domingo, 18 de dezembro de 2011

Caso pessoal de Tookie Williams: o homem considerado responsável pelo nascimento da cultura de gangs - Por Virgínia Teixeira



Caso pessoal de Tookie Williams: o homem considerado responsável pelo nascimento da cultura de gangs - Por Virgínia Teixeira

Stanley Williams III, conhecido como Tookie, nasceu em 1953 em Nova Orleães, tendo crescido num bairro problemático em Los Angeles. Tem sido, não consensualmente, denominado de criador do famoso gang Crips, o primeiro gang com a estrutura hierárquica que seria propagada por diversos locais da América, criando um dos fenómenos mais graves a nível da segurança, que até hoje se mantém como uma problemática actual e demasiado frequente, infelizmente já não só nos Estados Unidos da América, mas também noutros países, nomeadamente em França, onde o fenómeno tem vindo a aumentar progressivamente.

Em 1979, «Tookie» é preso e acusado de matar a tiro quatro pessoas: Albert Owensm, num assalto a uma loja de conveniência, e os proprietários de um motel, também num assalto; e em 1981 é condenado à morte.

Durante vinte e quatro anos viveu na prisão de San Quentin, e a sua vida nunca mais foi a mesma. Admitiu remorsos em relação à criação dos Crips, mas nunca admitiu os crimes de que foi acusado. E de certa forma foi isso que o matou.

 Na prisão passou os primeiros quase sete anos em solitária devido a múltiplas agressões em guardas e outros prisioneiros, incluindo ataques com produtos químicos. A sua violência, a raiva que o movia, eram evidentes. Depois de ser libertado da prisão solitária, Tookie começou a manifestar a sua mudança e a chamar a atenção mundial pelo seu trabalho.

Distanciou-se das actividades do gang (ainda que se tenha sempre recusado a auxiliar investigações judiciais contra membros do gang), e escreveu vários livros para crianças onde defendeu a não-violência e alternativas aos gangs. Desde 1996, lançou uma série de livros dirigidos aos jovens do ensino básico, onde denunciou a violência dos «gangs».

Em 1998, foi editado «Life in Prison» (Vida na prisão), onde descreve a angústia de um condenado à morte. Seguiu-se um projecto na Internet «para a paz nas ruas» com jovens de diferentes países. Por tudo isto, Williams foi nomeado para Nobel da Paz, e também para o Nobel da Literatura.


Sem comentários:

Enviar um comentário