Poesia de Ana Barbara Santo António - Lótus de Dor; Minhas mãos de Mar; Dias resignados
Lótus de Dor
Reerguida dos pântanos da dor
Soltei asas com o peso de lamas
Abri olhos de lágrimas em flor
A pele prateada como escamas
Brilhei a luz do esplendor
Ave reerguida
Possuída
Amor em cada pena humedecida
Minhas mãos de Mar
Olho minhas mãos marcadas
E sobre a água salgada cinzenta
Espuma branca de vagas
E a minha pele macilenta
Olho as minhas mãos pedras
Húmidas esverdeadas
Berço das ondas amotinadas
Vindo morrer à beira-mar
Mãos que se aninham na tua mão
A coberto do mar de nevoeiro
Unem cinzas ondas na solidão
Aperto firme zeloso companheiro
Dias resignados
Há dias
Em que a carne suspira sossego
A alma embrenha-se no medo
Dias em que a dor por cumprir
Se eleva em redenção
Quase dor por sentir
Em suspiração
Há dias em que o corpo macilento
Rendido aos químicos e à morfina
Tropeça no cansaço quezilento
Da dor que o moí e assassina
E assim fica abandonado
Esse corpo perdido cansado
Leia este tema completo a partir de 20/2/2012
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