domingo, 5 de fevereiro de 2012

O homem básico. - Crónica de Edvaldo Rosa



O homem básico. - Crónica de Edvaldo Rosa 

 Numa das muitas discussões familiares, num tom mais de conversa do que de briga, minha esposa disse-me: - Gostaria que você fosse um homem básico!
 Tentei entender-lhe o sentido da frase, questionando o que seria um homem básico...
 
Seus argumentos foram os de que eu aos 50 anos enveredo-me por novos caminhos, procurando por novas oportunidades na vida, ora trabalhando, ora estudando, e pouco fico em casa ao seu lado... Assim, penso eu, um homem básico seria aquele que se assenta, aquieta-se, e vai curtindo mais a vida ao lado da esposa...

Sei, sinto, que um relacionamento a dois é complicado, onde tenta-se equilibrar vontades por vezes conflituantes, expectativas de vida diferentes... E onde um consenso é por vários motivos uma bênção, uma dádiva!

 Vim de um tempo onde o homem era o provedor da casa, e por desempenhar tal papel não raro se privava de um contato mais próximo aos seus, que não significava falta de amor e carinho, mas comprometimento, responsabilidade... Sei também que os tempos mudaram...

Mas sinto que esta mudança não foi em nada favorável ao homem... Existe uma grave crise de identidade, onde os papéis femininos se realçam e os masculinos parecem que esmaecem... E os dois ora se confundem, ora se descaracterizam!


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