domingo, 4 de dezembro de 2011

Assombração (I) - Zorra e visão do capeta...Por Se-Gyn



Assombração (I) - Zorra e visão do capeta...Por Se-Gyn 
 No interior do Brasil, ainda hoje é comum classificar todas as coisas sobrenaturais e do além numa categoria comum, chamada de «assombração».

Assombração, pois, é designação para um tipo de manifestações, que incluem fatos e situações inexplicáveis, as chamadas «aparições» de pessoas mortas, animais e coisas, acontecimentos e fatos inusitados e com tintas de coisa sobrenatural ou vinculação fatalista com acontecimentos preliminares, e o encontro com figuras de natureza estranha ou demoníacas - muitas delas, vinculadas ao folclore ou à mitologia religiosa.

Uma variada gama de (supostas) manifestações, que, muito embora não tenha a notoriedade gótica dos castelos e vilas européias (e já me vem à memória a famosa história do fantasma do castelo de Canteburry), mas a variação de suas manifestações e publicidade entre o povo do interior, remontando e estando vinculada à saga da lenta e custosa ocupação do sertão brasileiro.

No dia de Ano Novo, muita gente veio à casa de meu pai para visita e cumprimentos, entre parentes e amigos. Pela tarde, formou-se uma roda de parentes e amigos, na varanda da casa, e a conversa ia animada e alongada. Num certo momento, chegou um conhecido da família conhecido pela prosa e por divertidas histórias de personagens da região. Não demorou e, meu irmão lhe pediu que contasse alguma história do Zorra (Zórra - e, não me perguntem por quê), cabloco interessante da região do córrego São Domingos*.

O visitante contou a história de um baile na região do Santo Antônio - no lado oposto do rio Turvo, em que Zorra e um amigo foram, em busca de diversão.

Chegando ao baile, que era animado na base da sanfona, pandeiro e violão, trataram de se divertir e tirar as mulheres presentes para dançar. Como não haviam muitas, se dirigiram para uma mesa do canto, onde duas senhoras estavam sentadas e as convidaram para dançar. Mas, as tais senhoras, muito educadamente, informaram que eram casadas e, não podiam aceitar o convite.


 

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