domingo, 29 de janeiro de 2012

Jornal Raizonline nº 156 de 30 de Janeiro de 2012 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - Explorar o diferente pode resultar



Jornal Raizonline nº 156 de 30 de Janeiro de 2012 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - Explorar o diferente pode resultar

Uma das preocupações que provavelmente já nasceu comigo é a de evitar a rotinização das tarefas, sejam elas quais forem, ou, na melhor das hipóteses, fazer com que a rotina, a mecanização, seja um auxiliar da razão, do raciocínio, dando-lhe descanso e libertando esse raciocínio ou a razão em abstracto para outras tarefas.

O processo, como todos os processos, de uma forma geral, é / são de alguma forma coisas que já existem em nós ou que nós vamos construindo, aferindo, testando, ao longo dos tempos. Sem ser socrático / platónico e sem acreditar nessa coisa de dar à luz o que já existe de forma quase genética, encontro-me por vezes a meio caminho dessas concepções sem no entanto chegar a essa fatal e predestinada filo - mania.

A capacidade do ser humano para se confrontar com a novidade e com os potenciais problemas que ela pode colocar tem milhões (curto modo) de soluções e nós, como seres inteligentes que nos consideramos, optamos livremente ou tão livremente quanto o quadro apresentado nos permite por uma ou outra solução entre várias (milhares de milhões, agora nesta parte do texto já).

Assim, e referido isto, tenho dificuldade em entender o pronto a vestir intelectual, o fast food da sapiência, as gavetinhas que se abrem e fecham em determinadas alturas dos nossos campeonatos pessoais.

Inversamente também me aflige a dispersão das ideias, a idiotice maníaca, a falta de travão, a corrida desenfreada para a meta sem ter em conta a medida dos percursos. Num caso e noutro procuro ser compreensivo, procuro ser tolerante e acho que sou, porque vivo nesta sociedade e não noutra que seria para mim a ideal e que malfadamente não existe senão em mim...também era melhor que a minha papinha mental viesse já feita e que tudo o que se passa à minha volta me tivesse a mim como ponto de encosto: ficaria a sociedade seguramente muito mal servida.

 

A OVELHINHA MANHOSA - Conto Infantil de Cremilde Vieira da Cruz



A OVELHINHA MANHOSA - Conto Infantil de Cremilde Vieira da Cruz

Estava um dia de sol e a Cabrinha Saltarica não queria perder nem uma réstia. Como não gostava de estar quieta, andava a saltaricar sobre as pedras e viu a Ovelhinha Manhosa que fugia assustada. Com curiosidade, perguntou-lhe:

- Para onde vais neste dia tão bonito, com esse ar assustado, Ovelhinha Manhosa?
- Não digas nada, Cabrinha Saltarica, mas vou tentar esconder-me, porque andam por aí uns senhores a cortar a lã às ovelhas e não quero que me façam o mesmo.
- Não queres que te façam o mesmo? Ora essa! Então queres andar com a lã a arrastar pelo chão, com esse aspecto tão feio?
- Prefiro, porque já uma vez me cortaram a lã e andei uns tempos a tiritar de frio. Não estou para isso.
- Tu é que sabes, mas acho que fazes mal, Ovelhinha Manhosa.

- O que eles querem, é vender a minha lã para fazer casacos, mas nessa é que eu não caio. Iam ficar os outros com casaquinhos quentinhos, feitos com a minha lã e eu cheia de frio, não?! Era o que faltava! Pensam que são espertos, mas enganam-se, pois eu sou bem mais esperta que eles.
- Mas olha lá, Ovelhinha Manhosa, a tosquia acontece todos os anos na época própria e a lã volta a crescer, por isso não compreendo o teu receio! Olha que é para teu bem!

- Não tens nada que compreender. Eu é que sei da minha vida, e com a minha lã ninguém há-de andar aquecido.
- Estás a ser egoísta, Ovelhinha Manhosa.



A GATINHA GARFILDA - Conto Infantil de Cremilde Vieira da Cruz



A GATINHA GARFILDA - Conto Infantil de Cremilde Vieira da Cruz
A Garfilda é uma gatinha selvagem que, depois de deambular pelas ruas, triste, cheia de fome e frio, teve a sorte de encontrar a Paula, uma menina que gosta muito de animais e não gosta de vê-los sofrer.

Quando se encontraram, a Garfilda olhou para a menina, muito triste e ao mesmo tempo receosa e desconfiada, pois já se tinha cruzado com outras pessoas que não só a não acolheram, mas até a enxotaram. A Paula chegou-se a ela, fez-lhe uma festinha, a Garfilda foi-se chegando, chegando, com muito cuidado, a menina foi falando com ela, até que se chegou bem perto para lhe pegar ao colo. A gatinha tentou fugir, mas a Paula voltou a fazer-lhe festinhas e conseguiu pegar-lhe.

- Que pêlo tão macio tem esta gata! - exclamou a Paula - Parece veludo. E a gracinha das patas e do narizito, de cor diferente do resto do corpo! Vou levá-la para casa. O pior é o Boby! Sempre ouvi dizer que os cães o os gatos não se dão bem, mas, mesmo assim, vou tentar.

E lá foi a Paula com a gatinha ao colo até casa. Mal entrou a porta o Boby começou a ladrar e a saltar para morder a gatinha. Por sua vez a Gatinha Garfilda, também zangada, ficou com os pêlos em pé, os bigodes arrebitados, e as unhas afiadas já iam direitinhas à cabeça do Boby, se a Paula não tivesse agido com cautela, segurando-a bem. Mesmo assim teve uma certa dificuldade para se proteger a si própria daquelas unhas afiadas.

Perante tal situação, a Paula, cheia de pena, viu-se obrigada a procurar alguém que quisesse ficar com a Garfilda, para não ter que assistir a uma luta entre cão e gato. Para isso, tratou de dar voltas à imaginação...

- Tenho que arranjar alguém que trate bem da Garfilda. E se a desse à tia Augusta? A tia não tem outro animal em casa e  gosta tanto de gatinhos! Não procurarei ninguém sem falar com a tia.



 

Poesia de Maria Custódia Pereira - O Mundo é um Jardim; Saudades tuas; Doce beijo



Poesia de Maria Custódia Pereira - O Mundo é um Jardim; Saudades tuas; Doce beijo
 
 
 O Mundo é um Jardim
 
 Um dia hei-de ver-te rastejar
Aqui implorando o meu amor,
Cruzarei o horizonte sem olhar
E beberei as gotas do teu suor.

Hei-de rir de ti sem piedade
Ao ver-te chorar arrependido,
De ti não ficou nem amizade
Deixaste de ser meu preferido.

Saudades tuas
 
 Meu pensamento corre atrás de ti
 Meus olhos desejam ver o teu olhar,
 Porque esquecer-te nunca consegui
 Porque em ti ando sempre a pensar.

Porque não me sais do pensamento?
Porquê? só contigo eu quero estar!
 Porquê todo este sentimento
 Que me sufoca por te amar.

Doce beijo
 
 Teu beijo doce me acalma
 Vives no meu pensamento,
 Entrego-me de corpo e alma
 Só desfrutando o momento.

Nos teus braços fico a sonhar
 Teu corpo é meu aconchego,
 Contigo quero sempre estar
 Junto a ti... não tenho medo.

