quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A GUISA DE MANIFESTO ANTI-CHORA-QUE-LOGO-NAO-BEBENSES - Por Xavier Zarco



A GUISA DE MANIFESTO ANTI-CHORA-QUE-LOGO-NAO-BEBENSES - Por Xavier Zarco

A GUISA DE MANIFESTO ANTI-CHORA-QUE-LOGO-NAO-BEBENSES

Rapidamente, talvez por hábito, mas sobretudo por força do convívio, comecei a gostar muito de mim, mas hoje, neste preciso instante em que alinhavo estas palavras, pela natureza das coisas, gostava de ser o Almada, o Almada Negreiros.

Pena não possuir poderes mediúnicos.

Mas uma coisas eu sei, tenho a convicção que, querendo algo, vou à luta, não fico sentado nesta minha confortável cadeira à espera que me a venham trazer. Se nem o raio do gato se anicha a meu lado, tendo de o convocar para o efeito e ele, ao que parece, bem aprecia que lhe passe a mão pelo pêlo, quanto mais o resto.

Assim, quero, e vou, bem ou mal, deixar para a posteridade o meu próprio manifesto anti, anti-qualquer-coisa. Já se verá anti-quê.

Tudo ocorre na terra que fica exactamente nos antípodas daqueloutra descrita pelo José Gomes Ferreira no seu João Sem Medo. Esta é conhecida por ser aquela em que os seus habitantes, por preguiça, não aproveitam as lágrimas, autênticas pérolas, para a sua sede matar, embora persistam em as chorar.

Também esta localidade, como não poderia deixar de o ser, o que seria catastrófico para carteiros e cartógrafos, geógrafos e demais necessitados dessas preciosas tabuletas, possui uma designação.

Chama-se, ou baptizaram-na como tal, Chora-que-logo-não-bebes, sendo os seus autóctones, por força da construção em uso e hábito das palavras, intitulados de chora-que-logo-não-bebenses.

Eis pois o título, tão preciso nestas coisas da prosápia. Manifesto Anti-chora-que-logo-não-bebenses, ou algo à guisa de.

Comecemos pois.




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