seu carro já tinha percorrido alguns metros, quando num impulso, meteu marcha -atrás e parou junto da velhinha:<br />-«Avozinha, entre!» - disse com um sorriso meigo, esticando o braço e abrindo-lhe a porta do lado do passageiro.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Depois de a deixar à porta de casa, feliz por não ter de fazer a tal caminhada cheia de perigos de assaltantes e, entregue à filha e aos netos, Marisa retomou o seu caminho.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Chegou a casa, cansada mas contente. Bebeu um café e só então abriu a mala e despejou em cima da mesa o espólio desse dia, conseguido à custa de uns tantos empurrões nos transportes públicos...</strong></div>
<strong></strong><br />
<strong></strong><br />
<div align="center">
<strong> </strong></div>
<strong><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDOB9dr9CsCIYF4x91EUKnnhl102Wxqb6lzGU_hy5cRcEk0oEioKvVeAFdWp3rcYIIIZZ4753FdA3DbTmSnHEWEPL61dOSrWKRBDDZhXOsh6diP8Mm00v6zb_NqI_BQsIxOsaKPy2HdeY/s1600/11193219_10203704070018415_1634045775097307945_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDOB9dr9CsCIYF4x91EUKnnhl102Wxqb6lzGU_hy5cRcEk0oEioKvVeAFdWp3rcYIIIZZ4753FdA3DbTmSnHEWEPL61dOSrWKRBDDZhXOsh6diP8Mm00v6zb_NqI_BQsIxOsaKPy2HdeY/s400/11193219_10203704070018415_1634045775097307945_n.jpg" width="251" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /> </div>
</strong><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4391196211721515581.post-63794621717315412422015-08-16T07:33:00.002-07:002015-08-16T07:33:43.228-07:00Poesia de Sanio Aguiar Morgado - CINQUENTA ANOS - TEMPO DA POESIA <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5kGBSBiPnSPM4O0ALj1nesd0P3p-NvKYeqmE6v7QehHxULNUGECQqRaluLjiUmK7EQddr1jBXV_mDL52dYpCtoZuTAFDJkBJJD4wdbu9MKpq35JPPT33Wh-kT0w0m6z5k8bGGBq8WOAY/s1600/saniomorgado.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5kGBSBiPnSPM4O0ALj1nesd0P3p-NvKYeqmE6v7QehHxULNUGECQqRaluLjiUmK7EQddr1jBXV_mDL52dYpCtoZuTAFDJkBJJD4wdbu9MKpq35JPPT33Wh-kT0w0m6z5k8bGGBq8WOAY/s1600/saniomorgado.png" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Poesia de Sanio Aguiar Morgado </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong><br />CINQUENTA ANOS</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> Hoje acordei com<br /> cinquenta anos e fui procurar <br />minha cara no espelho.<br /><br />Onde estará o rosto<br /> que era meu, com tudo que sou<br /> e sempre esteve comigo.<br /><br />Os cabelos que me<br /> cobriam a testa, a pele sem <br />fungos e o olhar sem rugas.<br /><br />Agora tenho que me<br /> aceitar todos os dias e acostumar<br /> com todas estas diferenças.<br /><br />Não me encontrarei<br /> mais neste espelho, mas este olhar <br />sei que ainda é o meu.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> <br />TEMPO DA POESIA</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> Não há como evitar <br />este tempo que se esvai,<br /> pelos meus dedos<br /> e o olhar.<br /><br />Perdendo-se em <br />labirintos, com sonhos<br /> presos a abismos<br /> que não se comunicam<br /><br />Agonizando pelas <br />paredes e nas fotos <br />e papéis esquecidos <br />em gavetas.<br /><br />Guardarei comigo<br /> preso a correntes, meus<br /> versos, estrofes e rimas<br /> do tempo da poesia.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> <br />FLORBELA ESPANCA</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> Versos que ecoam do além,<br /> dor que não é só tua,<br /> é minha também.<br /><br />Os amantes e sofredores<br /> estarão sempre juntos,<br /> eternamente...<br /><br />Florbela Espanca, <br />o amor que de ti se espalha, <br />como vento beijando rosas.<br /><br />Vila Viçosa... a tempestade<br /> de todo teu sofrimento<br /> no chão desta aldeia.<br /><br />Paixão eterna, antiga,<br /> vida tão breve, tão sofrida,<br /> flor bela…flor querida...</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> <br />QUEBRA CABEÇAS</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> Desde pequeno fui guardando<br /> peças curiosas que encontrava,<br /> algumas pareciam escondidas<br /> e outras pelo caminho onde passava.<br /><br />A vida foi então seguindo<br /> e muitas depois fui achando<br /> como um quebra cabeças que<br /> aos poucos fui montando.<br /><br />Já percebo a sua forma,<br /> seus inúmeros tons, sei<br /> as peças que me faltam e que<br /> dependem mais de mim.<br /><br />Não é fácil encontrá-las agora,<br /> é já segredo, uma revelação,<br /> e a qualquer instante poderei ver<br /> o mistério desta emoção.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><strong>Sanio Morgado </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhC6k-BB8ZBrxPgQKexsbgvieaqOC4K5NDQUoic1NUzpPzm4H9G0HjGGgrI6tAVK8Y62ADwkuIQ9itWvP9o_PZnpgtL2Rs6TUnCLlI0640Di5wMAFzrtQa12RU4bh-A9JoEUhIGWvvc5e8/s1600/5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="396" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhC6k-BB8ZBrxPgQKexsbgvieaqOC4K5NDQUoic1NUzpPzm4H9G0HjGGgrI6tAVK8Y62ADwkuIQ9itWvP9o_PZnpgtL2Rs6TUnCLlI0640Di5wMAFzrtQa12RU4bh-A9JoEUhIGWvvc5e8/s400/5.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4391196211721515581.post-15330676696461953612015-08-16T07:26:00.002-07:002015-08-16T07:26:31.216-07:00Coluna: Antônio Carlos Affonso dos Santos. ACAS, o Caipira Urbano. - O Saci Pererê<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRiERyZuwzjFK9ypJhkuKNcTlUBFoSpYCDe1TRZtPmvYQ7gT2NsCQOJWTrZjuuRoZzmXmw5mA4Wsrno1XFmyQQtcIe_pvVbaDO7Mra7QpcGeFWwMHftp6Zbc0b27iXLKKNPsoNcSYpeog/s1600/acasrecente.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="241" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRiERyZuwzjFK9ypJhkuKNcTlUBFoSpYCDe1TRZtPmvYQ7gT2NsCQOJWTrZjuuRoZzmXmw5mA4Wsrno1XFmyQQtcIe_pvVbaDO7Mra7QpcGeFWwMHftp6Zbc0b27iXLKKNPsoNcSYpeog/s320/acasrecente.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Coluna: Antônio Carlos Affonso dos Santos. ACAS, o Caipira Urbano. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>O Saci Pererê</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Prólogo atual: este texto, feito em abril de 1998; faz parte de meu penúltimo livro, uma antologia de contos, crônicas e poesias, cujo título é «Fragmentos»; na verdade um livro quase inédito, posto que não tenho tempo de procurar livreiros e eles não me enxergam, quando os encontro.... .<br /> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Devido à tragédia que ocorreu com a cidade de São Luiz de Paraitinga, SP, durante o mês de janeiro de 2010 e sendo esta cidade a sede da Sociedade dos Criadores de Sacis (SOSACI), resolvei torná-lo público. Gostaria que os leitores pudessem ajudar as famílias de lá, da maneira que puderem!<br /> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Para os leitores lusófonos terem uma idéia, o desastre ambiental em São Luis de Paraitinga parece ser muito maior do que aquele que ocorreu na Ilha da Madeira, na última sexta feira, 19 de fevereiro de 2010; ainda com a diferença de que São Luis Paraitinga é uma cidade importante sob muitos aspectos, porém pobre... .<br /> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Quem quiser conhecer como a cidade era, entrar no site:<br /> o <a href="http://www.paraitinga.com.br/">www.paraitinga.com.br</a></strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaWvjIsJ5rV-r4x5GfwCrN3Z_pwsTL_yeFfM4hdEoSAorlFsTETvfYecj-UOdAxSyzPnNkkwx1WvuYY_0pph_4WRD45HjXdCsKjJTk3CCvpBeiIZVAXoinXYDwL5RuEFSK_bXVMab7C4w/s1600/saci.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaWvjIsJ5rV-r4x5GfwCrN3Z_pwsTL_yeFfM4hdEoSAorlFsTETvfYecj-UOdAxSyzPnNkkwx1WvuYY_0pph_4WRD45HjXdCsKjJTk3CCvpBeiIZVAXoinXYDwL5RuEFSK_bXVMab7C4w/s320/saci.