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Poesia de Conceição Tomé - Raízes; Planeta Feroz; Ai de mim



Poesia de Conceição Tomé - Raízes; Planeta Feroz; Ai de mim

 Raízes
 
 Não fosse uma alta barreira
 Mesmo à beirinha da estrada
 Que me impede de subir
 Ao mais alto do lugar,
 Como Milhafre eu pairaria
 Para perscrutar o passado
 E então de novo veria:
 Os campos de milho verde,
 Os vinhedos bem alinhados
 Com os seus cachos dourados,

Planeta Feroz
 
 Vivemos num planeta feroz
 Que manifesta toda a violência
E a sua vingança contra nós,
 Através de cataclismos,
 Arremessando-nos terramotos,
 Tornados, secas, furacões,
 Dilúvios, nevões, maremotos,
Lavas e cinzas de vulcões.
 Mas, nada disto é mais atroz
 Que a destruidora humanidade,
 Na ganância da sua actividade

Ai de mim
 
 Sonhos
 Que não sonhei,
 Amores
Que não senti,
Ilusões
 Que não vivi,
 Desejos
Que não desejei.
 Ai de mim…
Se de mim não sei,
 Ter pena de mim
Não consigo,


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POESIA DE JOEL LIRA - Desassossegado…; Não esqueço o teu nome!; Coisinha sem Graça nenhuma!



POESIA DE JOEL LIRA - Desassossegado…; Não esqueço o teu nome!; Coisinha sem Graça nenhuma!
 
 Desassossegado…

Tenho pena do chefe do coração
quando diz também p’ra ele está mau…
Com sorriso sério – cara de pau -
diz dos cortes impostos à nação…
Fiquei triste por saber, excelência,
 Que p’ra si é doloroso; - O tanas!
Será que terá de nos pedir clemência,
 nesta ingrata republica das bananas?

Não esqueço o teu nome!
 
 Tenho amores, paixões, fartas ilusões,
 Castigos proibidos de juventude
 No baú da alma, recordações,
 D’azafama da minha inquietude.
 Continuo a crescer e sem parar,
 Mantenho acesa a chama do amor,
 Qu’ ilumina a senda do verbo amar
 Dando ênfase a todo o meu fulgor!
Coisinha sem Graça nenhuma!
 
 Por graça,
Encontrei na Rua da Graça o meu amigo Graço, primo da Dona Graça,
 Por sinal, mulher muito engraçada para uns e, para outros, sem graça nenhuma…
Mas para mim tem graça a mais quando a vejo passar com as saias em dia de vento malandro…
Ao cumprimentar o meu amigo Graço,
 Obviamente que tinha de falar da Graça, sua prima…
Estávamos nós parados na rua da Graça enquanto víamos o eléctrico a subir para a Graça,

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Poesia de Cremilde Vieira da Cruz - AO AMANHECER; BROTARA FOGO; SONHO DE UMA NOITE



Poesia de Cremilde Vieira da Cruz - AO AMANHECER; BROTARA FOGO; SONHO DE UMA NOITE 

 AO AMANHECER
 
 Abro a janela do meu quarto,
 Avisto as verdes montanhas,
 E dou-lhes um abraço.
 E ao mar, o que é que faço?
 Peço-lhe que me leve bem longe,
 Na espuma das suas ondas.
 Peço um barco emprestado.
 Peço aos peixes que me empurrem.

BROTARA FOGO
 
 Brotará fogo
 Dessas rosas cor de prata
 Mentirosas
 Transparentes
 Brotará fogo
 Da gruta envolta em hera
 Quem me dera
 Fossem rosas sem espinhos
 Fossem plumas cor-de-rosa

SONHO DE UMA NOITE

 Gaivota voando sobre minha loucura;
 Gaivota dizendo versos que não digo;
 Gaivota ritmo da palavra;
 Gaivota em liberdade,
 Poisando aqui e ali,
 Na areia molhada,
 Na pedra parada,
 Na falésia enxuta,
 Na mais recôndita gruta,

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Poesia de Sanio Aguiar Morgado - FLORBELA ESPANCA; QUEBRA CABECAS; REGRESSO



Poesia de Sanio Aguiar Morgado - FLORBELA ESPANCA; QUEBRA CABECAS; REGRESSO  

FLORBELA ESPANCA
 
 Versos que ecoam do além,
 dor que não é só tua,
 é minha também.
 Os amantes e sofredores
 estarão sempre juntos,
 eternamente...

QUEBRA CABEÇAS
 
 Desde pequeno fui guardando
 peças curiosas que encontrava,
 algumas pareciam escondidas
 e outras pelo caminho onde passava.
 A vida foi então seguindo
 e muitas depois fui achando
 como um quebra cabeças que
 aos poucos fui montando.

REGRESSO
 
 De repente percebo
 que já vivi e sinto
 passar por coisas que
 um dia já passei.
 E que retorno,
 como retornam as
 estações do ano e
 a primavera florida.

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Poesia de Marcia Dalva Machinski - Diário de uma paixão



Poesia de Marcia Dalva Machinski - Diário de uma paixão 

Diário de uma paixão 

é o dia inteiro pensar numa única pessoa... Qualquer coisa, lembrar-te
 ele...
 é, de repente, suspirar... à simples lembrança do seu olhar, da sua voz,
 do seu nome...
 Sonhar acordada... Flagrar-se fazendo planos...
 é como um estado de suspensão da alma...
 Continuamente fora do chão...
 Alheia à realidade... Flutuar em pensamentos...
 Tudo parecer colorido... Em tons de primavera...
 Respirar o ar da manhã... Perceber o brilho das estrelas...
 Olhar para a Lua... Flutuar novamente em pensamentos...
 é involuntariamente deixar a razão de lado...
 Nos sonhos, não ter espaço para as burocracias da vida... E, pra tudo, ter
 uma solução...
 Não ver problema algum...
é mais uma vez, flagrar-se fazendo planos...
 é perfumar-se pela manhã...
 Usar um batom discreto... Pintar os olhos... Calçar anéis...
 Procurar no armário a melhor roupa... De preferência um vestido...
 Calçar salto alto... Ou abandoná-los aos cantos... Só para ficar à mesma
 altura...
 é querer mudar o cabelo pra ficar mais bonita...
 Não querer mudar para não correr o risco de desagradar... é flagrar-se,
 mais uma vez, pensando nele...
 é distrair-se, voar longe...
 Avermelhar-se ao alguém perguntar... «Onde éque tu tás menina? Tás
 nas nuvens?»

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Poesia de Manuela Pittet - Meu querido poeta; Sussurro de Maio; Abraça-me...



Poesia de Manuela Pittet - Meu querido poeta; Sussurro de Maio; Abraça-me...        

Meu querido poeta
 
 Os pássaros deixaram de cantar
 O teu amor que era minha oração
 Onde me criaste na tua inspiração
 E me pedias p'ra te visitar...

Larguei minhas colinas e horizontes
 Na esperança de te encontrar
 Não havia rios nem vi pontes
 Que me guiassem ao teu olhar...

Sussurro de Maio
 
 No meio de tantas noticias
 Na maior parte, calamidades
 Nascem ainda histórias factícias
 Oriundas do barulho das cidades

Saudo Urantia ao entrar em mim
 Que me abraça de todos os cânticos naturais
 Extasio-me na beleza do sorriso de um querubim
 E festejo maio com as plantas e os animais

Abraça-me...
 
 Sopro-te Amor em movimento
 Em brisa de inspiração
 E sou a carícia do vento
 Acalmando as batidas do coração

De cada vez que o silêncio me arranca
 Na luminosa velocidade dos universos
 Olho com ternura a luz branca
 Inscrita no olhar dos teus versos

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Eliane Arruda - Biografia e Poesia - Ocorrências de final de tarde; Novos Matizes; Da Terra ao Céu!



