Jornal Raizonline Nº 269 de 18 de Maio de 2015 - Coluna Um - Daniel Teixeira - O Bullying
Primeiro vamos à definição corrente de forma a evitar qualquer mal entendido naquilo que vou escrever neste texto:
«Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão.»
Só por aqui temos logo matéria para desenvolver: tem de ser «agressão intencional - verbal ou física»; depois tem de ser, a (as) agressões «feitas de forma repetitiva».
O (ou os) actores agressores podem ser um ou mais que um. O (ou os) actores vítimas podem ser um ou mais que um.
O facto de aqui, nesta definição, aparecer o termo colega(s) não deve a meu ver ser levado muito em conta na medida em que uns e outros (agressores ou vítimas) podem não ser colegas.
Ora este tema tem andado infelizmente nas bocas de muita gente e a revolta, sobretudo nos casos em que as notícias difundem os factos, tem-se tornado generalizada.
Ora todos nós ou quase todos nós já andámos na escola, uns mais tempo que outros, e de uma forma geral toda a gente sabe que o bullying é uma prática com muitos anos de vida. Claro que tinha outros contornos, menos violentos, menos sádicos, menos organizados e sistematizados, mas era costume por exemplo o carolo (de punho fechado) na cabeça do caloiro (no meu tempo) e lembro-me de os mais imaginativos (ou mais sádicos) falarem em alfinetes para «picar o traseiro dos caloiros».
A diferença entre os meus tempos e os tempos de muita gente aparece agora como sendo abissal e quero crer que seja pelo menos possível que os processos se tenham desenvolvido progressivamente ao longo dos tempos.
De facto tenho dificuldade em aceitar que de um dia para o outro se passe do carolo na cabeça ao massacre sistematizado por chapada ou pontapé. Tudo se desenvolveu no tempo e hoje, talvez porque as coisas, segundo o entendimento comum, passam excessivamente as marcas delimitadoras de alguma consciência desperta, o bullying é motivo de uma maior atenção, coisa que não foi sendo nos tempos que anteceram imediatamente estes que vivemos.
Há cerca de 15 anos, sensivelmente, estando eu indirectamente relacionado com uma escola de Faro e tendo os seus alunos (parte deles) feito uma visita de estudo a uma Escola de um outro Concelho verificaram-se durante a estadia destes alunos nesse estabelecimento de ensino cenas de violência bastante fortes que não foram notadas pelos professores acompanhantes nem pelos do próprio estabelecimento não - local.
Só se veio a saber dos factos porque eventualmente algum(a) aluno(a) se terá queixado ao então Conselho Directivo, que lamentou o acontecido e prometeu e terá tomado as providências que julgou úteis e necessárias. As cenas foram de uma extrema violência, desde pontapés na barriga das alunas a socos e outro tipo de agressões igualmente violentas aos rapazes.Isto há 15 anos mais ou menos.
Ora a questão que se coloca dito isto é saber se as coisas vão continuar assim, ou se passada a relativa febre dos acontecimentos noticiados, alguém ou alguma entidade ou alguma instituição que tenha por função tratar destes assuntos começa a encarar este fenómeno com olhos de ver.
Normalmente a baixa escolaridade é considerada factor amputante das possibilidades de cada um singrar na vida mas começo a ter sérios receios que se comece a encarar as coisas de outra forma: quanto maior a escolaridade tanto pior.
Primeiro vamos à definição corrente de forma a evitar qualquer mal entendido naquilo que vou escrever neste texto:
«Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão.»
Só por aqui temos logo matéria para desenvolver: tem de ser «agressão intencional - verbal ou física»; depois tem de ser, a (as) agressões «feitas de forma repetitiva».
O (ou os) actores agressores podem ser um ou mais que um. O (ou os) actores vítimas podem ser um ou mais que um.
O facto de aqui, nesta definição, aparecer o termo colega(s) não deve a meu ver ser levado muito em conta na medida em que uns e outros (agressores ou vítimas) podem não ser colegas.
Ora este tema tem andado infelizmente nas bocas de muita gente e a revolta, sobretudo nos casos em que as notícias difundem os factos, tem-se tornado generalizada.
Ora todos nós ou quase todos nós já andámos na escola, uns mais tempo que outros, e de uma forma geral toda a gente sabe que o bullying é uma prática com muitos anos de vida. Claro que tinha outros contornos, menos violentos, menos sádicos, menos organizados e sistematizados, mas era costume por exemplo o carolo (de punho fechado) na cabeça do caloiro (no meu tempo) e lembro-me de os mais imaginativos (ou mais sádicos) falarem em alfinetes para «picar o traseiro dos caloiros».
A diferença entre os meus tempos e os tempos de muita gente aparece agora como sendo abissal e quero crer que seja pelo menos possível que os processos se tenham desenvolvido progressivamente ao longo dos tempos.
De facto tenho dificuldade em aceitar que de um dia para o outro se passe do carolo na cabeça ao massacre sistematizado por chapada ou pontapé. Tudo se desenvolveu no tempo e hoje, talvez porque as coisas, segundo o entendimento comum, passam excessivamente as marcas delimitadoras de alguma consciência desperta, o bullying é motivo de uma maior atenção, coisa que não foi sendo nos tempos que anteceram imediatamente estes que vivemos.
Há cerca de 15 anos, sensivelmente, estando eu indirectamente relacionado com uma escola de Faro e tendo os seus alunos (parte deles) feito uma visita de estudo a uma Escola de um outro Concelho verificaram-se durante a estadia destes alunos nesse estabelecimento de ensino cenas de violência bastante fortes que não foram notadas pelos professores acompanhantes nem pelos do próprio estabelecimento não - local.
Só se veio a saber dos factos porque eventualmente algum(a) aluno(a) se terá queixado ao então Conselho Directivo, que lamentou o acontecido e prometeu e terá tomado as providências que julgou úteis e necessárias. As cenas foram de uma extrema violência, desde pontapés na barriga das alunas a socos e outro tipo de agressões igualmente violentas aos rapazes.Isto há 15 anos mais ou menos.
Ora a questão que se coloca dito isto é saber se as coisas vão continuar assim, ou se passada a relativa febre dos acontecimentos noticiados, alguém ou alguma entidade ou alguma instituição que tenha por função tratar destes assuntos começa a encarar este fenómeno com olhos de ver.
Normalmente a baixa escolaridade é considerada factor amputante das possibilidades de cada um singrar na vida mas começo a ter sérios receios que se comece a encarar as coisas de outra forma: quanto maior a escolaridade tanto pior.