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Toda vez que chegava uma nova família na fazenda de café, onde eu vivia, todos se alegravam. Os adultos, por terem mais um amigo por perto, já para a molecada da fazenda, nem se fala! E, ao ver-mos que na família nova tinha um menino da nossa idade então, ficávamos curiosíssimos: será que o novo amiguinho teria um dote especial? Será que ele sabe jogar bola melhor, brigar melhor, nadar melhor? Será que ele sabe tocar viola ou cavaquinho, fazer gaiola de passarinho e arapuca; será que é bom de estilingue ou bodoque e etc.?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Cada um de nós ficava imaginando qual seria a sua experiência de vida; se ele tinha irmãos e outras coisas.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Como era praxe, colono novo almoçava na casa do administrador no dia da chegada: era as «boas vindas». O Administrador, meu pai, pagava a despesa do próprio bolso, pois o fazendeiro sovina jamais o reembolsou; talvez Deus tenha feito isso por ele! Papai tinha muita pena de gente que viajava com filhos pequenos durante muitas horas, às vezes passavam o dia todo sem comer.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>- Naquele sábado não foi diferente, quando vi o «panelão» que borbulhava no fogão à lenha, logo imaginei: como não vai haver festa, é colono novo chegando, e de longe.<br />- Percorri toda a colônia avisando meus amiguinhos que teríamos gente nova na fazenda e que meu pai afirmou que tinha um menino da minha idade. Nesse dia não saímos para pegar frutas, nem caçar, nem jogar bola: passamos o dia todo debaixo da mangueira do quintal da minha casa, brincando com vaquinhas e cavalinhos de bucha, caminhõezinhos de lata de marmelada, aos quais atávamos um «cordoné» para poder puxá-los. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Desse modo transportávamos uma boiada do curral de um até o piquete de outro, e vice-versa. Fazíamos transações comerciais, as quais eram pagas com tampinhas de refrigerantes (o guaraná Paulista valia um conto; guaraná Caçula, destões (um mil réis); Mãe-Preta ou Níger, quinhentos réis). </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>A tarde já se anunciava mostrando a barra do dia avermelhada e o céu azul, que só a região de Cravinhos tem, quando percebemos um certo alvoroço com o pessoal da casa: a carroça com a mudança do novo colono chegou. Eu e meus amiguinhos corremos até o portão da frente da casa e deparamos com uma família diferente: o pai, que estava conversando com o meu, era um crioulo alto, forte, com dentes brancos e perfeitos, com as carapinhas já embranquecendo; a mãe parecia bastante jovem, com um bebê no colo, ao mesmo tempo que dava ordens ao menino e sua irmã, um tanto atarantados com minha presença e de meus amiguinhos, e remexia em sacolas, sacos e embornais à procura de não sei o quê. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Meu pai muito gentil, pediu que apeassem e se preparassem para aquele almoço fora de hora. Minha mãe foi chispando reacender o fogo e botar o panelão e a assadeira para aquecer.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>- Eu e meus amiguinhos não desgrudávamos os olhos do menino, que agora sabíamos chamar-se Ditinho, que por sua vez parecia muito incomodado com a nossa presença. Toda a família do Ditinho foi até a «vasca» do fundo do quintal, se refrescaram, banharam os braços e o rosto, molharam delicadamente a cabeça e a mãe penteou-os todos, até o marido. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Nesse ínterim minha mãe chamou-os para comer e já estava com a mesa posta: no panelão, risota caipira: uma espécie de sopa de pouco caldo com arroz, batata, frango, cenoura, vagem, cozidos com açafrão recém colhido, coberto de salsinha picada e queijo curado ralado; havia também mandioca frita, feijão, uma farinheira cheia de farinha de mandioca, que eu ajudei a fazer, e uma assadeira com um pernil de tatu «rabo mole» tostadinho, duas jarras de água da bica e uma tigela de arroz-doce com folhas de laranjeiras. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Eu e meus amiguinhos não ficamos ao lado da nova família de colonos, mas ficamos apinhados do lado de fora das duas janelas da sala com a grande mesa, onde freqüentemente comíamos em, no mínimo, nove pessoas. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Enquanto o pai do Ditinho almoçava, os camaradas da fazenda descarregaram a mudança na casa recém caiada da colônia, com chão de terra - batida, dois quartos, sala e cozinha. Na fazenda, os banheiros são feitos do lado de fora, diretamente sobre uma fossa, que a cada ano era coberta de «cal viva» e aterrada, sendo então feita uma outra. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Na verdade era cercada por folhas de zinco, e de zinco era também a cobertura. Eu e meus amiguinhos assistimos a despedida da família do Ditinho, agradecendo a hospitalidade e rumando para sua nova casa. Quando passou por nós, o Ditinho disse amanhã eu quero falar com vocês! </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Ficamos bastante ansiosos, e mal podíamos esperar para falarmos com o novo amigo no dia seguinte. De manhã, como de costume, apanhei a caneca de louça, coloquei dois ou três dedos de café, acrescentei quatro colheres de açúcar cristal e fui até o curral, para tomar meu café com leite «direto da fonte».</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>A «fonte» era uma vaca rústica, toda «chitadinha» de branco e preto, chamada Bela Vista, que era a nossa preferida. O tirador de leite, que começava a ordenha por volta das quatro da manhã, precisava tirar o leite todo antes das sete horas, quando então enviava para minha casa duas latas de vinte litros: uma para os colonos e outra para fazer os queijos dos patrões; pelo menos dois por dia. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Portanto, o tirador de leite sempre deixava a Bela Vista para o final, pois a qualquer momento eu e meus irmãos podíamos querer leite fresco. Ele esperava até sete horas, aí então terminava seu serviço.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Pois bem, após meu desjejum, passei em casa e comi um belo pedaço de pão caseiro com queijo e me dirigi à colônia: pretendia reunir os meus amiguinhos e, juntos, irmos a casa do Ditinho. Mas, ao chegar à colônia, já os vi todos, inclusive o Ditinho, num bate-papo animado, que só parou quando me aproximei e disse: - o que você quer falar com a gente? Antes mesmo de o Ditinho abrir a boca, o Ném, meu amigo disse: ele vê e ouve saci - pererê!!.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Ele vê o que?, disse eu sem entender direito: saci - pererê, disseram todos em coro.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Nesse ponto, o Ditinho começou a contar a sua história: disse que sua mãe verdadeira já havia morrido, e aquela que morava com seu pai, era sua madrasta, e que sua irmã, por parte de mãe sofre de vermes e desmaia quando passa vontade de comer alguma coisa, mas que o bebê é lindo; a madrasta não liga pra ele e seu pai é generoso e trabalhador e que desde que era menino, ele via saci - pererê, só que não sabia o que era: a primeira vez que viu tinha quatro anos, fazia muito tempo, pois agora já tem sete e que qualquer criança pode ver o saci - pererê e que ele não faz mal a ninguém, só faz estripulias, que quando tinha cinco anos ele não quis brincar com o Saci e que o Saci derrubou todas as panelas da madrasta no chão da cozinha, durante a madrugada e que seu pai deu dois tiros de espingarda nele e que agora tem medo do saci se vingar do seu pai.