sexta-feira, 16 de setembro de 2011

As citações de Ilona Bastos - Citações retiradas do Blogue Da Matéria das Estrelas de Ilona Bastos



As citações de Ilona Bastos - Citações retiradas do Blogue Da Matéria das Estrelas de Ilona Bastos

Henry David Thoreau

«Mais do que amor, do que o dinheiro e do que a fama, dai-me verdade. Sentei-me a uma mesa e havia comida fina e vinhos em abundância e atendimento impecável, mas faltava sinceridade e verdade. Virei costas, faminto, e saí de tal ambiente inóspito. A hospitalidade era tão fria como o gelo. Pareceu-me que não havia necessidade de gelo para a congelar. Falaram-me da idade do vinho e da fama do ano da colheita, mas eu pensava num vinho mais velho, mais novo e mais puro, de um ano de colheita mais glorioso, que eles não tinham e nem sequer podiam comprar. O estilo, a casa e terrenos e o «entretenimento» nada representam para mim. Visitei o rei, mas ele deixou-me à espera no seu vestíbulo e comportou-se como um homem incapacitado para a hospitalidade. Havia um homem na minha vizinhança que morava numa árvore oca. Os seus modos eram verdadeiramente régios. Teria feito muito melhor se o visitasse a ele.»
.
Henry David Thoreau, Onde Vivi e Para Que Vivi, edições quasi

Italo Svevo

«Recebida a grande quantia, até Mário se encheu de admiração. Estranha vida a do homem, e misteriosa: com o negócio feito por Mário quase inconscientemente começavam as surpresas do período pós-bélico. Os valores deslocavam-se sem norma e muitos outros inocentes como Mário tiveram o prémio pela sua inocência, ou, por demasiada inocência, foram destruídos; coisas que sempre se viram, mas que aparentavam novidade por se verificarem em tais proporções que quase pareciam a regra da vida. E Mário, devido ao dinheiro que tinha no bolso, ficou a olhar com surpresa e estudou o fenómeno. Deslumbrado murmurou: «é mais fácil conhecer a vida dos pássaros do que a nossa.» Quem sabe se a nossa vida não parecerá aos pássaros tão simples a ponto de os fazer crer que poderão reduzi-la a fábulas?»
Italo Svevo, Um Embuste Perfeito, edições quasi

John Milton

«Pois a verdade é que os livros não são coisas absolutamente mortas, encerrando em si uma vida em potência que os torna tão activos quanto o espírito que os produziu. Mais ainda, os livros conservam, como num frasco, o mais puro extracto e eficácia do intelecto vivo que os gerou. Sei que estão tão vivos e tão vigorosamente produtivos como os dentes daquele dragão da fábula e que, disseminados aqui e ali, podem fazer surgir homens armados. Mas isto significa também que, se não se usar de cautela, matar um bom livro é quase o mesmo que matar uma pessoa. Quem mata um homem mata uma criatura racional feita à imagem de Deus; mas quem destrói um bom livro mata a própria razão, mata a imagem de Deus, como se esta estivesse nos olhos. Muitos homens são um peso para este mundo; um bom livro, porém, é a seiva preciosa de um espírito superior, embalsamado e deliberadamente preservado para uma existência que ultrapassa a vida.»

John Milton, Areopagítica, Livros que Mudaram o Mundo, Público



Sem comentários:

Enviar um comentário