Eliane Arruda - Biografia e Poesia - Ocorrências de final de tarde; Novos Matizes; Da Terra ao Céu!

Notas Biográficas:

Eliane Maria Arruda Silva nasceu em Fortaleza - Ceará, filha de Antônio Correia Arruda e Geralda Castelo Branco Arruda. Concluiu os cursos de 1o e 2o graus, no Colégio da Imaculada Conceição e o de Letras e pós-graduação em Lingüística, na Universidade Federal do Ceará. Casou-se com o odontólogo Jonas José da Silva, com quem tem dois filhos: Haroldo e Carlos Magno. Lecionou em vários colégios de Fortaleza, inclusive, nos da rede estadual, onde se aposentou e, atualmente, é professora da Marinha do Brasil.

POESIA

Ocorrências de final de tarde

Espero a grande hora de escutar-te
 com tuas frases belas e canções.
 Perito em fomentar de amor sessões
 Tu és, e a preferência: fim de tarde

Por que tu aprecias encantar-te,
 ouvindo forte vento com lições
 de amor e a propor-me rendição
 a um sonho que promete enfeitiçar-me?

Novos Matizes
 As nuvens que me cobrem não são tuas,
 Nem moram ou passeiam no teu céu.
 Na tua mão, a luva não deu certo,
 Espero que meus dias não destruas!

A tua história hoje não é minha,
 Levaste para quem pensa que és sol,
 Não sei o quanto irá durar tal sorte,
 Nem sei se a tua voz co`alguém combina.

Da Terra ao Céu!
 Tu tens a natureza de uma estrela:
 Existes, porém longe mostra o brilho.
 E eu, igual a um trem que descarrila,
 Sem rumo fico, mesmo assim o espreito!

 Começo à solidão a me render,
 Tristonha, observando teus rastilhos.
 Ah, sinto o meu viver desassistido,
 O sonho o qual vivi a se perder!


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COLUNA DE ABILIO LIMA - Noticias da Semana e Agenda da Semana



COLUNA DE ABILIO LIMA - Noticias da Semana e Agenda da Semana

Noticias da Semana

Pequenas empresas criam 85 % dos novos empregos

Segundo os resultados de um estudo sobre o contributo essencial das PME para a criação de emprego, apresentado a 16 de Jneiro pela Comissão Europeia, 85% do total líquido de novos postos de trabalho na UE entre 2002 e 2010 foram criados por pequenas e médias empresas. Desenvolvimento em IP/12/20, MEMO/12/11.
•Iniciativa Europeia para a Coordenação Bancária: reunião extraordinária

A 16 de janeiro teve lugar em Viena uma reunião de representantes da parte pública da Iniciativa Europeia para a Coordenação Bancária com o objetivo de reforçar a coordenação das políticas nacionais que possam ter impacto nas economias da Europa emergente. Desenvolvimento em MEMO/12/15.

•Crise alimentar no Sael: são necessárias medidas urgentes

Kristalina Georgieva, comissária europeia responsável pela ajuda humanitária, chegou a 17 de Janeiro ao Níger num contexto de crise iminente na região africana do Sael, respondendo assim a apelos à ajuda provenientes dos países mais atingidos. Desenvolvimento em IP/12/21.

•Dezembro de 2011: taxa de inflação anual da zona euro diminui para 2,7%

A taxa de inflação anual da zona euro foi de 2,7% em dezembro de 2011, contra 3,0% em novembro. Há um ano, era de 2,2%. A taxa de inflação mensal foi de 0,3% em dezembro de 2011. A taxa de inflação anual da UE foi de 3,0% em dezembro de 2011, contra 3,4% em novembro. Há um ano, era de 2,7%. A taxa de inflação mensal foi de 0,3% em dezembro de 2011. Desenvolvimento em STAT/12/9.

•Novembro de 2011: produção no setor da construção aumenta 0,8% na zona euro

No setor da construção, a produção aumentou 0,8% na zona euro e 0,4% na UE em novembro de 2011, em comparação com o mês anterior. Em outubro, a produção tinha recuado 1,4% na zona euro e 0,9% na UE. Em relação a novembro de 2010, a produção em novembro de 2011 aumentou 0,2% na zona euro e 0,7% na UE. Desenvolvimento em STAT/12/10.


 

O Grupo de Teatro Lethes - Por Manuel Madeira Guerreiro



O Grupo de Teatro Lethes - Por Manuel Madeira Guerreiro

A VOZ DO ASSOCIATIVISMO

 O Grupo de Teatro Lethes, totalmente constituído por amadores, é desde 1988 uma Colectividade de Utilidade Pública que tem sido um dos mais marcantes esteios da vida cultural algarvia.

 Fundado em 1957 com a designação de Grupo de Teatro do Círculo Cultural do Algarve por 3 antigos elementos do Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra unidos por laços familiares - José de Campos Coroa, seu irmão Emílio Campos Coroa e a esposa deste, Maria Amélia Saraiva Vieira de Campos Coroa, é hoje, um dos mais antigos grupos de amadores em actividade ininterrupta no nosso País, traduzida em mais de quatrocentos espectáculos em que estiveram envolvidos, ao longo dos anos, cerca de meio milhar de amadores, tendo atingido particular notoriedade na década de 60, com a conquista de vários prémios de interpretação e de encenação.

Nesses primeiros anos, merecem particular destaque: «O Lugre» de Santareno num batelão fundeado na doca de Faro na presença do Autor e de Amélia Rey Colaço, «Othelo» de Shakespeare no Castelo de Silves ou a «Trilogia das Barcas» de Gil Vicente na Alameda João de Deus, em Faro.

Em 1972, após a conclusão das obras do restauro do Teatro Lethes levadas a cabo pela Delegação de Faro da Cruz Vermelha Portuguesa, foi o Grupo convidado a ocupar instalações no Lethes, mudando nessa época a sua designação para a actual.


Franklin Cascaes por correspondência - De Arlete Deretti Fernandes



Franklin Cascaes por correspondência - De Arlete Deretti Fernandes

CAPITULO I
1.2. A CARTA DESDE A ANTIGUIDADE

 A Epistolografia é constituída de obras escritas em forma de cartas e conservadas por seu valor histórico, filosófico, literário ou documental e que foi conservada e publicada.

O uso da carta é encontrado entre todos os povos antigos. Na Grécia e em Roma as cartas eram escritas em lâminas ou tabletes de cera que eram dadas ao escravo para que as lessem. Escreviam por meio de um estilete, era gravada em um só lado da lâmina, que era envolvida por uma fita, a qual, no extremo levava o carimbo. Na parte externa era gravado o endereço. Mais tarde foi adotado o papiro ou charta, conhecida desde o tempo de Alexandre Magno, composta de duas folhas atravessadas por um cordão, que terminava em nó, com um carimbo.

Os escravos que cuidavam da correspondência eram chamados de amanuenses ou epistolis a manu. Durante a Idade Média foi usado o pergaminho, substituído no século XIV pelo papel. A missiva sempre vinha protegida pelo sigilo, amarrada por uma fita ou com um lacre.

A carta tem caráter íntimo ou confidencial. As informações ali contidas fazem parte do espaço privado, que é íntimo ou confidencial. Dela fazem parte a pessoa que escreve, o destinatário e quando muito se fala de uma terceira pessoa. A carta é uma conversa com alguém que está ausente. Nela escrevemos o que lhe diríamos se o destinatário estivesse presente. Há mudanças de acordo com a época, geralmente traz notícias do cotidiano, da vida política e social, reflexões, confidências e expressões de sentimentos.