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Eu e meus amiguinhos, inclusive o novo, ficamos ali até que ouvi o sino da sede da fazenda: era o sinal da minha mãe, avisando os filhos e meu pai que o almoço já estava pronto. Durante o almoço com minha família comentei com meu pai do menino novo que via e ouvia saci - pererê e enquanto meus irmãos faziam caçoada de mim, meu pai falou: Pois, agora, toda vez que vocês saírem juntos, você tem que levar uma caixa de fósforos no bolso. Meus irmãos todos se calaram e meu pai não disse mais uma palavra, continuou calmamente a almoçar, com o olhar cúmplice de minha mãe: No mesmo instante eu percebi que meu pai também acreditava, ou já tinha visto um saci - pererê.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Durante os próximos dias e durante todo o ano, até a colheita do café, após a qual todos os contratos dos colonos venciam e discutia-se, quem vai ficar na fazenda e quem vai sair, discutíamos os casos dos sacis - pererês.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Certo dia o tirador do leite não encontrava os baldes para a ordenha, num outro dia os rabos dos cavalos apareciam amarrados uns aos outros, noutra ocasião esvaziaram o lavador de café, inundando todo o terreiro de secagem e atrasando o beneficiamento por mais de uma semana, enfim de vez em quando alguma traquinagem acontecia na fazenda: e eu sempre com a caixa de fósforos no bolso.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>No final da colheita do café daquele ano, a família do Ditinho resolveu ir embora para São Paulo e eu e meus amiguinhos ficamos muito tristes, pois embora o Ditinho não pudesse jogar bola e tivesse dificuldade de nadar ou caçar de estilingue suas estórias eram muito excitantes. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>No dia da sua partida, marcamos com ele para nos despedirmos junto à porteira da fazenda, uns dois quilômetros longe de casa, em meio a uma mata fechada. Quando a carroça com a mudança chegou, não vimos o Ditinho. Perguntamos por ele, e seu pai disse: ele vem vindo a pé pelo meio do mato - e foi embora. Estranhamos muito, mas ficamos ali esperando.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Após algum tempo, ouvimos um assovio longo e forte e nos voltamos para uma «picada» no mato e vimos o Ditinho com um boné vermelho na cabeça, cachimbo na boca, pulando sobre sua perna aleijada, completamente pelado e gritando:- me dá o fogo senão morre ou fica bobo!</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Todo amedrontado, retirei a caixa de fósforos do bolso e entreguei ao Ditinho, que saiu rindo alto e assoviando, pulando atrás da carroça de mudança.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>O Ditinho era o próprio saci-pererê!</strong></div>
<strong></strong><br />
<strong></strong><br />
<div align="center">
<strong> </strong></div>
<strong><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiV1bx02PXv2Z1Nz3e96PTR52JDUzyQdOPJG41I6N-D6jdJu8syEAy3hrma590pbuOdE6k77ZqZ8zClDaw4MYBBSIe083mFRMLH9EhvPLNT65uDZweC8nXLgdjJJMjSrqwNt7aEMWiqmb4/s1600/paubrasil.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiV1bx02PXv2Z1Nz3e96PTR52JDUzyQdOPJG41I6N-D6jdJu8syEAy3hrma590pbuOdE6k77ZqZ8zClDaw4MYBBSIe083mFRMLH9EhvPLNT65uDZweC8nXLgdjJJMjSrqwNt7aEMWiqmb4/s400/paubrasil.JPG" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</strong>JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4391196211721515581.post-35417951549086869582015-08-16T07:15:00.002-07:002015-08-16T07:15:44.041-07:00Casimiro de Abreu - Por Sanio Morgado<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdo5zfFBV-X8zR3efX-pO490FjxYsQeATP9h_Tb7Qkd4b-BJ2MVnYthV5KO2I2YMla6ydY-oGVhvWu1BsUCl6Qx1kDlFkGNSz5N2hddCzybvfDuV54eNiAqXhqJtTDdXvdhpUKZpJvCKk/s1600/saniomorgado.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdo5zfFBV-X8zR3efX-pO490FjxYsQeATP9h_Tb7Qkd4b-BJ2MVnYthV5KO2I2YMla6ydY-oGVhvWu1BsUCl6Qx1kDlFkGNSz5N2hddCzybvfDuV54eNiAqXhqJtTDdXvdhpUKZpJvCKk/s1600/saniomorgado.png" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Casimiro de Abreu</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Por Sanio Morgado</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>José Marques Casimiro de Abreu nasceu numa antiga freguesia que correspondia aos atuais municípios de Casimiro de Abreu e Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, Brasil, aos 4 dias do mês de janeiro de 1839. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Filho de rico fazendeiro e comerciante português, que tinha atividades clandestinas relacionada com a escravidão, Casimiro inicia ali mesmo seus estudos na própria fazenda da família, continuando em Nova Friburgo e no Rio de janeiro, embora ocorressem interrupções nos estudos, devido aos problemas de seu pai com a justiça que lhe obrigava a contragosto as atividades comerciais. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Viajando a Portugal já com 14 anos, dedica-se às letras , publicando páginas em prosa e um drama «Camões e o Jaú», representado quando o poeta contava 17 anos. Pouco depois retorna ao Rio e com a atividade literária intensa, já que não gostava do comércio. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjupAewnbCQKCHB5d1SghWlHdP7eNDMCdT5Sa14GsCFl8IuXmaICb4VGGNSM9b6ovOfZPMwjHyf16W6gyS0HO0f6VxP8rLEk0EfzHzJtFdIs8V2abUvNWmhB18PCbbr1T4S34-HkDn4gRM/s1600/casimiro+de+abreu.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjupAewnbCQKCHB5d1SghWlHdP7eNDMCdT5Sa14GsCFl8IuXmaICb4VGGNSM9b6ovOfZPMwjHyf16W6gyS0HO0f6VxP8rLEk0EfzHzJtFdIs8V2abUvNWmhB18PCbbr1T4S34-HkDn4gRM/s400/casimiro+de+abreu.png" width="315" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Casimiro era profundamente religioso e bom caráter, meio moleque, gozador e fumante de bons charutos. Em 1859 publicou-se «AS PRIMAVERAS» , livro de grande valor literário. Sua obra escassa com pouco mais de 100 poemas distingue-se pela leveza e meiguice com um tom nostálgico advindo de sua enfermidade e saudades da pátria.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Antes mesmo de completar 22 anos , atacado pela tuberculose, em 18 de outubro de 1860 o grande ícone da cultura fluminense faleceu , após 8 meses de pavoroso calvário. E um dos patronos da Academia Brasileira de Letras. </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>-«Oh! Que saudades que eu tenho da aurora da minha vida , da minha infância querida que os anos não trazem mais!» (Meus oito anos). </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>«Se eu tenho de morrer na flor dos anos Meu Deus! Não seja já; Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde, cantar o sabiá!» (Canção do Exílio). </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Ao passarmos por sua terra natal, hoje em sua homenagem CASIMIRO DE ABREU, há um tom poético em sua arquitetura e beleza, conhecida como a cidade dos poetas, nos reserva na região dos lagos do Rio de Janeiro um dos mais belos cartões postais com seu mar e sua montanha.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcKBW9EwW6PMtAadJGJbA5cmUjNvCyhjebOYPMj3bMOsXaJYLgkQ3qpZut-qFHmSfjV8ecwlxlOtjSxbZB45uy6JM4p0g8Hl3DxJ8wTc3BcUhAIRTWOYlZvFfl-sxXPwTFkmjggSv5MYo/s1600/planta%25C3%25A7%25C3%25A3osanio.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcKBW9EwW6PMtAadJGJbA5cmUjNvCyhjebOYPMj3bMOsXaJYLgkQ3qpZut-qFHmSfjV8ecwlxlOtjSxbZB45uy6JM4p0g8Hl3DxJ8wTc3BcUhAIRTWOYlZvFfl-sxXPwTFkmjggSv5MYo/s400/planta%25C3%25A7%25C3%25A3osanio.png" width="400" /></a></div>
