José Varzeano - Pessegueiro, o «monte» mais dinâmico do concelho de Alcoutim
Vamos abordar hoje o «monte» mais importante ou dos mais importantes do concelho de Alcoutim, aquele em que o decréscimo populacional tem sido menos notado.
A importância que ocupa não vem de agora e se pesquisarmos os assentos paroquiais da freguesia de Martim Longo a que pertence, verificamos que a povoação ocupa os lugares cimeiros da freguesia a nível de baptismos, óbitos e casamentos.
Esta parte da freguesia de Martim Longo que assenta na chamada cumeada do Pereirão, cujo topónimo foi transmitido aos montes do Pereirão, Casa Nova do Pereirão e Monte Novo do Pereirão, tem a povoação do Pessegueiro como centro mais importante e a que se recorre para suprir as mais prementes necessidades. Gravitam à sua volta Zorrinhos de Cima, Tremelgo de Baixo e de Cima, todos a cerca de 3 km e um pouco mais afastado Casa Nova do Pereirão, Pereirão (4 km) e Estrada e Mestras a pouco mais de 6.
Diogo Dias e Azinhal, ainda que lhe fiquem a cerca de 5 km, poderão optar pela aldeia de Martim Longo.
As Memórias Paroquiais (1758) referem-no como Monte do Pixegueiro, indicando igualmente os que lhe estão próximos; contudo, aparecem na mesma zona e tomando em consideração a ordem que é indicada, o Monte da Amendoeira entre o Monte do Tremelgo e o Pessegueiro (será um dos Tremelgo visto só ser indicado um?) o Monte do Azenhalinho, entre o Pereirão e a Estrada e entre este e os Relvais o Monte do Rezidouro.
Seriam montes constituídos por um fogo ou pouco mais e que teriam desaparecido na voragem do tempo, como agora está a acontecer e sucedeu o mesmo ao monte dos Relvais que em 1960 ainda tinha 9 habitantes. Pensamos que se os topónimos desapareceram a nível de núcleo habitado, possivelmente ainda existirão quanto à designação de zonas rústicas.
Quanto ao topónimo, muito vulgar no nosso país, simples ou composto, no singular ou no plural, encontramo-lo referido doze vezes, do norte ao sul, no dicionário da especialidade que habitualmente consultamos e isto só na versão Pessegueiro. (1)
A toponímia de origem vegetal (fitonímica) é extremamente vulgar em Portugal.
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