As cartas podem ser dirigidas a um destinatário real ou fictício. As cartas destinadas a um destinatário real têm dois aspectos: o documental e o literário. As cartas são muitas vêzes consideradas como parte integrante da obra do autor, pois é comum encontrarmos as cartas publicadas junto à obra completa.

Há uma quantidade enorme de cartas de pessoas notáveis que foram publicadas..

As Cartas de Horácio, Cícero, Virgílio e Sêneca são consideradas obras primas da Literatura latina e universal.


José Varzeano - Um crime em Alcoutim nos finais do século XVII



José Varzeano - Um crime em Alcoutim nos finais do século XVII   
Maria d`Orta, do termo de Alcoutim, em seu nome e de seus filhos, se me queixou de Bruno Gomes de Brito lhe matou seu marido e pai André Fernandes com um tiro de espingarda, para que se não queixasse da força e violência com que Francisco da Silva, Gregório Esteves, Balthasar Muxe Carvalho, e outros, furtaram uma donzella, sobrinha do morto André Fernandes, de mandado dos quaes o dito Bruno Gomes fez a dita morte.

– E porque tenho mandado ordenar ao Corregedor da Comarca de Tavira tire devassa deste delicto, pronuncie e prenda os culpados – hei por bem se não concedam cartas de seguro aos culpados nelle, sem ordem especial minha, visto a gravidade delle pedir toda a demonstração.

O Conde Regedor, do meu Conselho d´Estado, o tenha intendido, e ordene aos Corregedores do Crime da Corte o executem nesta conformidade.
 Em Lisboa, a 20 de Maio de 1689 = Rei. (*)

(*) Collecção chronologica da legislação portugueza, Vol. 10, pág. 190.

 Pequena nota

Este é o despacho que fui encontrar nas minhas pesquisas e que imediatamente relacionei com a estória que me contaram, Francisco Rodrigues e Manuel António Pinto, ambos naturais do monte do Zambujal, freguesia de Vaqueiros mas que se fixaram e faleceram na vila de Alcoutim.

Recentemente, outros originários daquela zona igualmente conheciam a estória, com menos pormenores do que os dois primeiros, o que é natural.

A ligação que faço a este despacho é a referência que Francisco Rodrigues fazia ao Bruno Gomes, dizendo que era o Conde de Brunhos e que tinha mandado matar a donzela, estória / lenda que refiro na minha «postagem» de 20 de Fevereiro de 2010, com o título de «A lenda do Cerro da Mortalha». 




Brontë - Por Virginia Teixeira



Brontë - Por Virginia Teixeira 
Em 1826 já só viviam três irmãs na casa da paróquia onde o pai, Patrick, era reverendo da igreja de Inglaterra. Outras duas irmãs tinham morrido no ano anterior de tuberculose, com pouco mais de um mês de diferença. De facto, a perda e a morte tinham sido e seriam sempre os temas a circundar a família.

A mãe, de nome Maria, morreu em 1821, poucos meses depois de se mudarem para a casa que se tornaria o centro da história da família e é hoje um museu dedicado à história desta família onde o talento parecia abundar quase tanto quanto a tragédia. 

Quando Maria e Elizabeth (utilizarei as versões inglesas dos nomes porque pessoalmente não acredito na tradução de nomes), as filhas mais velhas, morreram, o Reverendo decidiu retirar da escola cujas péssimas condições propiciaram a sua morte as duas outras filhas que lá estudavam: Charlotte e Emily. Anne, a mais nova, era pequena demais para sair de casa. Patrick Branwell, o único rapaz, também estava em casa ainda.

Durante anos a vida desta família foi considerada por muitos como estranha, sendo o Reverendo um homem crente na educação mesmo para as filhas e tendo dado a estas todas as oportunidades de estudo que estavam ao seu alcance. O lugar de mãe foi ocupado por uma tia descontente com as suas obrigações, mas que lhes ensinou muitos dos ofícios relevantes para as mulheres daquele tempo.




sábado, 28 de janeiro de 2012

Mundo ao contrário - Crónica de VIRGINIA TEIXEIRA



Mundo ao contrário - Crónica de VIRGINIA TEIXEIRA  

Vivo num mundo ao contrário e já não sei qual é o topo e o fundo.

Vivo num mundo onde os políticos do meu país dizem de boca cheia, sem vergonha, que os seus cidadãos devem ir para o estrangeiro, como se dessem o caso por encerrado e o barco já tão perto de afundar que nada mais há a fazer senão correr para os barcos salva-vidas.

No mundo ao contrário onde vivo é legitimo gastar milhões em fogo-de-artifício para comemorar a passagem de ano (e vejam bem que eu adoro fogo-de-artifício) mas os pobres têm de apertar o cinto um bocado mais porque o país está em crise.

No mundo ao contrário onde vivo a solidariedade social é tão parca que há idosos a dormir nas ruas, e pessoas a morrer em casa sem serem descobertas durante semanas.

Neste mundo ao contrário é legitimo gastar dinheiro em touradas (o que afinal anima mais as pessoas do que uma boa selvajaria?) quando há milhares de cães abandonados por todo o país a morrer à fome, atropelados nas estradas (pensemos pelo menos nos acidentes que provocam!), e atirados ao lixo como se fossem coisas (que é o que são segundo a Lei).

Neste mundo ao contrário os professores, criadores da geração de amanhã, aqueles que têm o infinito poder de encher a mente dos nossos filhos de conhecimentos, e ensiná-los a pensar, são tratados como profissionais de somenos importância e, novamente, aconselhados a ir para o estrangeiro assim que possam. E a geração de amanhã, com quem aprende? O que aprende? Ou também tem de ir para o estrangeiro?


Poesia de João Furtado - NEVE EM NEW BEDFORD; AMADEU DA ROSA



Poesia de João Furtado - NEVE EM NEW BEDFORD; AMADEU DA ROSA

 NEVE EM NEW BEDFORD

 Ver pétalas do céu caindo
 Brancas e fofas tal algodão
Fazem enternecer o coração
 E o poeta enternece espantado!

O frio contrasta com o calor
 Transmitido pela beleza
 Que por momentos a natureza
 Oferece-nos com muito amor!

AMADEU DA ROSA
 
 A  A hora é de tristeza e de dor
 M  Meu grande colega e amigo
 A  Ainda estou estupefacto e perplexo
 D  Diariamente fazias a mesma trajectória
E  E creio eu, até tinha a estrada na memória
 U  Unicamente aconteceu e ninguém sabe porque…

D  Da morte e da vida fica o mistério e de ti
 A  Amadeu resta a saudade e a tristeza do vazio!

Leia este tema completo a partir de 30/1/2012

Culinária e Doçaria - Por Dulce Rodrigues - Bacalhau à Brás ; Tarte de Amêndoa; Frango na Cataplana à Algarvia



Culinária e Doçaria - Por Dulce Rodrigues - Bacalhau à Brás ; Tarte de Amêndoa; Frango na Cataplana à Algarvia

Bacalhau à Brás

(gastronomia portuguesa da região de Estremadura)

O bacalhau é um peixe magro com cerca de 70 Kcal por cada 100g. é rico em magnésio e potássio e deve ser salgado para se conservar. O bacalhau cozinha-se no forno, na frigideira, nas brasas ou é cozido simplesmente em água. Em Portugal, existem mais de 100 maneiras de fazer bacalhau, todas tradicionais de norte a sul. A receita que vos proponho hoje é económica e de sabor único ; acompanhe-a com uma salada de alface e um copo de vinho branco... português, claro.
Tarte de Amêndoa

A sabedoria popular costuma dizer que a via mais rápida para conquistar o coração da pessoa amada é através do seu estômago. Espero que a receita que lhe proponho este mês realize esse desejo. Uma deliciosa receita portuguesa. Experimente-a e depois diga-me o que acha.