<div align="center" style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> DESEJO</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Se eu soubesse que no mundo<br /> existia um coração,<br /> que só por mim palpitasse<br /> de amor em terna expansão;<br /> do peito calara as mágoas,<br /> bem feliz eu era então!</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Se essa mulher fosse linda <br />como os anjos lindos são,<br /> se tivesse quinze anos,<br /> se fosse rosa em botão,<br /> se ainda brincasse inocente<br /> descuidosa no gazão;</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Se tivesse a tez morena,<br /> os olhos com expressão,<br /> negros, negros, que matassem,<br /> que morressem de paixão,<br /> impondo sempre tiranos<br /> um jugo de sedução;</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Se as tranças fossem escuras,<br /> lá castanhas é que não,<br /> e que caíssem formosas<br /> ao sopro da viração,<br /> sobre uns ombros torneados,<br /> em amável confusão; </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Se a fronte pura e serena<br /> brilhasse d’inspiração,<br /> se o tronco fosse flexível<br /> como a rama do chorão,<br /> se tivesse lábios rubros,<br /> pé pequeno e linda mão;</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Se a voz fosse harmoniosa<br /> como d’harpa a vibração,<br /> suave como a da rola<br /> que geme na solidão,<br /> apaixonada e sentida <br />como do bardo a canção;</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>E se o peito lhe ondulasse<br /> em suave ondulação,<br /> ocultando em brancas vestes<br /> na mais branda comoção<br /> tesouros de seios virgens,<br /> dois pomos de tentação;</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>E se essa mulher formosa<br /> que me aparece em visão,<br /> possuísse uma alma ardente,<br /> fosse de amor um vulcão;<br /> por ela tudo daria...<br />-A vida, o céu, a razão!</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong> Sanio Morgado </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4391196211721515581.post-15995321035117784742015-08-15T15:22:00.001-07:002015-08-15T15:22:16.903-07:00EXERCICIOS MENTAIS E SENILIDADE - Por Manuel Fragata de Morais<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIX1LV8pXpbN0Zhks7T2rIHmGoxwDKUu1tTxXfptfuT7iY6d-xq1RZvsj8bJD5c860gFEwz-dN4vKcO7h8KKUbmM7JT6hT_fhGfy7xHBsNu1uqXGmKd7lbaecQYnf7So_0Y3f2B6YASTA/s1600/fragatademorais.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIX1LV8pXpbN0Zhks7T2rIHmGoxwDKUu1tTxXfptfuT7iY6d-xq1RZvsj8bJD5c860gFEwz-dN4vKcO7h8KKUbmM7JT6hT_fhGfy7xHBsNu1uqXGmKd7lbaecQYnf7So_0Y3f2B6YASTA/s1600/fragatademorais.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>EXERCICIOS MENTAIS E SENILIDADE<br /><br />in Memórias da Ilha<br /><br />Por Manuel Fragata de Morais<br /><br />Ao chegarmos à média idade, notamos que começamos a esquecermo-nos de pequenas coisas, pequenos acontecimentos e situações e entramos em parafuso, preocupados com a nossa memória que já não mais responde aos comandos tradicionais.<br />E uma reacção primária e normal, todavia se pararmos para pensar um pouco, cedo chegaremos a uma conclusão óbvia; a de que a memória, tal como o corpo, sem exercício, não funciona de maneira adequada e começa a mirrar, a tornar-se esparsa e espaçada.<br /><br />O tema de hoje ocorreu-me ao pensar nos 86 anos que minha mãe em breve celebrará, e nos 81 anos que o meu querido amigo e confrade no esgrimir de palavras e ideias, o nosso Uanhenga Xitu, aliás de Agostinho Mendes de Carvalho ou, melhor dito, seu nome de kimbundu, celebrou há dias, com muito carinho de todos nós.<br /><br />Ambos são pessoas activas e envolvidas, a minha mãe não tanto quanto o ti Mendes nas mesmas lavras, claro. Mas nas dela, é um prazer ver, desde que a memória não lhe seja muito solicitada. Se não, o caso vira prazeroso para todos nós, por ela não se dar por achada,<br /><br />Li um programa, elaborado por uma americana, a senhora Kimberly McClain, que é uma espécie de guia prático, uma receita, para ajuda do refrescamento da memória, que consiste em exercícios práticos e simples, para que não passemos horas a indagarmo-nos onde é que o raio da chave da casa ficou, para onde é que fugiu o telemóvel, se desligámos ou não o gás da cozinha, culparmo-nos por não termos recordado o aniversário da Maricota, etc.<br /><br />Esses exercícios são um pouco o que seria a aeróbica para o corpo ou, já que estou a falar de mais velhos, a ginástica sueca, ou a musculação soft do John Weismuller (vejam que já nem me recordo como se escreve), lembram-se?<br /><br />E não há, hoje, qualquer sombra de dúvida que, para aqueles que se mantêm permanente e mentalmente activos, a senilidade é uma praga ainda bem longe. Perguntem aos mais velhos(as) que passam a vida a fazer palavras cruzadas, passatempos, a jogar xadrez ou damas, quebra-cabeças, a escrever, a desenhar e ou a pintar, a dançar kuduro ou a tarrachinha, a inventar engenhocas com os restos das latas e artefactos velhos e usados, ou a atazanar a vida de colegas quer no Parlamento quer no Governo com picuinhices que fazem muito bem à saúde mental.<br /><br />E é claro que, numa sociedade como a norte-americana, crescentemente mais envelhecida e «engordecida» (a minha palavra preferida), com o mal de Alzheimer respandido, assim como com outros tipos de doenças mentais, esta preocupação com a memória, atirou a comunidade científica para pesquisas múltiplas, sobretudo no que refere ao scanning e mapeamento do cérebro, onde, com ajuda de alta tecnologia, já o esquadrinharam quase todo para aprenderem e entenderem o seu funcionamento, a fim de que o envelhecimento não signifique necessária e imediatamente uma questão de senilidade.<br /><br />Aliando-se os exercícios mentais aos antioxidantes, como o selénio, a vitamina C e E, ou às ervas tradicionais, poder-se-á contribuir para um retardamento do processo da perda de memória e a proteger-se o cérebro.<br /><br />Já é evidente que os processos para evitar-se o «engordecimento» (que me perdoem o bisar do termo, mas trata-se de amor à primeira vista) que leva às paragens cardíacas, como alimentação correcta, manutenção de um colesterol e pressão arterial baixos, exercícios físicos regulares, são os mesmos que protegem o cérebro, daí procurar-se saber se as mesmas drogas para o colesterol serão eficazes para a nossa matéria pensante.<br /><br />A receita para a memória, que a senhora McClain utiliza, numa possível relação causa - efeito, inclui, entre outras coisas, uma dieta alimentar saudável correndo paralela a exercícios físicos diários, técnicas de relaxamento e exercícios de memória diversos.<br /><br />Mesmo sabendo que os mais velhos(as), por tendência natural, são avessos a tudo isto que referi, aqui deixo o recado. Toca de exercitar, de comer bem, não em quantidade mas em qualidade se possível, e fazer exercícios mentais, como memorizar o que o vosso guarda-roupa tem lá dentro, por exemplo, ou quando é que viram o vosso neto tomar banho pela última vez.<br /><br /><br />IN MEMORIAS DA ILHA - CRONICAS<br /><br />Publicada por FRAGATA DE MORAIS<br /><br /><a href="http://www.literaturafragatademorais.blogspot.com/" target="_blank">http://www.literaturafragatademorais.blogspot.com/ </a></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwet8RYDtb-2xqOiiyQUumq0dtP-R_hTTRi3iwy3tjEgPVHLJa372fdliTC2-DOs8llL1POmRX53Ts2dbCtCPrG-z3U0H_60IQkWUfNwzaNX4IVQ4L93SyeUDQFnhV34dQTmxpSPvnDpA/s1600/11094218_10203769608296831_3509069245042772985_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="311" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwet8RYDtb-2xqOiiyQUumq0dtP-R_hTTRi3iwy3tjEgPVHLJa372fdliTC2-DOs8llL1POmRX53Ts2dbCtCPrG-z3U0H_60IQkWUfNwzaNX4IVQ4L93SyeUDQFnhV34dQTmxpSPvnDpA/s400/11094218_10203769608296831_3509069245042772985_n.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b> </b></div>
JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4391196211721515581.post-87328628242413704532015-08-15T15:14:00.001-07:002015-08-15T15:14:46.798-07:00Coluna de Liliana Josué - (Sobre) DUAS GOTAS... A MESMA FONTE (Livro de Liliana Josué e Mário Matta e Silva)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMpyv1xwOONHiMGzjySq272rlmY5vg7JlqzclbISAf3XDIwCgGJN2a-56ESZmC9J6cQS2MPv-BlKpRI4x8WwSk0lo1PoT93tGt-eZPFPQfXTvvrRWivsRFxODnA1_2Tz1qW6raSZyEIu8/s1600/lilianafotoactual.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMpyv1xwOONHiMGzjySq272rlmY5vg7JlqzclbISAf3XDIwCgGJN2a-56ESZmC9J6cQS2MPv-BlKpRI4x8WwSk0lo1PoT93tGt-eZPFPQfXTvvrRWivsRFxODnA1_2Tz1qW6raSZyEIu8/s1600/lilianafotoactual.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Coluna de Liliana Josué<br /><br /><br />(Sobre) DUAS GOTAS... A MESMA FONTE (Livro de Liliana Josué e Mário Matta e Silva)<br /><br />Minha introdução no dia do lançamento do livro<br /><br />Já por várias vezes pensei e colocar este texto e o livro no meu blog , no entanto fui sempre adiando pois considerava-o já sem grande actualidade. Hoje conclui que não, é um trabalho de 2007 mas faz parte de mim, e deu-me deu um enorme prazer fazê-lo. Por isso mesmo aqui vai ele.<br /><br />Foi na Antologia da Associação Portuguesa de Poetas de 2006,que me estreei na publicação de poesia própria, mais tarde continuando noutras Antologias.<br />Porém, este livro tornou-se um importante desafio para mim.<br />Desbravar uma tal temática não é tarefa fácil. Não pela falta de encanto, mas pela sua ousadia.<br /><br />E certo que, hoje em dia, o tema do erotismo não tem grandes tabus, mas também não é menos verdade que expô-lo nem sempre é fácil. E porquê? Porque a mulher ainda sente a grilhetas de toda uma existência de repressão.<br />Mesmo quando se dizia que a mulher estava a ser libertada do seu cativeiro, quanto a mim, não foi verdade, ainda hoje não é verdade.<br /><br />Por exemplo, no Período Medieval, a Igreja, considerava uma heresia a questão do erotismo. Por sua causa muita gente foi castigada e perseguida. Quanto às mulheres, um autêntico flagelo.<br />Mais tarde, com o Renascimento, apesar da tentativa de abertura das mentalidades (com a perfeição dos legados clássicos), a mulher ainda é mostrada, na arte, muito ligada a símbolos religiosos, a Inquisição assim o impunha( não quero com isto dizer que não houvesse quem tivesse tentado dar uma outra perspectiva da mulher), mas coisa ainda muito primária, e pouco edificante.<br /><br />Entramos no Romantismo e deparamos com a mulher idealizada, quase assexuada, a pura das puras. Quando assim não se apresentava, quanto muito poderia ser considerada uma interessante rameira ou cortesã .<br /><br />Com a pretensão, um pouco mais tarde, dos Impressionistas (correspondendo na literatura ao Simbolismo) dá-se outra nova pseudo evolução feminina. Como exemplo temos o célebre quadro de Manet «Dejeuner sur L'herbe» (1863). Um quadro sem dúvida lindíssimo mas, aquela nudez feminina ainda não é sinónimo de respeito, mas sim uma provocação do autor perante a sociedade da sua época.<br /><br />Dando um salto até aos nossos dias, e para não me alargar mais, considero que a mulher ainda é pouco respeitada na sua nudez e no seu erotismo.<br />Não é por exibir o corpo em tudo o que é cartaz publicitário, cinema, etc. que a emancipação e o respeito chegaram. Por vezes é o contrário, continua subjugada a canons criados por sociedades ainda escravisantes da mulher.<br /><br />Por isso mesmo sinto-me satisfeita, embora não sendo fácil, expor ao mundo algo criado por mim, onde mostro, ou pelo menos assim o pretendi, uma mulher completa, reunindo amor e erotismo como um todo, porque erotismo sem amor não é o verdadeiro erotismo e amor sem erotismo também não é suficiente.<br /><br />Igual entusiasmo me despertou a existência de um dialogo conseguido entre os dois autores, duma forma, que me parece, pouco divulgada.<br />O Ser Humano só constitui um todo na união das suas partes.<br /><br />Nota: Os dois poemas abaixo fazem parte do livro<br /><br />CONFLITO<br /><br />Saltei o «muro da vergonha»<br />afrontando hirta a medonha<br />multidão. Suando emoções<br />cuspindo raivas e tensões<br />esbarrando em risos escarninhos<br />olhares franzidos, miudinhos.<br />Chegaste perto, macio, triste<br />e de alma em alvoroço viste<br />meus olhos baços de contida<br />raiva, no silêncio sofrida.<br />Teus lábios tocaram os meus<br />soprando a nuvem do adeus.<br /><br />De brandos beijos nossas bocas<br />passaram a delícias loucas<br />e a fúria que eu antes senti<br />pelo mundo, entreguei-a a ti<br />desfrutando assim o vigor<br />das tuas carícias de amor.<br /><br />(in: Duas Gotas... A Mesma Fonte)<br /><br />Liliana Josué<br /><br /><br /><br />IRRESISTIVEL<br /><br />Gosto de te sentir abandonado<br />na nossa sala de sofá listado<br />e requebrar de forma incorrigível<br />porque vou ser p'ra ti irresistível.<br /><br />Gosto de correr nua à tua frente<br />como animal bravio de sangue quente<br />num despudor de gesto irreprimível<br />porque vou ser p'ra ti irresistível.<br /><br />Gosto desse teu beijo extenuado<br />que me atiras lá do sofá listado<br />porque vou ser p'ra ti irresistível.<br /><br />Gosto de olhar teu corpo nu, ansioso<br />sentir nele o desejo furioso<br />porque sei que te sou imprescindível.<br /><br />(in: Duas Gotas... A Mesma Fonte)<br /><br />Liliana Josué </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4V2qd3ULYs0Nkwy8VSMBT_zSIJboWdTrcUqeA-HJ86NrcYPPw-0sRVtH79-2oc5N99jb6vuLLt37f6_Yhe6uKF95oWldiitYMulQ2BSi9_sRCr3fNf9-WKM0fldMxJXtvvqpfL3HQQ3E/s1600/normal_Rome_-_le_Colisee_vue_depuis_la_colline_de_l_Esquilin.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4V2qd3ULYs0Nkwy8VSMBT_zSIJboWdTrcUqeA-HJ86NrcYPPw-0sRVtH79-2oc5N99jb6vuLLt37f6_Yhe6uKF95oWldiitYMulQ2BSi9_sRCr3fNf9-WKM0fldMxJXtvvqpfL3HQQ3E/s400/normal_Rome_-_le_Colisee_vue_depuis_la_colline_de_l_Esquilin.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b> </b></div>
JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4391196211721515581.post-9244464955797873022015-07-30T14:42:00.000-07:002015-07-30T14:42:04.779-07:00Jornal Raizonline Nº 273 de 30 de Julho de 2015 - Coluna Um - Daniel Teixeira - Os anos da miséria<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8pdyBzE8bN54zWtDpwxnbs2cNibV2iFsdf4uyouP4_SIoSRKB7fa97vM4hLvPgpxaYGF0r6MH-sqgKahlQm8ymXWt24e8bNnueWypkwp24PeWYWpFQyFrWyriKXnUUG_tp4dbrM_XH4c/s1600/eumini.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8pdyBzE8bN54zWtDpwxnbs2cNibV2iFsdf4uyouP4_SIoSRKB7fa97vM4hLvPgpxaYGF0r6MH-sqgKahlQm8ymXWt24e8bNnueWypkwp24PeWYWpFQyFrWyriKXnUUG_tp4dbrM_XH4c/s1600/eumini.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Jornal Raizonline Nº 273 de 30 de Julho de 2015 - Coluna Um - Daniel Teixeira - Os anos da miséria</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Os anos da miséria<br /><br />Viver em Portugal nunca foi fácil: basta ler alguns dos nossos clássicos, descontando aqueles que fizeram apologias em curtos períodos da nossa história, para ficarmos certos que umas vezes com razão outras sem muita razão, rara é a perspectiva positiva sobre o ser-se português em Portugal.