quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Escolhas - Um Conto/Novela de VIRGINIA TEIXEIRA - Parte I V



Escolhas - Um Conto/Novela de VIRGINIA TEIXEIRA - Parte I V

Leonor nesse dia saiu de casa, sem nada nas mãos, certa de ter onde ir, onde ficar. Sabia que o Senhor era incapaz de a deixar só. Ela soubera bem demais jogar com ele. Desde o primeiro olhar que lhe sentira. Soubera que ali estava a fuga daquela miséria insuportável onde odiava viver.

Passara o primeiro verão a fugir dele, mas a deixá-lo apenas mais louco, e com o tempo já era tão fácil conseguir fosse o que fosse dele, um aumento ou uma folga, que soube que o tinha nas mãos. Não sabia apenas que seria tão difícil deixar-se tomar por ele, mas soube quando chegou o momento.

Já o tinha amarrado, mas as cordas podiam rasgar-se a qualquer momento com a impaciência do homem. Ela soube, numa tarde em que D. Elisa e o resto da família estavam na praia, que não havia mais como escapar. Ele procurou-a no salão, e disse-lhe que lhe dava o mundo se o deixasse tocá-la.

Ela olhou-o com o olhar mais inocente que pode, mas deixou. Assim que a sua mão lhe alcançou a pele morena do sol, e sentiu a suavidade de pele de menina, quase criança, não houve como pará-lo. Encostou-a na mesa e foi proferindo palavras doces que contrastavam com os movimentos rudes e ásperos, com as mãos que a percorriam toda, até ao mais íntimo de si, e com a boca que a salivava por todo o corpo.

Estava assustada, mas não se deixou dominar pelo medo. Fechou os olhos e sonhou com a praia e com o cheiro a peixe, para desanuviar o perfume do Sr. Amarante, que a nauseou ao ponto de quase não aguentar no estômago o pouco que tinha comido nesse dia.

Ele abriu-lhe os botões da blusa e descobriu-lhe os seios pequeninos, redondos e arrebitados, e sugou-os com uma violência que a surpreendeu, num homem tão delicado normalmente. Com uma das mãos sentiu-lhe as pernas, as coxas grossas e a pelugem ligeira que as cobria. Foi procurando cada vez mais intimo até a tocar por entre as pernas.

Impulsivamente, ela fechou-as, tentou afastar-lhe a mão, e cedeu um pouco ao medo. Pediu-lhe para parar, e tentou soltar-se, mas ele estava doido demais. Disse-lhe as palavras carinhosas devidas e prometeu mundos e fundos mas não a soltou e cada movimento de fuga dela o parecia atiçar mais.




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