Ingredientes
 . 250 g amêndoa ralada
 . 250 g açúcar
 . 4 ovos (claras + gemas)
 . 1 chávena de açúcar
 . 1 chávena de água
 . 1 pitada de sal

Frango na Cataplana à Algarvia
(Gastronomia portuguesa da região do Algarve)

A cataplana é um recipiente de cobre, típico da região do Algarve, que serve para cozinhar. Uma das receitas mais conhecidas é a cataplana de mariscos, mas também podemos fazer uma cataplana com carne, como é o caso da presente receita.

Ingredientes (para 4-5 pessoas)
 . 2 frangos pequenos
 . 2 dl de vinho da Madeira
 . 1,5 kg de conquilhas
 . 2 dl de azeite
 . 4 dentes de alho
 . 1 folha de louro
 . sal, piripiri q.b.


 

Coluna de Manuel Fragata de Morais - «Batuque Mukongo». - Novo Livro de Fragata de Morais



Coluna de Manuel Fragata de Morais - «Batuque Mukongo».  - Novo Livro de Fragata de Morais

PAGINA CULTURAL DO JORNAL DE ANGOLA

O escritor Fragata de Morais procedeu na quinta-feira (05/12/11), em Maputo, Moçambique, ao lançamento da sua mais recente obra, intitulada «Batuque Mukongo».
Manuel Augusto Fragata de Morais, de nome completo, diplomata de carreira e no momento emprestado à política, traz a público, em «Batuque Mukongo», as suas memórias em forma de poesia.

Na obra, os leitores têm a oportunidade de conhecer vários episódios da vida do autor, desde a sua infância na província do Uíge, a sua terra natal. «Batuque Mukongo» tem o prefácio assinado por José Luís Mendonça, conhecida figura da literatura angolana.
 
A apresentação do livro, na capital moçambicana, foi feita pelo professor universitário Nataniel Ngomane. O acto decorreu na Associação dos Escritores Moçambicanos, com sede no Instituto Superior de Artes e Cultura, tendo registado a presença de várias entidades locais e estrangeiras, com destaque para o embaixador de Angola em Moçambique, Isaías Jaime Vilinga, e do ex-representante moçambicano em Luanda, que cessou iguais funções no ano passado, António Matonse.

Na ocasião, o autor do livro informou que os leitores angolanos vão tomar contacto com a obra ainda no decurso deste mês, numa cerimónia que está a ser preparada pela União dos Escritores Angolanos.
«Batuque Mukongo» junta-se a outros títulos da lavra de Fragata de Morais, de que se destacam obras como «A Seiva», «Como Iam as Velhas Saber Disso», «Inkuna Minha Terra», «Jindunguices», «Momentos de Ilusão», «A Sonhar se fez verdade», «Antologia Panorâmica de Textos Dramáticos», «A Prece dos Mal Amados», «Sumaúma», «Memórias da Ilha-Crónicas» e «O Fantástico na Prosa Angolana».


A Estrada - Conto de Ray Bradbury e Biografia



A Estrada - Conto de Ray Bradbury e Biografia

Biografia de Ray Bradbury

Ray Bradbury, romancista, contista, ensaísta, dramaturgo, argumentista e poeta, nasceu em Waukegan, Illinois, EUA, em 22 de Agosto de 1920, terceiro filho de Leonard Spaulding Bradbury e Esther Marie Mauberg Bradbury.

No Outono de 1926, a família Bradbury mudou-se para Tucson, Arizona, para regressar logo depois a Waukegan, em Maio do ano seguinte. Por alturas de 1931, Ray Bradbury começou a escrever as suas histórias em papel de embrulho. Em 1932, depois de o pai ter sido despedido do seu emprego de guarda-fios, a família Bradbury mudou-se novamente para Tucson e de novo regressou a Waukegan no ano seguinte. Em 1934 a família foi para Los Angeles, Califórnia.

Bradbury concluiu os seus estudos secundários numa escola de Los Angeles, e a sua educação formal acabou aqui. Mas continuou a estudar sozinho — à noite, na biblioteca e de dia, com a máquina de escrever. Entre 1938 e 1942 vendeu jornais nas esquinas de Los Angeles.

A sua primeira história em letra de forma foi Hollerbrochen’s Dilemma, publicada em 1938 na Imagination!, uma revista amadora de fãs. Em 1939, Bradbury fez sair quatro números da Futuria Fantasia, a sua própria revista de fãs, sendo grande parte do material publicado da sua própria autoria.
A sua primeira publicação paga foi Pendulum, em 1941, para a Super Science Stories. Em 1942, Bradbury escreveu The Lake, a história em que ele encontrou o seu estilo próprio. Cerca de 1943, já tinha deixado o emprego de vendedor de jornais e começou a escrever a tempo inteiro, publicando numerosos contos em jornais e revistas.

Em 1945, o seu conto The Big Black and White Game foi seleccionado para o Best American Short Stories. Em 1947 Bradbury casou com Marguerite McClure e nesse mesmo ano coligiu muitos dos seus melhores trabalhos e publicou-os sob o título Dark Carnival, a sua primeira colectânea de contos.



 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A Solidão é Comunista - Crónica de Rosa Pena



A Solidão é Comunista - Crónica de Rosa Pena 

Acordou com o barulho das crianças no andar de cima. Não precisou se levantar, pois nada a esperava. Aposentou-se do trabalho há dez anos e da vida há quatro. Era tão cedo que o porteiro ainda não havia colocado o jornal em sua porta. O Activia também não apresentava seus efeitos.

Hoje é segunda-feira?
 Voltou a pensar nos direitos humanos e as proteções legais a eles. Concordava plenamente. Um absurdo a homofobia, o bullying, qualquer forma de racismo, o desrespeito aos deficientes físicos. Mas cadê a lei que proíbe a solidão? Aquela que estupra, tortura, discrimina, isola o coração? Essa maldita que o Criador deixou de mimo para todos sem distinção.

Terça?
 Ah! Dirá alguém... Existem os Eikes Batistas, que possuem carros fabulosos, aviões, filhos, barcos, restaurantes, mil amigos, mulheres do estilo Martinho da Vila ("Já tive mulheres de todas as cores, de várias idades, de muitos amores...) tudo na proporção de suas contas bancárias, que não sofrem desse mal. Como não? Vivem de trocas, na eterna busca do poder. Para preencher o quê? Diga, se for capaz, que não é o vazio existencial. O ditadinho de merda, que dinheiro não traz felicidade até que é um pouquinho verdadeiro, pois a grana compra e suborna tudo, exceto a solidão. Essa filha da puta é honesta, honestíssima, não aceita propina de ninguém e trata todos da mesma forma. Ela é marxista, maltrata democraticamente.

Quarta?
 Seu João é pobre pobre pobre de marré marré deci". Mora no morro, teve um bocado de parceiras, quinze filhos, e hoje só com muita cachaça, suporta a vida. Dr. Marcelo, classe média alta, um Peugeot novo, AP próprio, divorciado duas vezes, casado atualmente com uma de suas peguetes, afirma no bar de todos, que sua melhor companhia é o Rivotril. Joana é riquinha. Reside no Leblon, já fez bodas de tudo, ta quase na de ouro. A filha concluiu o mestrado na PUC, virou uma executiva, casou com um reizinho e... Joana vai a Europa compulsivamente todos os anos e faz análise esses anos todos. Adora uma bolsa Gucci com uma caixa de Frontal dentro.



