Poesia de Ilona Bastos
Dançante o meu olhar, que é Céu; Quando a noite está quente; Versos em fuga
Dançante o meu olhar, que é Céu;
As nuvens viajam no céu.
São brancas, às ondas, redondas,
São leves, etéreas, oblongas,
São ledas, suaves, serenas,
São velas, veleiro, singrando
Cordato, no mar infinito.
O vento que sopra as encanta,
O vento gentil as desmancha,
O vento as estende, transforma,
Subtil, envolvente, as seduz,
E faz, desfazendo-as, ceder,
Em gotas de água, sublime prazer.
As árvores longínquas, frondosas,
Verdes, brilhantes, harmoniosas,
Ao jorro da chuva se animam,
Ao sopro da brisa balançam,
Bailarinas inspiradas, em aplauso
Aclamadas pelos arbustos em flor.
E, dançante, o meu olhar, que é céu,
Que é vento e chuva, árvore e flor,
Pela sala voa, música vibrante,
Os vidros atravessa, confiante,
Se entrega à vista bela, além janela,
Feliz, enfim, confunde-se com ela.
Quando a noite está quente
Quando a noite está quente
e o coração saciado de amor,
sentada para escrever,
a música a ditar o meu sentir,
é poesia que me sai das mãos,
como renda preciosa
ou bordado mimoso,
como doce apetecível
ou afago carinhoso.
Os sons longínquos
não perturbam a paz,
e o sono brando do cão,
amável companhia,
é conforto e tranquilidade.
Embarco nos acordes
e na melodia,
brisa refrescante
a enfunar as velas
do meu pensamento.
E navego mar afora,
cortando velozmente a água
inventando um rasto de espuma,
sonhos e palavras
que compõem este poema.
Versos em fuga
Afastam-se, voando,
as palavras em verso
que na noite murmuro
(incessante balbucio, por
entre sonhos turbulentos).
Digo e repito as ideias
pois temo perdê-las.
Retenho detalhes,
decoro-lhes formas
de oração a não esquecer.
Pela manhã, estou só,
desse canto, o que ficou?
Vagas impressões
de ladainha abandonada
pelas trevas, pelo vento…
Ou seja, nada! Tudo se foi!
Resta-me este rasto triste,
do que julguei encontrar
mas me fugiu dos lábios
com o sopro da alvorada!
Dançante o meu olhar, que é Céu; Quando a noite está quente; Versos em fuga
Dançante o meu olhar, que é Céu;
As nuvens viajam no céu.
São brancas, às ondas, redondas,
São leves, etéreas, oblongas,
São ledas, suaves, serenas,
São velas, veleiro, singrando
Cordato, no mar infinito.
O vento que sopra as encanta,
O vento gentil as desmancha,
O vento as estende, transforma,
Subtil, envolvente, as seduz,
E faz, desfazendo-as, ceder,
Em gotas de água, sublime prazer.
As árvores longínquas, frondosas,
Verdes, brilhantes, harmoniosas,
Ao jorro da chuva se animam,
Ao sopro da brisa balançam,
Bailarinas inspiradas, em aplauso
Aclamadas pelos arbustos em flor.
E, dançante, o meu olhar, que é céu,
Que é vento e chuva, árvore e flor,
Pela sala voa, música vibrante,
Os vidros atravessa, confiante,
Se entrega à vista bela, além janela,
Feliz, enfim, confunde-se com ela.
Quando a noite está quente
Quando a noite está quente
e o coração saciado de amor,
sentada para escrever,
a música a ditar o meu sentir,
é poesia que me sai das mãos,
como renda preciosa
ou bordado mimoso,
como doce apetecível
ou afago carinhoso.
Os sons longínquos
não perturbam a paz,
e o sono brando do cão,
amável companhia,
é conforto e tranquilidade.
Embarco nos acordes
e na melodia,
brisa refrescante
a enfunar as velas
do meu pensamento.
E navego mar afora,
cortando velozmente a água
inventando um rasto de espuma,
sonhos e palavras
que compõem este poema.
Versos em fuga
Afastam-se, voando,
as palavras em verso
que na noite murmuro
(incessante balbucio, por
entre sonhos turbulentos).
Digo e repito as ideias
pois temo perdê-las.
Retenho detalhes,
decoro-lhes formas
de oração a não esquecer.
Pela manhã, estou só,
desse canto, o que ficou?
Vagas impressões
de ladainha abandonada
pelas trevas, pelo vento…
Ou seja, nada! Tudo se foi!
Resta-me este rasto triste,
do que julguei encontrar
mas me fugiu dos lábios
com o sopro da alvorada!
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