<br /><br />Camilo Castelo Branco, numa resenha crítica que faz sobre Camões, diz com o sentido de humor corrosivo que se lhe reconhece, que não se quer, na nossa literatura, um Camões sorridente, feliz, quer-se um Camões torturado pela desgraça, um sofredor. A ilha dos amores, esse milagre camoneano vive algures num canto recôndito do longo poema: não tem quase direito a referência.Mas já a morte da pobre Inês enche referências e ensaios aos milhares.<br /><br />Em certo sentido, com mais humor ou menos humor, uma parte substancial - bem substancial frise-se - da nossa história retém, preferentemente, as partes «choramingas» e com raras excepções o português pela-se por uma boa angústia que venha antes ou após o jantar.<br /><br />Em rigor pode dizer-se que o português médio (de uma média transversal numérica e de classe) fica feliz apenas quando refere uma forma da desgraça do seu ser português em Portugal. António Gedeão diz num dos seus poemas que «não é impunemente que se nasce em Portugal». Ou seja, tem de se pagar um preço e para os mais pessimistas o total a pagar nunca se acaba.<br /><br />Por isso continuamos pagando: os jornais mais lidos em Portugal são aqueles que colectam as desgraças do dia a dia e mesmo a chamada leitura cor de rosa tem de ter, por exemplo, a desgraça de se engordar ou de se emagrecer, uns quilitos, nada de mais, esquecendo oportunamente que por este país (e pelo mundo fora) existem pessoas que gostariam de ter semelhantes preocupações.<br /><br />Eu, por exemplo, não admito sequer a possibilidade de não estar sempre extremamente triste, não forçosamente porque vivo em Portugal mas porque se o não estiver (triste, extremamente triste) sinto-me estrangeiro, emigrado, refugiado.<br /><br />E quando se diz que se está triste, por estes lados do planeta, é mesmo para valer. Dentro desta alarvidade de tristeza não há gota de alegria que entre, mesmo que ela esteja a chover. Os corpos e as mentes fecham-se, encarquilham-se - é o termo - curvam-se sobre si mesmos e servem de ricochete a toda a possibilidade de alegria que ronde pelas proximidades.<br /><br />Para finalizar, e para dar uma alegria triste aos portugueses que se prezam da nossa tristeza, afirmo que tenho uma suspeita de que em Portugal e para Portugal e para os portugueses não existe um horizonte de alegria previsto para os próximos anos.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbfd6W_oFZvDrF2kY13pUok3oA0b08mplLMstNjG5ETkGyNETWH1RpE5PHbCFMNVAPDdfraVWPf4g7aBxDbtg_9UOgEww2ZnIHwdpjdzWdNEowuy4i8zK8BpZneNLPreeW7SQmuZz2LNo/s1600/11150554_375311992666301_8650999914150832324_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbfd6W_oFZvDrF2kY13pUok3oA0b08mplLMstNjG5ETkGyNETWH1RpE5PHbCFMNVAPDdfraVWPf4g7aBxDbtg_9UOgEww2ZnIHwdpjdzWdNEowuy4i8zK8BpZneNLPreeW7SQmuZz2LNo/s400/11150554_375311992666301_8650999914150832324_n.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b></b><br /></div>
JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4391196211721515581.post-28084045390208230552015-07-30T14:34:00.001-07:002015-07-30T14:34:19.240-07:00Tabuí e seus Causos - INCIDENTE NA JARDINEIRA - PALAVRA DE BÊBADO VALE?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuCnbDQ-lsiWHKwAu59n-VS4ccUDRVZdcB1XA7n_fzRy2_B0c29UpPbeU8LiHqIt_bwbqfECfFwGpi_QtCajgDeCp5bY7RFStGzWCk5n83Jd7IrRJGOERQgoAX0VY21ETjWWhveJ4Qg_k/s1600/tabui.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="119" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuCnbDQ-lsiWHKwAu59n-VS4ccUDRVZdcB1XA7n_fzRy2_B0c29UpPbeU8LiHqIt_bwbqfECfFwGpi_QtCajgDeCp5bY7RFStGzWCk5n83Jd7IrRJGOERQgoAX0VY21ETjWWhveJ4Qg_k/s320/tabui.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Tabuí e seus Causos <br /><br />INCIDENTE NA JARDINEIRA<br /><br />O Tié, caipirim miudim e timiduzim embarcou, nos tempos de antigamente, na jardineira que transportava o povo de Belzonte pra Tabuí. Ao seu lado, bem na janela, um “armário” engravatado, pesando mais de uns cento e vinte quilos, alto demais da conta e com cara de lutador de alguma coisa, no maior ronco.<br /><br />Já bem depois da metade da viagem, o Tié, de tanto ver curva, cheirar poeira com cecê misturados com fedor de gasolina, começa a ficar enjoado e a virar o zoinho. Foi fono, foi fono, até que não aguentou mais e entregou os pontos. <br /><br />Despejou tudo o que tinha comido – pão de queijo, sanduíche de mortadela, pastel de queijo, linguiça frita, ovo cozido e mais umas doze coisinhas diferentes – bem no peito do colega de viagem. <br /><br />E aquilo, além de encher os bolsos do paletó, ficou escorrendo entre este e a camisa do companheiro viajante. No desespero, suando frio, cheirando inhaca, limpando a boca e o bigodim com a manga da camisa, Tié queria sumir no mundo, descer da condução ou, no mínimo, mudar de lugar, mas a jardineira tava lotada e não parava pra nada. <br /><br />O “armário” nem tium. Continuava puxando o sono e roncando, com a boca aberta.<br /><br />Pouco antes de chegar a Tabuí, o monte de homem acorda, sente o cheiro estranho – cheiro não, fedentina braba - e passa a mão naquele peito melecado e gosmento. Quando olha, desconfiado, confuso e indignado pro Tié, este bate a mão no ombro do vizinho de banco e pergunta, carinhoso e cheio de dedos:<br /><br />- Cumpanhero, cê miorô?... Tá mais mió?... Tá?<br /><br />©By Eurico de Andrade, in Tabuí e seus Causos<br /><br /><br /><br />PALAVRA DE BÊBADO VALE?<br /><br />Dois negociantes da cidade grande resolvem sair pelo interior a fora a fim de passar a perna na capiauzada.<br /><br />Foi aí que chegaram em Tabuí, cidadezinha alterosa. Lá num boteco de um cantinho da cidade, caladinho, sentado num tamborete, estava o velho Vito. Cavalinho piquira lá fora esperando o dono tomar umas e outras para depois carregá-lo com toda paciência para casa.<br /><br />Só que o velho Vito, capiau desconfiado e esperto, sem nem um tostão no bolso, estava esperando alguém para também dar um golpe.<br /><br />Quando os dois bacanas entram no boteco, tendo visto o cavalinho lá fora, olham gulosos para o velho. E este, vendo os dois, mira sedento nos olhos de cada um e faz aquele ar tristonho de capiau sofredor e ignorante. <br /><br />E o Vito, mesmo olhando a importância dos dois, pensa com os seus poucos botões: "pra quem tá com fome e com sede duma branquinha, formiga é pimenta do reino. Vô enguli essas duas formigonas engravatadas..."<br /><br />- Não quer vender o cavalo, meu amigo?<br /><br />- Vendo uai! Vinte mil mango é o preço dele. Quem pagá leva!<br />Os negociantes se entreolham e resolvem executar um plano que já tinha dado certo diversas vezes. Encher de cachaça o vendedor para levar o animal praticamente de graça.<br /><br />- Não quer acompanhar a gente num traguinho, meu amigo?<br />- Carece não, moço! vô injeitá! Responde o velho Vito já arrependido da resposta. Boca seca. Sede danada duma branquinha queimadeira.<br /><br />- Eu insisto, meu amigo! Venha pra junto de nós!<br />O velhinho sai, morrendo de humildade, do seu cantinho, e de uma golada só entorna no bucho meio copo de cachaça e ainda lambe os beiços.<br /><br />Os negociantes gostaram da reação do velho e pensam: "já está no papo". Mandam encher outro copo que o velho Vito entorna novamente de uma golada só.<br />- Quanto é mesmo o cavalinho, meu amigo?<br />- É trinta. Trinta mil mango é o preço dele. Quem pagá leva.<br /><br />Os dois da cidade grande se olham meio assustados; Pedem mais uma talagada para tirar a dúvida, e o velhinho emborca tudo de uma só virada.<br />- O cavalinho é quanto mesmo, meu amigo?<br />- É corenta. Corenta mil mango. Quem pagá leva.