Crónicas e ficções soltas - Alcoutim - Recordações XXI - Por Daniel Teixeira - A espingardinha



Crónicas e ficções soltas - Alcoutim - Recordações XXI - Por Daniel Teixeira - A espingardinha
 
Durante o tempo em que andei por Alcaria Alta já naquilo a que chamo a segunda volta, com cerca de 25/30 anos, eu dava as minhas voltas, muitas mesmo, pelos campos munido de uma espingarda de pressão de ar. Raramente apanhava pássaros em número de jeito, mas gostava de andar por ali, esgueirando-me entre as folhagens nas hortas, perto dos poços no calor do meio dia do verão, ou deitado nas palhas das eiras, apontando e quase nunca acertando.

De acrescentar, só para que o meu ego não fique desde logo destruído, que tive uma média razoável a tiro na tropa e que em princípio se deve à agilidade dos pássaros, ao seu tamanho inflacionado pelas penas e ao vento e a outros factores naturais o facto de eu ter uma percentagem de falhanços elevada: uma vez um tio meu - residente na cidade havia muitos anos - foi-me «fiscalizar» na viagem aproveitando para dar ele também uma voltinha pelas hortas. Levei uma descasca de todo o tamanho nesse dia. Apanhei um pássaro perante vinte ou trinta em posição ao longo dos caminhos.
Bem, mas o que interessa aqui é denotar uma coisa (não é para fugir à conversa sobre os falhanços como se irá notar): toda a gente, incluindo mulheres, achavam piada por eu andar com uma «espingardinha» e referiam-se á minha «máquina» com ar de gozo.

Na sua grande parte em casa deles e delas não havia espingarda de verdade (era muito cara e «desporto» de ricos) e nem sequer os seus filhos tiveram alguma vez uma pressão de ar como a minha pelo que era de supor que eu e a minha máquina fossemos respeitados pelo menos por estarmos um degrau que fosse acima das suas possibilidades. Nada disso...era a espingardinha e pronto!
 Chegavam ao ponto de me dizer que os pássaros sentiam «o cheiro a pólvora» por isso debandavam quando me viam: ora a pressão de ar é mesmo isso, trabalha a pressão de ar e a pólvora ou outro produto explosivo emanando cheiro ou não estão ausentes no processo.

Claro que reconheço que não existe comparação possível entre o meu vestir e andar à desportista e os caçadores de facto que pela época enchiam o rossio de carros logo pelo final da noite. Nem sequer os víamos de manhã, víamos os carros e jipes estacionados e lá pelo meio dia o seu regresso em direcção aos carros com paragem na taberna da Ti Inácia.



 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Coluna de Marizete Furbino - CALMA! A vida é uma só!



Coluna de Marizete Furbino - CALMA! A vida é uma só!

Em meio ao corre-corre, do dia-a-dia, levar a vida num ritmo mais calmo, abrindo mão do excesso, é o melhor que se tem a fazer para alcançar um equilíbrio entre vida pessoal e vida profissional, o que contribuirá sobremaneira para beneficiar a sua saúde.

Deve-se lembrar que o profissional somente conseguirá o equilíbrio entre vida pessoal e profissional se fizer um bom planejamento. Assim, além de planejar suas ações, estabelecendo objetivos para curto, médio e longo prazo, deverá traçar estratégias para alcançar o cumprimento das mesmas, e isto, além de facilitar todo o processo, contribuirá para o alcance da eficiência e eficácia sem conduzi-lo ao desespero.

Neste sentido, é importante salientar que através do planejamento, o profissional encontrará subsídios para encontrar e manter certo equilíbrio, alcançando igualmente eficiência e eficácia em suas ações.
Isto posto, é de suma importância pensar que as lágrimas, advindas do desespero diante das circunstâncias que a vida lhe proporciona, não contribuirão em nada; ao contrário, elas o deixarão completamente «cego», sem qualquer visão, limitando assim não somente o seu pensar, como também a sua ação, podendo chegar ao extremo de querer matar ou matar-se, e, pior, sem resolver de forma satisfatória o problema vivenciado.


COLUNA do Prof. Menegatti - Os jovens também compram...;Se beber, o motorista não dirige!



COLUNA do Prof. Menegatti - Os jovens também compram...; Se beber, o motorista não dirige! 

Os jovens também compram...- Uma loja de conveniências estava tendo problemas com adolescentes que passavam à noite no estacionamento. Contratar um guarda de segurança para espantar os adolescentes seria uma solução cara. A solução da loja foi tocar música clássica e suave pelos alto-falantes e os adolescentes sumiram dali.

A maioria das empresas procura estratégias para atrair mais clientes e essa loja estava descartando esse público que poderia se tornar seu filão de mercado. Veja o exemplo de um banco Francês que está testando agências para clientes adolescentes na faixa dos vinte e poucos anos, o Banco da Geração Y. Esse banco não terá a aparência nem a linguagem de um banco. Todo o design, material gráfico, horário de trabalho, empregados e música ambiente refletirão seu público-alvo. Nas agências, serão promovidos seminários em que serão abordados temas como o aluguel do primeiro apartamento, financiamento de carros.

Se beber, o motorista não dirige!

 Pensando nessa necessidade de mercado, a Nissan lançou recentemente um novo conceito que promete fazer o motorista cumprir a lei.
 O projeto consiste num conjunto de dispositivos encarregados de monitorar a lucidez do motorista. Caso não passe nos testes, o carro pára e dispara um alerta.

Veja quais são os testes realizados:
 1. Marcha: o motorista não consegue mudar de marcha sem que o sistema faça um exame de transpiração na palma da sua mão.
 2. Banco: se o motorista pensar em usar luvas para dirigir, saiba que a segunda etapa dos testes inclui um sensor de odor no banco do motorista e nos assentos dos passageiros.

Operação Paçoca - Marcelo Sguassábia



Operação Paçoca - Marcelo Sguassábia
Conforme noticiado em primeira mão pelo site mexeriqueiros.com, o cantor e compositor Evandro Vil foi detido na tarde de ontem, após procedimento de busca e apreensão de paçoca em seu apartamento de cobertura.

Pioneiro e expoente do movimento Rustic Music, com proposta estética baseada em uivos e gritos primais, Evandro Vil a princípio negou qualquer envolvimento com a droga encontrada, afirmando tratar-se de armação para incriminá-lo. Entretanto, no decorrer do interrogatório, o astro acabou por confessar o delito, com a ressalva de que a paçoca destinava-se exclusivamente ao consumo próprio.
 Cabe lembrar ao leitor que, pelas leis do país, a posse, o consumo e o refino de paçoca constituem crimes inafiançáveis, qualquer que seja a quantidade e a forma de processamento - em pó, no formato «rolha» ou prensada. Alguns países fronteiriços com a República do Congo toleram o consumo em porções de até 2,5g para alívio de pacientes terminais, com histórico de prisão de ventre comprovado por atestado médico.
 
Foram apreendidos três pacotes fechados e um começado de 1kg cada, divididos em tabletes individuais de 3cm x 5,5cm. O fato de os fardos confiscados serem prensados leva à óbvia dedução de tráfico - a exemplo dos quadradinhos de haxixe e de Cannabis sativa comercializados pelas quadrilhas de entorpecentes.


domingo, 22 de janeiro de 2012

Jornal Raizonline nº 155 de 23 de Janeiro de 2012 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - Coluna um sobre todas as colunas um



Jornal Raizonline nº 155 de 23 de Janeiro de 2012 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - Coluna um sobre todas as colunas um

Fazer uma crónica semanal não é muito fácil, já aqui foi dito, por algumas vezes logo aqui no jornal, outras vezes durante o meu programa semanal às terças feiras. O meu sistema de trabalho neste aspecto não é muito diferente do trabalho de um artista (passe a possível ofensa aos artistas) naquele sentido em que se requer sempre um pouco de inspiração ou o tal clique que por vezes falta nas horas em que faz falta.

