quarta-feira, 1 de julho de 2015

Jornal Raizonline Nº 271 de 28 de Junho de 2015 - Coluna Um - Daniel Teixeira - Ver-se Grego


Jornal Raizonline Nº 271 de 28 de Junho de 2015 - Coluna Um - Daniel Teixeira - Ver-se Grego

Tenho adiado a minha crónica deste número, que deveria ter saído no passado dia 28, porque estava à espera que houvessem novidades conclusivas substancias sobre os inúmeros episódios do embate Grécia / União Europeia (reparem que eu escrevi União).

Nada disso aconteceu até hoje e nesta mesma data consultadas as últimas falas (via comunicação social) parece que o Primeiro Ministro Grego vai aceitar as condições impostas pelos credores, mas...com algumas ressalvas que pelo que penso não serão aceites pelos credores.

Assim, tenho-me visto grego até agora e acho que não me vou safar desta fatalidade pelo que enveredo pelo momento, única forma que parece ser nesta altura do campeonato a forma aceitável de fazer sair alguma coisa.

Se há conclusão que podemos chegar desde logo é que não é nada fácil negociar com a U. Europeia quando se lhe deve dinheiro. Assim, será de supor que, mesmo não se devendo dinheiro, (afirmação que nenhum país pode levantar de ânimo leve,incluindo a Alemanha) também não será nada fácil.

Eu sempre fui um europeísta convicto mas naquele sentido defendido pelo General De Gaulle, ou seja, uma Europa Unida do Atlântico aos Urais, sentimento europeísta este que nada tem a ver com o que se passa actualmente.

Na verdade esta Europa não está muito longe da ideia que se pode fazer quando se assiste a uma sessão de bordoada, embora os bordões agora sejam verbais. Se alguém arrisca a escrever União (como eu fiz acima) Europeia está, na minha modesta opinião a dar uma prova de desatenção nalguns casos e de imbecilidade pura noutros casos.

A Europa não é propriamente uma Instituição de Caridade o que francamente também não lhe caberia mas referindo o meu amigo Michel Bakunine, como tantos outros com outras ideologias que teriam direito a citação aplicável, (...) A União Europeia (...) «é a autoridade, é a força, é a ostentação e efectivação da força. Não se insinua, não procura converter : sempre que o tenta fá-lo de má vontade, pois a sua natureza não esta´em persuadir, mas em impor-se, obrigar. (...)» Recolha em versão francesa dos escritos da Bakunine, Vol. I, pp.288, 289.

E assim, de uma forma geral, entregue que esteja o poder aos eurocratas que escrevem os textos que os «eleitos» assinam de cruz, e botam faladura sem que ninguém lhes dê uns carolos no cocuruto, estamos mesmo lixados e condenados a vermo-nos gregos ad aeternum.





           

Sem comentários:

Enviar um comentário