quinta-feira, 5 de março de 2015

Coluna Poética de Liliana Josué


Coluna Poética de Liliana Josué 

NA JANELA DA MINHA VIDA

Sentei-me à janela da minha vida
uma procissão de personagens desfilou
o sol desmaiava de vergonha
como tela desbotada, sem imagens.

Fechei os olhos e vi
beijos e bandeiras pejados de esperanças
cantares de primavera
viragens e crenças
mudança iminente.

A certeza na igualdade
foi minha companheira
como verdade certeira.

Corri, sorri, gritei, acreditei...
Ai meu horizonte de cor
meu suspiro tão fraterno.
Tudo nascia em verdade.

Acreditei no que fiz
por momentos fui feliz.


SUSPIRO

Lembro-me de ti
há já muito tempo
talvez do princípio do mundo.

Sei que te vi
como a minha salvação
da solidão que vesti.
Teu olhar deu-me alento
para me olhar bem no fundo.

Caminhei na tua direcção
confiante
num suspiro delirante.

Foste luz, paz, vida...
foste tudo.
Eu do meu recanto mudo
saí
numa onda de paixão
gratidão e confiança.

Mas tropecei no acaso
e sem saber como
caí.

 
VIVÊNCIAS

Por Liliana Josué

Eu penso que está sol...
Sinto que está sol...
tenho calor
estou mole...

E tu aí?
Como vives o calor?
Será que sentes ardor
ou apenas ignorância
dessa tua inconstância?

Eu vejo o mar azul, limpo.
E tu aí?
Vês o mar no seu total
no seu humor desigual
ora doce, ora fatal?

Eu dou-lhe a areia a namorar
e ele desfaz-se em espuma
deslumbrado.
E tu aí?
Sentes a areia pelo ar
namoriscando o seu mar
afagando como pluma
esse azul... tule adorado?

Todas as minhas vivências
são experiências
pessoais.
E as tuas?
São segredos tão iguais?
NAO

Eu sinto o meu existir
E tu aí?
Existes no teu sentir?...




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