sábado, 18 de fevereiro de 2012

Poesia de Ana Barbara Santo António - Lótus de Dor; Minhas mãos de Mar; Dias resignados



Poesia de Ana Barbara Santo António - Lótus de Dor; Minhas mãos de Mar; Dias resignados


 Lótus de Dor
 
 Reerguida dos pântanos da dor
 Soltei asas com o peso de lamas
 Abri olhos de lágrimas em flor
 A pele prateada como escamas
 Brilhei a luz do esplendor
 Ave reerguida
 Possuída
 Amor em cada pena humedecida

Minhas mãos de Mar
 
 Olho minhas mãos marcadas
 E sobre a água salgada cinzenta
 Espuma branca de vagas
 E a minha pele macilenta
 Olho as minhas mãos pedras
 Húmidas esverdeadas
 Berço das ondas amotinadas
 Vindo morrer à beira-mar
 Mãos que se aninham na tua mão
 A coberto do mar de nevoeiro
 Unem cinzas ondas na solidão
 Aperto firme zeloso companheiro
Dias resignados
 
 Há dias
Em que a carne suspira sossego
 A alma embrenha-se no medo
 Dias em que a dor por cumprir
 Se eleva em redenção
 Quase dor por sentir
 Em suspiração
 Há dias em que o corpo macilento
 Rendido aos químicos e à morfina
 Tropeça no cansaço quezilento
 Da dor que o moí e assassina
 E assim fica abandonado
Esse corpo perdido cansado

Leia este tema completo a partir de 20/2/2012

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