sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Ivone Boechat - Alô, é Jesus!



Ivone Boechat - Alô, é Jesus!

Se o telefone tocasse, hoje, na sua casa e, quando você atendesse, pensando que fosse um amigo de sua convivência diária, aquela voz terna que você nunca ouvira antes lhe dissesse: «Alô, é Jesus».
O primeiro impulso seria, talvez, desligar o aparelho, todavia, algo muito estranho impediu-lhe dessa reação e você resolveu ouvir, atentamente.

- Sim, sou eu, Jesus Cristo!
Como está sua família? Eu não precisaria perguntar-lhe, porque sei de todas as coisas. Quero ouvir isto de você.
- Hein, como está sua família, seu lar? O tempo de vida aí, na Terra, é cronometrado por instrumentos celestiais de alta precisão e o aconselho a gastá-lo muito bem. Aquele vazio da discussão inútil, da agressividade, da incompreensão, foi contado como tempo de vida. Não se desconta, no tempo, nenhum segundo mal vivido.
- Alô, você está me ouvindo? Não desvie sua atenção. A ganância, o egoísmo, o individualismo, o ódio, embaçam a visão espiritual e o impedem de avistar o Calvário. Comece a trabalhar na limpeza da vidraça de seus olhos cansados de olhar na direção contrária.
- Você sabe que não preciso de nenhum telefone para me comunicar com ninguém.
-Mas, não desligue o telefone, quero ainda lhe falar. Eu sei que você sonhou com uma casa luxuosa, no melhor bairro, na rua mais valorizada, no melhor estilo e conseguiu.
Agora, você está sofrendo as conseqüências: barulho estridente, fumaça, poeira, e é obrigado a conviver com tudo isto. Não se prenda a nada, não se desespere, porque os bens da Terra só lhe trazem angústias e aborrecimentos.
-Não fique triste, tão aflito assim, com as futilidades que o cercam. Se você não conseguiu trocar o carro por outro mais bonito, lembre-se de que este seu o transportará por muito pouco tempo.




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