sexta-feira, 5 de junho de 2015

Poesia de José Manuel Veríssimo


Poesia de José Manuel Veríssimo



 Fumos

 Viver em silêncio
 Alguns gestos
 Sopros de claridade
 De esperança
 Entre nuvens carregadas
 Consenso
 De olhares
 Serenos
 Fraternos
 Brisas
Ou fortes ventos
 De lés - a - lés
 Luares
 Enrolam e desenrolam
 Seres
 Corpos……….
Momentos
 Acesos
 Nos encontros
 Entre vagas
 Rochedos
 E o fumo das marés

 Seixal 18.07.2009



Mar dos Sargaços

 Importa descobrir o espaço
 A espera do tempo marcado
 Lágrimas de ampulheta
 Caídas
Sonoras
 Em compasso

 Vento que empurra
 Asas de gaivota
 Rumo ao Mar dos Sargaços
 Reproduzir vida
 Cardumes de espécies
 Em invasão desmedida
 No oceano imenso
 Simples traços
 A exactidão dos momentos
 Naturalmente exactos
 Natureza – medida
 Neste Mar de Sargaços

 Seixal, 18.07.2009



 Não me Basta - ou sobre um passeio tardio por Lisboa á noite

 Não.
 Não me basta olhar
 Tocar ao de leve
 Nos teus cabelos
 Soltos
 Rebeldes
 Macios.

 Despentear-te
 Provocar-te
 Esse pestanejar
 Medroso
 Esquivo…………

Quero enfrentar
 O teu corpo
 E os teus gestos de surpresa
 Sem rostos lívidos
 Incluir-me em ti
 Sem certezas
 Rodopiarmos
 E cansar-me
 Mais do que meia dúzia de vezes

 Olhar de novo para mim
 E para o refúgio
 Em que me escondi
 Poder gritar-te
 Em silêncio
 Amo-te assim

 Seixal, 18.07.2009

José Manuel Veríssimo




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