<br /><br />Depois de mais uns três copos da branquinha, com o velho Vito já bêbado, de quatro e trocando as palavras, o cavalinho já estava custando setenta mil paus. <br /><br />Os dois negociantes cada vez mais assustados e ficando sem graça com a história. Entornam mais bebida no velho.<br />- E o cavalinho, velho, diga quanto você quer por ele?<br /><br />- Ieu? Hic... Quero nada não, moço! Hic... Num é pra vendê mais não! Hic... Ia vendê ele pra tomá uns golo. Já tomei dimais da conta, agora vendo mais meu amiguinho não, uai! Hic!...<br /><br />©By Eurico de Andrade, in Tabuí e seus Causos<br /><br /><a href="https://www.facebook.com/causos">https://www.facebook.com/causos</a> e<br /><br /><a href="http://www.tabui.blogspot.com.br/">http://www.tabui.blogspot.com.br/</a><br /></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuCnbDQ-lsiWHKwAu59n-VS4ccUDRVZdcB1XA7n_fzRy2_B0c29UpPbeU8LiHqIt_bwbqfECfFwGpi_QtCajgDeCp5bY7RFStGzWCk5n83Jd7IrRJGOERQgoAX0VY21ETjWWhveJ4Qg_k/s1600/tabui.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="148" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuCnbDQ-lsiWHKwAu59n-VS4ccUDRVZdcB1XA7n_fzRy2_B0c29UpPbeU8LiHqIt_bwbqfECfFwGpi_QtCajgDeCp5bY7RFStGzWCk5n83Jd7IrRJGOERQgoAX0VY21ETjWWhveJ4Qg_k/s400/tabui.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4391196211721515581.post-17376701725823914002015-07-30T14:22:00.001-07:002015-07-30T14:22:27.772-07:00Prazer e obrigação - por Tom Coelho<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirHNqHDD6FM4pbDi1bS8qp0Mf27y5Y8jAC50jyPo5bQHBY7yLsCki_6LoZCJtbPvzY_FN9zqh9TXD3l0Zgb4-rU9zaCTzjM_rJwtqGowHl810onV0CWd-sqv5LwFVDcDjDlswRX-4HILE/s1600/tomcoelho.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirHNqHDD6FM4pbDi1bS8qp0Mf27y5Y8jAC50jyPo5bQHBY7yLsCki_6LoZCJtbPvzY_FN9zqh9TXD3l0Zgb4-rU9zaCTzjM_rJwtqGowHl810onV0CWd-sqv5LwFVDcDjDlswRX-4HILE/s1600/tomcoelho.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Prazer e obrigação<br /><br />por Tom Coelho<br /><br />“Marcha com o pé direito para as tuas obrigações<br />e com o pé esquerdo para os teus prazeres.”<br /> (Pitágoras)<br /><br />Desde minha adolescência sempre fui um praticante de esportes, usufruindo de seus muitos benefícios. Da natação, que contribuiu para amenizar os efeitos de uma bronquite alérgica, passando pelo basquetebol, que me ensinou a importância do trabalho em equipe, até o taekwondo, arte marcial coreana que me auxiliou na construção de uma postura autoconfiante e determinada, típica da cultura oriental.<br /><br />Também pratiquei canoagem e vela, desenvolvendo a concentração para manter-me equilibrado e veloz dentro da embarcação; paraquedismo, aprendendo a conhecer e superar limitações, respeitar o medo e até enfrentar um acionamento de reserva; e esgrima, através da qual pude exercitar foco e precisão, em detrimento de velocidade e explosão.<br /><br />Porém, com o passar dos anos, engolido pelas demandas profissionais e talvez pelo fato de sempre ter atuado de forma muito competitiva em todas estas atividades, perdi o hábito da atividade física entregando-me, muito a contragosto, ao sedentarismo.<br /><br />Tomado pela consciência dos riscos e pelo avançar da idade, tenho recorrentemente tentado retomar a prática esportiva. Confesso que não é fácil, pois o que cabe em minha agenda são sessões eventuais de musculação em uma academia – e este é o tipo de atividade que não me oferece nenhum prazer. Apenas a título de ilustração, realizo a série de exercícios fazendo contagem regressiva à espera de concluí-los com a maior brevidade possível...<br /><br />Dia destes encontrei um amigo na academia, eu chegando, ele partindo. Perguntei-lhe: “Você vem todos os dias?”, ao que ele respondeu: “Se eu pudesse, viria. E você?”. Disse-lhe: “Se eu pudesse, não viria nunca!”.<br /><br />Isso nos traz uma importante reflexão. Há coisas que fazemos por obrigação e há outras que fazemos por prazer. E algumas trazem-nos prazer após serem feitas por obrigação. Por exemplo, escovar os dentes não é algo prazeroso – nunca vi alguém que dissesse: “Preciso terminar logo meu almoço, pois estou ansioso para o momento de escovar os dentes”. Mas é inegável a sensação de bem-estar que sentimos após a higiene bucal.<br /><br />Passamos a vida inteira fazendo muitas coisas por obrigação à espera do que nos proporcionará prazer. Quando crianças, temos que comer legumes e vegetais para, depois, saborear uma gostosa sobremesa. Enquanto estudantes, a lição de casa precede os reconfortantes momentos no videogame. Já adultos, temos uma densa agenda de compromissos pessoais e profissionais a cumprir, e muitos projetam para o futuro os momentos de alegria, seja um cinema no final de semana, as férias no final do ano, ou uma nova e reluzente fase na carreira, muitas vezes chamada de “plano B” – quando deveria ser, na verdade, o “plano A”.<br /><br />Nosso maior desafio é conciliar obrigação e prazer. Transformar uma tradicional reunião de trabalho em fonte de aprendizado; uma protocolar visita familiar, em momento de descontração. Precisamos aprender a fazer isso. Hoje e agora.<br /><br />* Tom Coelho é educador, palestrante em gestão de pessoas e negócios, escritor com artigos publicados em 17 países e autor de sete livros. E-mail: tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite: <a href="http://www.tomcoelho.com.br/">www.tomcoelho.com.br</a> e <a href="http://www.setevidas.com.br/">www.setevidas.com.br</a>.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxpO9uuDmCVMf4jHolvKzRjpEmrgdBNKQnhxwz-3lqEV34e5xp6-pXS3-4-aNBgUSrq0AqW4ccTMu9TshzWvsBTN5Zzchumk_pZtIQ0iRIbzesrga2x1ltEfVcN9U2l9628arbBA2eOfY/s1600/10922723_943600885702443_5481138550763956365_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxpO9uuDmCVMf4jHolvKzRjpEmrgdBNKQnhxwz-3lqEV34e5xp6-pXS3-4-aNBgUSrq0AqW4ccTMu9TshzWvsBTN5Zzchumk_pZtIQ0iRIbzesrga2x1ltEfVcN9U2l9628arbBA2eOfY/s400/10922723_943600885702443_5481138550763956365_n.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4391196211721515581.post-54656401512322638352015-07-30T13:34:00.000-07:002015-07-30T13:34:18.124-07:00O nosso sempre Padre Jorge - por Cecílio Elias Netto<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNzRIr4oFERVrS0YxtZ66kTW3jEvS_jNkYA2kJB9YmMo_Gl1pQTinmQTzAK6pEiXWUCo5vP0ALY-6e9AWYhLXLVGS65LrIep5twzjox91Eim4WBrmQth1MqbnURz7y_N7Y58KDPOrGXx4/s1600/cecilioeliasneto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNzRIr4oFERVrS0YxtZ66kTW3jEvS_jNkYA2kJB9YmMo_Gl1pQTinmQTzAK6pEiXWUCo5vP0ALY-6e9AWYhLXLVGS65LrIep5twzjox91Eim4WBrmQth1MqbnURz7y_N7Y58KDPOrGXx4/s1600/cecilioeliasneto.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>O nosso sempre Padre Jorge<br /><br />por Cecílio Elias Netto<br /><br />Há pessoas que deixam de se pertencer a si mesmas. Tornam-se patrimônio comum, coletivo. Monsenhor Jorge Simão Miguel – o ainda sempre Padre Jorge – é uma delas. Tenho, por causa dele, um outro privilégio na vida: o de conhecê-lo desde quando chegou a Piracicaba, ordenado pelo então bispo D.Ernesto de Paula. Foi em 1955 e eu, ainda, era adolescente, estudando no Colégio D.Bosco.<br /><br />O sorriso daquele padre “turquinho”, baixinho, era irresistível. E ainda é. Em Vila Rezende, o pároco era o Padre Romário, figura também inesquecível, perfil de santo com aquela magreza que sugeria fragilidade, escondendo, porém, uma espiritualidade contagiante. Abro um parêntese, por ter-me lembrado de um episódio de infância, quando menti para o Padre Romário. Foi o seguinte e conto no próximo parágrafo.