Poesia de Cremilde Vieira da Cruz
ENTRE CORAÇÕES
Permaneço na penumbra das horas
E mais não sou que um pesadelo.
Oiço bater à porta do vizinho,
Oiço tocar o telefone d vizinho,
Oiço o ladrar do cão do vizinho...
Tudo para lá da porta fechada.
Falo com os pinheiros,
Mas olham-me de lado
E mandam-me não sei onde.
Não sei que distância vai
De meu coração a vossos corações,
Mas deve ser enorme,
Porque a percorro há milhões de anos
E não consigo alcançá-los.
O meu medo é que a memória se me apague,
O sangue me gele nas veias,
E o tempo me traia.
Se isso acontecer,
Quero que saibam que vivi
Colada à memória do passado,
No vácuo do delírio do presente.
O futuro não existe.
O amor foi ontem.
Sonho amarrada a fotografias emolduradas,
Balbucio meu amor,
Mas as lágrimas interrompem-me,
Enquanto a noite desce.
Sei lá de que tamanho é minha noite,
Neste dia a começar de madrugada!
Cremilde Vieira da Cruz
CONSCIENTES DE NOSSA INCONSCIÊNCIA
Percorremos conscientes,
A noite misteriosa,
Sob vagas altas que o mar atira sobre nós.
Ainda agora era a alvorada de nosso amor
Que agora, não sei porquê, é misterioso, mas enorme.
Talvez quando nascemos,
Alguém tenha trocado nossos caminhos.
Devia ser madrugada
E, de luzes apagadas, enganaram-se.
Nascemos para sentir nosso amor e dizer,
Mas esta distância desarrumada,
Quase muda e fria...
Não nascemos para ser aquecidos pelo mesmo sol,
Nem para caminhar na noite iluminada.
Envolve-nos uma escuridão enorme
E um mistério rude,
Mas esta força etérea que sentimos,
Faz-nos caminhar, caminhar...
Caminhamos de olhos fechados, mas conscientes,
Nesta distância desarrumada,
Como que abraçados por um mistério.
Quando abrimos os olhos,
Conscientes de nossa inconsciência,
Estamos abraçados.
Cremilde Vieira da Cruz
ENTRE CORAÇÕES
Permaneço na penumbra das horas
E mais não sou que um pesadelo.
Oiço bater à porta do vizinho,
Oiço tocar o telefone d vizinho,
Oiço o ladrar do cão do vizinho...
Tudo para lá da porta fechada.
Falo com os pinheiros,
Mas olham-me de lado
E mandam-me não sei onde.
Não sei que distância vai
De meu coração a vossos corações,
Mas deve ser enorme,
Porque a percorro há milhões de anos
E não consigo alcançá-los.
O meu medo é que a memória se me apague,
O sangue me gele nas veias,
E o tempo me traia.
Se isso acontecer,
Quero que saibam que vivi
Colada à memória do passado,
No vácuo do delírio do presente.
O futuro não existe.
O amor foi ontem.
Sonho amarrada a fotografias emolduradas,
Balbucio meu amor,
Mas as lágrimas interrompem-me,
Enquanto a noite desce.
Sei lá de que tamanho é minha noite,
Neste dia a começar de madrugada!
Cremilde Vieira da Cruz
CONSCIENTES DE NOSSA INCONSCIÊNCIA
Percorremos conscientes,
A noite misteriosa,
Sob vagas altas que o mar atira sobre nós.
Ainda agora era a alvorada de nosso amor
Que agora, não sei porquê, é misterioso, mas enorme.
Talvez quando nascemos,
Alguém tenha trocado nossos caminhos.
Devia ser madrugada
E, de luzes apagadas, enganaram-se.
Nascemos para sentir nosso amor e dizer,
Mas esta distância desarrumada,
Quase muda e fria...
Não nascemos para ser aquecidos pelo mesmo sol,
Nem para caminhar na noite iluminada.
Envolve-nos uma escuridão enorme
E um mistério rude,
Mas esta força etérea que sentimos,
Faz-nos caminhar, caminhar...
Caminhamos de olhos fechados, mas conscientes,
Nesta distância desarrumada,
Como que abraçados por um mistério.
Quando abrimos os olhos,
Conscientes de nossa inconsciência,
Estamos abraçados.
Cremilde Vieira da Cruz
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