Os jornalistas, habituados a horas de termo, conhecem bem a frustrante sensação de se ter a ... sensação de que se não vai lá, que se não consegue fazer, que o tempo passa e que a frustração aumenta numa progressão directa superior ao correr do calendário ou do relógio.

A preocupação com a qualidade do trabalho cresce também num género semelhante à falta de tempo: se fizer sai mal, eu não posso fazer o trabalho mal, não fico bem comigo mesmo e devo o respeito aos leitores: todos conhecem esta sensação desagradável de se trabalhar em contas de relógio e contra o relógio.

Por isso, hoje que estamos na crónica nº 155, um número giro para já, é uma altura tão boa como outra qualquer para trazer este tema aqui. Durante as 154,5 crónicas que escrevi até agora confrontei-me por várias vezes com esta situação acima descrita. Inversamente confrontei-me também com momentos de fluidez de ideias e de escrita mas esses, os bons momentos, raramente ficam registados na nossa memória. O normal é fazer bem e a tempo e o normal não conta.

Ora, para quem tem a possibilidade de falar sobre estes temas com outras pessoas na mesma situação ou numa situação similar, sabe, por comparação, que pode muito bem ser interiorizada na altura da conversa ou pode já existir em nós sob a forma de conhecimento arquivado, que, de uma forma geral, o facto de se ter dificuldade em realizar algo deste tipo uma ou várias vezes é sentido em todas elas como se fosse um ameaçador e definitivo cair do pano sobre essa nossa potencialidade e sobre o seu exercício no futuro.


Poesia de Ivone Boechat - Obrigada, Senhor!; Opção; O Poder do Natal



Poesia de Ivone Boechat - Obrigada, Senhor!; Opção; O Poder do Natal

 
 Obrigada, Senhor!
 
 é doce e maravilhoso, Senhor!
 Levantar no início da alvorada
 e afinar o canto da alma à
 sinfonia da natureza,
 louvando e bendizendo
 Seu Santo Nome.
 é grandioso sentir
 o aroma das manhãs,
 oferecendo o melhor culto de gratidão,

Opção
 
 Quero ser amada
 do meu jeito:
 assim como se amam
as flores!
 Amor contemplativo,
 pensado,
 refletido,
 terrivelmente evoluído.
 Quero ser amada
do meu jeito:
 sem pretensões

O Poder do Natal

 Luzes, cores, carinho, festa,
 traduzem a alegria do povo
 que se manifesta,
 comemorando o novo significado de viver!
 Há perfume de cipreste no ar,
 um colorido em cada veste,
 esperança em cada olhar,
sinfonia celeste de poder.
 O Natal abre presentes e passados,
 aperta abraços,
 convence a humanidade
 de que o amor existe.

Leia este tema completo a partir de 23/1/2012

Poesia e Nota Biográfica de José Luís Cordeiro - Sobre José Luís (Nota biográfica); FLORES NO CAMINHO (Poema) ; AGRADECIMENTO (Prosa Poética)



Poesia e Nota Biográfica de José Luís Cordeiro - Sobre José Luís (Nota biográfica); FLORES NO CAMINHO (Poema) ; AGRADECIMENTO (Prosa Poética)


Sobre José Luís


Nas noites dos tempos ou nas madrugadas sonhadoras, sou eu em mim.
 Nos mares que me embalam ou nas aves em que voo, vou eu ao teu encontro.
 Na natureza que me enriquece ou na amizade que me constrói, desenho eu os meus dias.
 Nas palavras que leio ou em todas as que escrevo, faço eu o meu mundo.
 Nos sonhos que partilho e nos beijos que dou, abraço eu os meus instantes.
 No sol que me ilumina ou no luar que me inspira, caminho eu a teu lado.

FLORES NO CAMINHO
 
Suaviza-me a boca com o teu veludo
 e depois de termos tempo para voar
 recuperemos cada manhã de sol
 eternizemos as dádivas do cheiro do teu corpo
 e olhemos, de frente, cada melodia
 trazida pelas ondas do nosso mar

Afaga-me cada fio de cabelo da nossa memória
 e depois de sorrirmos às madrugadas que nos esperam
 abracemos cada caudal das nossas emoções
 e com a plenitude dos nossos momentos felizes

AGRADECIMENTO
 
Nasceste lá longe, sob a proteção das asas do tempo e, de forma serena e sonhadora, vieste até à solidão da minha existência.

No dia em que as portas da minha vida se abriram para que tu, placidamente, pudesses instalar-te neste vale de sonhos chamado alma, tudo ficou diferente: as flores brotaram livremente, vestiram-se com as cores que foram buscar ao paraíso e assim ficaram, até hoje; as águas de todos os rios beberam dos montes o perfume da jovialidade e começaram a regar, meticulosamente, o chão por onde os meus passos se faziam ouvir; as aves ensaiaram, nos céus, as coreografias mais ousadas e inovadoras, para que o azul pudesse aplaudir tamanha liberdade; as árvores transformaram-se em dedos gigantes e carinhosos e, levemente, foram tocando as nuvens, de onde começaram a retirar a suavidade e a ternura – ainda hoje o fazem.

Leia este tema completo a partir de 23/1/2012

Poesia de João Brito Sousa - O QUE NOS DIFERENCIA; CONCORRO; NESTE FIM DE TARDE



Poesia de João Brito Sousa - O QUE NOS DIFERENCIA; CONCORRO; NESTE FIM DE TARDE



O QUE NOS DIFERENCIA


Aos poetas e aos outros

Um poeta escreve o que viu no sonho
 Nos sonhos magníficos que tem de dia
 Põe de parte o que é feio e é medonho
 Escreve coisas que não sabe que sabia
 .
 Por isso lendo os poetas, mesmo os piores
 Podes, escrevendo coisas algo diferentes


CONCORRO

A poesia

Com estes versos participo no concurso
 Aberto por uma boa editora da cidade
 Vou testar a qualidade do meu percurso
 Porque tenho nisso grande curiosidade

A poesia encanta-me, seduz-me e alegra
 Pois nela posso expor as minhas ideias
 Escrevendo humanidades que por regra
 São consideradas belas sim; nunca feias

NESTE FIM DE TARDE
 
A natureza.

Passeio no paredão junto à praia
 E não penso em nada, apenas olho.
 E enquanto a luz do sol já desmaia
 Regresso a casa e aí me recolho …

E agora sentado à secretária recordo
 Os lados bons da vida que tive e vivi
 Deixo-me embalar e quando acordo
 Verifico que foi utopia o que senti.

Leia este tema completo a partir de 23/1/2012

O Príncipe de Ofiúco - Novela de Arlete Piedade - Capítulo VIII – Noivado



O Príncipe de Ofiúco - Novela de Arlete Piedade - Capítulo VIII – Noivado 

No dia seguinte, teve lugar a festa de noivado, perante a assembleia numerosa de amigos e entidades oficiais, convidadas pelo rei Kristian, para celebrar a união de sua filha Sua Alteza Falita de Wrontam, com O Príncipe Youssef Fireman da Terra.

