Jornal Raizonline Nº 267 de 13 de Abril de 2015 - Coluna Um - Daniel Teixeira
25 de Abril
Numa altura em que se aproxima o Dia 25 de Abril, ao qual todos devemos esta coisa tão simples que é escrever livremente, será bom lembrar que para além da liberdade de expressão muito pouco se ganhou em termos sociais, políticos e económicos com isso.
Na verdade, como é costume dizer-se nestas ocasiões, que já foram repetidas «n» vezes ao longo da nossa história portuguesa e da humanidade em geral, estabilizadas as elites e recompostas as estruturas de autoridade, a mudança (se isso se pode chamar) é apenas uma mudança de tom no baton e organização cosmética geral.
Na verdade continuamos a ser comidos periodicamente ao longo dos séculos, servindo em altura própria como carne para canhão, tipo bucha, e expelido o projéctil lá vamos nós atrás, por vezes rodando no ar, até que a força da gravidade (a tal recomposição da autoridade) nos faça estampar no solo, algures entre uma pedra e um caule ou mesmo o defecado de um animal qualquer que por ali tenha passado.
Chateiam-se as pessoas, é um facto, e acredito que nunca tenha sido tão lembrada a tal de liberdade de expressão como nas alturas em que as pessoas levantam a sua voz, algures no recôndito dos seus lares, nas chamadas redes sociais ou até mesmo em cafés e esplanadas.
Que alegria «deitar cá para fora» aquilo que nos vai na alma, utilizar em tão pleno quanto possível essa mesma liberdade de expressão e regressar a penates com o estômago pleno e adormecer no sofá após o término da telenovela, do debate, do discurso. Amanhã será outro dia e a vida recomeça, sempre da mesma forma: livremente livre, alegremente sem peias. Que mais pode desejar o ser humano ?
Talvez o século seguinte que este já começa a chatear.
Daniel Teixeira
25 de Abril
Numa altura em que se aproxima o Dia 25 de Abril, ao qual todos devemos esta coisa tão simples que é escrever livremente, será bom lembrar que para além da liberdade de expressão muito pouco se ganhou em termos sociais, políticos e económicos com isso.
Na verdade, como é costume dizer-se nestas ocasiões, que já foram repetidas «n» vezes ao longo da nossa história portuguesa e da humanidade em geral, estabilizadas as elites e recompostas as estruturas de autoridade, a mudança (se isso se pode chamar) é apenas uma mudança de tom no baton e organização cosmética geral.
Na verdade continuamos a ser comidos periodicamente ao longo dos séculos, servindo em altura própria como carne para canhão, tipo bucha, e expelido o projéctil lá vamos nós atrás, por vezes rodando no ar, até que a força da gravidade (a tal recomposição da autoridade) nos faça estampar no solo, algures entre uma pedra e um caule ou mesmo o defecado de um animal qualquer que por ali tenha passado.
Chateiam-se as pessoas, é um facto, e acredito que nunca tenha sido tão lembrada a tal de liberdade de expressão como nas alturas em que as pessoas levantam a sua voz, algures no recôndito dos seus lares, nas chamadas redes sociais ou até mesmo em cafés e esplanadas.
Que alegria «deitar cá para fora» aquilo que nos vai na alma, utilizar em tão pleno quanto possível essa mesma liberdade de expressão e regressar a penates com o estômago pleno e adormecer no sofá após o término da telenovela, do debate, do discurso. Amanhã será outro dia e a vida recomeça, sempre da mesma forma: livremente livre, alegremente sem peias. Que mais pode desejar o ser humano ?
Talvez o século seguinte que este já começa a chatear.
Daniel Teixeira
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