Poesia de Cremilde Vieira da Cruz - NÃO ME CITES - CONSCIENTES DE NOSSA INCONSCIÊNCIA - O POEMA QUE QUIS FAZER-TE (A MEUS FILHOS)
NÃO ME CITES
Não deixes que tua sombra te faça sombra,
Nem te despedaces de cansaço de fugir
De ti, num desespero que te assombra
De obscura tristeza, e te faz partir,
Receando o mundo inteiro, na penumbra
De teus passos, no jardim que não viste florir.
Diante de teus olhos nada se vislumbra,
Mas dentro em pouco, a alvorada vai surgir.
Se deslizares pelas ondas esculturais
De teus pensamentos nobres, na descoberta
De cada hora em cada hora certa,
Não me cites, nem recordes que existi.
Encontrarás então uma porta aberta
E deixarás de ter tua alma deserta.
Cremilde Vieira da Cruz
CONSCIENTES DE NOSSA INCONSCIÊNCIA
Percorremos conscientes,
A noite misteriosa,
Sob vagas altas que o mar atira sobre nós.
Ainda agora era a alvorada de nosso amor
Que agora, não sei porquê, é misterioso, mas enorme.
Talvez quando nascemos,
Alguém tenha trocado nossos caminhos.
Devia ser madrugada
E, de luzes apagadas, enganaram-se.
Nascemos para sentir nosso amor e dizer,
Mas esta distância desarrumada,
Quase muda e fria...
Não nascemos para ser aquecidos pelo mesmo sol,
Nem para caminhar na noite iluminada.
Envolve-nos uma escuridão enorme
E um mistério rude,
Mas esta força etérea que sentimos,
Faz-nos caminhar, caminhar...
Caminhamos de olhos fechados, mas conscientes,
Nesta distância desarrumada,
Como que abraçados por um mistério.
Quando abrimos os olhos,
Conscientes de nossa inconsciência,
Estamos abraçados.
Cremilde Vieira da Cruz
O POEMA QUE QUIS FAZER-TE (A MEUS FILHOS)
Quis fazer-te um poema tão belo,
Quanto o é teu coração,
Tão brilhante,
Como o brilho de teu olhar,
Tão grandioso,
Como o amor que te tenho.
Mas os meus pensamentos nublados
E empobrecidos de solidão,
Minha mente fatigada...
Oh, pobre inspiração que ruiu,
Como as paredes do castelo dos meus sonhos...!
Não te fiz o poema.
Todavia, quero que saibas,
Que tenho um poema dentro de mim,
Que sinto e é teu.
O meu poema,
Aquele que quis fazer-te...
Olha-me nos olhos,
Como quando te embalava,
Como quando te abraçavas a mim!
Olha-me nos olhos
E lerás o meu poema.
Cremilde Vieira da Cruz
NÃO ME CITES
Não deixes que tua sombra te faça sombra,
Nem te despedaces de cansaço de fugir
De ti, num desespero que te assombra
De obscura tristeza, e te faz partir,
Receando o mundo inteiro, na penumbra
De teus passos, no jardim que não viste florir.
Diante de teus olhos nada se vislumbra,
Mas dentro em pouco, a alvorada vai surgir.
Se deslizares pelas ondas esculturais
De teus pensamentos nobres, na descoberta
De cada hora em cada hora certa,
Não me cites, nem recordes que existi.
Encontrarás então uma porta aberta
E deixarás de ter tua alma deserta.
Cremilde Vieira da Cruz
CONSCIENTES DE NOSSA INCONSCIÊNCIA
Percorremos conscientes,
A noite misteriosa,
Sob vagas altas que o mar atira sobre nós.
Ainda agora era a alvorada de nosso amor
Que agora, não sei porquê, é misterioso, mas enorme.
Talvez quando nascemos,
Alguém tenha trocado nossos caminhos.
Devia ser madrugada
E, de luzes apagadas, enganaram-se.
Nascemos para sentir nosso amor e dizer,
Mas esta distância desarrumada,
Quase muda e fria...
Não nascemos para ser aquecidos pelo mesmo sol,
Nem para caminhar na noite iluminada.
Envolve-nos uma escuridão enorme
E um mistério rude,
Mas esta força etérea que sentimos,
Faz-nos caminhar, caminhar...
Caminhamos de olhos fechados, mas conscientes,
Nesta distância desarrumada,
Como que abraçados por um mistério.
Quando abrimos os olhos,
Conscientes de nossa inconsciência,
Estamos abraçados.
Cremilde Vieira da Cruz
O POEMA QUE QUIS FAZER-TE (A MEUS FILHOS)
Quis fazer-te um poema tão belo,
Quanto o é teu coração,
Tão brilhante,
Como o brilho de teu olhar,
Tão grandioso,
Como o amor que te tenho.
Mas os meus pensamentos nublados
E empobrecidos de solidão,
Minha mente fatigada...
Oh, pobre inspiração que ruiu,
Como as paredes do castelo dos meus sonhos...!
Não te fiz o poema.
Todavia, quero que saibas,
Que tenho um poema dentro de mim,
Que sinto e é teu.
O meu poema,
Aquele que quis fazer-te...
Olha-me nos olhos,
Como quando te embalava,
Como quando te abraçavas a mim!
Olha-me nos olhos
E lerás o meu poema.
Cremilde Vieira da Cruz
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