domingo, 4 de dezembro de 2011

Poesia de Sylvia Beirute - Mise en scéne; Deserto Urbano; Tu nunca foste um anúncio



Poesia de Sylvia Beirute - Mise en scéne; Deserto Urbano; Tu nunca foste um anúncio

 
 
 Mise en scéne
 
 a percepção é que é o poema.
as palavras
não funcionam como um todo.
 existe um verso
em trânsito que
 vai consumindo todos os outros.
 que vai de dentro para fora.
 e é ele verdadeiramente
que chega
 aos olhos da leitura.

Deserto Urbano
 
 se me derem um deserto para viver.
 do deserto selecciono a minha independência
para ver ao longe aquilo que ao perto
 já não amanhece.
 e no grande livro do nada
uma conjunção avermelhece
 como estrutura transitiva,
como massa de água que resolve as luzes
 e ainda assim ilumina todas as raízes.
 e por fim desejo não ter de escolher as palavras.

Tu nunca foste um anúncio
 
 tu nunca foste um anúncio
 nunca vendeste nada
nem sequer o teu amor
 tu nunca tiveste qualquer pequena coisa
 à prova de bala
 tu nunca escreveste coisas simples
 {coisas como eu gosto de ti
 ou és especial}

Leia este tema completo a partir de 5/12/2011

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