Jornal Raizonline nº 151 de 19 de Dezembro de 2011 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - Para mim é o Menino Jesus
Passe a simpatia do velhote, o ar que em princípio deve ser «paternal / avozal» e onde se esconde desde logo seguramente em termos de racionalidade um saber inalcançável por uma criança, mesmo que em limite se considere a presença desta com o espírito superior que lhe advirá da santidade inerente a ser filho de Deus, será sempre claro que em termos práticos a estrutura fabril do Pai Natal, com os seus gnomos que trabalham todo o ano parece ser mais sólida em termos de representação nessa tarefa enorme que é distribuir brinquedos pelos meninos bem comportados.
A parte mágico - encantatória pode colocar-se para começar nas suas também incansáveis renas, na magia que também será aquela de gerir uma fábrica mundial de prendas e de as entregar todas numa só noite, de saber tudo ou quase tudo e de ler milhares/milhões/biliões de cartas num espaço relativamente curto de tempo (2/3 meses no máximo) e de estar a par dos elementos necessários para decidir da verdade ou da inocente falsidade das informações fornecidas por escrito, isto porque razoável será pensar que o desejo imperioso do brinquedo possa ajudar também numa inocente e deficiente auto - análise da criançada e no aparecimento de algumas nuances confessionais.
Mas e o Menino Jesus? Aquele que por aqui conhecemos desde crianças, aquele cuja existência ensinámos aos nossos filhos e netos? Alguns destes escapuliram-se para a claque do pai natal, é um facto, mudaram de campo, mas criança tem direito a isso tudo e muito mais. Se se entende bem uma adoração religiosamente cuidada ao Menino Jesus não se entende mesmo uma adoração ao Pai Natal: a imagem que temos dele é aquele que nos é fornecida por exemplo pelas grandes superfícies, onde, pasme-se (!) ele nos coloca ao colo e tira uma foto connosco...francamente acho excesso de familiaridade aqui...afinal trata-se do pai natal, valha-nos até o Santo(a) Claus.
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