O CISNE NEGRO - Por Arlete Deretti B. Fernandes
O Dia 24 de novembro de 2011 marca os 150 anos do nascimento do maior escritor, para a cultura brasileira e catarinense, João da Cruz e Souza. Seus restos mortais que jaziam no cemitério São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro, foram transferidos para Florianópolis em novembro de 2007. Estão guardados no Memorial Cruz e Souza, que ocupa parte do terreno do Museu Histórico de Santa Catarina, no centro da Capital.
O Dia 24 de novembro de 2011 marca os 150 anos do nascimento do maior escritor, para a cultura brasileira e catarinense, João da Cruz e Souza. Seus restos mortais que jaziam no cemitério São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro, foram transferidos para Florianópolis em novembro de 2007. Estão guardados no Memorial Cruz e Souza, que ocupa parte do terreno do Museu Histórico de Santa Catarina, no centro da Capital.
Roger Bastide conferiu-lhe,«situação à parte na grande Tríade harmoniosa: Mallarmé, Stephan George e Cruz e Souza».
Bastide, analisou muito bem as implicações simbolistas da poesia de Cruz e Souza, quando colocou a gênese do Simbolismo no misticismo e mostrou a luta constante, na poesia do Cisne Negro, por desprender-se da natureza concreta, da prisão corporal, para ascender às esferas celestes, ao mundo das Essências, à transcendência.
Num momento em que o Naturalismo e o Parnasianismo determinavam o cânone literário do país, o aparecimento de «Broquéis» inaugura o Movimento Simbolista no Brasil, adquirindo com Cruz e Sousa uma característica inteiramente singular.
Muitos críticos chegam a afirmar que se não fosse a sua presença, a estética Simbolista não teria existido no Brasil. Sua obra apresenta diversidade e riqueza.
Cárcere das Almas.
Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.
Cárcere das Almas.
Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.
Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.
O almas presas, mudas e fechadas
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!
Nesses silêncios solitários, graves,
que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?!
João da Cruz e Souza era filho de escravos negros, nascido em Desterro, atual Florianópolis, em 1861. Ele foi o Mestre do Simbolismo Brasileiro, é um alto patrimônio nacional e tem a mais alta consideração internacional...
que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?!
João da Cruz e Souza era filho de escravos negros, nascido em Desterro, atual Florianópolis, em 1861. Ele foi o Mestre do Simbolismo Brasileiro, é um alto patrimônio nacional e tem a mais alta consideração internacional...
Sem comentários:
Enviar um comentário