<br /><br />Guto – Antônio Augusto de Souza Campos, de quem tenho saudade imensa – e eu éramos duas crianças que se não largavam. Pulávamos muros de vizinhos para nos encontrar com amiguinhos das ruas São José e Prudente de Moraes. Dona Nenê, mãe de Guto, era uma senhora de catolicidade impecável, de fé profunda. <br /><br />E ela fez questão de Guto frequentar as aulas dos “cruzadinhos”, dadas pelo Padre Romário no salãozinho da Igreja de São Benedito. Minha família era católica, sem, no entanto, grande entusiasmo. Pai maçom, mãe católica, pode-se imaginar a maravilhosa simbiose em que fui educado: livre pensar e dogmatismo unidos.<br /><br />Pois bem. Guto começou a me atazanar a vida para que eu o acompanhasse para ser “cruzadinho”. Fui, amigo leal. Mas não suportei. E justifiquei minha fuga alegando, ao Padre Romário, o fato de meu “pai ser maçom”. Ora, meu pai não tinha nada a ver com minha mentira. O saudoso Padre Romário me olhou como se eu fosse filho do demônio, “vade retro Satana”. Escapei de ser “cruzadinho” e Guto também.<br /><br />Retorno ao Pároco Emérito, Monsenhor Jorge, nosso sempre Padre Jorge. Na realidade, não consigo imaginar Piracicaba – e, em especial, Vila Rezende – sem ele. Pois esse homem se tornou mais do que uma presença. Felizmente ainda em vida, ele conseguiu – e não conseguiu impedir – tornar-se como que um espírito, um mito, um ícone. <br /><br />Com aquela sua batina preta – que ele se recusou a tirar, mesmo após o Concílio Vaticano II – ele foi acolhido, amado, recebido em incontáveis lares piracicabanos. Nunca se negou a atender fosse quem fosse, do mais santo de seus paroquianos a prostitutas, bandidos, excluídos da sociedade.<br /><br />Agora – quando ele se torna patrimônio espiritual de Piracicaba, completando 60 anos de sacerdócio – posso dizer que o Padre Jorge, por amor ao ser humano, foi além do direito canônico, de leis e regras da Igreja, perdoando e abençoando aqueles a quem as regras condenavam. E, mesmo assim, foi um servidor fiel da sua Igreja, de seus bispos, todos com quem trabalhou, a começar do primeiro deles, D.Ernesto de Paula.<br /><br />Muito, muito antes de o Vaticano começar a abrir-se à compreensão dos divorciados, o Padre Jorge já os atendia, acolhendo-os de maneira cautelosa e em caráter privado. Sou testemunha – pois trabalhamos juntos, por mais de 20 anos, nos Cursilhos de Cristandade – de seu amor pelas pessoas, de sua compreensão, mesmo porque ele foi, no exercício do seu sacerdócio, aquilo que Nietszche chamou de “Humano, Demasiado Humano”. <br /><br />O Padre Jorge foi como a própria Igreja se define: “santa e pecadora”. Por isso, ele sempre pode perdoar com facilidade, amando sem condenar. Ele me dizia o que, talvez, deve ter tido a muitos: “Cada um sabe onde o calo dói.”<br /><br />Padre Jorge completa, agora, 60 anos de sacerdócio. E eu – em véspera de completar 60 anos de jornalismo – posso afirmar que poucas, pouquíssimas pessoas em Piracicaba foram e são tão amadas como ele. Não apenas por católicos ou religiosos, mas por todos os que o conheceram e ainda conhecem. Padre Jorge praticou o ecumenismo antes mesmo de a própria Igreja Católica referir-se a essa confraternidade. E com uma virtude especial, especialíssima: sempre foi e ainda é um corintiano fanático, companheiros que somos desse amor irracional pelo Corinthians.<br /><br />Desejo, com esta crônica, apenas abraçá-lo, renovando-lhe a amizadel que sempre nos uniu. Junto-me à multidão que o cumprimenta. E lembro-me, então, do conto de Alexandre Herculano, “O Pároco de Aldeia”, em que ele, lembrando-se do velho padre de sua infância, escreve, apesar de seu anti-clericalismo: “Parecia-me que, estando ao pé dele, estava mais perto de Deus, cujo valido, por assim dizer, era o padre-prior.”<br /><br />Monsenhor Jorge Simão Miguel – o Padre Jorge – é o pároco amado da aldeia chamada Piracicaba. Para sempre.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpmoiuBS1ibEljf4XbwrJ_H-lP_ifiXdsbwI_psWwjyy9ph7YuLYbcHafWNcct8FOFxIhP8eCyTm4Z0DIdc88nOWC-YFaaDsIXVjf3oQid0znw9iQjNr0Vftgi6MU7WKuSxDcJn7zFcj4/s1600/11188493_382858611899250_7595813502759140132_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="352" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpmoiuBS1ibEljf4XbwrJ_H-lP_ifiXdsbwI_psWwjyy9ph7YuLYbcHafWNcct8FOFxIhP8eCyTm4Z0DIdc88nOWC-YFaaDsIXVjf3oQid0znw9iQjNr0Vftgi6MU7WKuSxDcJn7zFcj4/s400/11188493_382858611899250_7595813502759140132_n.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4391196211721515581.post-37502263496009469312015-07-29T14:44:00.001-07:002015-07-29T14:44:19.792-07:00Poesia de Marcos Loures - PLANETA SONHO - APAIXONADAMENTE - PAIXÃO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW6qcHha5VXVQwESSwq0xLygEAMiDA6VPapKQWnbJbFc6CvFqNi_l_6zV8mRxV6Nx6zk0dOqIau_M7WgCu2YFrnzL3BOL8QrGa4zxnhQZ9aAQG2KuIwl2ISj7u3BuAAGrVNBiwAtHQZDg/s1600/marcosloures.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW6qcHha5VXVQwESSwq0xLygEAMiDA6VPapKQWnbJbFc6CvFqNi_l_6zV8mRxV6Nx6zk0dOqIau_M7WgCu2YFrnzL3BOL8QrGa4zxnhQZ9aAQG2KuIwl2ISj7u3BuAAGrVNBiwAtHQZDg/s1600/marcosloures.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Poesia de Marcos Loures<br /><br />PLANETA SONHO<br /><br />Mergulhando nos sonhos mais bonitos<br />Abraçando minha deusa tão amada.<br />Voando por espaços infinitos<br />Em busca da manhã iluminada;<br /><br />Os raios deste sol brilhando tanto<br />Trazendo uma esperança, vivo amor.<br />Envolto na alegria, enfim te canto<br />E roubo deste sol todo o calor.<br /><br />Amada como é bom viver contigo<br />Sem medo do tormento e da saudade.<br />Aqui, eu já pressinto, sem perigo,<br /><br />Eu posso conhecer felicidade.<br />Amada, vem comigo, eu te proponho,<br />Na noite viajar, planeta sonho...<br /><br />MARCOS LOURES<br /><br />APAIXONADAMENTE<br /><br />Apaixonadamente me perdi<br />Nos braços mais gostosos deste mundo.<br />Pois sempre desejei estar aqui<br />Nesta casa, contigo, num segundo...<br /><br />Estrela incandescente, Deus me deu<br />Trazendo uma alegria sem igual<br />Acendes o luar no olhar que é meu<br />Fazendo a poesia natural.<br /><br />Amando teus cabelos, tua boca.<br />Sorrisos que em minha alma já descansam.<br />As ânsias de te amar na vida louca,<br /><br />O paraíso pleno sempre alcançam...<br />Pois sabem que encontraram o luar,<br />Ansiosamente vivem para amar...<br /><br />MARCOS LOURES<br /><br />PAIXÃO<br /><br />De amores vou perdido pelo mundo<br />Percorro tantos astros que nem sei.<br />De tudo que te falo, já me inundo,<br />Da vida que sem tréguas eu busquei.<br /><br />Paixão que me arrebata e me domina<br />Não deixa nem sequer achar o rumo.<br />Perfumando tua alma cristalina<br />Retendo dos prazeres todo o sumo.<br /><br />Amar demais passou a ser a meta<br />Que traz o meu caminho mais florido<br />Por isso em minha voz, canta o poeta<br /><br />Sem amor nada faz sequer sentido.<br />Amores percorrendo os universos<br />Vibrando nos desejos dos meus versos!<br /><br />MARCOS LOURES</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXX_pUwLSa9QNRW1E97FL248keERBH0cIvNLeXMhbvM7u-vEEplFwBBBxmUy7Xs-300sRz6jf7l4fxO-8GhHnavkVoe6d506IyNIToQAOWH9r0rJ0kM1LMT1Dmba_lQj9Lvy6jhtyVEZQ/s1600/11188493_382858611899250_7595813502759140132_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXX_pUwLSa9QNRW1E97FL248keERBH0cIvNLeXMhbvM7u-vEEplFwBBBxmUy7Xs-300sRz6jf7l4fxO-8GhHnavkVoe6d506IyNIToQAOWH9r0rJ0kM1LMT1Dmba_lQj9Lvy6jhtyVEZQ/s400/11188493_382858611899250_7595813502759140132_n.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b> </b></div>
JORNAL RAIZONLINE - SEPARATAhttp://www.blogger.com/profile/12838860613492122334noreply@blogger.com0