Prosa Poética de Joaquim Nogueira
Joaquim Nogueira
«…gosto de desenhar no meu corpo a pura entrega de quem ama… gosto de desenhar na minha alma a luz dessa verdade… escrever com os meus olhos a leitura da saudade… garatujar nos sons as palavras sussurradas…
saborear na boca, nos lábios a doçura do mel do teu beijo desenhado desejo de quem procura o abraço esperado… gosto de desenhar nos teus ouvidos as letras que formam os sentidos… desenhar, por fim, já por sobre o esboço da obra final de quem no auge do encontro sente-se sonho sabendo ser real…
pairar na tela do teu corpo e desenhar as cores do amor que num todo se move completo no ser que temos por modelo… e sendo-o, tê-lo, possuí-lo e transformar a obra num plano final que dá ao desenho o toque especial como que uma assinatura sobre a obra acabada…
depois, ficar a mirar tudo o que havia sido feito para ter ali, na minha frente, a concretização do sonho e saber que todas as palavras ditas ou as desenhadas ou as escritas houveram sido assimiladas, saboreadas e entendidas como brotadas de dentro do meu ser…
gosto de desenhar sim, no teu corpo, o meu eu e no fim ao olhar a tela preenchida em ti soubesse ali ter tudo o que havias querido da presença do meu amor…»
Joaquim Nogueira
deuses
...deuses fecundos e deuses infecundos
... que de amor se preenchem e que de amor se entregam
... estados puros que nos abraçam em momentos de paz onde o libido não reconhece o corpo e a alma nele se desfaz
...nesse puro amor de ávidos sentidos onde não existe a dor senão apenas a do despojar de tudo, onde o nada surge no seu esplendor como uma flor, abrindo-se e fechando-se ao mesmo tempo
...nem só de viríatos vive a mulher; a loucura é preciso, a insanidade está no siso e no riso
... que de amor se preenchem e que de amor se entregam
... estados puros que nos abraçam em momentos de paz onde o libido não reconhece o corpo e a alma nele se desfaz
...nesse puro amor de ávidos sentidos onde não existe a dor senão apenas a do despojar de tudo, onde o nada surge no seu esplendor como uma flor, abrindo-se e fechando-se ao mesmo tempo
...nem só de viríatos vive a mulher; a loucura é preciso, a insanidade está no siso e no riso
grato
ResponderEliminarabraço