Poesia de Vilma Oliveira
ASAS DO VENTO
Se essa voz do vento murmurasse
Aos teus ouvidos, os meus desejos,
Na minha, a tua boca calasse...
Teus lábios, a me tocar com beijos!
Se o silêncio da noite despertasse
Os teus sonhos de luzes coloridas
Cada estrela do céu não se apagasse
Ao ver-me sem a Luz da tua Vida!
Nas asas do vento vou colher rosas,
Em nuvens pesadas, vaporosas,
Contidas pelo pranto que me invade;
A primavera saudosa de nós dois,
No arrebol da longa espera, no depois,
Vergel florido a recompor, saudades!
ÂNSIA REPRIMIDA
Li nos teus olhos por todos esses anos
Que juntos estivemos tão longe e perto
Tu eras meu oásis, às vezes, só deserto,
Universo de areias nos meus desenganos!
Li nos teus olhos em doces devaneios
A erguer-se exausto imenso castelo...
Tu foste da inspiração o verso mais belo!
Um mar de saudades de dores e anseios...
Tu leste nos meus olhos tristes rasos d'água,
O pranto que inunda os sonhos da minh'Alma,
São vertentes a se perpetuar dentro de mim;
Se acaso me ouvires distante a chamar-te,
São juras contidas em mim por amar-te...
Se já não me escutas, por que sofro assim?
ANDORINHAS MORTAS
O meu sonho a evocar-se altivo e forte
Em coroas de ouro a palpitar delírios
Poentes de novembro doces martírios
Ao pó do esquecimento até a morte!
Nesse horizonte de bruma opalizado
Onde mergulho a alma lírica e pagã
Falenas entontecidas, flor da manhã,
Rosais celestes em canteiros sagrados!
Pus-me a fitar o efêmero, o nada,
Em ritmos fleumáticos, extasiada,
A miragem fugidia do meu jardim;
Mísero pungir dessa chaga aberta,
São andorinhas mortas, a vida incerta,
A esvair-se em sangue dentro de mim!
ASAS DO VENTO
Se essa voz do vento murmurasse
Aos teus ouvidos, os meus desejos,
Na minha, a tua boca calasse...
Teus lábios, a me tocar com beijos!
Se o silêncio da noite despertasse
Os teus sonhos de luzes coloridas
Cada estrela do céu não se apagasse
Ao ver-me sem a Luz da tua Vida!
Nas asas do vento vou colher rosas,
Em nuvens pesadas, vaporosas,
Contidas pelo pranto que me invade;
A primavera saudosa de nós dois,
No arrebol da longa espera, no depois,
Vergel florido a recompor, saudades!
ÂNSIA REPRIMIDA
Li nos teus olhos por todos esses anos
Que juntos estivemos tão longe e perto
Tu eras meu oásis, às vezes, só deserto,
Universo de areias nos meus desenganos!
Li nos teus olhos em doces devaneios
A erguer-se exausto imenso castelo...
Tu foste da inspiração o verso mais belo!
Um mar de saudades de dores e anseios...
Tu leste nos meus olhos tristes rasos d'água,
O pranto que inunda os sonhos da minh'Alma,
São vertentes a se perpetuar dentro de mim;
Se acaso me ouvires distante a chamar-te,
São juras contidas em mim por amar-te...
Se já não me escutas, por que sofro assim?
ANDORINHAS MORTAS
O meu sonho a evocar-se altivo e forte
Em coroas de ouro a palpitar delírios
Poentes de novembro doces martírios
Ao pó do esquecimento até a morte!
Nesse horizonte de bruma opalizado
Onde mergulho a alma lírica e pagã
Falenas entontecidas, flor da manhã,
Rosais celestes em canteiros sagrados!
Pus-me a fitar o efêmero, o nada,
Em ritmos fleumáticos, extasiada,
A miragem fugidia do meu jardim;
Mísero pungir dessa chaga aberta,
São andorinhas mortas, a vida incerta,
A esvair-se em sangue dentro de mim!
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