domingo, 18 de setembro de 2011

Lenda da Nazaré - Por Arlete Piedade



Lenda da Nazaré - Por Arlete Piedade
D. Fuas Roupinho era um fidalgo português, que viveu no século XII e era companheiro de armas do primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques.
Era alcaide do Castelo de Porto de Mós, e além de acompanhar o rei nas batalhas da reconquista cristã conta os mouros, foi também o primeiro comandante naval português, tendo vencido a primeira batalha marítima travada contra os mouros.

Um dos desportos favoritos de D. Fuas Roupinho, quando havia paz, era a montaria, ou seja a caça, em especial aos veados que abundavam naquele tempo e paragens. Assim no manhã de 14 de Setembro de 1182, estando a região em paz, D. Fuas saiu para a caça com os seus companheiros, nas suas terras que se estendiam até ao mar. Ao avistar um veado, perseguiu-o no seu cavalo, seguido dos seus companheiros, mas subitamente levantou-se um denso nevoeiro e deixaram de se ver uns aos outros e também aos locais em redor.

No entusiasmo da perseguição, o nobre cavaleiro, só se apercebeu do perigo quando viu desaparecer o veado precipitando-se de uma falesia sobre o mar, a cerca de 100 metros abaixo. Soltou então um grito pedindo a proteção de Nossa Senhora, cuja imagem se venerava numa gruta perto daquele local, dizendo: - Senhora, valei-me!

Naquele momento, Nossa Senhora apareceu no céu e o cavalo estacou miraculosamente, mesmo á beira da falésia, no bico de um rochedo, com tanta força que a marca das suas patas ainda hoje se pode ver gravada no local, salvando-se assim o cavaleiro e a sua montada de morrerem por queda no abismo.

Agradecido pelo milagre, D. Fuas Roupinho chamou operários para erguerem no local uma capela, a Capela da Memória e assim protegerem a imagem de Nossa Senhora da Nazaré, para melhor poder se venerada pelos fiéis.
Durante as obras, veio a descobrir-se um pergaminho com a história da imagem cuja origem era desconhecida e que estava sob o altar original dentro de um cofre de marfim, em conjunto com algumas relíquias.

A história de Nossa Senhora da Nazaré tem mais de 2000 anos. Conta-se que um monge, chamado Círico, fugiu com uma imagem da virgem Maria, supostamente esculpida por São José. Procurou asilo em Belém, e quando lá chegou entregou-a a S. Jerónimo, passando depois pelas mãos de Santo Agostinho que a confiou ao Mosteiro de Cauliniana, perto de Mérida. E é nesta altura que a imagem recebe o nome de «Nossa Senhora da Nazaré», em homenagem à terra natal da Virgem Maria (Nazaré da Palestina).



 

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