Durante o jantar e o magnífico baile que se seguiu, Youssef e Falita estiveram sempre juntos, dando provas de enorme carinho e ternura mesclada com uma irresistível atracção.
 Nessa noite, depois da festa, Youssef e Falita, ficaram juntos algumas horas no quarto da jovem, festejando o seu amor e o seu compromisso, com juras de amor eternas e muito carinho e mútuas carícias.

No entanto, no auge da emoção, Youssef estupefacto viu surgir perante o seu olhar atónito, pequenas protuberâncias na testa branca e delicada de Falita e nas suas costas, magníficas asas sedosas e coloridas, se desdobraram lentamente, envolvendo-o delicadamente.

Recordou-se então da história da maldição e sem saber que pensar, perante a intensidade dos sentimentos que o avassalavam, compreendeu que a mesma não tinha sido ainda vencida.
 Sentindo-se confuso e humilhado, Youssef retirou-se para a sua nave, tendo antes passado pela biblioteca para recolher o livro sobre a história dos Homens-insectos que tinha visto no dia anterior quando se encontrara com Falita, naquele local.


Fundação Logosófica – Em Prol da Superação Humana - São Paulo - A vida interna e a vida de relação - (Carlos Bernardo González Pecotche – RAUMSOL)



Fundação Logosófica – Em Prol da Superação Humana - São Paulo - A vida interna e a vida de relação - (Carlos Bernardo González Pecotche – RAUMSOL)

Muito já se escreveu e se falou a respeito do comportamento ou da conduta que o homem deve observar em relação a si mesmo e como membro integrante da sociedade humana; na verdade, porém, o que não se disse foi a forma pela qual pode ele conduzir-se dentro de si mesmo, não só no sentido de alcançar seu próprio conhecimento, mas também no de ser guiado por ele na interpretação de seu pensar e sentir.

Certo é que a cultura corrente, a ilustração e o polimento social permitem fixar comportamentos e normas de conduta que tornam possível e agradável o trato com os demais, porém não informam o ser acerca de sua convivência íntima consigo mesmo.

Evidente é que sobre este ponto, de per si profundo, nada ou muito pouco haverá de compreender aquele que não tenha cultivado com especial dedicação suas qualidades e penetrado numa certa medida nas profundezas de sua intimidade.

Na maioria das pessoas, nas quais não se agitaram ainda as inquietudes deste conhecimento, esse ser interno permanece vedado à sua percepção, já que não encontram indício algum que lhes denuncie tal realidade. E entre tais pessoas não faltará, sem dúvida, quem sorria com menosprezo, não atribuindo valor a este gênero de reflexões. Não obstante, isso não diminui em nada a importância de que este conhecimento se reveste, o qual, por outro lado, em muito contribui para fazer a felicidade dos que conseguem que ele seja oferecido aos demais sem restrições no cenário de sua própria vida.


Poemas de Jorge Simões - Poema do Desamor Apátrida; Direitos Liberais; Ruído do Antes e Depois



Poemas de Jorge Simões - Poema do Desamor Apátrida; Direitos Liberais; Ruído do Antes e Depois   

 Poema do Desamor Apátrida
 
 Flirtando ausências sólidas no fundo
No poço cá do espelho, feito um destroço
Estatelado contra as costas corcundas
De um velho magro, de ideias fundas

«Tenho oitocentos anos», diz
E quem te quer descrer? Bon... Well...
E crescem-lhe verrugas no nariz
Quando inventa Adamastores de papel

Direitos Liberais
 
 Liberal carne, esparramada sobre a estrada social!
Conduzia à direita a 130 e vi, desfeita no meio da via,
A carcaça estarrecida de um cão já verde e de indefinida raça
Com o focinho meio perdido num charco ressequido cor de vinho.
No retrovisor foi-se perdendo aquele horrendo uivador
Não mais luzidio nem abandonado ao frio de direitos iguais
Do patrão, do recibo, da factura, da existência dura de qualquer cão

Ruído do Antes e Depois

 Rac-rac, o bicho da madeira
No silêncio-grito destas salas
Vai ritmando escritas na cadeira
Feito um Bach insólito, uma Callas

Não sei se é porque o outro, tão cantante
Com os seus contratos e a sua revolução
Já se foi, lembrando os tempos de estudante
Que o rac-rac parece uma canção


Leia este tema completo a partir de 23/1/2012

Poemas de Varenka de Fátima Araújo - Essa vida; Sangue Grosso



Poemas de Varenka de Fátima Araújo - Essa vida; Sangue Grosso
 
 Essa vida
 
 Uma mão cansada, a aluir
 a outra mão vazia, inelutável
 o pescoço no incipiente inchado
 a voz rouca
 a boca imprescritível
 O destino visita me ardiloso
 as lágrimas guardadas rolaram

Sangue Grosso
 
 Eis me dividida, neste momento
 enterrada viva num solo infértil
 no silêncio ,espreitando o concreto
 Os muros ferem meus olhos
 A rota é a mesma, uma tortura
meus pensamentos cosem minha cabeça
 o passado persegue, sangue grosso


Leia este tema completo a partir de 23/1/2012

A finalização de um ano e o começo de outro. - Fatos inesquecíveis - Arlete Deretti Fernandes



A finalização de um ano e o começo de outro. - Fatos inesquecíveis - Arlete Deretti Fernandes

Com um carinho enorme esperamos por esta ocasião. Começamos a prepará-la meses antes, e não foram poucos.

Mais ou menos em setembro passado, decidi, para não me atrasar, fazer aquela organização de final de ano em casa, separar livros e revistas para doações às bibliotecas, doar roupas que só ocupavam espaço, e também louças.

Agradecemos o ano que passou, com todas as suas alegrias e vicissitudes e esperamos o próximo, 2012, com tudo o que possa trazer-nos, pois nossa vida é uma escola de múltiplas oportunidades. Todas as coisas que almejamos dependem de nossos esforços pessoais, de nossa organização e empenho.

Eu não poderia contratar uma empresa para fazer tudo o que eu queria, aí esforcei-me em fazer aflorar meu lado criativo e foi muito bom. Fui paisagista, com um jardineiro executando e sugerindo. Fui pintora, com um pintor fazendo o serviço e me ajudando a combinar as cores. Trouxe um hábil marceneiro e criei coragem de desmanchar, reformar e modificar armários e estantes.

- Marciano, mete a mão e arranca esta prateleira toda. Rasc, rasc, era prá já.
_Marciano, tira este espelho daqui.
 Meu marido já ia atrás e consertava os furos da parede.


Poesia de Xavier Zarco - [O cinzel do instante] ; [Nunca a palavra será árvore]; [No teu olhar, trazias o vento e as marés] ; [no teu olhar]



Poesia de Xavier Zarco - [O cinzel do instante] ; [Nunca a palavra será árvore]; [No teu olhar, trazias o vento e as marés] ; [no teu olhar]
 
 [O cinzel do instante]
 O cinzel do instante
 desliza por sobre a colina
 onde a cidade se derrama
 como se encostasse
 a cabeça
 no travesseiro das rochas

[Nunca a palavra será árvore]
 Nunca a palavra será árvore
 desnuda e desprovida de vida. A
 palavra é fruto gerado
 e gerador. Marco geodésico.
 Cordão umbilical.

[No teu olhar, trazias o vento e as marés]
 No teu olhar, trazias o vento e as marés
 e a exacta cadência lunar,
 exposto brilho em movimento
 eterno e terno que acaricia
 a quente face do areal
 onde o vazio preenche a ausência
 em que outrora um batel pronunciava
 sede e fome de mar e de infinito.

[no teu olhar]
no teu olhar
 se decifra
 a corola

Leia este tema completo a partir de 23/1/2012