domingo, 5 de fevereiro de 2012

O Quebra-Galho - Por José Pedreira da Cruz - (Pura verdade...Será? ...)



O Quebra-Galho - Por José Pedreira da Cruz - (Pura verdade...Será? ...) 

A alegria era contagiante em todo o Brasil e o povo delirava com a música que enaltecia os brasileiros na qual dizia «estarem todos em ação».
Eu era, sem dúvida, um fragmento dessa euforia em terras cariocas. Um recém-chegado das caatingas que nada entendia da vida metropolitana, e por isso estranhava tudo ao meu redor.

Lembro-me de que a vida não estava, assim, tão risonha para mim, que vivia desempregado, desdentado, duro e dependente de uma oportunidade.
 Se bem me lembro era um domingo, e nele o último jogo da Copa: a decisão final: Brasil e Itália. E eu não tinha rádio nem TV.

Nesse dia eu estava na casa de um irmão, um fuzileiro naval que eu acreditava não necessitar fazer nenhum tipo de «bico» para complementar seu soldo, mas, mesmo assim, ele havia dado uma estudadinha em alguns livros de eletrônica e se auto-intitular técnico de rádio e de tv.

A notícia de que no bairro havia um consertador de televisão se espalhou rapidamente pela vizinhança, pois um aviso com a tal indicação permanecia afixada na fachada de sua moradia e isso lhe afluía alguns minguados fregueses. E foi naquele inesquecível domingo, em que a cidade já amanheceu inquieta e com um clima de festiva euforia, que apareceu um indivíduo e contrata o meu irmão para consertar seu aparelho de televisão, exigindo urgência urgentíssimo, pois nele veria a decisão da Copa do Mundo.


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