domingo, 18 de setembro de 2011

CORONEL FABRICIANO - 001 - Meu pé de gabiroba - BENEDITO FRANCO



CORONEL FABRICIANO - 001 - Meu pé de gabiroba - BENEDITO FRANCO

001 - Meu pé de gabiroba

Pelos idos de mil novecentos e quarenta e pouca coisa, mamãe engravidara-se de seu sétimo, ou oitavo, ou nono filho - teve doze.
é... seguia a lei da natureza, segundo a qual a mulher não foi criada para menstruar. Ficaria grávida sempre. A humanidade detesta a natureza; inventou os meses para a mulher prevenir-se mensalmente, deixando de ganhar mais um filho. Quando César nasceu, imperador romano, a 12 de julho do ano 100 a.C., a mãe tinha dificuldade em dar à luz. Abriu-se-lhe a barriga. O menino retirado.

Daí a cesariana, em sua homenagem – realizava-se a operação anteriormente, diga-se de passagem. Mais tarde ele aperfeiçoou o calendário, dividindo o ano em meses - seguiu exatamente os períodos de menstruação da mulher Cornélia. Quem desdenha a lei da natureza tem a TPM, dores de cabeça, dores no busto, dores no corpo, e dores e mais dores; enche a paciência de parentes, namorados e... maridos então... nem se fala!
Voltemos à minha mãe grávida.

Grávida, tinha desejos, como quase toda mulher – natural.
De casa via as gabirobas – pequenas goiabas azedas e gostosíssimas – lindas, grandes (grandes para gabirobas!) e maduras, em um pé no quintal da casa dos vizinhos, o casal José Carvalhais e Nazica. Conhecida como araçá, dependendo da região onde se encontra, a gabiroba dá em um pé semelhante ao da goiaba. Em Lafaiete e região, MG, há a do mato - menor um pouco, cujo pé chega a uns sessenta centímetros de altura, com folhas bem maiores - o mesmo gosto, menos ácida e menor.



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