Jornal Raizonline nº 158 de 13 de Fevereiro de 2012 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - O indivíduo e o grupo
Durante anos tenho criticado a falta de preparação e o espírito tacanho do nosso empresariado de uma forma geral, tenho criticado aquilo que eu considero ser a sua incapacidade para gerir situações de maior ou menor crise ou até mesmo sem crise tenho feito reparar (pelos meus poucos meios sempre) alguma relutância quase epidérmica mas bem forte para a associação e para a conjugação de esforços com vista a potenciar os valores que cada um detém.
Chama-se vulgarmente a isso o «espírito de quintal» e a defesa não propriamente das suas galinhas mas do seu galinheiro: na verdade, e seguindo esta ideia avícola, dificilmente se consegue desalojar um galo do seu poleiro mestre e do comando macho do seu galinheiro. Mas...estamos a falar de animais que em princípio não são dotados de inteligência embora por vezes nos surpreendam pelas suas inteligentes atitudes.
Ora, nestes últimos tempos e conforme tenho vindo a referir tenho feito algumas saídas fora da casca netística do nosso «empreendimento» e tenho visitado sobretudo grupos culturais ou entidades onde é suposto haver um pouco mais de abertura do que aquela que seria de esperar, dado o ancestral costume, da parte das empresas. Na verdade estas têm valores financeiros em jogo, técnicas e habituações específicas das quais têm dificuldade em libertar-se sobretudo devido a alguns segredos de gestão ou de fabrico que tradicionalmente fizeram a sua escola mental ainda que neste momento tais particularidades estejam anuladas.
Uma empresa que mete um produto no mercado tem de explicar tão detalhadamente quanto necessário os subprodutos que o compõem e o segredo da avozinha desapareceu, ou pelo menos está em via acelerada de extinção, em termos reais, ainda que continue por vezes a ser referido em termos de marketing.
Absolutamente. Infelizmente isso não acontece, Daniel.
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